Verrà la morte e avrà i tuoi occhi.
Cesare Pavese
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sábado, 11 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
FRANCISCO DUARTE MANGAS acerca de CESARE PAVESE
«A memória da luta parece infinita. Tecida na mais íntima matéria perecível, tão frágil, afinal, é de verdade. Sempre que releio Pavese, paro nas colinas: vício absurdo, eu sei.»
[Virá a Morte e Terá os Teus Olhos]
Tu não sabes as colinas
onde se derramou o sangue.
Todos nós fugimos
todos nós largámos
a arma e o nome. Uma mulher
olhava para nós quando fugíamos.
De nós só um
parou de punho cerrado,
olhou para o céu vazio,
inclinou a cabeça e morreu
contra o muro, em silêncio.
Agora é um trapo de sangue
e um nome. Uma mulher
espera-nos nas colinas.
[Virá a Morte e Terá os Teus Olhos]
Tu não sabes as colinas
onde se derramou o sangue.
Todos nós fugimos
todos nós largámos
a arma e o nome. Uma mulher
olhava para nós quando fugíamos.
De nós só um
parou de punho cerrado,
olhou para o céu vazio,
inclinou a cabeça e morreu
contra o muro, em silêncio.
Agora é um trapo de sangue
e um nome. Uma mulher
espera-nos nas colinas.
Etiquetas:
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Francisco Duarte Mangas,
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terça-feira, 18 de agosto de 2015
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
«Mastigava, de olhos postos no prato.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 210
« - O futuro não se adivinha - respondi. - Só se pode dizer, a partir daquilo que se fez, o que se fará.
- Isso é verdade - respondeu. - Fazem-se sempre as coisas já antes feitas.
-Mas tu nem sempre sabes as coisas que fizeste - disse-lhe. - Todos os dias começas uma nova.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 204
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
« - O que é que tens para me dizer? - perguntei.
-Nada - respondeu - se consideras assim o nosso encontro. É disparatado, mas tenho muito prazer em ver-te de novo e saber que vives contente.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 198
-Nada - respondeu - se consideras assim o nosso encontro. É disparatado, mas tenho muito prazer em ver-te de novo e saber que vives contente.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 198
«(...), fingindo depois o velho amuo. - Interessa-te assim tanto ver-me de novo? Então vai-te embora.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 198
«A noite mergulhava o quarto na penumbra.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 192
terça-feira, 11 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
«A Loura nunca me convidara para comer com ela em casa. Via-se que se comprazia no seu isolamento; volta e meia, vinha até à entrada e fumava. Parecia um rapaz, com aquela blusa de quadrados. Escura como era, nunca apanhava sol. Havia dias em que me punha a imaginar velhas coisas: que ela não era Loura e que estávamos juntos.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 163
«A Loura era uma viúva - o Louro morrera tempos atrás. Tratava-os com poucas palavras e com maus modos; via-se que receava dar confiança às pessoas; era o género de mulher que põe o marido no olho da rua para depois chorar por ele à noite. Pippo dizia que era sonâmbula - tinha, na verdade, o rosto descarnado e olheiras, próprias das viúvas e das sonâmbulas. Passava todo o tempo nos fundos do quintal, donde nos espiava através dum buraco feito na parede da casa. À noite, tinha por hábito fazer as contas em cima duma mesa do seu quarto, e pagava-me à percentagem. Dormia num canto escuro, onde cheirava a petróleo e a bafio. Quando chegava, de manhã, esperava-me à porta; desaparecia mal eu entrava, sem dizer sequer «bom dia». Andaria pelos trinta anos de idade.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 152
« - As pedras a mim não me dizem nada - respondi.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 146
« - Tens um vício. Não levas as coisas até ao fim.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 134
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Nada.
«Eram tantas as mentiras trocadas entre nós, tantas as palavras por dizer, que lhe respondi ainda desta vez: - Nada.»
Cesare Pavese. A guitarra quebrada. Traduzida pelo italiano por José da Fonseca Costa. Editorial Minerva, Lisboa, p. 121
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