segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
«Um cão fiel à infidelidade: »
António Salvado. Afloramentos. p. 96
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«quando os lábios sofriam por mordidos
e o fascínio ofegava como as ondas.»
António Salvado. Afloramentos. p. 92
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delido
adjetivo
1. | desfeito; roto |
2. | arruinado |
3. | puído; gasto |
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«Esta incerteza me constrói mais só, »
António Salvado. Afloramentos. p. 71
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desar
nome masculino
1. | desaire; revés de fortuna; desgosto |
2. | defeito físico ou moral |
3. | ato indecoroso |
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« a vontade de andar quando indeciso»
António Salvado. Afloramentos. p. 44
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«Disseram quantas vezes que não há
palavras que definam o Teu rosto,»
António Salvado. Afloramentos. p. 30
palavras que definam o Teu rosto,»
António Salvado. Afloramentos. p. 30
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domingo, 25 de dezembro de 2016
“Ninguém estaria disposto a sacrificar um amor, apesar das suas sequelas traumáticas e por vezes terríveis.” Esta é a frase de alguém que viveu e que conhece bem essas sequelas.
Nesta frase há uma verdade profunda. O amor é uma experiência fundamental na vida de um ser humano. E não significa apenas felicidade, mas também dilaceração, frustração, trauma. Paga-se um preço, mas é um preço que todos estamos dispostos a pagar porque, no fim, fazendo as somas e as subtrações, os benefícios e a exaltação que o amor trazem não são substituíveis.
excerto de entrevista a Mario Vargas Llosa, no Jornal Expresso
Nesta frase há uma verdade profunda. O amor é uma experiência fundamental na vida de um ser humano. E não significa apenas felicidade, mas também dilaceração, frustração, trauma. Paga-se um preço, mas é um preço que todos estamos dispostos a pagar porque, no fim, fazendo as somas e as subtrações, os benefícios e a exaltação que o amor trazem não são substituíveis.
excerto de entrevista a Mario Vargas Llosa, no Jornal Expresso
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Elza Soares
A Mulher do Fim do Mundo é a sua história e o seu testamento artístico – “Meu choro não é nada além de Carnaval / É lágrima de samba na ponta dos pés”
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«Como te destruir se te sonhei?»
António Salvado. Afloramentos. p. 21
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«para tão curto amor tão longa vida.»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro. 1ª edição, 1989., p. 73
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(...)
«certo de que o pensamento
é nada sem coração.»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro. 1ª edição, 1989., p. 94
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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
« e sou de tudo o meu e só juiz»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro. 1ª edição, 1989., p. 73
«vivo a vida que aos outros pouco diz»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro. 1ª edição, 1989., p. 73
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«amor de mim me solta de sofrer
e já nem a mim amo inteiro dou
o que não sendo sou aos outros todos»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro. 1ª edição, 1989., p. 72
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(...)
«sem morte que nos destrua
sem vida que nos ofenda.»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro. 1ª edição, 1989., p. 62
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The Healing Power of Photography
1. “Every day over one billion photos are shared online and I believe we are standing on top of a massive opportunity to change how we see and talk about mental health.” – Bryce Evans
2.The language of photography is symbolic.” — Sebastiao Salgado
3. “I wish more people felt that photography was an adventure the same as life itself and felt that their individual feelings were worth expressing. To me, that makes photography more exciting.” — Harry Callahan
4. “The moment the shutter clicked, I felt a shift within me.” — Bryce Evans
5. “Because it’s free, easy to use, and high-quality, photography is now a fixture in our daily lives – something we take for granted.” — Peter Diamandis
6. “The painter constructs, the photographer discloses.” ― Susan Sontag
7. “We are making photographs to understand what our lives mean to us.” — Ralph Hattersley
8. “You cannot see the light without the darkness.” — Bryce Evans
9. “The camera is an instrument that teaches people how to see without a camera.”
― Dorothea Lange
10. “When I look at my old pictures, all I can see is what I used to be but am no longer. I think: What I can see is what I am not.”
― Aleksandar Hemon
11. “A photograph is usually looked at- seldom looked into.”
― Ansel Adams
12. “A great photograph is a full expression of what one feels about what is being photographed in the deepest sense and is thereby a true expression of what one feels about life in its entirety.” ― Ansel Adams
13. “If we want to change how we see these issues – I think the very thing we need is a new lens to see them through” — Bryce Evans
14. “It is through living that we discover ourselves, at the same time as we discover the world around us.”
― Henri Cartier-Bresson
15. “To me, photography is an art of observation. It’s about finding something interesting in an ordinary place… I’ve found it has little to do with the things you see and everything to do with the way you see them.” — Elliott Erwitt
16. “There is only you and your camera. The limitations in your photography are in yourself, for what we see is what we are.” — Ernst Haas
17. “When I first became interested in photography, I thought it was the whole cheese. My idea was to have it recognized as one of the fine arts. Today I don’t give a hoot in hell about that. The mission of photography is to explain man to man and each man to himself.” — Edward Steichen
18. “Light makes photography. Embrace light. Admire it. Love it. But above all, know light. Know it for all you are worth, and you will know the key to photography.” — George Eastman
19. “Imagine if every photo was an opportunity to start speaking out about your own depression” – Bryce Evans
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«ao nada que dá ser ao que é querer»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro. 1ª edição, 1989., p. 59
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«quem sabe se outra vida tu vais ter
ou se tudo se perde sem voltar»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro. 1ª edição, 1989., p. 59
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«a vida que se ganha em se morrer.»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro.1ª edição, 1989., p. 52
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«cada vez gosto mais de menos gente.»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro.1ª edição, 1989., p. 36
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(...)
