quinta-feira, 28 de junho de 2012
« - Devo dizer-lhe, Gavrila Ardalionovitch - disse bruscamente o príncipe -, que é verdade que a doença que me afligiu noutros tempos, a ponto de me tornar quase idiota. Mas agora estou curado e já há muito tempo. Por isso, acho bastante desagradável que me trate abertamente de idiota. Se bem que os seus infortúnios lhe possam servir de desculpa, está transtornado a pontp de ser a segunda vez que me insulta. Isso desagrada-me, sobretudo tratando-se, como é o caso, do primeiro encontro. Estamos numa encruzilhada, o melhor será que nos separemos. (....)»
Fëdor Mixajlovič Dostoevskij. O Idiota. Tradução de Jorge Sampaio. Círculo de Leitores, Lisboa, 1978., p. 93/4
Etiquetas:
autores russos,
Dostoiévski,
o idiota
Talvez diga, por vezes, coisas estranhas...»
« Sei melhor do que ninguém que vivi menos tempo do que qualquer outro e compreendo a vida menos do que quem quer que seja. Talvez diga, por vezes, coisas estranhas...»
Fëdor Mixajlovič Dostoevskij. O Idiota. Tradução de Jorge Sampaio. Círculo de Leitores, Lisboa, 1978., p. 68
Fëdor Mixajlovič Dostoevskij. O Idiota. Tradução de Jorge Sampaio. Círculo de Leitores, Lisboa, 1978., p. 68
Etiquetas:
autores russos,
Dostoiévski,
o idiota
terça-feira, 26 de junho de 2012
Acaso não era possível viver fria, como a água de uma nascente, ignorando a febre amorosa?
«Acaso não era possível viver fria, como a água de uma nascente, ignorando a febre amorosa? Mas dava-se conta e estremecia: a vida tinha-a destroçado e pisado no seu almofariz sem curá-la dessa loucura e ''isso'', naturalmente, ia começar agora...Não escaparia ao inevitável.»
Alexéi Tolstói. A Víbora. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 191
Etiquetas:
A Víbora,
contos soviéticos,
Liev Tolstói
Não esquecia o passado. Vivia solitária, duramente.
«Não esquecia o passado. Vivia solitária, duramente. Mas a rudeza da vida de campanha ia-a deixando pouco a pouco. Olga voltava a ser mulher...
Alexéi Tolstói. A Víbora. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 183
Alexéi Tolstói. A Víbora. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 183
Etiquetas:
A Víbora,
contos soviéticos,
Liev Tolstói
«Qual pássaro que voa com ímpeto num céu ventoso, enlouquecido, e de repente, partidas as asas, se abate sobre o chão como uma bola de penas, toda a vida de Olga, o seu amor inocente e apaixonado, se rompeu, se truncou; e começou para ela uma existência sem sentido, dura e incolor.»
Alexéi Tolstói. A Víbora. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 181
Etiquetas:
A Víbora,
contos soviéticos,
Liev Tolstói
«A sua alma cobria-se de cicatrizes como uma ferida curada.»
Alexéi Tolstói. A Víbora. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 147
Etiquetas:
contos soviéticos,
Liev Tolstói
segunda-feira, 25 de junho de 2012
«Considerava a vida como uma tarefa séria, via e pensava demasiado, e vivia num alarme perpétuo. Tudo um coro discordante de perguntas estranhas ao espírito desta mulher, gritavam na minha alma.»
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 136
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki
''O amor e a fome governam o mundo''
«Não direi que amava o seu próximo, não; ela sentia prazer em observá-lo. Às vezes acelerava ou complicava a evolução dos pequenos dramas da existência entre os esposos e os amantes, fomentando habilmente os ciúmes de uns e a aproximação de outros, e esse jogo perigoso apaixonava-a muito.
''O amor e a fome governam o mundo'', e a filosofia é a sua desgraça - dizia -. Vive-se para amar; isso é o mais importante da vida.»
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 133
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki
«Mas há sentimentos, pensamentos e conjecturas das que não se falam senão à mulher amada. Há um momento no comportamento para com a mulher em que se deixa de ser um só e se abre só a ela como o crente para com o seu deus.»
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 131
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki,
mulher amada
«(...) eu não possuía a arte de castigar o próximo sem ferir o seu amor próprio.»
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 126
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki
«Não há mulher que se respeite que não goste de ser lisonjeada.»
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 123
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki
''(...) parecia que tudo em volta se fundia num abismo húmido e sem fundo.''
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 112
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki
''endureci-me e tornei-me mais azedo''
«(...) tive um sem fim de impressões e de aventuras, endureci-me e tornei-me mais azedo, mas, no entanto conservei na minha alma a doce imagem imperecível daquela mulher, embora tivesse encontrado outras melhores e mais inteligentes do que ela.»
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 111
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki
«Amava aquela mulher até à loucura e a minha piedade por ela esta cheia de angústia e de raiva.»
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 104
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 104
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki
« (...) sorria com um sorriso que é absolutamente indispensável ao coração de um jovem de vinte anos, a um coração ferido pela rudeza da sua vida.»
Máximo Górki. O Primeiro Amor. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 96
Etiquetas:
contos soviéticos,
máximo Górki
Máximo Górki
''...A coisa mais inteligente que o homem pode ter, é saber amar a mulher, inclinando-se perante a sua beleza: do amor pela mulher nasceu toda a beleza que há no mundo.''
Etiquetas:
autores russos,
máximo Górki
Converter num deserto este país de canalhas
« - Oh, monsieur! Eu tenho a minha teoria: tudo, até aos alicerces. Compreende-me? Converter num deserto este país de canalhas. Temos cento e quarenta milhões de habitantes, mas só dois ou três milhões têm direito a viver. A flor da raça: a literatura, as artes, a ciência. Sou materialista. Os outros cento e trinta e sete milhões, serão convertidos em adubo! Compreende? Nada de superfosfatos, sais de nitrato, salitre! Adubar os campos com milhões de indivíduos! Os mujiks, os rufiões, a canalha rebelde: Todos para a máquina! Uma espécie de grão de café moído. Para reduzi-los a papa! Essa papa, uma vez prensada e seca, será derramada pelos campos, por todos os lugares em que a terra é má. Sobre esses campos assim adubados levantaremos a nova civilização dos eleitos.»
Boris Lavreniov. Uma Coisa Bem Simples. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980, p. 50
Etiquetas:
autores russos,
boris lavreniov
conluio
1. | combinação entre duas ou mais pessoas para prejudicar outrem |
2. | maquinação; trama |
(Do latim colludĭu-, «jogo entre muitos; conluio»)
bonomia
nome feminino
1. | bondade natural aliada à simplicidade de maneiras |
2. | paciência |
(Do francês bonhomie, «idem»)
«Vê-se que é um descrente. E o seu nome é mais de cão do que de pessoa! Cout...Cout...! Oh, quantos porcos tem este mundo!»
Boris Lavreniov. Uma Coisa Bem Simples. Contos soviéticos. Tradução de Sampaio Marinho. Edições Progresso, 1980
Etiquetas:
autores russos,
boris lavreniov
quinta-feira, 21 de junho de 2012
eu sou a inércia criminosa e o exílio dos cães
tenho a amizade dos gatos e dos pobres
todas as minhas esposas me foram infiéis
soçobraram numa insensível loucura
das imagens e não das das almas
eles dizem que estou doido
mas o que estou é sozinho
um pouco triste
escutai-me
vou contar-vos tudo...
eu tinha-lhe dado uma cabra...
não
não estou doido
se me deres um cigarro eu continuo a história...
Tahar Ben Jelloun. Arzila. Estação de espuma.Texto Bilingue. Tradução de Al Berto Ilustrações de Luís Miguel Gaspar. Hiena Editora. Lisboa, 1987
Fui profeta da sabedoria e da verdade. Possuía as chaves da cidade. Senhor dos mares e dos pecadores. Sou hoje um cemitério de terracota. O mais belo cemitério onde vem desenvolver-se a loucura, onde dormem homens loucos de bondade, doentes por amor, doentes de razão.
Tahar Ben Jelloun. Arzila. Estação de espuma.Texto Bilingue. Tradução de Al Berto Ilustrações de Luís Miguel Gaspar. Hiena Editora. Lisboa, 1987
Ele abandonou a família
deixou crescer a barba
e encheu a sua solidão com pedras e sombra
Chegou ao deserto
a cabeça enrolada num sudário
o sangue derramado
em terra ocupada
E não era
nem herói nem mártir
era
cidadão do sofrimento
Tahar Ben Jelloun. Arzila. Estação de espuma.Texto Bilingue. Tradução de Al Berto Ilustrações de Luís Miguel Gaspar. Hiena Editora. Lisboa, 1987
deixou crescer a barba
e encheu a sua solidão com pedras e sombra
Chegou ao deserto
a cabeça enrolada num sudário
o sangue derramado
em terra ocupada
E não era
nem herói nem mártir
era
cidadão do sofrimento
Tahar Ben Jelloun. Arzila. Estação de espuma.Texto Bilingue. Tradução de Al Berto Ilustrações de Luís Miguel Gaspar. Hiena Editora. Lisboa, 1987
As raparigas
de ruiva cabeleira
esperam
a alma velada
lêem no horizonte do mar
por trás do véu branco da ilusão
o limite e os perfumes das areias
recostadas sobre os meandros
azuis do vento norte
pardais
perdem-se em suas cabeleiras
entrançadas de paciência
Tahar Ben Jelloun. Arzila. Estação de espuma.Texto Bilingue. Tradução de Al Berto Ilustrações de Luís Miguel Gaspar. Hiena Editora. Lisboa, 1987
de ruiva cabeleira
esperam
a alma velada
lêem no horizonte do mar
por trás do véu branco da ilusão
o limite e os perfumes das areias
recostadas sobre os meandros
azuis do vento norte
pardais
perdem-se em suas cabeleiras
entrançadas de paciência
Tahar Ben Jelloun. Arzila. Estação de espuma.Texto Bilingue. Tradução de Al Berto Ilustrações de Luís Miguel Gaspar. Hiena Editora. Lisboa, 1987
A madrugada roça a vaga
lambe as botas dos pescadores adormecidos
desune as mãos calosas do servente de pedreiro
desperta os seios nus das raparigas que amassam o pão
e afasta-se para o céu
onde crianças magoadas
andam à procura de lume
Tahar Ben Jelloun. Arzila. Estação de espuma.Texto Bilingue. Tradução de Al Berto Ilustrações de Luís Miguel Gaspar. Hiena Editora. Lisboa, 1987
lambe as botas dos pescadores adormecidos
desune as mãos calosas do servente de pedreiro
desperta os seios nus das raparigas que amassam o pão
e afasta-se para o céu
onde crianças magoadas
andam à procura de lume
Tahar Ben Jelloun. Arzila. Estação de espuma.Texto Bilingue. Tradução de Al Berto Ilustrações de Luís Miguel Gaspar. Hiena Editora. Lisboa, 1987
domingo, 17 de junho de 2012
O Pai
Na minha casa tenho as opiniões que me apetece. Não deixarei impor o silêncio na minha própria casa...
Bertold Brecht. «O Espião» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 260
Na minha casa tenho as opiniões que me apetece. Não deixarei impor o silêncio na minha própria casa...
Bertold Brecht. «O Espião» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 260
«Eu, Bertold Brecht, vim das florestas
negras.
A minha mãe também de lá veio
quando eu habitava no seu corpo.
Nas cidades, o frio das florestas negras.
Estará comigo até ao dia da minha
morte.
As coisas pertencem a quem as tornar
melhores.»
Bertold Brecht. «O Espião» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 255
declaração de Samuel Beckett ao tribunal pedindo a absolvição de Fernando Arrabal «Se existe culpa, que ela seja analisada à luz do grande mérito de ontem e da grande promessa de amanhã e, portanto, perdoada. Que Fernando Arrabal seja entregue à sua própria pena.»
Etiquetas:
Fernando Arrabal,
Samuel Beckett
Tasla
Coragem! Não há motivo para corares de vergonha.
Viloro, entusiasmado
Acontece-me sem eu querer.
Tasla
De repente?
Viloro
Enfim, não é bem, mas quase.
