sábado, 4 de maio de 2019

'' muda como uma tábua''

Jaime Rocha. Casa de Pássaros. Publicações Dom Quixote. Sociedade Portuguesa de Autores., Lisboa, 2001., p. 15
« - Este tempo adoece-me, fico com as veias grossas, com mãos de uma velha.»

Jaime Rocha. Casa de Pássaros. Publicações Dom Quixote. Sociedade Portuguesa de Autores., Lisboa, 2001., p. 14
«A Susana sempre foi assim, sempre me escondeu tudo. Já em criança tinha essa mania, metia as coisas debaixo da cama e nos vasos, para que eu não visse. E eu não via, de facto, não queria ver. Que importância tem uma criança esconder gritos mortos ou bezoiros?»

Jaime Rocha. Casa de Pássaros. Publicações Dom Quixote. Sociedade Portuguesa de Autores., Lisboa, 2001., p. 13

''quem não tem cão caça com gato''


''pássaros embalsamados''

´''Novo esclavagismo da laboração contínua''

''A Aguadeira''

´´Pétala da Rosa´´

''viveiro de artistas''

Contra-pulso entre impulso e frustação

A RENDEIRA

domingo, 28 de abril de 2019


Lampirídeos

marcelismo

“O que escolhemos recordar é o que escolhemos ser”

''Manuel Loff questiona porquê recordar a memória de uma ditadura e da repressão, lembra que nas últimas décadas a memória das ditaduras do século XX se tornaram-se um “intenso campo de batalha”, cultural e político e afirma “O que escolhemos recordar é o que escolhemos ser”. ''

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Álvaro Cunhal treplicou, negando que lhe tivesse escapado o alcance de As Encruzilhadas de Deus: "Eu quero esclarecer que falo neste momento da poesia de José Régio — sobretudo de As Encruzilhadas de Deus — porque ela canta com um realismo impressionante a tortura do desalento, da fuga, da indecisão, canto esse comum a muitos outros poetas e poetazinhos portugueses que não foram fadados para a poesia [...]. Mas nenhum como José Régio conseguiu exprimir com tão grande beleza, vibração e angústia, a situação do homem que se afastou das multidões anónimas, do homem a quem faltam forças para romper o isolamento, do homem a quem a vida chama ainda e que não vê outra maneira de dela se aproximar, fora a expressibilidade do seu eu"

Álvaro Cunhal, "Ainda na encruzilhada", Seara Nova, n° 626,12-8-1939, pp. 151-154.
"Cada qual tem que escolher um caminho — para um lado ou para outro".

Álvaro de Cunhal
''Críticos e criticados ''

i.co.no.clas.ti.a silabação


nome feminino
1.
RELIGIÃO, HISTÓRIA doutrina bizantina dos séculos VIII e IX que repudiava a representação e o
culto de imagens sagradas
iconoclasmo
2.
RELIGIÃO qualquer doutrina ou movimento que se oponha ao culto de imagens
3.
destruição de estátuas ou imagens religiosas
4.
figurado atitude de quem ataca ou rejeita valores, práticas, crenças ou instituições estabelecidas

25 de abril: porque o fim da ditadura em Portugal não pode ser comparado a nenhum outro


«Documento dos 9»

tentação dogmática

ideário

en.deu.sa.men.to

''Um grande nepotista foi Napoleão Bonaparte. Em 1809, 3 de seus irmãos eram reis de países ocupados por seu exército.''

