quarta-feira, 30 de novembro de 2011
''Poesia sem perdão ou esquecimento.''
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 130
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terça-feira, 29 de novembro de 2011
Velho ditado
«Se não queres ser roubado sem clemência,
Esconde o teu ouro, a tua fé, a tua ausência.»
Ernst Jünger. Eumeswil. Tradução de Sara Seruka com a colaboração de João Barrento para a Tradução dos Poemas. Editora Ulisseia., p. 24
Esconde o teu ouro, a tua fé, a tua ausência.»
Ernst Jünger. Eumeswil. Tradução de Sara Seruka com a colaboração de João Barrento para a Tradução dos Poemas. Editora Ulisseia., p. 24
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filósofo e entomologista alemão
«As nuvens cinzentas acumulavam-se sobre o alto mar, todo ele feito de uma eternidade de lágrimas amargas.»
Arthur Rimbaud. O Rapaz Raro. Iluminações e poemas. Tradução de Maria Gabriela Llansol. Relógio D' água, Lisboa, 1998., p. 35
Arthur Rimbaud. O Rapaz Raro. Iluminações e poemas. Tradução de Maria Gabriela Llansol. Relógio D' água, Lisboa, 1998., p. 35
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(...) « Águas e tristezas, cresçam, e alteai os Dilúvios.»
Arthur Rimbaud. O Rapaz Raro. Iluminações e poemas. Tradução de Maria Gabriela Llansol. Redógio D' água, Lisboa, 1998., p.
Arthur Rimbaud. O Rapaz Raro. Iluminações e poemas. Tradução de Maria Gabriela Llansol. Redógio D' água, Lisboa, 1998., p.
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«Eu olho, e a mulher é a palavra.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 109
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 109
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«A mulher senta-se no tempo e a minha melancolia
pensa-a, »
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 108
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«Amanhã vou morrer. Tenho
vinte e nove bocas urdindo
a falsa doçura da confusão.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 97
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''A colher de súbito cai no silêncio da língua.''
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p.
86
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«Porque as ervas têm pálpebras abertas
sobre estas imagens tremendamente puras.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 85
sobre estas imagens tremendamente puras.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 85
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011
«Mãe, pouco resta de ti na exaltação deste mundo. Às
vezes
misturas-te um pouco nos terrores da noite ou olhas-me,
vertiginosa e triste,
através das palavras impuras da minha vida
de poeta.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 74
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« - Trazem liras nas mãos, trazem nas mãos brutais
pequenos cravos de ouro ou peixes delicados
de música fria.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 59
pequenos cravos de ouro ou peixes delicados
de música fria.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 59
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«o peixe que vai nadando até se consumar em lento
lírio.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 50
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«FEDIA - Não temo ninguém porque sou um cadáver.»
Leão Tolstoi. O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 233
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LIZA (Sorrindo.) - (...) Mas não me impeça...não me impeças de dizer o que sinto. O que mais me atormentava era sentir que gostava de dois homens. Porque isto significava que sou uma mulher sem moral.»
Leão Tolstoi. O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 205
Leão Tolstoi. O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 205
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«Suicidar-te-ás para que eles, esses dois entes, tenham piedade de ti. E eu ... matar-me-ei para que o mundo compreenda o que perdeu.»
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 200
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«Mas para nós, cujos cabelos já vão embranquecendo, é-nos difícil compreender a juventude.»
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 183
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 183
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domingo, 27 de novembro de 2011
«É para mim demasiado doloroso olhá-la nos olhos. E para ela também...Acredita no que te digo.»
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 174
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 174
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« - E o poema faz-se contra o tempo e a carne.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 41
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 41
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(...) « e eu caminho pelas ruas frias com
o místico desejo do teu corpo.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 39
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«O meu desejo traz
o perfume da tua noite.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 37
o perfume da tua noite.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 37
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« e a tua boca penetra a minha voz como a espada
se perde no arco.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 31
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«Beberei sua boca, para depois cantar a morte
e a alegria da morte.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 30
e a alegria da morte.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 30
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O AMOR EM VISITA
Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lúbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.
Cantar? Longamente cantar.
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave
o atravessar trespassada por um grito marítimo
e o pão for invadido pelas ondas,
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpi-
tantes,
ele - imagem inacessível e casta de um certo pensa-
mento
de alegria e de impudor.
Seu corpo arderá para mim
sobre um lençol mordido por flores com água.
(...)
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 29
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«Se a busco? Esfaimadamente a busco,
tacteando com a memória a forma com que era
nas noites de amor.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 24
tacteando com a memória a forma com que era
nas noites de amor.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 24
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«Humildemente teço minhas palavras gratas
sobre a bela ferocidade
da vossa carne, ergo minha taça,
oiço o rumorejar oculto da fonte.
Humildemente dissipo a solidão, aceito o vosso apelo de
esperma,
mereço a poesia.
Humildemente repudio a morte.»
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 19
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«Transforma-se o amador na coisa amada»
«Transforma-se o amador na coisa amada» com seu
feroz sorriso, os dentes,
as mãos que relampejam no escuro. Traz ruído
e silêncio. Traz o barulho das ondas frias
e das ardentes pedras que tem dentro de si.
E cobre esse ruído rudimentar com o assombrado
silêncio da sua última vida.
O amador transforma-se de instante para instante,
e sente-se o espírito imortal do amor
criando a carne em extremas atmosferas, acima
de todas as coisas mortas.
Transforma-se o amador. Corre pelas formas dentro.
E a coisa amada é uma baía estanque.
É o espaço de um castiçal,
a coluna vertebral e o espírito
das mulheres sentadas.
Transforma-se em noite extintora.
Porque o amador é tudo, e a coisa amada
é uma cortina
onde o vento do amador bate no alto da janela
aberta. O amador entra
por todas as janelas abertas. Ele bate, bate, bate.
O amador é um martela que esmaga.
Que transforma a coisa amada.
Ele entra pelos ouvidos, e depois a mulher
que escuta
fica com aquele grito para sempre na cabeça
a arder com o primeiro dia do verão. Ela ouve
e vai-se transformando, enquanto dorme, naquele grito
do amador.
Depois acorda, e vai, e dá-se ao amador,
dá-lhe o grito dele.
E amador e a coisa amada são um único grito
anterior do amor.
E gritam e batem. Ele bate-lhe com o seu espírito
de amador. E ela é batida, e bate-lhe
com o seu espírito de amada.
Então o mundo transforma-se neste ruído áspero
do amor. Enquanto em cima
o silêncio do amador e da amada alimentam
o imprevisto silêncio do mundo
e do amor.
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 16/7
feroz sorriso, os dentes,
as mãos que relampejam no escuro. Traz ruído
e silêncio. Traz o barulho das ondas frias
e das ardentes pedras que tem dentro de si.
E cobre esse ruído rudimentar com o assombrado
silêncio da sua última vida.
O amador transforma-se de instante para instante,
e sente-se o espírito imortal do amor
criando a carne em extremas atmosferas, acima
de todas as coisas mortas.
Transforma-se o amador. Corre pelas formas dentro.
E a coisa amada é uma baía estanque.
É o espaço de um castiçal,
a coluna vertebral e o espírito
das mulheres sentadas.
Transforma-se em noite extintora.
Porque o amador é tudo, e a coisa amada
é uma cortina
onde o vento do amador bate no alto da janela
aberta. O amador entra
por todas as janelas abertas. Ele bate, bate, bate.
O amador é um martela que esmaga.
Que transforma a coisa amada.
Ele entra pelos ouvidos, e depois a mulher
que escuta
fica com aquele grito para sempre na cabeça
a arder com o primeiro dia do verão. Ela ouve
e vai-se transformando, enquanto dorme, naquele grito
do amador.
Depois acorda, e vai, e dá-se ao amador,
dá-lhe o grito dele.
E amador e a coisa amada são um único grito
anterior do amor.
E gritam e batem. Ele bate-lhe com o seu espírito
de amador. E ela é batida, e bate-lhe
com o seu espírito de amada.
Então o mundo transforma-se neste ruído áspero
do amor. Enquanto em cima
o silêncio do amador e da amada alimentam
o imprevisto silêncio do mundo
e do amor.
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 16/7
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«Falemos de casas como quem fala da sua alma,
entre o incêndio,
junto ao modelo das searas,
na aprendizagem da paciência de vê-las erguer
e morrer com um pouco, um pouco
de beleza.
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 15
entre o incêndio,
junto ao modelo das searas,
na aprendizagem da paciência de vê-las erguer
e morrer com um pouco, um pouco
de beleza.
Herberto Helder. A colher na boca. Edições Ática., p. 15
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Cortejar as boas graças
«Cortejar as boas graças»: também isto é uma arte. A expressão deve ter sido inventada por alguém que teve a mesma sorte da raposa com as uvas. É verdade que, uma vez o cortejador com assento no gabinete, as coisas modificam-se. A massa é como a amante, que se entrega de bom grado ao senhor, mal se lhe abre a porta da sua alcova.»
Ernst Jünger. Eumeswil. Tradução de Sara Seruka com a colaboração de João Barrento para a Tradução dos Poemas. Editora Ulisseia., p. 14
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filósofo e entomologista alemão
«Os caçadores têm especial prazer em matar o belo.»
Ernst Jünger. Eumeswil. Tradução de Sara Seruka com a colaboração de João Barrento para a Tradução dos Poemas. Editora Ulisseia., p. 13
Ernst Jünger. Eumeswil. Tradução de Sara Seruka com a colaboração de João Barrento para a Tradução dos Poemas. Editora Ulisseia., p. 13
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«Se ficas a saber tudo, em pouco tempo pões-te velha.»
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 108
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 108
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20 de Janeiro ou 30 anos
A tua idade enche-me de medo
defende-te e acusa-me.
ignoras o vento da tormenta
com o seu fardo, mas paira sobre ti
o favor de uma musa que volto a encontrar
no rosto. Ao acaso iremos traduzir
amanhã alguns versos de Emily
em conjunto. E virás
com o teu casacão azul-cobalto.
Alma viva, sabes dar-me vida
a mim que ignoro e ando às cegas
num tempo que voa
com os teus trinta anos.
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 325
defende-te e acusa-me.
ignoras o vento da tormenta
com o seu fardo, mas paira sobre ti
o favor de uma musa que volto a encontrar
no rosto. Ao acaso iremos traduzir
amanhã alguns versos de Emily
em conjunto. E virás
com o teu casacão azul-cobalto.
Alma viva, sabes dar-me vida
a mim que ignoro e ando às cegas
num tempo que voa
com os teus trinta anos.
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 325
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terça-feira, 22 de novembro de 2011
Cedo ou Tarde
Desde criança acreditei que não é o homem
que se move mas o cenário, a paisagem.
Foi quando, imóvel, vi desenrolar-se
o lago de Lugano, no vaudeville
de um tal Dall ' Argine que provavelmente
em homenagem a si mesmo, nomen omen,
não deixou nunca a margem. Depois dei-me conta
do meu pueril engano e agora sei
que volante ou pedestre, estase ou movimento
em nada diferem. Há quem goste de
beber a vida gota a gota ou a jorros;
mas a garrafa é a mesma, não se pode
enchê-la quando se esvazia.
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 291
que se move mas o cenário, a paisagem.
Foi quando, imóvel, vi desenrolar-se
o lago de Lugano, no vaudeville
de um tal Dall ' Argine que provavelmente
em homenagem a si mesmo, nomen omen,
não deixou nunca a margem. Depois dei-me conta
do meu pueril engano e agora sei
que volante ou pedestre, estase ou movimento
em nada diferem. Há quem goste de
beber a vida gota a gota ou a jorros;
mas a garrafa é a mesma, não se pode
enchê-la quando se esvazia.
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 291
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A forma do mundo
Se o mundo tem a estrutura da linguagem
e a linguagem tem a forma da mente
a mente com os seus cheios e os seus vazios
é nada ou quase nada e não nos tranquiliza.
Assim falou Papirio. Estava já escuro
e chovia. Vamos para um sítio seguro
disse e apressou o passo sem se aperceber
que falava a linguagem do delírio.
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 281
e a linguagem tem a forma da mente
a mente com os seus cheios e os seus vazios
é nada ou quase nada e não nos tranquiliza.
Assim falou Papirio. Estava já escuro
e chovia. Vamos para um sítio seguro
disse e apressou o passo sem se aperceber
que falava a linguagem do delírio.
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 281
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sobre a felicidade
«Tem um preço demasiado alto, não é para nós e quem a tem
não sabe o que fazer com ela.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 255
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«Chove
de um céu que não tem
nuvens.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 247
de um céu que não tem
nuvens.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 247
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domingo, 20 de novembro de 2011
«ANISIA - É bem verdade o que dizem do pudor das raparigas: não passa da soleira da porta. Uma vez atravessada a porta, tudo se esquece! Que grande descarada!»
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 64
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 64
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8
«E o paraíso? Existe um paraíso?».
«Creio que sim, minha senhora, mas os vinhos doces
já ninguém os quer».
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 233
«E o paraíso? Existe um paraíso?».
«Creio que sim, minha senhora, mas os vinhos doces
já ninguém os quer».
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 233
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5
«Desci, dando-te o braço, pelo menos um milhão de escadas
e agora que já cá não estás é o vazio em cada degrau.
Mesmo assim a nossa longa viagem foi breve.
A minha ainda dura, mas já não me acontecem
as coincidências, as reservas,
as ciladas, os dissabores de quem crê
que a realidade é aquilo que se vê.