Arrabal. «A Bicicleta do Condenado» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 214
Etiquetas:
dramaturgo e cineasta espanhol,
escritor,
Fernando Arrabal,
teatro
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Senhor Orlas
Jean Anouilh. «Cecile ou a escola de pais» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 198
«Não é preferível a um lar, com filhos, a gritar agarrados às tuas saias, uma criada e as suas caçarolas para tomar conta? O amor afoga-se na vida de todos os dias. O nosso amor será todas as manhãs uma coisa nova a conquistar e a defender. Teremos cenas horrorosas, torturar-nos-emos atrozmente um ao outro, despedaçar-nos-emos todos os dias, sem podermos passar um sem o outro; ambos escravos e tiranos. Os homens hão-de desejar-te em todas as festas onde passaremos as noites, e o seu desejo revelar-te-á a ti própria. Tu divertir-te-ás a fazer-me sofrer e eu nunca saberei se tu me amas verdadeiramente, nem o que escondem os teus sorrisos; e se acontecer estares longe uma hora, um dia...um verme roer-me-á para sempre o coração. Porque tu mentir-me-ás sempre e serás para mim um eterno mistério...Viver é isto, Araminthe! É isto, ser mulher e amar!»
Jean Anouilh. «Cecile ou a escola de pais» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 198
Senhor Orlas
Jean Anouilh. «Cecile ou a escola de pais» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 180
«(...) Quando me fecho no meu gabinete, todos pensam que estou a trabalhar, não é assim? ( Em quê, meu Deus?Nunca fiz nada na minha vida!) A casa inteira caminha nas pontas dos pés para não me incomodar. E sabe o que eu faço nesse santuário? Fico sentado horas e horas a olhar a mesa em frente de mim.»
Jean Anouilh. «Cecile ou a escola de pais» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 180
Garcin
Morri cedo demais. Não me deram tempo para realizar os meus actos.
Inês
Morre-se sempre demasiado cedo - ou demasiado tarde...E no entanto a vida lá está, terminada, o traço marcado, é preciso fazer a soma. Tu não és nada além da tua vida.
Garcin
Víbora! Tens resposta para tudo.
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 140/1
Morri cedo demais. Não me deram tempo para realizar os meus actos.
Inês
Morre-se sempre demasiado cedo - ou demasiado tarde...E no entanto a vida lá está, terminada, o traço marcado, é preciso fazer a soma. Tu não és nada além da tua vida.
Garcin
Víbora! Tens resposta para tudo.
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 140/1
Etiquetas:
Jean-Paul Sartre,
Morte,
teatro,
vida
Garcin
«Dar-te-ei o que puder. Não é muito. Não te amarei; conheço-te demasiadamente bem.»
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 123
«Dar-te-ei o que puder. Não é muito. Não te amarei; conheço-te demasiadamente bem.»
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 123
Inês
«Vem! Serás o que tu quiseres, água pura, água suja; encontrar-te-ás no fundo dos meus olhos tal como te desejas.»
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 122
«Vem! Serás o que tu quiseres, água pura, água suja; encontrar-te-ás no fundo dos meus olhos tal como te desejas.»
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 122
Inês
(...) Eu sou perversa.
Garcin
Sim. Eu também sou.
Inês
Não, você não é perverso, você é outra coisa.
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 92
(...) Eu sou perversa.
Garcin
Sim. Eu também sou.
Inês
Não, você não é perverso, você é outra coisa.
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 92
ESTELA
«Ah! sim, por dentro...Tudo o que se passa na cabeça é tão vago que me dá sono. (Um tempo). Tenho no meu quarto de dormir seis enormes espelhos. Estou a vê-los. Mas eles não me vêem. Reflectem a «Causeuse», o tapete, a janela...Como é vazio um espelho que não reflectia minha imagem. Enquanto falava procurava sempre a maneira de ter um espelho onde me pudesse ver. Falava e via-me falar. Via-me como os outros me viam e isso mantinha-me viva. (Com desespero). O meu bâton? Tenho a certeza que o pus mal. Não posso ficar sem espelho para a toda a eternidade.»
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 92
ESTELA
«Não posso suportar que esperem qualquer coisa de mim. Apetece-me imediatamente fazer o contrário.»
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 85
Garcin
(...)
