Olho-te pelo reflexo
do vidro
e o coração da noite
E o meu desejo de ti
são lágrimas por dentro,
tão doídas e fundas
que se não fosse:
o tempo de viver;
e a gente em social desencontrado;
e se tivesse a força;
e a janela ao meu lado
fosse alta e oportuna,
invadida de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti
de Coisas de Partir
Ana Luísa Amaral. Anos 90 E Agora. Uma antologia da nova poesia portuguesa. Selecção e organização Jorge Reis-Sá. Edições Quasi. 3ª Edição.
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quinta-feira, 10 de outubro de 2013
terça-feira, 6 de setembro de 2011
«Penso nos que amei e nos que vi morrer »
John Updike. Ponto Último e outros poemas. Tradução de Ana Luísa Amaral. Civilização Editora, Porto, 2009., p. 32
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«Um escritor, mesmo parecendo ter um coração de pedra,
precisa de cuidados.»
John Updike. Ponto Último e outros poemas. Tradução de Ana Luísa Amaral. Civilização Editora, Porto, 2009., p. 21
precisa de cuidados.»
John Updike. Ponto Último e outros poemas. Tradução de Ana Luísa Amaral. Civilização Editora, Porto, 2009., p. 21
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*
A minha mulher ausente um dia ou dois.
Acordo mais gasto e só, a tempestade que me
envelheceu: destilada numa pele de neve do passado,
um cobertor tão fino que por ele se vêem folhas de erva.
Ali, atrás dos teixos, a neve faz sombras brancas,
dissolve-se no beijo oblíquo do sol e espalha-se
ao longo do relvado, como se dissesse:
Dá-me uma hora mais, e eu partirei depois.
John Updike. Ponto Último e outros poemas. Tradução de Ana Luísa Amaral. Civilização Editora, Porto, 2009., p. 13
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