«Decerto - disse consigo mesmo - o tempo não tem nenhuma realidade. É uma pura ilusão do nosso espírito. Ora, se ele não existe, como poderei trazer a minha morte?...Será que viverei eternamente? Não, mas daí concluo que a minha morte é e foi sempre a mesma que será para sempre. Eu não a sinto ainda, e todavia ela é, e não a devo temer, porque seria uma loucura temer a vida de uma cousa que já veio. Ela existe como a derradeira página de um livro que eu leio e ainda não acabei.»
Anatole France. Thaïs. Tradução de Sodre Viana. Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 2ª ed., p. 149