''O golpe de Estado não teve só o escarlate dos cravos a dar-lhe cor. Teve o sangue de quatro pessoas assassinadas às mãos dos últimos fascistas que guardavam a PIDE/DGS. No seu canto de cisne, de dentro da sede nacional da política, na rua António Maria Cardoso, em Lisboa, pelas 20h20, saiu uma saraivada de tiros que tirou a vida a quatro pessoas:
João Guilherme de Rego Arruda, 20 anos, estudante de Filosofia, natural da ilha de São Miguel, Açores;
Fernando Luís Barreiros dos Reis, 23 anos, soldado na 1.ª Companhia Disciplinar de Penamacor, natural de Arranhó, Arruda dos Vinhos. Pai de duas crianças;
José James Harteley Barneto, 38 anos, escriturário do Grémio Nacional dos Industriais de Confeitaria. Natural de Vendas Novas, Alentejo. Deixou quatro filhos;
Fernando Carvalho Giesteira, 17 anos, natural de Vreia de Jales, Vila Pouca de Aguiar, empregado de mesa na boîte Cova da Onça, em Lisboa.
Mas havia de morrer mais gente, nesse dia, nessa rua. António Lage, 32 anos, funcionário da PIDE/DGS – não era um agente, era um administrativo, moço de recados – foi morto pelos militares revolucionários cerca das 21h20, já depois de se ter entregue. Tentou fugir, correr para casa, a poucos metros dali, mas as centenas de pessoas que se acotovelavam na rua gritaram-lhe a sentença: matem-no! Alguém a executou.
A 26 de abril de 1974, ali bem perto daquela rua, em plena baixa lisboeta, uma confusão leva os militares a disparar contra uma coluna de carros da PSP, por acharem que os agentes iam investir contra os manifestantes, no Largo Camões, em Lisboa. Manuel Cândido Martins Costa, 25 anos, polícia de choque, foi fatalmente atingido nos pulmões.
Até hoje, a identidade dos assassinos destas seis pessoas permanece uma incógnita.''

O funcionalismo público

Nepotismo


''Nepotismo (do latim nepossobrinhoneto, ou descendente), é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos.''

Meritocracia

''O termo Meritocracia, neologismo — do latim mereo ('ser digno, merecer') e do grego antigo κράτος, transl. krátos ('força, poder') — estabelece uma ligação direta entre mérito e poder.

Tanto a palavra mérito quanto a palavra poder têm diversos significado, o que faz com que o termo meritocracia seja polissémico.Desta maneira o termo podem tanto: ser interiorizado como um princípio de justiça (às vezes qualificado de utópico),e ainda, simultaneamente, criticado como um instrumento ideológico voltado para a manutenção de um sistema político desigual.

Um modelo meritocrático é um princípio ou ideal de organização social que busca promover os indivíduos — nos diferentes espaços sociais: escola, universidade, instituições civis ou militares, trabalho, iniciativa privada, poder público, etc — em função de seus méritos (aptidão, trabalho, esforços, competências, inteligência, virtude) e não de sua origem social (sistema de classes), de sua riqueza (reprodução social) ou de suas relações individuais (fisiologismo, nepotismo ou cooptação).''

segunda-feira, 22 de abril de 2019

revolucionarismo

“a História e seu braçado de cravos vermelhos”


historicidade

Para mim, prefiro o Michelet a todos os autores mais famosos de uma História infinita que a gente lê e não se lembra de nada: ao fim, tem tanta coisa que ninguém pode ler aquilo. Só o que nos diz qualquer coisa é que a nossa memória retém.

Eduardo Lourenço, “Uma barca de salvação”, in Ler, Livros e Leitores, Círculo de Leitores, Novembro de 2012, p.38

tempo-feito-Duração

Henri Bergson (1859-1941)

“Retrato de um pensador errante”

«Não creio que a Bíblia naufrague, mesmo numa civilização tão desapiedada (...) como a nossa. »
Eduardo LourençoFilósofo

"Não sou um grande pensador, o mundo é que pensa"

dimensão ética e artística da transformação social

epistemicídio

O autor refere-se à epistemicídio como o silenciamento das epistemologias não científicas através de sua supressão e/ou eliminação (SANTOS, 2002).

fascismo epistemológico

Para Boaventura de Sousa, esta prática seria a não-aceitação de outras epistemes que divergem ou apresentam uma nova visão de mundo, que não a eurocêntrica (SANTOS, 2009).