«Não chora; ela nunca chorava. Está um belo dia de sol e ela está toda de negro na rua deserta, com os seus grandes olhos de vítima. Ah! Ela irrita-me.»
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 79
Garcin
«Compreendo muito bem que a minha presença a incomode. Pessoalmente, também preferia estar só. Necessito de pôr a minha vida em ordem e tenho absoluta necessidade de me concentrar. Mas estou certo que nos poderemos habituar um ao outro; não falo, não me mexo e faço pouco barulho. Simplesmente, se me permite dar-lhe um conselho, precisamos de conservar entre nós uma grande delicadeza. Essa será a nossa melhor defesa.»
Jean Paul-Sartre. A Porta Fechada in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 72
domingo, 3 de junho de 2012
«Oh, Capaneu, já que o teu orgulho não se modera, mais ainda serás castigado; a dor que a tua raiva trará será o teu pior martírio.»
Dante. A Divina Comédia (Tomo I). Tradução Rui Viana Pereira. Ediclube., p. 54
Etiquetas:
a divina comédia,
Dante Alighieri
não meter prego nem estopa
não tomar parte num acto ou numa discussão, não emitir opinião, não ter nada a ver com o assunto
''não se voltou demasiado contra si próprio''
«Todos temos mais ou menos essa fraqueza; connosco, somos indulgentes, e descarregamos toda a nossa ira para cima do próximo: um criado, um subordinado, a própria esposa, às vezes até uma cadeira que voa pelos ares e vai espedaçar-se contra a porta.»
Nikolai Gógol. Almas Mortas. Círculo de Leitores, 1ª Edição, 1977, p. 187
Etiquetas:
autores russos,
Nikolai Gógol
facúndia
nome feminino
1. | elocução fácil |
2. | eloquência |
3. | verbosidade |
(Do latim facundĭa- «eloquência»)
Etiquetas:
língua portuguesa,
significados
« - Permite a estes humildes mortais a ousadia de lhe perguntarem qual o objecto dos seus pensamentos?»
Nikolai Gógol. Almas Mortas. Círculo de Leitores, 1ª Edição, 1977, p. 179
Nikolai Gógol. Almas Mortas. Círculo de Leitores, 1ª Edição, 1977, p. 179
Etiquetas:
autores russos,
Nikolai Gógol
«Duas rolas te mostrarão
O meu cadáver gelado,
E os seus arrulhos te dirão
Que morri de tanto chorar.»
Nikolai Gógol. Almas Mortas. Círculo de Leitores, 1ª Edição, 1977, p. 172
Etiquetas:
autores russos,
Nikolai Gógol,
versos
«''O que é a vida? Um vale de amarguras. O que é o mundo? Um amálgama de seres insensíveis.''»
Nikolai Gógol. Almas Mortas. Círculo de Leitores, 1ª Edição, 1977, p. 172
Nikolai Gógol. Almas Mortas. Círculo de Leitores, 1ª Edição, 1977, p. 172
Etiquetas:
autores russos,
Nikolai Gógol
Boris Lavreniov (1891 - 1959)
''Na literatura, tal como na vida, detesto atitudes de orgulho, a afectação, a enfatuação, os trejeitos. Não gosto de escritores que se apresentam a si mesmos como cálices de eleição, que não falam uma linguagem humana e preferem os oráculos sentenciosos. Amo a língua viva e popular; cuido da sua pureza e luto por ela'', escreveu Boris Lavreniov na sua autobiografia, terminada pouco antes da sua morte.
Etiquetas:
autores russos,
boris lavreniov
«Giulia
Então, ao menos, mata-me.
André, encolhendo os ombros com indeferença
Podes matar-te a ti mesma.»
Luigi Pirandello. O Torno in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 52
Giulia
«Fica a meio da sala com os olhos terrivelmente fixos num pensamento cruel.»
Luigi Pirandello. O Torno in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 32
hodierno
do dia de hoje; de agora; atual; moderno |
(Do latim hodiernu-, «idem»)
Etiquetas:
língua portuguesa,
significados
imorredouro
1. | que não é morredouro |
2. | que não acaba; imperecível |
3. | imortal; eterno |
4. | perdurável |
(De in-+morredouro)
Etiquetas:
língua portuguesa,
significados
Subscrever:
Mensagens (Atom)