Desci milhões de escadas dando-te o braço
e não porque com quatro olhos talvez se veja mais.
Contigo desci-as porque sabia que nós os dois
as únicas verdadeiras pupilas, ainda que ofuscadas,
eram as tuas.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 233
«Desci, dando-te o braço, pelo menos um milhão de escadas
e agora que já cá não estás é o vazio em cada degrau.
Mesmo assim a nossa longa viagem foi breve.
A minha ainda dura, mas já não me acontecem
as coincidências, as reservas,
as ciladas, os dissabores de quem crê
que a realidade é aquilo que se vê.
Desci milhões de escadas dando-te o braço
e não porque com quatro olhos talvez se veja mais.
Contigo desci-as porque sabia que nós os dois
as únicas verdadeiras pupilas, ainda que ofuscadas,
eram as tuas.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 233
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«Dizem que a poesia no seu cume
glorifica o Todo em fuga,»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 229
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poesia
ustório
adjectivo
1. | que queima |
2. | que inflama |
(Do latim ustu-, «queimado» +-ório)
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significados
«Não sei como extenuada tu resistes
neste lago
de indiferença que é o teu coração; talvez
te salve um amuleto que guardas
junto ao bâton dos lábios,
à borla do pó-de-arroz, à lima das unhas: um ratinho branco,
de marfins; e é assim que existes!»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 161
neste lago
de indiferença que é o teu coração; talvez
te salve um amuleto que guardas
junto ao bâton dos lábios,
à borla do pó-de-arroz, à lima das unhas: um ratinho branco,
de marfins; e é assim que existes!»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 161
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poeta italiano
extenuar
verbo transitivo
causar grande cansaço a; enfraquecer |
verbo pronominal
1. | debilitar-se |
2. | gastar-se |
(Do latim extenuāre, «enfraquecer; tornar
ténue»)
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verbos
«A tua agitação faz-me pensar
nas aves de arribação que vão contra os faróis
nas noites de tempestade:
também a tua doçura é uma tempestade,
rodopia e não aparece,
e as suas pausas são também mais raras.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 159
nas aves de arribação que vão contra os faróis
nas noites de tempestade:
também a tua doçura é uma tempestade,
rodopia e não aparece,
e as suas pausas são também mais raras.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 159
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poeta italiano
«regressa ao caminho onde contigo me entristeço,
àquele que apontou um chumbo seco
às minhas, às tuas noites:
volta às primaveras que não florescem.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 155
àquele que apontou um chumbo seco
às minhas, às tuas noites:
volta às primaveras que não florescem.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 155
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poeta italiano
«Hoje volto
até junto de vós mais forte, ou estarei enganado, se bem que o coração
pareça abrir-se em recordações ledas e atrozes.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 139
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poeta italiano
pélago
nome masculino
1. | mar alto |
2. | profundidade do mar |
3. | figurado abismo; voragem |
4. | figurado
imensidade |
(Do grego pélagos, «idem», pelo latim
pelăgu-, «idem»)
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sábado, 19 de novembro de 2011
samovar
nome masculino
utensílio de cobre ou de latão, de origem russa, com que se aquece a água para preparar o chá e que é munido de uma pequena fornalha de carvão vegetal |
(Do russo samowar, «que ferve por si próprio»,
pelo francês samovar, «idem»)
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significados
«Tens passado a vida a sofrer por causa desse carunchoso, e quando enviuvares terás de ir pedir esmola.»
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 41/2
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 41/2
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teatro
«Se encontrares uma mulher melhor do que eu, esquecer-me-ás, mas se for pior, recordar-te-ás.»
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 36
Leão Tolstoi. O poder das trevas seguido de O Cadáver vivo. Círculo de Leitores, Lisboa, 1980., p. 36
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teatro
domingo, 13 de novembro de 2011
« o Poeta escancarava as chagas do seu peito
como lírios da noite abertos ao luar,»
António Feijó. Á Janella do Occidente. Poemeto. Magalhães & Moniz Editores, Porto, 1884., p
como lírios da noite abertos ao luar,»
António Feijó. Á Janella do Occidente. Poemeto. Magalhães & Moniz Editores, Porto, 1884., p
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poeta e diplomata português
...To die, to sleep;
To sleep! perchance to dream; ay there is the rub.
(Shakespeare, Hamlet, act. 3º.sc.I.ª)
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William Shakespeare
«Decerto - disse consigo mesmo - o tempo não tem nenhuma realidade. É uma pura ilusão do nosso espírito. Ora, se ele não existe, como poderei trazer a minha morte?...Será que viverei eternamente? Não, mas daí concluo que a minha morte é e foi sempre a mesma que será para sempre. Eu não a sinto ainda, e todavia ela é, e não a devo temer, porque seria uma loucura temer a vida de uma cousa que já veio. Ela existe como a derradeira página de um livro que eu leio e ainda não acabei.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 149
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Nobel de Literatura de 1921
Estou farta de tudo o conheço e quero buscar o desconhecido.
« - É verdade, Nicias - respondeu Thaïs - estou fatigada de viver com homens como tu, risonhos, perfumados, benévolos, egoístas. Estou farta de tudo o conheço e quero buscar o desconhecido. Senti que a alegria não é a alegria, e este homem ensina-me que a dor é a verdadeira alegria. Acredito nele, porque possui a verdade.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 146
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«Enquanto falava, as suas pupilas despediam chamas; parecia que dos seus lábios saíam brasas e, sem querer, os que o rodeavam o ouviam.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 144
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« - Vai ser triste viver, quando a sua porta estiver fechada.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 141
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 141
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«Thaïs, tudo aquilo que tocaste deve ser devorado pelo fogo até ao âmago.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 137
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 137
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« - É preciso - respondeu Paphnucio - seguir aquele que te veio procurar. Ele te arrancará ao mundo como o vidimador extirpa o cacho que apodreceria na árvore, e o leva à prensa para transformá-lo em vinho perfumado.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 131/2
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Nobel de Literatura de 1921
«Thaïs
Mas não tens medo de sujar a tua alma nos braços de uma mulher?
ZENOTHEMIS
O corpo pode ceder ao desejo, sem que a alma tenha nada com isso.
Thaïs
Vai-te! Gosto que me amem com o corpo e com a alma. Todos esses filósofos são uns bodes!
Uma a uma as lâmpadas extinguiam-se. Um dia pálido, que penetrava pelas frestas das cortinas, golpeava as fisionomias lívidas e os olhos congestos dos convivas.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 126/7
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Nobel de Literatura de 1921
«Por minha culpa os meus filhos estão afogados na vida amarga.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 121
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«(...) o chão dos caminhos bebeu o sangue inocente.»
Anatole France.
Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de
Janeiro, 2ª ed., p. 121
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tição
nome masculino
1. | pedaço de lenha aceso ou meio queimado |
2. | brasa |
3. | carvão |
4. | figurado, popular pessoa muito suja ou enfarruscada |
5. | figurado,
popular pessoa
muito morena ou muito
escura |
(Do latim titiōne-, «idem»)
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«Não tenho sentidos; nem sentimento. Não tenho limite.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 111
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 111
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«ANTIGO, fico embriagado pela voz
que sai das tuas bocas quando se abrem
como verdes sinos e voltam
para trás desaparecendo.
A casa dos meus longínquos estios
ficava a teu lado, como sabes,
naquela terra onde o sol abrasa
e os mosquitos soltam nuvens pelos ares.
Agora como então emudeço na tua presença,
mar, e não me acho digno já
do solene ensinamento
da tua respiração. Foste o primeiro a dizer-me
que o ínfimo fermento
do meu coração era apenas um momento
do teu; que eu tinha bem fundo
a tua audaciosa lei: ser vasto e diferente
e ao mesmo tempo constante:
e esvaziar-me assim de toda a sujidade
como tu fazes quando lanças nas areias
entre cortiças algas e estrelas do mar
os inúteis despojos do teu abismo.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 101
que sai das tuas bocas quando se abrem
como verdes sinos e voltam
para trás desaparecendo.
A casa dos meus longínquos estios
ficava a teu lado, como sabes,
naquela terra onde o sol abrasa
e os mosquitos soltam nuvens pelos ares.
Agora como então emudeço na tua presença,
mar, e não me acho digno já
do solene ensinamento
da tua respiração. Foste o primeiro a dizer-me
que o ínfimo fermento
do meu coração era apenas um momento
do teu; que eu tinha bem fundo
a tua audaciosa lei: ser vasto e diferente
e ao mesmo tempo constante:
e esvaziar-me assim de toda a sujidade
como tu fazes quando lanças nas areias
entre cortiças algas e estrelas do mar
os inúteis despojos do teu abismo.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 101
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«Na idade de ouro florida nas margens felizes
também um nome, uma veste, eram um vício.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 91
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efígie
nome feminino
1. representação ou imagem de uma pessoa
2. figura de personagem importante representada em moeda ou medalha
3. retrato
(Do latim effigĭe-, «idem»)
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fulmíneo
adjectivo
1. | relativo a raio |
2. | figurado brilhante ou destruidor como o raio |
(Do latim fulminĕu-, «idem»)
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(...)
« Ardes
também tu entre as lages do estio,
coração que desfaleces! E de maneira incauta
ensaias novas notas na tua flauta.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 57
« Ardes
também tu entre as lages do estio,
coração que desfaleces! E de maneira incauta
ensaias novas notas na tua flauta.»
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p. 57
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sábado, 12 de novembro de 2011
«A morte é outra espera.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 106
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 106
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«É muita a água deste mar,
Tenho fogo no coração.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 97
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TUDO PASSA
«LEMBRO-ME que te lembrava
E já teu nome me tortura.
Assim o que amamos decorre,
Assim passa assim acaba
E surge a nova ventura.
Assim se esquece,
Assim se morre.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 83
E já teu nome me tortura.
Assim o que amamos decorre,
Assim passa assim acaba
E surge a nova ventura.
Assim se esquece,
Assim se morre.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 83
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«Não adoeça o coração
De esperar.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 70
De esperar.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 70
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«Nascer é outra morte,
Morrer um nascimento,»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 64
Morrer um nascimento,»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 64
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«No silêncio dos céus arde
O Verbo criador,»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 53
O Verbo criador,»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 53
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« - Não busques sonhos perdidos.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 44
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 44
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ADÃO ONDE ESTÁS?
«TREME a terra das almas; range
A humanidade; agacham-se os povos,
Escurece o céu e nas nuvens
Forja-se o raio das noites claras
De tempestade; a génese do mundo
Alumia outra vez o abismo do nada.
As estrelas já não guiam como outrora
O navegante. Quem espera o sol?
E levanta-se do fundo do abismo
O sussurro de Deus quando chamava:
- («Adão, Adão» e o homem se escondia
Por detrás da mulher angustiada,
Envergonhado, nu e temeroso,
Vendo a sua sombra nas eternas águas.
Nuvens escuras sobem desde a terra
Levam ao alto a negra catarata
Que rebenta nos ares e o dilúvio
Varre cidades, lava o pó caído.
Prossegue o lodo subjugando a luz,
A história foge e o milagre passa.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 37/8
A humanidade; agacham-se os povos,
Escurece o céu e nas nuvens
Forja-se o raio das noites claras
De tempestade; a génese do mundo
Alumia outra vez o abismo do nada.
As estrelas já não guiam como outrora
O navegante. Quem espera o sol?
E levanta-se do fundo do abismo
O sussurro de Deus quando chamava:
- («Adão, Adão» e o homem se escondia
Por detrás da mulher angustiada,
Envergonhado, nu e temeroso,
Vendo a sua sombra nas eternas águas.
Nuvens escuras sobem desde a terra
Levam ao alto a negra catarata
Que rebenta nos ares e o dilúvio
Varre cidades, lava o pó caído.
Prossegue o lodo subjugando a luz,
A história foge e o milagre passa.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 37/8
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esfinge
nome feminino
1. | MITOLOGIA monstro fabuloso com rosto de mulher, corpo de leão e asas de ave de rapina, que propunha enigmas, devorando todos aqueles que não os decifrassem |
2. | representação desse monstro |
3. | na arte egípcia, estátua de leão deitado com cabeça humana que representa uma divindade |
4. | figurado pessoa calada ou impenetrável |
5. | figurado mistério;
enigma |
(Do grego sphígx, monstro que estrangulava,
pelo latim sphinge-, «esfinge»)
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APELO
«MAIS perto...mais...
Arranca-me de mim
Que me afundo
No meu nada.
Dá-me a minha alma,
Que sem alma
Para que quero eu o mundo?»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 22
Arranca-me de mim
Que me afundo
No meu nada.
Dá-me a minha alma,
Que sem alma
Para que quero eu o mundo?»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 22
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REPOUSO CORDIAL
«Já trespassado de golpes,
Coração, a tua polpa
Macerada no martírio
Em doçura amadurece.
Depois te farás terriço
Que adubará no sepulcro
A semente que criaste
Para eterna carnadura.
Benditos golpes; são beijos
Dessa pura e santa boca
De Deus nosso Pai terrível;
Beijos que matam de angústia
De amor que adivinha a morte
E chupa o sangue da alma.
Furioso acometias,
Coração, e a tua fúria
Valeu-te o seres batido.
Repassado de doçura
Descansarás feito terra
Na terra que foi teu berço.
A terra será teu céu
E o céu será teu berço.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 20
Coração, a tua polpa
Macerada no martírio
Em doçura amadurece.