''tradições teóricas europeias e eurocêntricas''

''As relações sociais são sempre culturais e políticas, representam formas de poder e distribuições desiguais de poder e o conhecimento é a manifestação desse complexo e dessa teia de relações sociais de exploração e dominação (SANTOS, 2009). Segundo Lander (2005) nos encontramos numa linha de chegada numa sociedade sem ideologias, onde se acredita num modelo civilizatório único, globalizado, universal, que torna desnecessária a política, na medida em que já não há alternativas possíveis a este modo de vida. Esse processo marcou o início de uma história universal e de um processo irreversível de isolamento, onde todas essas relações de ordem econômica, política, cultural e espacial, possibilitaram a absorção ideológica, cultural e social de relações estrangeiras do ocidente colonizador.''
 ''O conhecimento científico moderno é um conhecimento desencantado e triste que transforma a natureza num autómato, ou, como diz Prigogine (1997), num interlocutor terrivelmente estúpido (SANTOS, 1986). ''

A teoria da falseabilidade de Popper (1975)

fascismo territorial

fascismo social

domingo, 21 de abril de 2019

'' law in books vs law in action''

''O nosso tempo não é um tempo de respostas fortes. É antes um tempo de perguntas fortes e de respostas fracas. ''

"O Fim do Império Cognitivo"

Boaventura de Sousa Santos
«No domínio da organização do trabalho científico, a industrialização da ciência produziu dois efeitos principais. Por um lado, a comunidade cientifica estratificou-se, as relações de poder entre cientistas tornaram-se mais autoritárias e desiguais e a esmagadora maioria dos cientistas foi submetida a um processo de proletarização no interior dos laboratórios e dos centros de investigação. Por outro lado, a investigação capital-intensiva ( assente em instrumentos caros e raros) tornou impossível o livre acesso ao equipamento, o que contribuiu para o aprofundamento do fosso, em termos de desenvolvimento científico e tecnológico, entre os países centrais e os países periféricos.»

 SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. 15. ed. Porto: Afrontamento, 2007. p.35.

Sinfonia nº 3 (Sinfonia das Canções Tristes), de 1976

Compositor Polaco Henryk Górecki

paz perpétua

 “como é que a ciência moderna, em vez de erradicar os riscos, as opacidades, as violências e as ignorâncias, que dantes eram associadas à pré-modernidade, está de fato a recriá-los numa forma hipermoderna?”

SANTOS, Boaventura de Souza. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática. v.1. p. 58. 

O racionalismo socrático e o seu auge com a Revolução Industrial

“O progresso das ciências e das artes contribuirá para purificar ou para corromper os nossos costumes?”

Rousseau, 1750
''Nietzsche faz forte críticas ao pensamento socrático, para ele, Sócrates teria contribuído para os rumos funestos da cultura e consequentemente, do homem. Sócrates foi um grande racionalista, sua máxima residia no famoso “conheça-te a ti mesmo” que em essência expressa uma alta valorização da consciência e da racionalidade enquanto elementos que nos permitem acessar o que é o “bom” e o “ruim”. Por outro lado, para Nietzsche, a consciência é algo que surge da necessidade do homem viver em sociedade, sendo a linguagem um órgão a serviço da consciência que também surgiu das necessidades da vida colectiva. Dessa forma, o homem está limitado ao desconhecido. ''

o triunfalismo, a descontextualização, o monolitismo e o antiestatismo.

«Neste momento, para ser justo, devo ser contra a justiça. Uma simples dúvida basta quando se trata duma vida humana. Parece-me que nada há no mundo que seja mais importante. E se já é absurdo castigar a morte dum homem matando outro, é horripilante a simples admissão de se matar um inocente!»

Ferreira de Castro

(...)

« - Quando de novo eu estiver convosco.

hei-de falar-vos destes meus amigos
que nunca discutiram Belas Artes.

- tendo eles também as suas luas,
as suas crises de bem-estar nervosas,
iguais às nossas noutra diversão.

Os seus rescaldos de morrer na vida
é serem escravos dos trabalhos úteis.»



Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 79
(...)

« Mas é preciso provocar ausências,
fazer preparos para ficar inculto
gozar com perspicácia a liberdade.»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 78

« mal sossega a solidão»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 68
(...)

«somos nós os dois por dentro na minha alma
e tu, nessa manhã,
como se num prato de farinha branca
de súbito caísse à luz do sol
uma andorinha morta.»


Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 63

«Não sei dizer nem ver nem pressentir»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 53

«Nas velhas águas os abismos lúcidos»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 53
(...)

