sábado, 4 de fevereiro de 2017


«Sofrem pelo que somos, pelo que fazemos, desejamos, sentimos, dizemos e pensamos-

Sofrem pelo que sofremos.
Choram pelo que ainda não conseguimos ser, pelo que ainda não deixamos de fazer, pelo que esquecemos de querer, pelo pranto que ainda choramos, pelos desvios que inventamos e frequentamos, pelas destruições que multiplicamos, pelos conflitos que nutrimos, pelas pseudonecessidades que produzimos, pelos vícios que instituímos, por todos os desatinos, por nossos tontos destinos, pelas guerras, violências, domínios e predomínios, exclusivismos, perversões, diversões, pelo incêndio que estupidamente acendemos em nós, nos outros e no mundo.»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 70

«Ninguém se liberta das dívidas não pagas.
Aprende a ver valor na dor.»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 68


«Quem quer ser feliz não fica assim, em lamentos constantes.
  Para teu bem, evita lamúrias.»




Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 64
«A rosa é suprema delicadeza, mas tem espinhos para defender-se.»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 63
«A dor é porque, até agora, tu pensavas - imprudentemente - que ele fosse um santo, um herói, um sábio. No entanto, ele é apenas um ser humano, como eu, igual a ti.»

Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 60
«Não tentes possuir estrelas.
Ninguém pode ser dono de uma estrela.
Se tentares fechar uma estrela em tuas mãos ambiciosas - pode crer - ela deixará de o ser e tuas mãos secarão com o cadáver da estrela.
  Deve haver estrelas para todos, todas as noites.»

Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 60

«Cultiva flores e convida as abelhas.»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 57


«SE PUDERES APRENDER da experiência dos outros, poderás evitar lágrimas, remorsos, tristezas, perdas, desastres...»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 56

«Não se ira, pois ninguém o pode ferir.»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 44

«Não persegue ilusões.»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 44

apego



«Desilusão é o único remédio para o iludido, pois é o fim das ilusões.
  Desiludido, o homem desmascara o engodo que lhe vem impossibilitando a Paz.»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 41

«em manto de angústia veste a tua alma que sofre.»


Hermógenes. Mergulho na paz. Nova Era. 28 ª edição., p. 39
“ (…) a crença é a ponte possível entre o pensamento e a acção.”

Pierre Janet

EDVARD MUNCH: UM GRITO INFINDÁVEL

celibato involuntário

ansiedade sexual

Giorgio Agamben 

 ''a  voz é aquilo que vincula o corpo (a boca, a garganta, os pulmões, o sexo) ao sentido.''

«Embora alguns especialistas reduzam a importância do termo “nativos digitais” (dizendo que não passa de uma metáfora que fala mais do poder desproporcional que cedemos às novas tecnologias do que dos efeitos reais que estas têm sobre os indivíduos), o conceito guarda uma significativa relação com a “mutação antropológica” que você identifica nos jovens da primeira geração conectiva. Que valor você atribui ao conceito de “nativos digitais” e como pode se relacionar com a noção criada por Marshall McLuhan de “gerações pós-alfabéticas” que você tem retomado em alguns de seus livros?
Em absoluto, não creio que a expressão “nativo digital” seja meramente metafórica. Pelo contrário, trata-se de uma definição capaz de nomear a mutação cognitiva contemporânea. A primeira geração conectiva, aquela que aprendeu mais palavras por meio de uma máquina do que pela voz da mãe, encontra-se numa condição verdadeiramente nova, sem precedentes na história do ser humano. É uma geração que perdeu a capacidade de valorização afetiva da comunicação, e que se vê obrigada a elaborar os fluxos semióticos em condições de isolamento e de concorrência. Em seu livro L’ordine simbolico della madre (A ordem simbólica da mãe), a filósofa italiana Luisa Muraro argumenta que a relação entre significante e significado é garantida pela presença física e afetiva da mãe.
O sentido de uma palavra não se aprende de maneira funcional, mas afetiva. Eu sei que uma palavra possui um sentido — e que o mundo como significante possui um sentido — porque a relação afetiva com o corpo de minha mãe me introduz à interpretação como um ato essencialmente afetivo. Quando a presença afetiva da mãe torna-se rara, o mundo perde calor semiótico, e a interpretação fica cada vez mais funcional, frígida. Naturalmente, aqui não me refiro à mãe biológica, nem à função materna tradicional, familiar. Estou falando do corpo que fala, estou falando da voz. Pode ser a voz do tio, da avó ou de um amigo. A voz de um ser humano é a única forma de garantir de maneira afetiva a consistência semântica do mundo. A rarefação da voz transforma a interpretação num ato puramente econômico, funcional e combinatório.»