Depois te farás terriço
Que adubará no sepulcro
A semente que criaste
Para eterna carnadura.
Benditos golpes; são beijos
Dessa pura e santa boca
De Deus nosso Pai terrível;
Beijos que matam de angústia
De amor que adivinha a morte
E chupa o sangue da alma.
Furioso acometias,
Coração, e a tua fúria
Valeu-te o seres batido.
Repassado de doçura
Descansarás feito terra
Na terra que foi teu berço.
A terra será teu céu
E o céu será teu berço.»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 20
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A FÉ E A NOITE
«SONHEI que acabava o sonho
E acordei. Fazia escuro;
Não via estrelas nem lua
Estava sozinho no mundo.
Voltei para trás o olhar
Perdi a fé por não ver;
Ganhei-a ao olhar em frente
Pois só se crê no futuro.
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 16
E acordei. Fazia escuro;
Não via estrelas nem lua
Estava sozinho no mundo.
Voltei para trás o olhar
Perdi a fé por não ver;
Ganhei-a ao olhar em frente
Pois só se crê no futuro.
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 16
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COMBATE SEM FIM
OLHA, Josué, não te enganes,
Não pares sol, a luta;
Mas deixa correr as horas
Pois cada hora é a última.
Também se luta de noite,
E dormindo se duvida;
Também morrendo se vive,
Não há resposta sem pergunta.
«Não podeis ir aonde eu vou» (1)
Dizia Jesus à turba.
E disseram os Judeus:
- Irá ele suicidar-se?
Nem Quem Faz se suicida
Nem se apaga o sol; sepulta
O lume debaixo da terra
E alumia-lhe as entranhas.
Josué deixa que a noite
A paz do berço nos traga;
Amanhã é outro dia,
São o mesmo sempre e nunca.
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 11
Não pares sol, a luta;
Mas deixa correr as horas
Pois cada hora é a última.
Também se luta de noite,
E dormindo se duvida;
Também morrendo se vive,
Não há resposta sem pergunta.
«Não podeis ir aonde eu vou» (1)
Dizia Jesus à turba.
E disseram os Judeus:
- Irá ele suicidar-se?
Nem Quem Faz se suicida
Nem se apaga o sol; sepulta
O lume debaixo da terra
E alumia-lhe as entranhas.
Josué deixa que a noite
A paz do berço nos traga;
Amanhã é outro dia,
São o mesmo sempre e nunca.
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O., Braga, p. 11
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«fome de ser mais, fome de Deus, fome de amor eterno»
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O. - Braga
Miguel de Unamuno. Creio no futuro. Textos, traduzidos e dispostos ritmicamente por Manuel Simões. Editorial A. O. - Braga
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Báquis
«Nos olhos passa uma memória de saudade, reprimida: quanto basta para mitigar a dor de uma afirmação.»
Terêncio. A Sogra. Textos Clássicos - 26. Introdução, versão do latim e notas de Walter de Medeiros. Instituto Nacional de Investigação Científica., p.118
Terêncio. A Sogra. Textos Clássicos - 26. Introdução, versão do latim e notas de Walter de Medeiros. Instituto Nacional de Investigação Científica., p.118
«Agora só tenho uma preocupação - e é a maior de todas: que a minha velhice, à medida que avança, não seja um tropeço para ninguém...nem se ponham a esperar a minha morte.»
Terêncio. A Sogra. Textos Clássicos - 26. Introdução, versão do latim e notas de Walter de Medeiros. Instituto Nacional de Investigação Científica., p.99
Terêncio. A Sogra. Textos Clássicos - 26. Introdução, versão do latim e notas de Walter de Medeiros. Instituto Nacional de Investigação Científica., p.99
vagido
nome masculino
1. | choro de criança recém-nascida |
2. | figurado gemido,
lamento |
(Do latim vagītu-, «idem»)
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pirrónico
adjectivo
1. | relativo a Pírron, filósofo grego (365-275 a. C.), ou à sua escola |
2. | que duvida ou finge duvidar de tudo |
3. | figurado teimoso; obstinado |
(Do grego Pyrron, antropónimo +-ico)
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«Mas eu vos digo que todo aquele que olha uma mulher e a deseja já cometeu adultério com ela no seu coração. Por isso, se o teu olho direito for a causa do teu pecado, arranca-o e lança-o fora, porque é melhor para ti a perda de um membro do que deixares todo o teu corpo ser precipitado no inferno.»
(S. Mateus, cap. V. 28 e 29)
terça-feira, 8 de novembro de 2011
« (...) e o eterno trabalho do tempo que faz desaparecer a própria memória e até a memória da
memória, num contínuo vórtice que vai da solidão ao vazio, ao nada;»
no Prefácio
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p.26
memória, num contínuo vórtice que vai da solidão ao vazio, ao nada;»
no Prefácio
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p.26
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Sóstrata
«Sóstrata é uma pobre alma desolada e só. Uma alma que nunca saberá sequer o porquê da sua solidão e do seu sofrimento.»
na introdução
Terêncio. A Sogra. Textos Clássicos - 26. Introdução, versão do latim e notas de Walter de Medeiros. Instituto Nacional de Investigação Científica., p.17
na introdução
Terêncio. A Sogra. Textos Clássicos - 26. Introdução, versão do latim e notas de Walter de Medeiros. Instituto Nacional de Investigação Científica., p.17
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
«(...), não compreenderam nada, já compreenderam tudo.»
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 113
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 113
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JOSEFINA
(Insinuante)
«(...) O Torres, imagine-se, com a cara que tem, de quarta-feira de Cinzas, a rir-se.»
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 64
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VOZ DO LOCUTOR
Grândola, vila morena / Terra da fraternidade /
O povo é quem mais ordena / Dentro de ti, ó cidade
(Ranger forte das botas na terra. A voz de José Afonso começa a cantar.)
VALADARES
(Que primeiro pareceu aturdido, vem à boca de cena,
desvairado, tapando os ouvidos)
Desliga-me isso!
(É um grito de quem não sabe, seria o grito de quem soubesse.)
(Corte súbito de som. Escuridão.)
FIM DO PRIMEIRO ACTO
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 58
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TORRES
(Interrompendo)
A primeira coisa que vai já registar ma sua memória, e definitavmente, é que já não preciso da sua pena para nada. E é só porque eu hoje me sinto benevolente, que não lhe faço engolir doutra maneira a palavrinha. Ande lá, e não repita. (Pausa.) A segunda coisa é que não me deu nenhuma novidade quando me disse que sou um homem. Devo dizer-lhe, muito em confidência, que tenho reparado. Sou-o desde que nasci, mas, felizmente, creio que não me contentei com os sinais exteriores: dei um jeito para ser um bocadito mais homem quando comecei a pensar.
VALADARES
O assunto é outro, com menos literatura. Não se ponha a divagar.