«Sofrer é repetir uma alegria
do assim olhar para ti já sem te ver
sozinho e acompanhado a toda a hora.»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 51
«Logicamente a madrugada exige
a novidade dum orgasmo lúcido,
porque se alastra quase sempre ao cérebro.»

C
arlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 49

RENIEGO



Tiri, tiri, tiri, ay
Ay, ay ya, ya ya ya ay
Ay, yo río por fuera
Y lloro por dentro
Yo río por fuera
Y lloro por dentro
Y es por matuca
Por madusquera
De esta pena mía
Ay, yo no encuentro
Yo río por fuera
Y lloro por dentro
Como él, reniego
Como él, reniego
Oh, reniego
Reniego de mi sino
Como él, reniego
Como él, reniego
Oh, ay, ay, mira ahorita que te he conocido


Compositores: Jesus Carmona Gonzalez / Pablo Diaz-Reixa Diaz / Rosalia Vila Tobella

« - sem poesia, e muita psicanálise,»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 46

sábado, 20 de abril de 2019

''areia velha''

«Nem voz nem mar nem fome nem destino.»


Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 40
(...)

«Durante alguns momentos nessa tarde
chovera um aguaceiro, e o ar, suado,
ficou da pele duma mulher rosada.»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 38

semi-espantado

(...)

«Agora, quando chegas, Alegria,
classicamente te espero,
e quase, quase nunca te pressinto.»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 32

«Tamanhos dias sofrendo,»


Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 31

«Distantemente, Portugal morria ! »


Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 29
«Martini branco, seco, sugestivo,
pessoas vivas, débeis ou dramáticas»


Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 24

(...)

«Só hoje, de exercitado,
com gerações esforçadas de ironias,
pernas abertas, assentes,
de pêlos aqui no peito
vorazes a descoberto,

- hoje!

minha alma se borrifa em vocês todos.»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 20
«Dou muito pouco para pensar angústias,
para consultar depressões.»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 19

(...)

« - Que a noite é sempre um coração disforme,
uma saudade que desenha e faz,
da sua permanência, - a Criação.»

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 15

''as ebulições e os fantasmas do quotidiano''

João Rui de Sousa 

Precisamos de valores comunicáveis, pontes, afectos.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

domingo, 14 de abril de 2019

« Se se traçasse  com um gráfico o nosso amor, quantas interrupções apareceriam, e quantos borrões e quantos recomeços!»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.36
«Uma virgem, uma virgem loura, é como um copo de água mineral oferecido a um alcoólico.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.35
« - Aquela mulher tem uma acção excitante sobre os teus nervos, como o cloreto de sódio - diagnosticava o actor cómico. - Tu precisas de brometo. O brometo acalma.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilatesTradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.35



Agujerito del cielo
Cuelando el brillo de Dios
Un rayo cayó en tus ojo'
Y me partió el corazón
Agujerito del cielo
Díctame por dónde ir
Para yo no equivocarme
Y así ver mi porvenir
When you're done with me
I see a negative space
What you've done for me
You need to lose some day
Who needs to pray?
Who needs balance? I'll see you every day
Barefoot in the park
You start rubbing off on me
Barefoot in the park
You start rubbing off on me
Ya tengo to' lo que quiero
Ya no puedo pedir má'
Cuando te tengo a mi la'o
Lo pasa'o se queda atrá'
Si estas faltando en mi era
Y te tuviera encontrar
Hasta yo te encontraría
Como el río va a la mar
Barefoot in the park
You start rubbing off on me
Barefoot in the park
You start rubbing off on me
Silence starts turning off between
Sky's looking up I think
I call off the chase
Who needs balance? I'll see you everyday
Barefoot in the park
You start rubbing off on me
Barefoot in the park
You start rubbing off on me
Compositores: Antonino Martinez Ortega / James Blake / Rosalia Villa Tobella

« - Não! - gemeu ela atirando a cabeça para trás como um passarinho, para lhe oferecer a face pálida, mas ardente, para oferecer-lhe uma boca cheia de amor e dois olhos cheios de pranto.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.33

''pousou os lábios naquela nuca tépida e nuca''

