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domingo, 15 de novembro de 2015
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
terça-feira, 7 de julho de 2015
«O escritor que se deixa enganar pelos sentimentos não deve ser levado em linha de conta com o escritor que não se deixa enganar nem pelos sentimentos nem por si próprio. A juventude propõe a si mesma lucubrações sentimentais. A idade madura começa a raciocinar sem perturbações. Ele só sentia, agora pensa.»
Conde de Lautréamont. Cantos de Maldoror. Trad. Pedro Tamem. Prefácio Jorge de Sena, 2ª edição, Moraes Editores,Lisboa, 1979, p. 290
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quinta-feira, 6 de março de 2014
quarta-feira, 13 de março de 2013
«Cesare Pavese, um homem em busca da Morte.»
Manuel de Seabra no prefácio
Cesare Pavese. A Lua e as Fogueiras. Tradução e Prefácio de Manuel Seabra. Livros de bolso. Editora Arcádia, Lisboa., p. 10
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«(...) - Causo-te repugnância, Cate? - disse-lhe baixo, troçando. Sentiu-se apanhada de surpresa e baixou os olhos e a voz. - Porquê? - balbuciou, ela que só truncava as conversas.
-Éramos novos, - recordei. - As coisas nunca acontecem a tempo.»
Cesare Pavese. Antes que o Galo Cante. Tradução de Fernanda Barreira.Editora Arcádia, Lisboa,
p. 154
«-Este governo, - continuava o velho, - não pode durar mais.
-Mas é por isso que dura. Todos dizemos «Está morto» e ninguém faz nada.
- Tu que dizes? Que é que se há-de fazer? - perguntou Cate muito séria.
Calaram-se todos e olharam-me.
- Matar, - disse. - Tirar-lhes o poder. Continuar a guerra aqui em casa, enquanto aquelas cabeças não mudarem. Só ficarão tranquilos quando sentirem as bombas.»
-Mas é por isso que dura. Todos dizemos «Está morto» e ninguém faz nada.
- Tu que dizes? Que é que se há-de fazer? - perguntou Cate muito séria.
Calaram-se todos e olharam-me.
- Matar, - disse. - Tirar-lhes o poder. Continuar a guerra aqui em casa, enquanto aquelas cabeças não mudarem. Só ficarão tranquilos quando sentirem as bombas.»
Cesare Pavese. Antes que o Galo Cante. Tradução de Fernanda Barreira.Editora Arcádia, Lisboa, p. 150
«Era doce o barulho da chuva.»
Cesare Pavese. Antes que o Galo Cante. Tradução de Fernanda Barreira.Editora Arcádia, Lisboa, p. 95
Uma rapariga como outra qualquer
«-Tão-pouco julgava, desculpe, que você se entendia com Concia.
Giannino ficou um pouco taciturno e voltou aos vidros.
-Uma rapariga como outra qualquer, - disse finalmente. - Mas é muito ignorante. O velho tirou-a do carvoeiro. A velha Spanó
queria apanhá-la em casa.
- É arrogante?
-É uma criada.
-Mas é bem feita, à parte o focinho.
- Diz bem, - anuiu Giannino pensativo. - Esteve tanto tempo nos estábulos a guardar porcos, que tem um pouco o focinho dos animais.
Éramos crianças quando andávamos com o velho Spanó pela montanha, e ela levantava a saia para sentar a pele nua sobre a erva, como os cães. Foi a primeira
mulher que toquei. Sobre as nádegas tinha calo e crosta. »
Cesare Pavese. Antes que o Galo Cante. Tradução de Fernanda Barreira.Editora Arcádia, Lisboa., p. 67
Elena
«Stefano gostaria que ela viesse de manhã e lhe entrasse na cama como uma mulher e não como um sonho que não pede palavras nem compromissos. As pequenas demoras de Elena, a excitação das suas falas, a sua presença simples, davam-lhe desejos.»
Cesare Pavese. Antes que o Galo Cante. Tradução de Fernanda Barreira.Editora Arcádia, Lisboa, p. 39
sábado, 9 de março de 2013
domingo, 9 de setembro de 2012
Muda é a noite, cega a madrugada.
Meu silêncio, perdão! A minha voz
Violando a lei apenas pressentida,
É tímida a voz do viajante,
Suplicando guarida na jornada...
António Quadros. Além da Noite. Poemas. Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 1949., p. 23
domingo, 17 de junho de 2012
Tasla
Coragem! Não há motivo para corares de vergonha.
Viloro, entusiasmado
Acontece-me sem eu querer.
Tasla
De repente?
Viloro
Enfim, não é bem, mas quase.
Arrabal. «A Bicicleta do Condenado» in Teatro Contemporâneo. I antologia de teatro. Pirandello - Sartre - Anouilh - Arrabal - Brecht - Ionesco. Selecção de textos de Jacinto Ramos e Trad. de Virgínia Mendes. Editorial Presença, Lisboa, 1965., p. 214
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terça-feira, 6 de setembro de 2011
IRMA, cuidadosa
«Há sangue por toda a parte...
(...)
Ouve-se, no mesmo instante,
um grande grito de dor, lançado
por uma mulher que não se vê.»
«Há sangue por toda a parte...
(...)
Ouve-se, no mesmo instante,
um grande grito de dor, lançado
por uma mulher que não se vê.»
Jean Genet. A Varanda.
Tradução de Armando da Silva Carvalho.Colecção Presença/Nova Série, Lisboa,
1976., p.20/1
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As actrizes
«As actrizes não devem substituir as palavras do texto por outras mais suaves. Podem muito bem recusar-se a representar a minha peça - serão substituídas por homens. Se não querem dizer o meu texto, ao menos digam as palavras ao contrário.»
Jean Genet. A Varanda. Tradução de Armando da Silva Carvalho.Colecção Presença/Nova Série, Lisboa, 1976.,
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*
A minha mulher ausente um dia ou dois.
Acordo mais gasto e só, a tempestade que me
envelheceu: destilada numa pele de neve do passado,
um cobertor tão fino que por ele se vêem folhas de erva.
Ali, atrás dos teixos, a neve faz sombras brancas,
dissolve-se no beijo oblíquo do sol e espalha-se
ao longo do relvado, como se dissesse:
Dá-me uma hora mais, e eu partirei depois.
John Updike. Ponto Último e outros poemas. Tradução de Ana Luísa Amaral. Civilização Editora, Porto, 2009., p. 13
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