«o sonho vem do futuro
e voa para o passado
donde volta como névoa
donde volta reforçado»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro.1ª edição, 1989., p. 27
«o sonho vem do futuro
e voa para o passado
donde volta como névoa
donde volta reforçado»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro.1ª edição, 1989., p. 27
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«o perfeito querer é não querer.»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro.1ª edição, 1989., p. 14
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«ali se nada acontece
tudo pode acontecer.»
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro.1ª edição, 1989., p. 12
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(...)
«e o Deus que tanto procuro
em que atingido me afundo
é aquele ser-não-ser
do que acontece no mundo
Agostinho da Silva. Uns poemas de Agostinho. Ulmeiro.1ª edição, 1989., p. 12
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
''When you stop expecting the people you love to be a certain way, you can start to enjoy and appreciate them for who they are. What you need to remember is that every relationship has its problems, but what makes it perfect in the end is when you wouldn’t want to be anywhere else, even when times are tough.''
Listen without defending and speak without offending
''Listen without defending and speak without offending. Communication isn’t just an important part of a relationship, it is the relationship. ''
- Alice: How long is forever?
- White Rabbit: Sometimes, just one second.
- White Rabbit: Sometimes, just one second.
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As aventuras de Alice no País das Maravilhas
"Ponho o ouvido à escuta de encontro ao mundo, ouço-me para dentro, para surpreender as coisas fundamentais que ele me ordena e são duas ou três simples, de instinto e ferocidade.
E além disso outra coisa imensa - que não existe.
Como te chamas tu? E tu, dor, como te chamas?"
-"Húmus"
- Raúl Brandão
E além disso outra coisa imensa - que não existe.
Como te chamas tu? E tu, dor, como te chamas?"
-"Húmus"
- Raúl Brandão
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e oferece-lhe o cigarro que ajuda a passar o tédio da viagem
«É tarde para regressar», diz-me, « ninguém me espera, nenhuma pátria, nem as aves que conhecem o oráculo.»
Nuno Júdice. Geometria Variável. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1ª edição, 2005., p. 20
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«(...) O meu gesto é este: furar os olhos
de quem me vê; abrir o peito dos que me amam; contar
os mortos que enchem esta planície, até gastar os dedos.»
Nuno Júdice. Geometria Variável. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1ª edição, 2005., p. 19
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« o breve gesto da despedida em que o amor se demora.»
Nuno Júdice. Geometria Variável. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1ª edição, 2005., p. 16
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«esse pássaro que aqui ficou por engano,»
Nuno Júdice. Geometria Variável. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1ª edição, 2005., p. 15
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»(...) respiro a água
do rio que corre por dentro dos olhos
da mulher amada.»
Nuno Júdice. Geometria Variável. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1ª edição, 2005., p. 13
do rio que corre por dentro dos olhos
da mulher amada.»
Nuno Júdice. Geometria Variável. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1ª edição, 2005., p. 13
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“Happiness in intelligent people is the rarest thing I know.”
Ernest Hemimgway
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sábado, 17 de dezembro de 2016
«E apesar da dor e da amargura do respirar humano
defendeste a vida com amor
e com amor a morte.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 53
defendeste a vida com amor
e com amor a morte.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 53
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«o teu peito encheu-se de maior solidão,
de mais fracasso, da amargura mais humana,
e já ninguém podia abeirar-se de ti.
Contemplávamos-te de longe, a luta desigual,
e tu de pé;
a injustiça do homem, as paixões gigantescas de teu espírito,
e tu de pé;
sustendo as pernas com as mãos,
mas de pé,
com a tua única defesa: teu desdenhoso semblante, teu soberano orgulho.
E era o teu espírito o mais débil,
pois tua apetência da vida era a mais intensa;»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 53
de mais fracasso, da amargura mais humana,
e já ninguém podia abeirar-se de ti.
Contemplávamos-te de longe, a luta desigual,
e tu de pé;
a injustiça do homem, as paixões gigantescas de teu espírito,
e tu de pé;
sustendo as pernas com as mãos,
mas de pé,
com a tua única defesa: teu desdenhoso semblante, teu soberano orgulho.