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 33

''tenaz áspera''

vozes dos castastri

«Esta rapariga é um belíssimo, colorido, pinturesco vegetal; caminhando ao seu lado parece-me, quando muito, ter uma flor à lapela.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 32
« - E em toda a casa onde há uma mesinha que manqueja, todos se julgam médiuns. O espiritismo não existiria se os carpinteiros fossem mais exactos no cortar as pernas das mesinhas.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.26

''comissão de espiritistas''

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.26

''encefalite letárgica''

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.25

« A única aristocracia que eu conheço é a aristocracia da inteligência!»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.24
« - Os meus admiradores sou eu que os escolho - proclamava ela.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.24

''a subtileza da pulhice''

terça-feira, 9 de abril de 2019

« - Gosto de homens simples - declarou-lhe a actriz virando-lhe as costas. - Hoje que todos se fazem de interessantes, os únicos verdadeiramente interessantes são os que não o são.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.24

domingo, 7 de abril de 2019


« À estupefaciente esterilidade daquela mulher absurda, que o amava como um amor oscilante, hoje rarefeito até à indiferença, amanhã exasperado até à crise, tornara-se-lhe já necessária. Entrara-lhe no sangue, como escrevem os psicólogos sem pretensões, que afinal são os mais exactos; entrara-lhe no sangue como um vírus incurável.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.17
«A primeira vez que falara à actriz, pedindo-lhe aquela meia hora de colóquio, que se converteu numa noite de sensualidade e no início de um grande amor, fora movido por curiosidade cerebral, e não por desejo dos sentidos. E à actriz ele agradara pela falta de rebuscamento que ela via nas suas palavras e nos gestos de homem ordinário.
Mas o homem ordinário transformara-se nas mãos desta mulher experimentada, que lhe estimulara aptidões sopitadas, despertada talentos adormecidos, valorizara possibilidades até então latentes na sua vida incolor, entre a gentalha inútil. Ela revelara-o a si mesmo, refinando-lhe os gostos, aguçando-lhe a cerebralidade, multiplicando-lhe as exigências, escancarando-lhe os olhos sobre um mais vasto ângulo do horizonte, fazendo-lhe vibrar todo o registo fisiológico com uma inesperada variedade de sofrimentos e prazeres.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.16

Só há um meio de se defender da opinião pública: suportá-la.

« - Não te preocupes com a opinião pública - advertia-lhe ela. - Se te virem com uma mulher elegante, serás rufião; se for com a tua mulher, corno; com um amigo, pederasta; se andares só, onanista. Só há um meio de se defender da opinião pública: suportá-la.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.14

''mulheres catastróficas''

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.14
                                                       Filme: Os Verdes Anos

« - O grand-guignol. Que temperamento têm aqueles dois!
- Não creia! - emendou o químico patrício, grande frequentador de palcos. - Eu conheço-os. Tomados cada um de per si, têm um carácter brando; mas, postos em contacto um com o outro, explodem: são como a essência de terebintina, substância inócua, e a tintura de iodo, substância inerte; mas, se se misturam as duas, produzem dano.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.12

«Quem sabe dominar os nervos é quem não os tem.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.11
« - Em suma, agrada-te.
- Tem uma bela boca. Parece um timbre de laca.
- Sobre a rolha de um tubo de bacilos. Tens um fraco por cadáveres em disponibilidade, por aspirantes ao sanatório. Para que uma mulher te agrade, é preciso que tenha as clavículas descarnadas.
- A beleza clássica não me satisfaz. Defeito grave da arte clássica é a saúde. Se as inúmeras Junos tivessem sofrido de febre gástrica e as Madonas de nefrites, certas estátuas e certas telas seriam suportáveis ainda hoje.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.10
« - É bem desenxabida a tua virgem!
- Minha? Uma virgem? Não tenho temperamento para iniciador.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.10

«Eu, mulher invejada, sinto-me a menos invejável de todas as mulheres.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.9
''O Preço de uma pessoa vê-se na
maneira como gosta de usar as palavras.
Lê-se nos olhos das pessoas. As
palavras dançam nos olhos das pessoas
conforme o palco dos olhos de cada
                                                   um.´´

José de Almada Negreiros

''Uma Abelha na Chuva'' . Laura Soveral no espelho de Fernando Lopes


(...)