Franco Berardi, entrevista aqui
''as mentes individuais e colectivas perderam sua capacidade de discriminação crítica, de autonomia psíquica e política.''

Franco Berardi

“single society”

''As redes sociais são, ao mesmo tempo, uma expansão enorme – virtualmente infinita – do campo de estimulação, uma aceleração do ritmo do desejo e, ao mesmo tempo, uma frustração contínua, uma protelação infinita do prazer erótico, embora nos últimos anos tenham sido criadas redes sociais que têm como função direta o convite sexual. Não creio que as redes (nem a tecnologia em geral) possam ser consideradas como causa da deserotização do campo social, mas creio que as redes funcionam no interior de um campo social deserotizado, de tal maneira que confirmam continuamente a frustração, enquanto reproduzem, ampliam e aceleram o ritmo da estimulação.
É interessante considerar o seguinte dado: no Japão, 30% dos jovens entre 18 e 34 anos não tiveram nenhuma experiência sexual, e tampouco desejam tê-la. Por sua vez, David Spiegelhalter, professor da Universidade de Cambridge, escreveu em Sex by Numbers que a frequência dos encontros sexuais foi reduzida a quase metade, nos últimos vinte anos. As causas? Estresse, digitalização do tempo de atenção, ansiedade. Isso produziu o surgimento do que, para Spiegelhalter, é a “single society” [sociedade solteira], quer dizer, uma sociedade associal, na qual os indivíduos estão por demais ocupados em buscar trabalho e relacionar-se digitalmente para encontrar corpos eróticos com os quais se relacionar.''
Franco Berardi, Ver publicação aqui

Pornographia

''condições de vida instauradas pelo capitalismo''
''o efeito das tecnologias digitais, a mediatização das relação de comunicação e as condições de vida que o capitalismo financeiro produz estão estreitamente vinculados ao crescimento das patologias da esfera afetivo- emocional, assim como de suicídios em nível mundial.''

ditadura financeira

isolamento psíquico

“mutação antropológica” da sensibilidade


 El Alma del Trabajo: desde lá alienación a la autonomia (A alma do trabalho: da alienação à autonomia), Generación post-alfa. Patologías e imaginarios en el semiocapitalismo (Geração pós-alfa. Patologias e imaginários no semiocapitalismo), Héroes: asesinato de masa y suicidio (Heróis: assassinato de massa e suicídio) e Fenomenología del fin (Fenomenologia do fim)

tecnófobo

ethos neoliberal

''Uma das metáforas mais potentes – e de maior ressonância até nossos dias – no imaginário de Pier Paolo Pasolini é a de “mutação antropológica”. Trata-se de uma expressão que o cineasta, escritor e poeta italiano utilizava para ilustrar os efeitos psicossociais produzidos pela transição de uma economia de origem agrária e industrial para outra, de corte capitalista e transnacional.
Durante os anos 1970, Pasolini identificou, em seus livros Escritos Corsários e Cartas Luteranas, uma verdadeira transmutação nas sensibilidades de amplos setores da sociedade italiana, em consequência do “novo fascismo” imposto pela globalização. Acreditava que esse processo estava criando – fundamentalmente por meio do influxo semiótico da publicidade e da televisão – uma nova “espécie” de jovens burgueses, que chamou de “os sem futuro”: jovens com uma acentuada “tendência à infelicidade”, com pouca ou nenhuma raiz cultural ou territorial, e que estavam assimilando, sem muita distinção de classe, os valores, a estética e o estilo de vida promovidos pelos novos “tempos do consumo”.''
Ver aqui

suicidalidade

pensamentos suicidas ou ideação suicida

Sindrome de Capgras

“É um quadro delirante raro em que o paciente acredita que uma pessoa, em geral de quem é próximo, foi trocada por um exacto duplo (sósia)”

