«Ainda hei-de olhar-te, se, quando morrer,
puder voltar aqui, a procurar-te
no espaço que deixaste. Mas não te amo,
não te amei nunca, e nunca te amarei.
Não se ama nunca a quem olhamos tanto.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 178
terça-feira, 4 de agosto de 2015
« e com que lenta inocência te despiste.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 174
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''malícia crua''
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 174
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VI
«Penso que sou: e, assim pensando, sou.
Mas, sendo por pensar, eu sou quem pensa,
e, porque penso, de pensar não sou.
Eu penso apenas no que aflui em mim
do que pensado foi por outros que
nem sangue deles me nas veias corre.
E quanto de pensar se fez ideia
nega-me e ao mundo, não como aparência,
mas como imagem da realidade.
Real não é o que penso ou que imagino,
nem quanto o que essa imagem representa.
Real é tudo, menos eu pensando,
ou quanto de pensar-se o real é feito.
Deste não-ser que pensa eu tenho a voz.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 170
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«Eu penso: logo sou. Mas sou quem pensa.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 170
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«QUEM MUITO VIU...»
«Quem muito viu, sofreu, passou trabalhos,
mágoas, humilhações, tristes surpresas;
e foi traído, e foi roubado, e foi
privado em extremo da justiça justa;
e andou terras e gentes, conheceu
mundos e submundos; e viveu
dentro de si o amor de ter criado;
quem tudo leu e amou, quem tudo foi -
não sabe nada, nem triunfar lhe cabe
em sorte como a todos os que vivem.
Apenas não viver lhe dava tudo.
Inquieto e franco, altivo e carinhoso,
será sempre sem pátria. E a própria morte,
quando o buscar, há-de encontrá-lo morto.
1961»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 163
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«Inverno ou Primavera,
e sempre uma outra dor.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 163
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PEREGRINATIO AD LOCA INFECTA
1969
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 161
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 161
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«Ó morte feita um inocente amor.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 157
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«Ó música de morte, ah quantas, quantas
mortes gritaram no que em ti não fala.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 157
mortes gritaram no que em ti não fala.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 157
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«doçura tensa tão dialogada»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 153
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''línguas tensas''
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 150
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«Pilar do mundo! Como é suave o braço
descendo dos teus ombros! Como é frágil
a firme decisão que pousa em ti,
dos ombros à cintura, da cintura às pernas,
e das pernas abertas ao espalmado pé
que assentas delicado sobre o tempo
escoando-se por saltos do desejo,
que te contraem, lambem e deslizam
para o chão das cousas, para o pó que o vento
levanta em nuvens à tua volta. Quando...»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 150
descendo dos teus ombros! Como é frágil
a firme decisão que pousa em ti,
dos ombros à cintura, da cintura às pernas,
e das pernas abertas ao espalmado pé
que assentas delicado sobre o tempo
escoando-se por saltos do desejo,
que te contraem, lambem e deslizam
para o chão das cousas, para o pó que o vento
levanta em nuvens à tua volta. Quando...»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 150
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«Olhar vazio, ó templo demolido,»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 149
''prazer lembrado''
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 149
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«Apenas o tinir das gargalhadas
subsiste ainda, e na memória o vulto
do deus que se espreguiça à beira de água.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 149
subsiste ainda, e na memória o vulto
do deus que se espreguiça à beira de água.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 149
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POST - METAMORFOSE
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 147
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''carne do Universo''
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 147
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«A Vida Humana, sim, a respirada,
suada, segregada, circulada,
a que é um excremento e sangue, a que é semente
e é gozo e é dor e pele que palpita
ligeiramente fria sob ardentes dedos.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 145
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« o inominável fim da nossa carne;»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 144
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«Como ele a despe e como ela resiste
no olhar que pousa enviezado e arguto
sabendo quantas rendas a rasgar!
Como do mundo nada importa mais!»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 143
no olhar que pousa enviezado e arguto
sabendo quantas rendas a rasgar!
Como do mundo nada importa mais!»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 143
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«Que roupas se demoram e constrangem
o sexo e os seios que avolumam presos,
e adivinhados na malícia tensa!»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 143
o sexo e os seios que avolumam presos,
e adivinhados na malícia tensa!»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 143
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«iluminando a teia de milhares de rugas
tecida pela aranha que se agita
entre nós e os outros, entre nós e as coisas,
entre nós e nós próprios, mesmo que
não fosse a vida esse crispar-se a pele
a um beijo que desliza, um vento que perpassa,
uma ansiedade alheada, um medo súbito,
uma demora de confiança triste.»
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«A MORTA» DE REMBRANDT
«Morta. Apenas morta. Nada mais que morta.
Não parece dormir. Nem se dirá
que sonha ou que repousa ou que da vida
levou consigo o mais que não viveu.
Parece que está morta e nada mais parece.
E tudo se compõe, dispõe e harmoniza
para que a morte seja apenas sua.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 140
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«Na boca firme, como no olhar duro,
ou no cabelo ferozmente preso,
ou nas imensas pérolas que se multiplicam,
ou nos bordados do vestido em que nem seios
se alteiam muito, há uma virtude fria,
uma ciência de não-pecar na confissão e na alcova,
uma reserva de distante encanto»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 139
ou no cabelo ferozmente preso,
ou nas imensas pérolas que se multiplicam,
ou nos bordados do vestido em que nem seios
se alteiam muito, há uma virtude fria,
uma ciência de não-pecar na confissão e na alcova,
uma reserva de distante encanto»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 139
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«roubando à morte o repetir perpétuo»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 137
« A dor dos tempos sobre todos pousa.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 137
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«(...) Gesto
de pedra branca e fria, sem limites
por dentro dos limites. Esperança
vazia e vertical. Humanidade.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 135
de pedra branca e fria, sem limites
por dentro dos limites. Esperança
vazia e vertical. Humanidade.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 135
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Les contes d'Hoffmann (Os Contos de Hoffmann) é uma ópera de Jacques Offenbach, com libreto foi escrito por Jules Barbier, baseado em três contos de E.T.A. Hoffmann, que é ele próprio um dos personagens da obra. Teve a sua estréia em Paris, na Opéra-Comique, em 10 de fevereiro, de 1881.
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'' pedra não-pedra''
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 135
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''seio sem palavra''
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 134
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''perdidos tempos sem memória''
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 122
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segunda-feira, 3 de agosto de 2015
«E regresso um pouco triste a uma alegria imensa.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 124
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1. que não falha; infalível; incontestável
2. que não pode ser destruído; que dura sempre; perdurável
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« e, tendo-te, não tenho, porque quero ter-te.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 112
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IV
Por que esperaste, ciente, a pele da minha mão?
1954
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 112
1954
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 112
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«Não me falaste, não. Fui eu quem perguntou,
beijando-te tremente, quantos anos tinhas,
e o teu nome.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 111
beijando-te tremente, quantos anos tinhas,
e o teu nome.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 111
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«uns rostos encontrei, que eu tinha sido,
outros que ainda sou, e mais alguns,
meus conhecidos, que também serei.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 108
outros que ainda sou, e mais alguns,
meus conhecidos, que também serei.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 108
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«A paisagem ática não se pavoneia, não faz retórica, não se abaixa a fraquezas melodramáticas, diz o que tem a dizer com uma força calma e viril. Exprime o essencial com a máxima economia de meios.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 128
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«A juventude é amarga, muito amarga, desdenhosa, não compreende; e quando se começa a a compreender, já a juventude partiu.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 124
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 124
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«A maçã que ela me dera a comer enchera-me os lábios e os dentes de cinza. Fiz um movimento brusco, não a deixei aproximar-se de mim; ela nada disse, deixou-se ficar para trás, ouvi-a chorar.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 123
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 123
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Love is
Known for
Not giving in
But it seems almost impossible
To make it
Give into my love
And I'll stay so true
And I'll stay so true
Said my dreams are
Never
Going to come true
But it seems almost impossible
To make it
Give into my love
And I'll stay so true
And I'll stay so true
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« - Mas o vosso cérebro é mais pequeno - replicou o impressor, encolerizado. - Vocês pretendem dar moral aos ricos? Trabalho inútil; é o mesmo que pretender que um burro morto se peide. O rico, ouçam bem o que vos digo, não quer mudar nada, nem Deus, nem a pátria, nem a bela vida, sente-se bem; não há pior surdo do que aquele que não quer ouvir. Começai, pois, meus cordeiros, pelos pobres, por aqueles que estão na indigência, por aqueles que sofrem. Senão ide procurar outro impressor. A mim, chamam-me a Miséria.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 118
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 118
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«(...), pavoneando-nos, felizes por sermos mártires da Verdade.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 116
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''Posso sorrir e matar enquanto sorrio.'' Era a citação preferida de Robert, em toda a obra de Shakespeare.»
Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts, Editorial Teorema, 2003., p. 49
Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts, Editorial Teorema, 2003., p. 49
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«Adorava os odiados e odiava as pessoas.»
Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts, Editorial Teorema, 2003., p. 45
«Era casada, mas, como a mulher não parava de engordar à base de costeletas de porco, o marido teve de sair de casa e procurar um quarto na aldeia. Continuava a gostar muito da mulher e era visto frequentemente a conversar com ela através da janela da casa dela, que não tinha espaço para ele entrar.»
«O beijo do porco turvou o cérebro do polícia, que guinou o volante bruscamente para a direita e foi embater numa carrinha de peixe que estava estacionada, uma carrinha de peixe fresco com as palavras 'A Melhor Solha Ambulante' pintadas de lado. Caos! Voaram linguados, espalhando-se pelo chão. Uma mulher nariguda com cerca de quarenta e seis anos e uma venda no olho esquerdo saltou para o lado, para se desviar dos linguados voadores.
''trejeitos de usurária!''
Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts, Editorial Teorema, 2003., p. 17
Robert tem um pensamento diabólico.
Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts, Editorial Teorema, 2003., p. 6
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A sua imaginação não podia ser satisfeita.