TORRES
Tem toda a razão, o assunto é outro. Se sou redactor da província, se escolhi ser redactor da província, se Vocês todos ficaram felicíssimos porque eu decidi ser redactor da província, a razão é não querer eu escrever uma linha só que seja que, directamente ou indirectamente, faça o joguinho do regime, pois é para isso que existe este jornal...
VALADARES
(Ironia fácil)
Que lhe paga...
TORRES
Mais uma vez tem razão. Parabéns. Mas acontece que o único dinheiro que recebo é o que no fim do mês vou buscar lá abaixo, à tesouraria. Nem mais um tostão. Nem tenho cheques de embaixada, nem gratificações especiais e secretas de ministérios, nem sobrescritos misteriosos, nem outras ajudas de custo que não sejam as fixadas no regulamento do jornal, etc., etc., etc. E não desejo outra vida.
VALADARES
Você está a fazer insinuações?
TORRES
Vejo que não me compreendeu. Estou a fazer afirmações.
VALADARES
Se é a mim que pretende atingir...
TORRES
Sentiu-se atingido? Se se sentiu atingido, teme a afirmação como tendo que ver consigo. De qualquer maneira, não faltará por aí quem enfie esta carapuça e outras que eu não disse. (Mudando de tom.) Ouça, Valadares, esta conversa é estúpida, e eu embirro com conversas estúpidas. Nem eu lhe estou a dar novidades, nem Você a mim. Diga aonde quer chegar, e acabemos com o paleio...
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 48/9
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« 22 - Persuade-te que tudo é opinião e a opinião de ti depende. Elimina, quando quiseres, a tua opinião e, tal um navio que dobrou o cabo, encontrarás logo bom tempo, todos os elementos acalmados e uma enseada ao abrigo das vagas.»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 153
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« 17 - Se não é conveniente, não o faças; se não é verdade, não o digas: pertençam-te todas as iniciativas!»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 152
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psykhé
«E a razão é que andamos sempre cheios das apreensões sobre o que os outros pensam de nós; e não do que nós mesmos pensamos.»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 150
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33 - «Procurar um figo na árvore, no Inverno, é loucura: o mesmo é reclamar o filho que a morte levou.»
Epicteto, Conversações, III, 24, 86-87
34 - «Ao abraçares o teu filho, é bom dizer para contigo: talvez amanhã já não existas. - Que presságio sinistro nestas palavras! - Nada de sinistro há aí, a simples indicação dum facto natural. Será um presságio sinistro dizer que as searas são para se ceifarem?»
Epicteto, Conversações, III, 22, 105.
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 147
Epicteto, Conversações, III, 24, 86-87
34 - «Ao abraçares o teu filho, é bom dizer para contigo: talvez amanhã já não existas. - Que presságio sinistro nestas palavras! - Nada de sinistro há aí, a simples indicação dum facto natural. Será um presságio sinistro dizer que as searas são para se ceifarem?»
Epicteto, Conversações, III, 22, 105.
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 147
' (...) começa a ser um homem enquanto tens tempo'
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João
Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 143
« (...); mas o homem é ele que se separa do seu próximo quando lhe vota ódio ou aversão, sem ver a triste consequência de se amputar ao mesmo tempo de todo o corpo social.»
« Em suma, não podemos comparar o raminho que continuou a crescer e a respirar na espessura da árvore com o ramo enxertado após ter sido arrancado, por mais que digam os jardineiros. Crescer sobre o mesmo tronco, mas não professar os mesmos princípios.»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 138/9
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Iníquo
adjectivo
1. contrário à equidade; injusto
2. perverso; mau
(Do latim iniqŭu-, «idem»)
1. contrário à equidade; injusto
2. perverso; mau
(Do latim iniqŭu-, «idem»)
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Porque as mulheres na solidão emurchecem
«Porque as mulheres na solidão emurchecem; os seios começam a pender-lhes, sobre o lábio cresce-lhes o buço e, de noite, ao adormecerem, sentem frio.»
Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 10
Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 10
Os seus corpos
«Os seus corpos, as suas almas tinham tomado a cor e a dureza das pedras, que parecia terem-se tornado uma parte deles mesmos; juntos suportavam a chuva, a canícula, a neve, como se tudo fossem homens, como se tudo fossem pedras. Quando um homem e uma mulher se isolavam dos outros, o padre vinha e os casava, não tinham palavras ternas para dizer, nem as conheciam; mudos, uniam os seus corpos sob a manta de rude lã e só pensavam numa coisa: gerar filhos, para lhes transmitirem essas pedras, essas montanhas, e a fome.»
Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 10
Fala Deus
Quem me procura, encontra-me.
Quem me encontra, conhece-me.
Quem me conhece, ama-me.
Amo a quem me ama.
Destruo quem amo.
SIDNA ALI
(Místico muçulmano do séc. IX)
Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa
Quem me procura, encontra-me.
Quem me encontra, conhece-me.
Quem me conhece, ama-me.
Amo a quem me ama.
Destruo quem amo.
SIDNA ALI
(Místico muçulmano do séc. IX)
Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa
«Politicamente, é um erro queimar pontes que não temos a certeza de não precisar a vir a passar.»
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 37
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p. 37
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TORRES
(Tranquilamente, para Cláudia)
Se há coisas que eu aprecie, é o espírito, a ironia subtil, o humor intelectual.
CLÁUDIA
(Compreendendo)
Eu também, mas não tenho muitas oportunidades. Talvez o defeito seja meu, não alcanço...
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p.28/9
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TORRES
«É, o homem escreve mal, mas, também, em troca do nada que lhe pagam, não tem obrigação de escrever melhor. A mim, o que me espanta não é o que os correspondentes da província escrevam quase todos mal, é a santíssima e inesgotável paciência que têm. Mandam vinte notícias, publica-se uma. Escrevem cem linhas, reduzimos a dez. Ou são masoquistas, ou têm vocação de mártires. Mas olhe que, quanto a escrever mal, não falta por aí quem escreva tão mal ou pior do que eles, e com muito maiores responsabilidades.»
José Saramago. A Noite. Editorial Caminho. Colecção ''O Campo da Palavra''. Lisboa, 1979., p.19
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terça-feira, 25 de outubro de 2011
« 36 - Ao fim e ao cabo, a podridão é que se encontra em último termo de tudo o que é material: da água, do pó, das ossadas, no remate duma infecção; ou por outra: o mármore que é? - uma crosta mais dura da terra; e o oiro?, e o dinheiro? - sedimentos vis; os vestidos - pelame de cabras; a púrpura - um pouco de sangue, e o resto pelo teor. O ar que respiras é coisa pelo estilo e cabe bem nessas categorias.»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 118
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011
« 59 - Como os homens são feitos uns para os outros, educa-os ou suporta-os.»