Capgras & Reboul-Lachaux, 1923
incompreensibilidade da vivência

ciúme delirante

delírios somatoformes

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017


Estou a exigir muito de si? Quem lhe há-de exigir muito senão os seus amigos? Eles receberam o encargo de o não deixar amolecer e, pela minha parte, tenha você a certeza de que o hei-de cumprir. Você há-de dar tudo o que puder, e mesmo, e sobretudo, o que não puder; porque só há homem, quando se faz o impossível; o possível todos os bichos fazem. Quando você saltar e saltar bem, eu direi sempre: agora mais alto! Que me importa que você caia. O que é preciso é que você se levante. Os fracos vieram só para cair, mas os fortes vieram para esse tremendo exercício: cair e levantar-se; sorrindo. Já sei que muitas vezes se há-de revoltar contra mim e desejar que eu fosse menos duro e lhe desse uns momentos de repouso; mas do repouso faria você férias e das férias uma vida de gato. Eis o que nunca lhe consentirei. O que é bonito e bom é a vida de cão. O que você vai tirar, se for grande, de roer ossos, e levar pontapés e beber água das valetas! 


Pode ser que, porém, você se revele cão de luxo; são bichos bastante antipáticos para mim, mas não é por isso que lhes farei mal; pelo contrário. Só maltrato os amigos. Para cãezinhos de pêlo encaracolado e patinhas que mal aguentam o corpo tenho um fornecimento de almofadas, pires de leite, bolacha macia, perfumes, pentes finos, e nojo. Um fornecimento inesgotável e que você utilizará quando quiser. Posso juntar-lhe também um pouco de piedade, porque no fundo os cães nem têm mérito nem têm culpa. E ainda uma certa pena por ter dado conselhos de força e de altura a quem era fraco e baixo; mas não me parece ter perdido tempo: se os conselhos não servirem a você, a mim serviram; que bem preciso deles, e ninguém mos dá. 


Agostinho da Silva, in 'Sete Cartas a um Jovem Filósofo'

«Loving you is hard, being here is harder.»

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Síndrome do Homem-Árvore

"Um homem perguntou ao senhor K. se havia um deus ou não. O senhor K. disse: Aconselho-te a reflectir sobre se o teu comportamento se iria alterar conforme a resposta a esta pergunta. Se não se alterasse, podemos pôr a pergunta de lado. Se se alterasse, então posso pelo menos dar-te ainda uma ajuda, na medida em que te digo que já te decidiste: tu tens necessidade de um deus."

-"Histórias do Senhor Keuner"
- Bertolt Brecht


“To think too much is a disease.”

Fyodor Dostoyevsky 

domingo, 29 de janeiro de 2017

Narrative portrait photography by Sean Mundy



« TERCEIRA MULHER
vai pescar todos os dias e a única coisa que conseguiu
trazer foi uma tal Sr.ª Samuels

PRIMEIRA MULHER
que já estava na água há uma semana.

SEGUNDA MULHER
E olhem lá a mulher do Ocky Milkman que nunca ninguém viu.

PRIMEIRA MULHER
ele guarda-a no armário com as garrafas vazias

TERCEIRA MULHER
e pensam só no Dai Bread com duas mulheres

SEGUNDA MULHER
uma para de dia outra para de noite.

QUARTA MULHER
Os homens são umas bestas pela calada.»



Dylan Thomas. Sob o Bosque de Leite. Teatro. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lda, Lisboa., p. 1992., p. 60

passarada

Breath, 1976 (Wincenty Dunikowski-Duniko)




Boy, look at you looking at me
I know you know how I feel
Loving you is hard, being here is harder
You take the wheel
I don't wanna do this anymore, it's so surreal
I can't survive if this is all that's real

All I wanna do is get high by the beach
Get high by the beach, get high
All I wanna do is get by by the beach
Get by baby, baby, bye bye
The truth is I never bought into your bullshit
When you would pay tribute to me
Cause I know that
All I wanted to do was get high by the beach
Get high baby, baby, bye bye

Boy, look at you looking at me
I know you don't understand
You could be a bad motherfucker
But that don't make you a man
Now you're just another one of my problems
Because you got out of hand
We won't survive, we're sinking into the sand

All I wanna do is get high by the beach
Get high by the beach, get high
All I wanna do is get by by the beach
Get by baby, baby, bye bye
The truth is I never bought into your bullshit
When you would pay tribute to me
Cause I know that
All I wanted to do was get high by the beach
Get high baby, baby, bye bye

Lights, camera, acción
I'll do it on my own
Don't need your money, money
To get me what I want
Lights, camera, acción
I'll do it on my own
Don't need your money, money
To get me what I want

All I wanna do is get high by the beach
Get high by the beach, get high
All I wanna do is get by by the beach
Get by baby, baby, bye bye
The truth is I never bought into your bullshit
When you would pay tribute to me
Cause I know that
All I wanted to do was get high by the beach
Get high baby, baby, bye bye

High-igh-igh-igh-igh-igh-igh-igh-igh
High-igh-igh-igh-igh-igh
High-igh-igh-igh-igh-igh-igh
High-igh-igh-igh-igh-igh-igh-igh

Anyone can start again
Not through love but through revenge
Through the fire, we're born again
Peace by vengeance
Brings the end

« sai-da-cama-Polly-cabeça-de-sono-põe-a-chaleira-ao-lume»


Dylan Thomas. Sob o Bosque de Leite. Teatro. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lda, Lisboa., p. 1992., p. 38

egomaníaco



«Assim te amo sem lágrimas.»

António Osório. Por Eduardo Lourenço. Colecção Poetas. Editorial Presença., p. 52

ELEGIA PARA ANA ACHMATOVA

Foi em 5 de Março, quase no fim deste Inverno.
Com outra luz gostaria de ter entregue o corpo.

Nevoeiro que nos montes se rasgava. despeda-
çado pelas árvores mais altas, herdara de Emily
Dickinson o deslumbrante hálito sonâmbulo e
de Safo o voo apaixonado.

Safo, Emily Dickinson - duas vezes morta.


António Osório. Por Eduardo Lourenço. Colecção Poetas. Editorial Presença., p. 51

« o rio dos mortos que não morrem »

LUCIDEZ amarga

«esperança em forma de ironia.»

«selva selvaggia»


post-Pessoa

''magoados dias''


                                «, eu resistia
para que ninguém esmagasse a minha alma.»



João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 137

''violinos presos na garganta''


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 133

«Já me basta dizer que a noite dorme
como um frio travesseiro e a meu lado.»


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 128

«Já me basta dizer que a noite é ácida,»



João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 128

«Sempre a si me puxa a noite poderosa.»

HOLDERLIN

“ditadura da felicidade”

sábado, 28 de janeiro de 2017


« O outono (a dor) renascerá em asas cegas, »


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 120

''lume fértil''


«No lamaçal do mundo onde se roja
o rol das intempéries, sevícias, exílios, opressões
- quantos anos tem a dor?
E quanta dessa dor - cumprida e rasa -
se acolhe ao sossegar do puro nada?»


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 118

''crua e ácida tristeza''


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 114

''baloiços distraídos no fluir dos dias.''


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 114

«de ser apenas morte, apenas dia
-apenas dia e morte,
                                                   apenas a morte.»


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 113

You Can't Win, Charlie Brown - Above the Wall



Letra

If you can peek above the wall
Then I’ll be looking up
Your other side is calling me
But I’m afraid to jump
 
Over the wall I’m looking toward
But roots and machines are holding on
And over this side I’m not exactly alone
 
You keep calling over with your eyes
I’m not sure if I’m liking the surprise
‘Cause back on my side I’m not exactly alone
 
In my own time alone
Back in my seat
Filling up my head with all I want
 
Nothing goes by
Over the wall
And I’m not so sure that’s what I want
 
But when you come on to my side and pull me over by surprise
Now I don’t know if I should go
 
‘Cause I might find another place but I don’t know if I can replace
My home I gathered in these walls
 
But you’re here now
Come on, go
Take the whole wall down
Out of this home
 
Bring me out there now
And pull with your song
And I’ll go along
“de certo modo, todos nós somos arquivo, arquivos vivos e encarnados.” 

(Mark Gisbourne, 2007)

o “impulso arquivístico” (Hal Foster, 2004) e a “mania do arquivo” (Suely Rolnik, 2011) na arte contemporânea

“febre de arquivo” (Derrida, 1995)

“febre de arquivo” (Derrida, 1995) contemporânea, que se caracteriza pela utilização de procedimentos arquivísticos - coleccionar, extrair, catalogar - que, tal como permitidos pelas tecnologias digitais, desafiam os protocolos dos arquivos tradicionais e oficiais, e obrigam a questionar os seus limites - partilhamos não só o que está no arquivo, como produzimos e depositamos materiais no arquivo.

EL AGUA Y LA PIEL: LOS MELANCÓLICOS DESNUDOS DE KARIN ROSENTHAL


permanente devir

"Isto de ser moderno é como ser elegante: não é uma maneira de vestir mas sim uma maneira de ser.", José de Almada Negreiros.
"Solitude produces originality, bold & astonishing beauty, poetry. But solitude also produces perverseness, the disproportionate, the absurd & the forbidden.” 

Thomas Mann

The Flat (1968) By Jan Švankmajer


“To me, animation is like magic. It’s not about making things move, but making things live. This is the domain of magic. And that is what I have always tried to achieve in my films–not just to move objects, but to breathe life into them and explore their inner being.” 

Jan Švankmajer

O direito ao delírio – Eduardo Galeano

“e quando estiver recém-lavado o mundo/ nascerão outros olhos na água/ e crescerá sem lágrimas o trigo”

Pablo Neruda

“tudo deixou de ser, menos teus olhos”

Pablo Neruda
“trouxe o amor sua cauda de dores,/ seu longo raio estático de espinhos,/ e fechamos os olhos porque nada,/ para que nenhuma ferida nos separe”

Pablo Neruda

''amor-perfeito, de fome e de sede dela''


amar a pulsão, a libido, o fruir

Nietzsche, “em última análise, amam-se os nossos desejos, e não o objeto desses desejos”

O amor de Neruda é um amor sem término

''O amor de Neruda é um amor sem término, um amor que “assim como não teve nascimento/ morte não tem, é como um longo rio,/ só muda de terras e de lábios” (NERUDA, 2016, p. 108). É um amor de marinheiro – o amor que o poeta ama -, pois os marinheiros “besan y se van./ Dejan una promesa./ No vuelven nunca más”. O amor do poeta é “el amor que se reparte/ en besos, lecho y pan./ Amor que puede ser eterno/ y puede ser fugaz./ Amor que quiere libertarse/ para volver a amar./ Amor divinizado que se acerca/ Amor divinizado que se va”; amor que sabe que há horas de partir, amor de naufrágios.''
“nega-me o pão, o ar,/ a luz, a primavera,/ mas nunca o teu riso,/ porque então morreria”

Pablo Neruda

Intimacy - Keren_Moscovitch


“tua beleza e tua pobreza/ de dádivas encheram o outono”

Pablo Neruda
“teus quadris imponham na água/ uma medida nova de cisne ou de nenúfar/ e navegue tua estátua pelo cristal eterno”

Pablo Neruda
“quando antes de amar-te me esqueci de teus beijos/ meu coração ficou recordando tua boca”

Pablo Neruda
“Se você viver poeticamente encontrará felicidade” 

Edgar Morin

Não te quero senão porque te quero – Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
( Pablo Neruda )
" São tempos difíceis para os sonhadores."

Amélie (2001)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017


''Sabes que estás no chão, agora rasteja.''

auto-embevecimento

«Há sem dúvida quem ame o infinito,/ Há sem dúvida quem deseje o impossível,/ Há sem dúvida quem não queira nada —/ Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:/Porque eu amo infinitamente o finito,/ Porque eu desejo impossivelmente o possível,/ Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,/ Ou até se não puder ser...»

