domingo, 5 de janeiro de 2020




[Verse 1]
The light of my life is going out tonight
As the sun sinks in the west
The light of my life is going out tonight
With someone she just met
She kept it burning longer than I had right to expect
The light of my life is going out tonight
Without a flicker of regret

[Chorus 1]
Darkness and cold, darkness and cold
(Darkness and cold, darkness and cold)
Rolled in through the holes in the stories I told
Conditions I'm wishing weren't taking control
Darkness and cold, darkness and cold

[Verse 2]
The light of my life is going out tonight
And she don't look too depressed
The light of my life is going out tonight
In a pink champagne Corvette
I sleep three feet above the street
In a Band-Aid pink Chevette

The light of my life is going out tonight
Without a flicker of regret


[Chorus 1]
Darkness and cold, darkness and cold
(Darkness and cold, darkness and cold)
Rolled in through the holes in the stories I told
Conditions I'm wishing weren't taking control
Darkness and cold, darkness and cold

[Chorus 2]
Darkness and cold, darkness and cold
(Darkness and cold, darkness and cold)
Patiently encroaching on the animal
The weather of forever retaking control

Darkness and cold, darkness and cold

[Chorus 1]
Darkness and cold, darkness and cold
(Darkness and cold, darkness and cold)
Rolled in through the holes in the stories I told
Conditions I'm wishing weren’t taking control
Darkness and cold, darkness and cold

[Outro]
Darkness and cold, darkness and cold

A dádiva de outra paixão

A ferida tem o seu tempo, a sua febre,
a existência líquida e ardente do que é excessivo,
do que cresce com a carne, martirizando-a.
Há feridas comovidas como esta, que se abrem
e se fecham com a dor lá dentro
para que ninguém possa devassá-las.
Há as feridas da melancolia
e as do músculo seccionado pelo gume
de uma raiva mitigada e ancestral.
Nem só os animais lambem as chagas
para as pôr ao abrigo do pó e do vento.
Também os cavaleiros de coisa nenhuma
lambem o coração retalhado na peleja
à espera que o afago da brisa
lhes traga a dádiva de outra paixão.


José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 33

''Tudo me sabe a coisa nenhuma''


José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 28

''com o anúncio de uma morte tangencial às águas''


José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 26

''Coroa de orvalho sobre os olhos''


José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 26

Tudo são hipóteses


É redonda a dor como as cobras
que desafiam a surdez das casas
onde os mortos dão as mãos
para congeminarem o regresso à vida.
Tudo são hipóteses. Dançam em roda
abocanhando as rosas, devorando
a placenta matinal dos partos, partindo.
Tudo se renova, até o mundo.
E há um poderio fatal que se ergue 
dos cânticos e dos espelhos, em espiral, 
das sarças queimadas e das preces,
e há um cavalo decapitado relinchado 
no terreiro dos medos ancestrais, fatais,
enquanto as carpideiras choram
o destino ultrajante dos meninos
que perderam a fé na cama da heroína,
misturando o pó e o sangue
sobre os mapas do desespero dos crentes.
Tudo são hipóteses. Até a vida.


José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 22

''Mariposas exaustas com a violência da luz.''


José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 21

''ramos embalados pela brisa''


José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 20
«As mulheres oferecem-se ao tacto
em bandejas de lua, sem alento.»

José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 19

flores industrializadas

patos-reais

"Onde te querem muito, não vás amiúde."


sábado, 4 de janeiro de 2020

«Perde um anzol na boca das cores
e um fio de horizonte no cansaço dos olhos.»

José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 13

Sem nunca avisar que chego

Poiso na tua casa como as gaivotas brancas,
com restos de comida e farrapos de sonho,
sem nunca avisar que chego, intruso quase,
sem nunca anunciar que parto, herege sempre,
sem nunca te dizer quanto te quero, imperfeito.
Doem-me as feridas onde me dói a alma,
no mesmo círculo de pele calcinada
por soporíferos, querelas e adagas. Tanta dor.
Fica um aroma de jasmim nas roupas,
um hálito de espuma nos lábios
que soletram as canções antigas. Lembras-te?
Cruzámos o destino das casas na esquina
sem sol de uma mesma rua, nómadas,
mangas arregaçadas para descobrir ouro
nas caves, no cimento das fundações.
O ouro do amor perdido, entenda-se.
Passa-se tanto tempo à espera
que um poema resuma um projecto,
uma existência sonegada à feira dos olhares.
Toco-te à porta e sei que estás, afortunado,
como a pedra altaneira que amansa e acolhe
a fúria passageira do mar. Vou amarelecendo 
com a idade nos retratos e nas histórias.
Tu bem sabes que o tempo, sempre o tempo,
só é inclemente e severo se nós deixarmos.


José Jorge Letria.
Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 11
«Acorrerei sem dor ao teu chamamento,
quando a última lua iluminar, ao crepúsculo,
o cesto dos alperces no terreiro da casa.»

José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editorial Teorema, Lisboa, 2001., p. 11

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020


soer

so.er
verbo intransitivo


[pouco usado] ter por costume

- a «fadiga-solidão»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 12

«(...) até que a fadiga do ouvinte se transmutava em irritação, a irritação em malevolência.»

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 12
andar de charola

andar aos ombros de alguém

Zapping de estética

''O som sem imagem, a imagem sem música como um filme sem sincronismo.''
'' a vítima mortal do crime terrorista e a vítima da pena capital''

« Na infância, no assim denominado tempo de estudante; sim, ainda nos anos dos amores precoces: muito especialmente então. Durante uma Missa do Galo, a criança encontrava-se assentada entre os seus, na igreja da sua terra apinhada de gente, ofuscante luz, ressoando com os bem conhecidos cantos de Natal, envolta em oradores de panos e de cera, e foi acometida pela fadiga, com o ímpeto de uma moléstia.»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 9

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

«E erguendo-se após a oração, ao aproximar-
-se dos discípulos, encontrou-os adormecidos,
de fadiga.»

Lc.22, 45

crível

Jackie Kennedy loved Ireland and her old Irish priest


Grão Da Mesma Mó


Não sei se estão a ver aqueles dias em que não
acontece nada, a não ser o que o que aconteceu e não aconteceu
E do nada há uma luz que se acende.
Não se sabe se vem de fora ou se de dentro, apareceu
E dentro da porção da tua vida, é a ti
que cabe o não trocar nenhum futuro pelo presente
O fazer face à face que se teve até ali
Ausente presente
Vê lá o que fazes, há
tanto a fazer
Fazes que fazes
Ou pões sementes a crescer?
Precisas de água, a
Terra também
Ventos cruzados
E o sol e a chuva que os detém
Vivida a planta
Refeita a casa
É espaço em branco
Tempo de o escrever
E abrir asa
E a linha funda, na
palma da mão
Desenha o tempo então
Mas há linhas de água que cruzas sem sequer notares, e
oh, estás no deserto e talvez no oásis, se o olhares
E não há mal e não há bem que não te venha incomodar
Vale esse valor? É para vender ou comprar?
Mas hoje, questões éticas? Agora? Por favor...
Que te iam prescrever a tal receita para a dor
Vais ter que reciclar o muito frio e o muito quente
Ausente presente
Vê lá o que fazes, há
tanto a fazer
Fazes que fazes
Ou pões sementes a crescer?
E a linha funda, na
palma da mão
Desenha o tempo então
'Um curto espaço de tempo'
Vais preenchê-lo com o frio da morte morrida
Ou o calor da vida vivida?
Não queiras ser nem um exemplo, nem um mau exemplo, por si só
Há dias em que é grão da mesma mó
E a senha já tirada, já tardia do doente
Dez lugares atrás, e pouco a pouco, à frente
E cada um falar-te das histórias da sua vida
Feliz, dorida
Vê lá o que fazes, há
tanto a fazer
Fazes que fazes
Ou pões sementes a crescer?
Precisas de água, a
Terra também
Ventos cruzados
E o sol e a chuva que os detém
Vivida a planta
Refeita a casa
É espaço em branco
Tempo de o escrever
E abrir asa
E a linha funda, na
palma da mão
Desenha o tempo então
E explicaram-te em botânica, uma espécie que não muda
a flor do fatalismo, está feito
E se até dá jeito alterar só por hoje o amanhã
Melhor é transfigurar
o amanhã com todo o hoje
E as palavras tornam-se esparsas
Assumes
Fazes que disfarças
Escolhes paixões, ciúmes
Tragédias e farsas
E faças o que faças
Por vales e cumes
Encontras-te a sós, só
Grão a grão acompanhado e só
Grão da mesma mó
Grão da mesma mó

Compositores: Sergio de Barros Godinho / David Fonseca
Letras de Grão Da Mesma Mó © Emi Music Publishing Portugal Edicoes Musicai

Tess Parks & Anton Newcombe - Cocaine Cat




So sit back and relax
Enjoy your cocaine Kate
Takes some time to get used to
But I know you'll be
Alright

Send some sensitivity
Gettin' you are you're feelin' me
Jump out the window
If it's the last thing
I do

You can have my piggy bank when I die
For you

Put a match to a tree
Watch the leaves burn high
They're all sensitive like you, babe
But I know you'll be alright
You'll be alright
You'll be alright
You'll be alright
(...)

«                                       Escreve-se
para o desprezo dos que amam outra escrita
e se enredam nela como as prostitutas
nas camas baixas do lucro garantido.
Escreve-se para não se ser lido, para a morte,»
...

José Jorge Letria. Os Mares Interiores. Editora Teorema. Lisboa, 2001., p. 9

credulamente

certezas cinzentas

fola

nome feminino
agitação das ondas do mar; marulhada, marulho

Os Mares Interiores

domingo, 29 de dezembro de 2019

“Todos os dias faça alguma coisa de que você tem medo.”

 Eleanor Roosevelt

sábado, 28 de dezembro de 2019

O JOGO DAS PERGUNTAS 
ou A Viagem à Terra Sonora




PERSONAGENS:

 UM OBSERVADOR?
UM DESMANCHA-PRAZERES
UM ACTOR JOVEM
UMA ACTRIZ JOVEM
UM CASAL VELHO PARSIFAL
UM-DA-TERRA, em diversas variantes
E aqueles peregrinos iam, pensativos...
Pareciam vir de longe, os peregrinos.