Livro VIII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 108
Livro VIII
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domingo, 23 de outubro de 2011
«(...) Não te queixes de pessoa alguma. Se és capaz, corrige-a; se és incapaz de o fazer, corrige ao menos o que ela fez; se até disto fores incapaz, de que serve lamentares-te? Não faças nada ao acaso.»
Livro VIII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 97/98
Livro VIII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 97/98
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« 16 - Lembra-te que mudar de opinião, seguir quem te ponha no bom caminho, é por igual fazer acto de liberdade, que é actividade própria tua, pois se desenvolve até ao fim a partir de um primeiro movimento e de um juízo que são teus, por aí em conformidade com a inteligência que tens.»
Livro VIII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 97
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DOR
« 64 - Toda a vez que a dor te bater à porta, lembra-te disto: não é vergonha nenhuma, a dor não lesa a inteligência que me governa; a dor não a corrompe na sua dimensão racional, nem na sua dimensão social.
Além disso, nas maiores dores, auxilie-te esta máxima de Epicuro: «A dor não é intolerável nem eterna se te lembrares dos seus limites e vires que para lá dos limites nada existe.» Lembra-te ainda que muitas coisas que nos enojam são, sem o parecer, verdadeiras dores, por exemplo a sonolência, o excesso de calor, a falta de apetite. Portanto, se algum destes achaques te apoquenta, diz para contigo: é a dor que me vence.»
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 91
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« 61 - A arte de viver assemelha-se à luta mais do que à dança pelo facto de termos de estar sempre em guarda e firmes contra os golpes que, sem aviso, caem sobre nós.»
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 90
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 90
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«57 - Estima só o que te acontece, o que forma a trama da tua vida.»
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 89
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HERMODORO
«Para quê esse optimismo? O império agonizante oferece aos bárbaros uma presa fácil. As cidades que o génio helénico e a paciência latina edificaram serão em breve tumultuadas por selvagens bêbedos. Na terra não haverá mais filosofia nem arte. As imagens dos deuses serão destruídas nos templos e nas almas. Será a noite do espírito e a morte do mundo.»
Anatole France. Thaïs.
Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p.
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hipogeu
adjetivo
[feminino:
hipogeia]
situado abaixo da superfície da terra |
nome masculino
1. | HISTÓRIA escavação subterrânea onde os Egípcios depositavam os seus mortos, cripta |
2. |
(Do grego hypógeion, «subterrâneo», pelo latim
hypogaeu-, «hipogeu; sepultura»)
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«(...), não nos resta mais do que a alegria cruel de nos vermos morrer.»
Anatole France. Thaïs.
Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p.
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«(...) a longa experiência ensinou-me que o povo é oprimido quando o governo é fraco.»
Anatole France. Thaïs.
Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p.
112
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''Quero ignorar e sofrer contigo''
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos
Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 108
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«Adão e Eva, sentindo a sua sombra pairar sobre eles, apertavam-se um contra o outro - e o seu amor recrudescia no medo.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 105
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 105
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«Não é verdade que ali está o teu rosto, e que aquela lágrima que desliza na tua face é uma lágrima verdadeira?»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 93
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por mim mesmo não sou senão fraqueza e perturbação
« - Escuta - pediu-lhe - não entrei só na tua casa. Um outro me acompanhava, um Outro que aqui está de pé ao meu lado. A este não o podes ver, porque a tua vista é ainda indigna de o contemplar. Mas bem cedo o verás no seu maravilhoso esplendor e dirás: ''Só ele merece o amor!'' Ainda agora, se não houvesse pousado a sua doce mão sobre os meus olhos, ó Thaïs, eu teria talvez caído contigo no pecado, porque por mim mesmo não sou senão fraqueza e perturbação.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 92
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011
«Alma ansiosa, vem possuir, enfim, o que desejavas! Coração ávido de alegria, vem provar as alegrias verdadeiras.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 91
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«Desde que te vi, sem saber quem fosses, senti que não eras um homem vulgar.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 90
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 90
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opróbrio
nome masculino
1. | afronta vergonhosa, injúria |
2. | vexame, vergonha |
3. | desonra |
4. | abjeção, ignomínia |
5. | desprezo |
(Do latim opprobrĭu-, «idem»)
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«Não me faças morrer! Tenho tanto medo da morte!...»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 89
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Prometo-te mais do que uma embriaguez florida
«Palavras fingidas. Mas o monge, animado de piedoso zelo, as proferia com um ardor sincero. Entretanto, Thaïs já olhava sem constrangimento aquele estranho ser que lhe causara medo. Paphnucio maravilhava-a, pelo aspecto rude e selvagem, pelo fulgor melancólico que inundava os seus olhos. Sentia-se curiosa da condição e da existência de um homem tão diferente de todos os que conhecia. Respondeu zombando docemente:
-Pareces muito precipitado na admiração, estrangeiro. Acautela-te, para que os meus olhares não te devorem até aos ossos. Livra-te de me amar!
Ele disse:
- Amo-te, ó Thaïs! Amo-te mais do que à minha vida e mais do que a mim mesmo. Deixei por ti o meu pobre deserto. Por ti, os meus lábios, votados ao silêncio, proferiram palavras profanas. Por ti, vi o que não devia ver e ouvi o que me era proibido ouvir. Por ti, a minha alma se perturbou, o meu coração se abriu, e dele jorraram ideias como as cascatas onde bebem as pombas. Por ti, caminhei dia e noite através de areias fervilhantes de insectos e de vampiros. Por ti, com os pés nus, pisei as víboras e os escorpiões. Sim, eu te amo! Mas não com o amor desses homens incendidos do desejo da carne, que te procuram como lobos esfomeados ou touros em fúria. Eles te querem como o leão quer a gazela. Carniceiros do amor, devoram-te até à alma, ó mulher! Eu porém te amo em espírito e em verdade: amo-te em Deus e pelos séculos dos séculos. O que tenho por ti no peito chama-se desvelo justo e caridade divina. Prometo-te mais do que uma embriaguez florida e mais do que ilusões de uma noite fugaz: prometo-te os santos banquetes e as núpcias do céu. A felicidade que te ofereço não acabará jamais: é inaudita. Inefável. E tal que, se os venturosos deste mundo pudessem entrever apenas uma sombra sua, logo morreriam deslumbrados. »
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 84
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«''Nada te deve desviar do cultivo da tua alma.''»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 80
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 80
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«A soleira da sua casa vivia enfeitada de flores e regada de sangue.»
(...)
«E, de tão amada, amava-se a si própria.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 75
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«Thaïs amava Lollius, com todos os furores da imaginação e todas as surpresas da inocência. Dizia-lhe, em plena verdade do seu coração:
- Nunca fui senão tua.
Lollius respondia:
- Tu não pareces nenhuma outra mulher.
O idílio durou seis meses, e se desfez um dia.