Álvaro de Campos


“All that we see or seem is but a dream within a dream.”

Edgar Allan Poe
Arte e esperança: percursos de práticas artísticas para a inclusão: Com a finalidade de refletir sobre o papel da arte como motor de inclusão e mudança social, esta conferência integra, no seu painel de oradores, artistas e investigadores com vasta experiência em arte comunitária e participativa, como François Matarasso (Reino Unido), Hugo Cruz, Diana West e Rui Vieira Nery.  

"Ouve, Amada, a noite. Quão serena
a lua se levanta
sobre o mar e sobre a tua formosura.
A noite canta.
Ouve, Amada, a fonte. No fundo
da sua calma sonora,
com música mais doce que esse canto,
a fonte chora.
Ouve, Amada, o silêncio. Que repouso
de paixão, de angústia e de batalha.
Reina a perfeição por sobre os lírios.
É a felicidade que se cala."

"Onze Poetas do Modernismo Hispano-Americano"
- José Asunción Silva/ Rubén Darío/ Amado Nervo/ Leopold Lugones/ José Martí.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

dose diária

de dor
"A criança, quando criança / não sabia que era criança / tudo para ela tinha alma / e todas as almas eram uma só"

domingo, 22 de janeiro de 2017

Intimacy - Irina Munteanu


"Disse: Creio na poesia, no amor, na morte,
e por isso mesmo crio na imortalidade. Escrevo um verso,
escrevo o mundo; existo; existe o mundo.
Da ponta do meu dedo mínimo corre um rio.
O céu é sete vezes azul. Esta pureza
é de novo a primeira verdade, a minha última vontade."


 Giánnis Ritsos. "Antologia"

sábado, 21 de janeiro de 2017

''abate os miúdos de caça''

Dylan Thomas. Sob o Bosque de Leite. Teatro. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lda, Lisboa., p. 1992., p. 31

''um homenzinho tosco, vai-a-todas,''


Dylan Thomas. Sob o Bosque de Leite. Teatro. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lda, Lisboa., p. 1992., p. 27

“Crinolinemania”

crinolina

Guarda-roupa da época vitoriana, que apareceu em meados do século XIX e tratava-se de uma armação feita de crina de cavalo e linho – materiais que inspiraram o seu nome – e que prendia vários aros de metal, formando uma gaiola, que era usada por baixo das saias das senhoras para lhes dar volume. 

“do-it-yourself”


NINGUÉM SABE A DOR
QUE FICA PRESA...


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 89

''sofria o sofrimento''


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 86

TRANSCRIÇÃO

No caminho irreverso que da morte
levava o nossos corpo para o sismo
onde o corpo perdia a sua idade
e que do sismo ia em várias rondas
até onde se ondulam os estratos
de anos e anos de fadiga,
abriam-se as comportas que da morte
- ou daquilo que nela se figura -
tinham este idílico retrato:
os cavalos planavam as veredas,
livres e alados;
as águas desciam (não represas)
às planícies onde o cio crescia
em ciclos alternados;
os homens tinham luz e alto voo
eram generosos, eram calmos;
e os pássaros transcreviam-se sobre rios
de mãos exímias e lembrados
lábios.


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 85

«de se sofrer o pasmo de quem perde
a flor do entendimento e da coragem.»



João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 84

«Eram árvores de amor já decepadas»


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 84


''uma certa morte insuportável''


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 81

''sulfuroso rosto à beira d'água''


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 77

INCITAMENTO


«Que ninguém te morda o coração.»


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 77

SELF-CONTROL


Dom la Nena & Rosemary Standley (Moriarty)

Defenestração

«passou a ditar as ordens de acordo com o que ela acreditava ser a verdade»

pacotilha e pechisbeque


«então o Senhor Deus formou  o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo.»

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

«De onde estais, podeis ouvir os sonhos.»


Dylan Thomas. Sob o Bosque de Leite. Teatro. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lda, Lisboa., p. 1992., p. 13

''cão de porcelana''


Dylan Thomas. Sob o Bosque de Leite. Teatro. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lda, Lisboa., p. 1992., p. 12
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