«Não, vívida não é a palavra ideal para descrever a sua imaginação. Voraz seria mais exacto; ou talvez muito voraz. Não. Já sei! Não é vívida nem voraz, a palavra é insaciável. É isso, insaciável. Significa que 'não pode ser satisfeita'. E era assim que se passava na cabeça de Robert. A sua imaginação não podia ser satisfeita. Quando se interessava por alguma coisa, não era capaz de se satisfazer.»
Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts, Editorial Teorema, 2003., p. 15
domingo, 2 de agosto de 2015
«todas as leis são lei, e lei não há nenhuma.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 107
«A angústia perpétua e a falta de sono fizeram de nós a sombra do que éramos.»
Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 128
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«Por vezes assalta-me o desejo de morrer para salvar o que resta em mim de humano e me libertar da besta-fera.»
Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 127
Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 127
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sexta-feira, 31 de julho de 2015
« - a minha liberdade pra matar a fome - »
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 73
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''íntimo teatro triste''
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 57
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''fénix sonâmbula, ex-apostólica''
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 51
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«Desanca-a e fere-a com mil esporas
ante o abismo rasgado plas roseiras»
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 45
ante o abismo rasgado plas roseiras»
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 45
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''perpétuo cão''
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 37
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«Dedicava-se à dissonância
pra morrer amanhã por música»
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 33
pra morrer amanhã por música»
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 33
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''náusea do rumor das asas''
António Barahoma. Rizoma. Guimarães Editores, Lisboa, 1983., p 21
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«(...) Em certos casos, quanto mais nobre o génio, menos nobre o destino. Um pequeno génio ganha fama, um grande génio ganha descrédito, um génio ainda maior ganha desespero; um deus ganha crucificação.»
Fernando Pessoa
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«É justa a guerra, é justa a paz que sigo.»
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quinta-feira, 30 de julho de 2015
«quanto eu no peito, meu amor,
trago por vós tristeza e dor.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 89
trago por vós tristeza e dor.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 89
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«Aquele que aqui jaz, viveu sem coração,
morreu sem coração, sem coração repousa.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 83
morreu sem coração, sem coração repousa.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 83
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vanidade
nome feminino
1. carácter do que é vão
2. coisa inútil ou sem valor; inutilidade
3. insignificância
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«desde o tempo em que dela sou ausente.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 75
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«cantando de outro modo morreria.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 75
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« mas tendes o coração de uma Leoa altiva.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 71
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«Maria, vós mostrais a face tão vermelha
quanto a rosa de Maio e o cabelo toucado
entre castanho e louro em mil nós frisado,
em gentis caracóis a darem a volta à orelha.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 71
quanto a rosa de Maio e o cabelo toucado
entre castanho e louro em mil nós frisado,
em gentis caracóis a darem a volta à orelha.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 71
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«boca com boca e flanco sobre flanco.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 65
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«tem belo fim quem morre amando bem».
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 61
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«Um e outro o mesmo mal torna capaz,
eu de morrer e vós de me matar.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 57
eu de morrer e vós de me matar.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 57
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«Quando vos vejo ou trago em pensamento,
vibra-me o coração num arrepio,
ferve-me o sangue e de um pensar desfio
outro pensar, tão doce é o argumento.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 57
vibra-me o coração num arrepio,
ferve-me o sangue e de um pensar desfio
outro pensar, tão doce é o argumento.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 57
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«Se a imagem da coisa faz somente
a coisa a nossos olhos conceber»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 53
a coisa a nossos olhos conceber»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 53
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Ser-se indigente e dar-se o que se tem
«Ser-se indigente e dar-se o que se tem,
fingir-se rir, de coração em ferida,
verdade odiar e amar coisa fingida,
possuir tudo e nada gozar quem,
(...)»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 51
fingir-se rir, de coração em ferida,
verdade odiar e amar coisa fingida,
possuir tudo e nada gozar quem,
(...)»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 51
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quarta-feira, 29 de julho de 2015
FIDELIDADE
Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como a só presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?
Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.
1956
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 103
como a só presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?
Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.
1956
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 103
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libérrimo
adjetivo
superlativo absoluto sintético de livre
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«Por nós, por ti, por mim, falou a dor.
E a dor é evidente - libertada.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 100
E a dor é evidente - libertada.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 100
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« (...) Nem sei se penso
ou pensarei quando de mim fugir.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 100
ou pensarei quando de mim fugir.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 100
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«Perdidas uma a uma as coisas todas,»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 98
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« nessa verdade que, de o ser, já mente,»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 96
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«Alguém que eu fui ou não cheguei a ser,»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 95
«Beijemo-nos então. Língua na língua,
essa outra vida que trazeis, distingo-a,
e como liberdade aceito a dor.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 95
essa outra vida que trazeis, distingo-a,
e como liberdade aceito a dor.»
Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 95
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«Metia-me sozinho pelos caminhos à beira-mar, ou nos campos, caminhava depressa, para me cansar, para esquecer; mas não podia esquecer. »
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 107
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 107
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