No caminho irreverso que da morte
levava o nossos corpo para o sismo
onde o corpo perdia a sua idade
e que do sismo ia em várias rondas
até onde se ondulam os estratos
de anos e anos de fadiga,
abriam-se as comportas que da morte
- ou daquilo que nela se figura -
tinham este idílico retrato:
os cavalos planavam as veredas,
livres e alados;
as águas desciam (não represas)
às planícies onde o cio crescia
em ciclos alternados;
os homens tinham luz e alto voo
eram generosos, eram calmos;
e os pássaros transcreviam-se sobre rios
de mãos exímias e lembrados
lábios.
João Rui de Sousa. Enquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 85
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