"Não há - nem mesmo tu - quem te perdoe a beleza. Não há - e mesmo tu - quem faça mais do que desatar a rir-se perante as indeslindáveis maldições que te oprimem. Não serão mais, dentro em breve, do que a memória da tua beleza. Dela restará o canto, depois o canto deste poema de onde desertas, e talvez mais longe esta ideia de miséria infinita. Trabalha. Manifesta com brilho o que o mundo em ti já condenou, e não os astros. Concede à puta a mais fria aparência. Extraídos da tua vergonha, os mais selvagens adornos terrestres vão enfeitar-te o ser. Mas quem, mas qual demónio - ou tu - se obstina em fazer-te soçobrar?"
Jean Genet. "No Sentido da Noite"