E era o teu espírito o mais débil,
pois tua apetência da vida era a mais intensa;»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 53
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«Tiveste um mau destino,»
«Tiveste um mau destino,
pois o fracasso foi teu hóspede constante;»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 51
pois o fracasso foi teu hóspede constante;»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 51
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« e sentiu uma tão fria solidão»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 49
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«Eu senti depois que o meu rosto se apagava.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 47
«(...); já se sonhava
vencido na velhice e desamado.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 37
vencido na velhice e desamado.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 37
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«Sonhadores, os olhos, quando avançam
os dias e envelhecem, nada novo
querem.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 35
os dias e envelhecem, nada novo
querem.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 35
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sobre o envelhecimento
« ele sabe que as tristezas são inúteis.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 35
« com o amor que o peito quer.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 35
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terça-feira, 13 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
«As mãos que eu costumava descrever com «força lírica».
As tuas mãos
Que agora agarram um magro volume de autores mortos.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 107
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«(...) Antes de sair
Dividiram os vossos trezentos livros
Pelos dois. Ele levou os que tinhas lido
E deixou ficar
Os que secretamente decidiste
Serem ilegíveis.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 69
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Rescaldo
Comes da minha mão,
Animal exausto. O teu cabelo
Cai do meu pulso.
Quando a tua destruição surgir prometo
Que me pertencerá
Quem podia ter surgido entre ti.
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 61
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A Visita
«Embora a tua cabeça ainda arda
As tuas mãos lembram-se de mim.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 53
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«A cada alma perdida, nesta tardia hora,
A sua medicada agonia de felicidade.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 47
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[...]
«Estou rabugenta, obtusa, velha e já não sirvo.
Sinto as minhas mãos a rondarem por mim na cama,
A sondarem ao de leve os joelhos, as mamas,
A barriga bamba,
Apertando aqui e acolá e às vezes,
A rasgarem-me, com a gana.
Vivo sozinha.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 39
«Estou rabugenta, obtusa, velha e já não sirvo.
Sinto as minhas mãos a rondarem por mim na cama,
A sondarem ao de leve os joelhos, as mamas,
A barriga bamba,
Apertando aqui e acolá e às vezes,
A rasgarem-me, com a gana.
Vivo sozinha.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 39
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Epitáfio
O aroma de rosas velhas e tabaco
Faz-me regressar.
Há quase vinte anos
Que não nos vemos
E a nossa desapegada paixão continua.
Foi isto que me deixaste:
A mão, entreaberta, imóvel
Sobre uma colcha verde.
O bastante para erguer
Alguns poemas melancólicos.
Se então eu te houvesse tocado
Um de nós podia ter sobrevivido.
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 37
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«Tenho a mão em flor», dizes
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 27
«As borboletas douradas, presas às suas folhas de seda,
Sofrem com a súbita escuridão à tua porta.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 25
Sofrem com a súbita escuridão à tua porta.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 25
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«As minhas mãos apenas podem cair
Sobre os teus ombros e esperar.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 17
Sobre os teus ombros e esperar.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 17
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A Tempestade
Ao longe, rompe um temporal. Rola para o nosso quarto.
Olhas para a luz de modo a apanhar-te um lado
Da cara, da boca apertada, do olhar sobressaltado.
Viras-te para mim e quando chamo tu vens
Cá e ajoelhas-te ao meu lado, para eu tomar
A tua cabeça entre as mãos como se fora tal
Uma taça delicada que tormenta pudesse quebrar.
Queres que me ponha entre ti e o trovão brutal.
Ao pousar na tua carne estas mãos grandes tremem,
Latejam em ti e depois, inseguramente, cingem.
O temporal invade-me enquanto a tua boca abre.
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 13
Olhas para a luz de modo a apanhar-te um lado
Da cara, da boca apertada, do olhar sobressaltado.
Viras-te para mim e quando chamo tu vens
Cá e ajoelhas-te ao meu lado, para eu tomar
A tua cabeça entre as mãos como se fora tal
Uma taça delicada que tormenta pudesse quebrar.
Queres que me ponha entre ti e o trovão brutal.
Ao pousar na tua carne estas mãos grandes tremem,
Latejam em ti e depois, inseguramente, cingem.
O temporal invade-me enquanto a tua boca abre.
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 13
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domingo, 11 de dezembro de 2016
«(...) pedras que vivem e gritam, ensanguentadas. Jerusalém.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 234
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«As velhas levantaram-se, reuniram as suas trouxas, apertaram os lenços negros em volta da cabeça e principiaram a fazer o sinal da cruz e a chorar.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 234
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Nikos Kazantzakis
«Hoje, como há dois mil anos, a vida está novamente em decomposição, mas os problemas que agora perturbam o equilíbrio do espírito e do coração são mais complexos e a sua solução mais difícil e sangrenta.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 232/33
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 232/33
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''edredões imundos''
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 232
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''Self cheio de lacunas que o torna permeável''
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 101
''profundos adictos de admiração''
«No entanto, como o que procuram é a admiração a carência perdura, a falta de amor genuíno continua a corroer o seu mundo interno. O bloqueio afectivo vai ganhando terreno, o amor fica cada vez mais longe, a proximidade relacional acaba por ser evitada pois desencadeia angústias graves ao Self pouco coeso que ameaça desmoronar-se.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 100
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 100
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festa de lágrimas
«Crêem que a posse de objectos poderosos lhes torna possível esconder a dor que sentem e minimizar o seu fundo depressivo, passando a viver uma vida assente numa festa de lágrimas.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 99
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