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domingo, 14 de março de 2021

Ó PORTUGAL SER PROFUNDO (excerto)


Ó meu Portugal que foste,
Que foste grande no mundo,
Abre as asas, abre as velas,
Revela o ter ser profundo.


Em cada volta do tempo,
De novo começa o mundo.
Juventude, redescobre
O Portugal mais profundo!

António Quadros
, 10 de Junho de 1980

segunda-feira, 29 de junho de 2015

ONDE MORREM OS SONHOS
"Há-de haver um fundo inesperado no extremo oposto onde
morrem os sonhos, sob os pés onde procuramos a própria
sombra, fundida talvez à luz que um dia ameaçou o regresso
das dores passadas, logo a seguir à infância, muito antes da
poesia."
-"Ou a Empatia"
- António Quadros Ferro

domingo, 28 de abril de 2013

«Se o sentimento religioso morre, fazendo desaparecer a via mística do conhecimento, se a razão abre falência, na crise do positivismo, do idealismo germânico e, de um modo geral, das conglomerações de ideias tendentes e eternizar e a universalizar os conceitos, o homem vê-se então perdido num universo onde tudo lhe é estranho e cuja linguagem não entende. O homem é um estrangeiro em terra alheia e, ignorando o código por que deve comportar-se, não pode senão comportar-se sem código ou por um código interior. É o tema de O Estrangeiro.»



In Prefácio, António Quadros



Albert Camus. Os Justos. Prefácio António Quadros. Edição Livros do Brasil, Lisboa., p. 18/9

Albert Camus

 
«Albert Camus impôs-se-me antes de mais nada como um dos poucos escritores sérios da nossa época (não são tantos, os escritores sérios, como o dá a entender a «bibliografia da fama literária»...) Escritor sério porque, para ele, a literatura não era um jogo, um pretexto para a afirmação pessoal, um meio de atingir a glória, uma actividade gratuita e sem responsabilidade no próprio destino do mundo ou ainda uma forma de enfeudamento às suspeitas forças de uma sociedade egolátrica ou desviada do seu mais fundo sentido criador. É este o ponto culminante do parentesco que me sinto com Albert Camus.»
 


In Prefácio, António Quadros



Albert Camus. Os Justos. Prefácio António Quadros. Edição Livros do Brasil, Lisboa., p. 14
« A única reforma subsistente será a reforma espiritual, que volte a colocar a Verdade no vértice da hierarquia dos valores.»


In Prefácio, António Quadros



Albert Camus. Os Justos. Prefácio António Quadros. Edição Livros do Brasil, Lisboa., p. 12-13

domingo, 9 de setembro de 2012

Um grande azul sem fim e sem distância.
Um doce vento simples sem motivo.
Uma terra fecunda de mistério.
O Universo flutuante, e sem limites.

Só há em mim perguntas sem resposta,
Instinto para amar, para durar.
A grande porta abrir-se-á um dia,
E tudo será noite, ou vida, ou luz.

Quero apenas durar e perguntar,
Nada mais tem resposta, nada mais.
Eis a curta canção da minha vida
Eis a curta canção de todos nós.


António Quadros. Além da Noite. Poemas. Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 1949., p. 31


Muda é a noite, cega a madrugada.
Meu silêncio, perdão! A minha voz
Violando a lei apenas pressentida,
É tímida a voz do viajante,
Suplicando guarida na jornada...




António Quadros. Além da Noite. Poemas. Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 1949., p. 23
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