De repente, Thaïs sentiu-se vazia e só. Não reconhecia mais Lollius. Pensava:
''Que me teria transformado assim, num instante? Porque será que ele agora se parece com todos os outros homens, e não se parece consigo mesmo?''
Abandonou-o, não sem um secreto desejo de procurá-lo em algum outro, desde que não o encontrava mais nele próprio. Pensou também que viver com um homem a quem jamais houvesse amado seria bem menos triste do que viver com um homem a quem já não amava.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 73
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Thaïs fugia de Lollius
«Entretanto, presa de inquietação e de medo, Thaïs fugia de Lollius, mas sem cessar o via dentro de si mesma. Sofria e não sabia de quê. Perguntava-se porque havia mudado tanto, e de onde vinha a sua melancolia. Repeliu todos os amantes; causavam-lhe terror. Não queria mais ver a luz e deixava-se ficar o dia inteiro no leito, soluçando, cabeça escondida nos coxins. Lollius, tendo aprendido a penetrar no quarto, ia suplicar e maldizer aquela menina cruel. Thaïs resistia como se fosse uma virgem, e repetia:
- Não quero! Não quero!
Depois, quinze dias passados, entregou-se a ele e conheceu que o amava. Acompanhou-o à sua casa e não o deixou mais. Foi uma vida deliciosa. Levavam o dia inteiro isolados, olhos nos olhos, dizendo-se mutuamente cousas que só se dizem às crianças. À tarde, passeavam nas margens desertas do Oronte e perdiam-se nos braços de loureiros. Às vezes erguiam-se pela madrugada para colher jacintos nas encostas do Silpicus. Bebiam na mesma taça e, quando ela levava à boca um bago de uva, ele, com os dentes, tirava-o de entre os seus lábios.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 72/3
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« - Que eu não seja, Thaïs, a coroa que engrinalda a tua cabeleira, o manto que cinge o teu corpo encantador, a sandália do teu pé gentil! Mas desejo que me pises aos pés como uma sandália, e que as minhas carícias sejam o teu manto e a tua coroa. Vem, linda menina, vem à minha casa, e esqueçamos o universo.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 71
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quarta-feira, 19 de outubro de 2011
«Jungido à cruz, as mãos pregadas, não gemeu uma queixa. Apenas repetia num suspiro: ''Tenho sede''»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 67
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 67
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«O corpo e a face, vestidos de negro, perdiam-se na escuridão.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 61
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 61
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Thaïs perguntava:
« - Pai, porque cantas os anjos pousados no túmulo?»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 57
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«E, por um hábil artifício, o sangue golfou em borbotões do peito deslumbrante da virgem.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 53
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« - Mãe, não te exponhas às humilhações do vencedor. Não consintas que, arrancando-te de mim, ele te arraste indignamente. Antes, mãe querida, estende-me essa mão enrugada e chega aos meus lábios as tuas faces exaustas.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 52
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mirto
«Depois de desgraçar o inocente que perseguia com um amor incestuoso, Phedra, tu o sabes, morreu miseravelmente: recolheu-se ao quarto nupcial e, com o seu cinto de oiro, enforcou-se numa cavilha de marfim. Os deuses quiseram que o mirto, testemunha de tão cruel miséria, continuasse a trazer, nas suas folhas renovadas, picadas de agulhas.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 47
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«Os desertos estão povoados de fantasmas.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 44
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segunda-feira, 17 de outubro de 2011
« 21 - Dentro de pouco te esquecerás de tudo; dentro de pouco todos te esquecerão.»
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 83
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 83
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domingo, 16 de outubro de 2011
« 8 - Não te aflijas com o futuro. Lá chegarás, se tiver de ser, levando em ti a mesma razão de que te serves agora nas questões presentes.»
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 80
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 80
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« 6 - Quantos homens que andaram num mar de aplausos caíram hoje no esquecimento! E quantos que aplaudiam, há que séculos desapareceram!»
Livro VII
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 80
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« 54 - O que não é útil à colmeia também o não é à abelha.»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 77
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« 53 - Habitua-te a prestar a maior atenção ao que se te diz e, quanto possível penetra na alma daquele que te fala.»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 77
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 77
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« ama os homens que a sorte te deu por companheiros, mas ama-os do fundo do coração!»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 73
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«A própria vida de cada um de nós é alguma coisa de parecido à evaporação do sangue e à aspiração do ar.»
Marco Aurélio. Pensamentos. Versão Portuguesa de João Maia. Editorial Verbo, Lisboa, 1971., p. 67
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''Que homem é este, que não teme o sofrimento?'
« - Fora daqui, mendigo vil! - bramou o porteiro furioso.
E ergueu o bastão sobre o santo homem que, cruzando os braços, recebeu impassível o golpe em pleno rosto, e repetiu docemente:
- Faz o que te pedi, meu filho, eu te suplico.
Então o criado, todo trémulo, murmurou:
''Que homem é este, que não teme o sofrimento?''»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 33
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«'' É em vão que o metal glorifica esses falsos sábios. As suas mentiras estão desmascaradas, as suas almas mergulhadas no inferno. (...)''»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 33
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 33
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Nobel de Literatura de 1921
Desviei do teu amor o meu coração, Alexandria.
«Eis aí, pois, - monologou - a estância deliciosa em que nasci no pecado, o ar brilhante em que respirei venenosos perfumes, o voluptuoso mar onde escutei o canto das Sereias! Eis o meu berço carnal, minha pátria mundana! Berço florido, pátria ilustre, segundo o julgamento dos homens! É natural que os que nascem de ti Alexandria, te amem filialmente, eu fui gerado no teu seio magnificamente ornamentado. Mas o asceta despreza a natureza, o místico desdenha das exterioridades, o cristão olha a pátria humana como um lugar de exílio, o monge transcende da terra. Desviei do teu amor o meu coração, Alexandria. Odeio-te! Odeio-te pela tua riqueza, pela tua ciência, pela tua doçura e pela tua beleza. Sê maldito, templo de demónios! Leito impudico de gentios, púlpito empestado de arianos, sê maldito! E tu, alado filho do céu, guia do santo eremita António, nosso pai, quando, vindo do deserto, penetrou nesta cidadela de idolatria dos mártires, belo anjo do Senhor, criança invisível, sopro inicial de Deus, voa diante de mim, e embalsama com a palpitação das tuas asas o corrompido ar que vou respirar entre os tenebrosos príncipes do século!»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 30
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Nobel de Literatura de 1921
«O homem é um destroço, um ser para sempre perdido nos abismos e nas ressonâncias de várias tempestades, interiores ou não, habitando numa invisível calma que nos embala, suspeita: o hábito, esse acampamento de ilusões. »
no Prefácio
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p.13
no Prefácio
Eugenio Montale. Poesia. Selecção, tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim, Lisboa, 2004., p.13
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