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sábado, 24 de abril de 2021

 «Adão tem vinte e cinco anos, há meia hora ainda amava Eva com toda a fúria insensata dum primeiro amor, e a escada que vai descer tem três andares.»

André Brun. O Homem que Queria Conhecer as Mulheres. Atêtheia Editores, Lisboa, 2016., p. 5

 «Esta é a história de Adão, que, desprezando e humilhado por Eva, procura vingar-se. «E a primeira, a mais cruel vingança, (...) o amor no dia seguinte com outra mulher, dizer-lhe todas as palavras que a outra não quis ouvir, vesti-la de beijos que a outra desprezou e dar-lhe tanta felicidade que a outra se arrepende e nunca se console de não o ter sabido amar.» É então que Adão conhece o Diabo.»

André Brun. O Homem que Queria Conhecer as Mulheres.

terça-feira, 5 de maio de 2020

''caldo de osso''


Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 37

''com a alma na boca''


Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 36
«O que o confundia nesse olhar dela, que o atravessava, que o ignorava, era a ausência momentânea de ódio, banido pelo afluxo, pela amargura, pelo ardor, de uma irresistível saudade.»

Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 32
«Espevitou os carvões, na braseira que aquele Fevereiro áspero ainda requeria, e, sentindo um calor de sono, de exaustação, começar a possuí-la nebulosamente, abandonou-se, abençoou a brandura desse cair do pano, essa trégua fisiológica que era o melhor dos seus dias.»

Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 31
«Todo ele intumescia nesse apetite de bater, de esmagar, de afirmar a sua justiça, se alguém ousava acicatar-lhe o orgulho, contestar-lhe a autoridade, a razão.»

Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 31
«(...) cuspiu-lhe repetidas vezes para dentro, raivosamente, com um sorriso triste, mole, e falso, de cadela espancada e acovardada.»

Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 30

segunda-feira, 4 de maio de 2020

«E sabia, entretanto, visceralmente que o amava no próprio ódio (que fora o crime a alavanca sagrada desse horrível amor), nesses mesmos predicados físicos e morais que tanto a enojavam.»

Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 29

«Ficou só um castelo de cinza crepitando mansamente, num silêncio de redoma.»

Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 27/8
« A sombra das chamas, como um ninho de víboras, floria de remorso - mas que remorso? - e de saudade absurda a alvura em fuga da parede caiada, apojada de grumos que aquele luzeiro avolumava e que sempre eram, um por um, na hora da solidão, referências aos segredos antigos.
    Uma pequena fogueira num cinzeiro de louça. Apenas um papel a mirrar, já negro, encarquilhado, e sangrando ainda, pelo canto que sobrava, aquele resplendor de uma última e cínica despedida.»

Urbano Tavares Rodrigues. Bastardos do Sol. Prefácio de Claude Michel Cluny. Círculo de Leitores, 1974., p. 27

segunda-feira, 22 de julho de 2019


«De toalhas de sangue e de feridas por fechar eram, por então, os pesadelos que me visitavam.»

Mário Cláudio. A Ilha do OrienteSociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 111

domingo, 21 de julho de 2019

«LEONARDO - E aqui esteve Cefísia, a que chamam de lírio, que Narciso já foi, sobre pântanos e charcos onde um rosto solitário se estampava.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 109
«Estirava-se no feno, abria as pernas rotundas, de verdade, como se fossem o compasso de um cartógrafo. Quantas vezes suguei eu, eu sei lá quantas, a medalha de seus seios.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 107

''paladar das amoras

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 104

«Tinha ela a cara imunda e verde, como alga corroída, com um licor que me arranhava as veias da garganta.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 103

''Vento e relâmpagos, na distância.''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 101

''penugem orvalhada''

''penumbra marmórea''

«(...) Os ombros são muito direitos, fabricados por Deus para suportar agasalhos únicos,»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 66
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