Em tudo a pele de estanho inacessível
da insofrida zíngara vadia
ascende solitária e descomposta
à lésbica nudez da literatura.

Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 23


'' Os olhos traz cansados de esmagar os lírios.''


Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 22

''Deixei-me de prever civilizações,''


Carlos Garcia de CastroRato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 21

Manifesto

Mágicas, ainda existem
as grandes Tabacarias,
como atractivo mesteiral das artes.

- Mas são diferentes os ócios.

Não produzimos frenesins pacíficos.

Freud ensinou-nos a ciência dúplice
de preservar, vigilantes,
as almas adolescentes
permanentes
e a carne complicada de incapazes.

Estes poetas não precisam já
dos dramas do onanismo,
não se amedrontam dos seus próprios quartos.
Estes poetas não precisam já
de violoncelos.
- Nem de procissões!
nem santos, teologias,
fingimentos, Renascenças,
senhoras-mães-dependências
profissionais e mentais
da esplendorosa preguiça
que a rastos se faz enorme
presunção da burguesia
liberal, nacionalista,
de absinto, com sopeiras.

Esoterismo, o plâncton
das mansas esquizofrenias
que a natureza desculpa
com pontes de tédio alado.
A salvação, maravilha
das anarquias domésticas,
crucianas, pelos Cafés,
com verbos e metafísica.

Estes poetas já não são suicidas.

Já não se diz nem faz só por dizer-se.

A nova história será sempre a mesma,
não se provoca só por bem falar.

- Lá muito adiante a eternidade é escusa.

(E estes poetas já serão poetas?)


.... ....  ... ... ... .... .... .... .... ... .... .... .... ... .... ...

Sair de casa de manhã, tratado,
já predisposto mais um dia solto,
- quanto me custa por haver emprego!

                                                         Fevereiro, 1988


Carlos Garcia de Castro. Rato do Campo. Edições Colibri, Lisboa, 1988 . p. 11/12

sábado, 6 de abril de 2019

'' a balbúrdia dos dias''

''O que é preciso é saber o mais cedo possível com quem vamos envelhecer''

Peter Stein

"Os nossos mortos estão apenas ausentes e hão-de voltar."
"A eternidade num escritor é morrer e ficar como os outros, com a boca cheia de terra"

João de Melo

''O actor é sempre uma ferida que dói.''

Jorge Silva Melo. Ainda Não Acabámos, como se fosse uma carta
''o socialismo são os sovietes mais a electricidade''.

Lenine
''Ter pátria é ter culpa. É culpa do abandono, das ruas sujas, dos projectos abandonados, da miséria. Culpa do triunfo desta contra-revolução.''

Jorge Silva Melo. Ainda Não Acabámos, Como se Fosse uma Carta

´´Puseram-nos na rua como se fossemos gatunos''

Jorge Silva Melo. Ainda Não Acabámos, Como Se Fosse Uma Carta

Worker feeding machine. Still from Charlie Chaplin’s Modern Times s (1936)


''É impossível entrar no mesmo rio duas vezes. As águas já são outras e nós já não somos os mesmos.''

''Captar a vacilação do mundo''

deambular ao vento, pensar como se não tivesse fim

agrafar a ternura

´´ilha de vento ´´

''Se o presente fosse sempre e não transcorresse para o
passado, não seria mais tempo, mas eternidade.''

Agostinho

quarta-feira, 3 de abril de 2019

terça-feira, 2 de abril de 2019


«aranhas-lobos»

borboleta folha-morta

insectários

insectos sociais

formigas-brancas

«voo nupcial das rainhas»

O Mundo dos insectos. Editorial Verbo, Lisboa, 1969 p. 23

''Polistos ou vespas negras, no seu ninho de «papel»''

O Mundo dos insectos. Editorial Verbo, Lisboa, 1969 p. 23

''a dança das abelhas''

O Mundo dos insectos. Editorial Verbo, Lisboa, 1969 p. 21

insectos cegos

Maple Tree and Small Birds c1765, by Ito Jakuchu


«(..) as abelhas não vêem o vermelho, cor de tantas flores; vêem o ultravioleta, invisível para o homem.»

O Mundo dos insectos. Editorial Verbo, Lisboa, 1969 p. 18
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