Álvaro Cunhal treplicou, negando que lhe tivesse escapado
o alcance de As Encruzilhadas de Deus: "Eu quero esclarecer que falo
neste momento da poesia de José Régio — sobretudo de As
Encruzilhadas de Deus — porque ela canta com um realismo
impressionante a tortura do desalento, da fuga, da indecisão, canto
esse comum a muitos outros poetas e poetazinhos portugueses que
não foram fadados para a poesia [...]. Mas nenhum como José Régio
conseguiu exprimir com tão grande beleza, vibração e angústia, a
situação do homem que se afastou das multidões anónimas, do
homem a quem faltam forças para romper o isolamento, do homem
a quem a vida chama ainda e que não vê outra maneira de dela se
aproximar, fora a expressibilidade do seu eu"
Álvaro Cunhal, "Ainda na encruzilhada", Seara Nova, n° 626,12-8-1939,
pp. 151-154.
sexta-feira, 26 de abril de 2019
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário