Um encontro de poetas na Casa de Mateus, anos 80. Alberto Pimenta com Vasco Graça Moura, Alexandre O’Neill, Miguel Torga, Eugénio de Andrade e Pedro Tamen
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sábado, 5 de maio de 2018
quinta-feira, 30 de julho de 2015
«quanto eu no peito, meu amor,
trago por vós tristeza e dor.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 89
trago por vós tristeza e dor.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 89
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«Aquele que aqui jaz, viveu sem coração,
morreu sem coração, sem coração repousa.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 83
morreu sem coração, sem coração repousa.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 83
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«desde o tempo em que dela sou ausente.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 75
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«cantando de outro modo morreria.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 75
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« mas tendes o coração de uma Leoa altiva.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 71
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«Maria, vós mostrais a face tão vermelha
quanto a rosa de Maio e o cabelo toucado
entre castanho e louro em mil nós frisado,
em gentis caracóis a darem a volta à orelha.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 71
quanto a rosa de Maio e o cabelo toucado
entre castanho e louro em mil nós frisado,
em gentis caracóis a darem a volta à orelha.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 71
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«boca com boca e flanco sobre flanco.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 65
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«tem belo fim quem morre amando bem».
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 61
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«Um e outro o mesmo mal torna capaz,
eu de morrer e vós de me matar.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 57
eu de morrer e vós de me matar.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 57
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«Quando vos vejo ou trago em pensamento,
vibra-me o coração num arrepio,
ferve-me o sangue e de um pensar desfio
outro pensar, tão doce é o argumento.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 57
vibra-me o coração num arrepio,
ferve-me o sangue e de um pensar desfio
outro pensar, tão doce é o argumento.»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 57
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«Se a imagem da coisa faz somente
a coisa a nossos olhos conceber»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 53
a coisa a nossos olhos conceber»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 53
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Ser-se indigente e dar-se o que se tem
«Ser-se indigente e dar-se o que se tem,
fingir-se rir, de coração em ferida,
verdade odiar e amar coisa fingida,
possuir tudo e nada gozar quem,
(...)»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 51
fingir-se rir, de coração em ferida,
verdade odiar e amar coisa fingida,
possuir tudo e nada gozar quem,
(...)»
Vasco Graça Moura. Alguns Amores de Ronsard. Bertrand Editora, 2003., p. 51
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terça-feira, 10 de junho de 2014
IV
os namorados mortos não sabiam
e não queriam morrer, nunca ninguém
em verdade o quis já, mas acontece
que quase sempre morte e amor se tocam
dos namorados mortos não se diga
que já não têm destino nem são livres
sequer de os esquecermos mesmo quando
se lhes apaga o rosto o sítio o nome
os namorados mortos não são fáceis
tu, por exemplo, evitas enredar-te
com o que sabes deles, mas que sabes
além de alguma história ou da aparência?
Vasco Graça Moura. Poemas Escolhidos 1963-1995. Apresentação Fernando Pinto do Amaral. Bertrand Editora, 1996., p. 74
e não queriam morrer, nunca ninguém
em verdade o quis já, mas acontece
que quase sempre morte e amor se tocam
dos namorados mortos não se diga
que já não têm destino nem são livres
sequer de os esquecermos mesmo quando
se lhes apaga o rosto o sítio o nome
os namorados mortos não são fáceis
tu, por exemplo, evitas enredar-te
com o que sabes deles, mas que sabes
além de alguma história ou da aparência?
Vasco Graça Moura. Poemas Escolhidos 1963-1995. Apresentação Fernando Pinto do Amaral. Bertrand Editora, 1996., p. 74
«ó pura dissonância, amor humano,
morte de amantes transformados em beijos
o tempo só de dois corpos unidos
que então conhecem tudo ou pelo menos
conhecem a ilusão de conhecerem.
se é isto o que há a fazer e um breve frémito
perpassa as flores do bosque, das veredas
recomeçadas, se era só isto o tempo
cruzando a origem, a pura dissonância,
um eco triste ao fim do sono escuro,
é cansaço ou ventura ou desespero
esse silêncio íntimo que invade
os que jogam o jogo, o próprio jogo,
os corpos nus e a sua circunstância?
de conhecermos tudo: a tensa sombra
da juventude e os lugares da cinza,
amargurado amor, de termos visto
o amador a transformar-se em sombra
a coisa amada a transformar-se em cinza,
tétanos, podridões, desastres, tudo
o que foi vão e vil, a urina e esta
pobre matéria de alegria póstuma,
os lugares da loucura e da miséria,
os retratos torcidos, tudo visto
contado e dividido, já previsto
por infames motivos.
e de querermos
por conhecermos tudo, dizer tudo.»
Vasco Graça Moura. Poemas Escolhidos 1963-1995. Apresentação Fernando Pinto do Amaral. Bertrand Editora, 1996., p. 67
morte de amantes transformados em beijos
o tempo só de dois corpos unidos
que então conhecem tudo ou pelo menos
conhecem a ilusão de conhecerem.
se é isto o que há a fazer e um breve frémito
perpassa as flores do bosque, das veredas
recomeçadas, se era só isto o tempo
cruzando a origem, a pura dissonância,
um eco triste ao fim do sono escuro,
é cansaço ou ventura ou desespero
esse silêncio íntimo que invade
os que jogam o jogo, o próprio jogo,
os corpos nus e a sua circunstância?
de conhecermos tudo: a tensa sombra
da juventude e os lugares da cinza,
amargurado amor, de termos visto
o amador a transformar-se em sombra
a coisa amada a transformar-se em cinza,
tétanos, podridões, desastres, tudo
o que foi vão e vil, a urina e esta
pobre matéria de alegria póstuma,
os lugares da loucura e da miséria,
os retratos torcidos, tudo visto
contado e dividido, já previsto
por infames motivos.
e de querermos
por conhecermos tudo, dizer tudo.»
Vasco Graça Moura. Poemas Escolhidos 1963-1995. Apresentação Fernando Pinto do Amaral. Bertrand Editora, 1996., p. 67
«ah, mas estamos vivos! arriscamos
tudo o que somos, tudo o que podemos
nesta vã tarantela.
os amantes também
apostam corpo e alma já sabendo
que perdem de antemão.
magro lucro
o momento do jogo e só ele
a ciência possível.
o jogo e a dança.
tudo o mais é tão pouco e desfigura
a substância dúplice que somos:
vivermos de arriscar e de perder.
também a morte espera paciente
e já cresceu connosco e perde tempo
mas só enquanto nós esbracejamos.»
Vasco Graça Moura. Poemas Escolhidos 1963-1995. Apresentação Fernando Pinto do Amaral. Bertrand Editora, 1996., p. 65
tudo o que somos, tudo o que podemos
nesta vã tarantela.
os amantes também
apostam corpo e alma já sabendo
que perdem de antemão.
magro lucro
o momento do jogo e só ele
a ciência possível.
o jogo e a dança.
tudo o mais é tão pouco e desfigura
a substância dúplice que somos:
vivermos de arriscar e de perder.
também a morte espera paciente
e já cresceu connosco e perde tempo
mas só enquanto nós esbracejamos.»
Vasco Graça Moura. Poemas Escolhidos 1963-1995. Apresentação Fernando Pinto do Amaral. Bertrand Editora, 1996., p. 65
o sempre aflito envelhecer das rosas
Vasco Graça Moura. Poemas Escolhidos 1963-1995. Apresentação Fernando Pinto do Amaral. Bertrand Editora, 1996., p. 51
quinta-feira, 22 de maio de 2014
às vezes dizemos
às vezes dizemos
uma jarra
pensando nas flores que lá
poderiam crescer
às vezes dizemos
summertime
como se um negro
nos pudesse ouvir
às vezes dizemos
palavras
como se as prisões
pudessem ter sentido
Vasco Graça Moura. Poemas Escolhidos 1963-1995. Apresentação Fernando Pinto do Amaral. Bertrand Editora, 1996., p. 36
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