(Dante, Vita Nuova)

"Não contes a ninguém o que viste; fica-te pela imagem."

(Das palavras do oráculo de Dodona)

Die Hornissen (Os Vespões)

Peter Handke

obsessões temáticas

rilkiana


Por vezes, a infância parece muito próxima: “If I close my eyes a moment, I am able to bring back that picture very vividly.”
“But I remember [...] feeling both angry and dejected. I had not only made an ass of myself with Miss Hemmings, but that I had perhaps been doing so continuously throughout the previous month; that my friends, for all their congratulations, had been laughing at me.”

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

explosão da cultura pop

The remains of the day

O Rosto do Cristianismo


112º papa

católicos recasados

autoridade papal

romance When We Were Orphans

 escritor Kazuo Ishiguro
“If any one faculty of our nature may be called more wonderful than the rest, I do think it is memory. There seems something more speakingly incomprehensible in the powers, the failures, the inequalities of memory, than in any other of our intelligences. The memory is sometimes so retentive, so serviceable, so obedient; at others, so bewildered and so weak; and at others again, so tyrannic, so beyond control! We are, to be sure, a miracle every way; but our powers of recollecting and of forgetting do seem peculiarly past finding out.”

(Jane Austen, 2003, p.158)

A verdade é terrível: descrever é destruir.

Olga Tokarczuk
«A psique humana evoluiu para se defender contra a visão da verdade. Para nos impedir de avistar o mecanismo. A psique é o nosso sistema de defesa – ela se certifica de que nunca entenderemos o que está acontecendo à nossa volta. Sua principal tarefa é filtrar informações, mesmo que a capacidade de nosso cérebro seja enorme. Pois seria impossível carregarmos o peso desse conhecimento. Porque cada minúscula partícula do mundo é feita de sofrimento.»

Olga Tokarczuk

paixão enciclopédica

suicídio em massa

"Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos"

 Olga Tokarczuk

lobotomia

técnica "psicocirúrgica"

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

xv


Corpos há que terminam em pleno mar.
São corpos e são manhãs.
São corpos e são agosto atravessados pelo sol
por breves ventos.

Abandonado limite
quem levando aos lábios a chávenas de café
retém o gesto o vidro os dedos.
Nostálgico café por horas e horas repetido.

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 130/1

''A morte desce-lhe dos lábios''


João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 129

«A vida uma outra vingança »


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 128

« o tempo certo para cuidar da árvore.»


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 128
«eu terei aves quando nelas não pensar.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 126

“old believers”


« No ar sobe o fogo.
Jardim depois da trovoada. Árvores à beira da 
água.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 120

''farrapos de gelo''


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 119

Hilda Hilst na Casa do Sol

Cum vero reversus esset


(...)

«Cum vero reversus esset.
Fiquemos por aqui.
Pela parte do demónio.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 110

''mamilos duros''


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 109

A felosa-comum

«a horrível solidão da inocência »

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 105

«O mar entre ruínas.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 104

«O gato reflectido no céu escuro.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 100

cães pisteiros


''Vivos e mortos têm o mesmo horizonte.''

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 97

«o sangue de cristo nunca me faltou.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 94
«Minha é a fidelidade cega.
Estou entre migalhas de bolo e formigas
estou com o papel de carta»


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 94

«Nunca hás-de saber.
A inocência é assim.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 93

ERVAS MARINHAS E MAR AZUL


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 91

Retrato Inédito de Hilda Hist, feito por Fernando Lemos, em 1954, que ficou 60 anos guardada


Lugares de Memória

Virás dentro do giz, adormecida em nuvens,
                  com esse fio de prata nos cabelos.


António Franco Alexandre


Outros virão mais capazes de gostar.

Morre-se sempre pelo lado do inverno
adormecido em nuvens
vindo dentro de uma árvore
metade das raízes,
a metade dos céus.

Este receio carregado de infância.

Alma pequena,
adormecida,
com esse fio de prata.

O vento as nuvens corpo estendido vencido
pela luz
não tenho mais a pedir
ervas aves e luz.

Vindo de tão perto.


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 89

(...)

«subindo do fundo dos tanques
para morrer à superfície das águas »


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 87

«Um dia, a Consolação há-de perder o cheiro das
algas de madrugada o cheiro do feno ao fim do fia

há-de perder.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 85

''caça da invernia''


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 83

«No calmo mundo
o noivo roda até às rosas da manhã
coberto de orvalho conduz o sono até à morte.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 82

«Vou de azulejo em azulejo»


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 76
(...)

« A mulher envolta em rendas negras. Vão
jantar na varanda sobre o rio.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 76

Robin Fior amazed his colleagues with his ability to delay action until the last minute, and then produce brilliant results. Photograph Maria João Bom



(...)

« Seus olhos dão-me fogo os meus dão-
lhe água
a menos que me dê o caminho da lua.»


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 73

''o criado mundo''


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 71

''claro foi o dia nos olhos das raparigas ''


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 68

«(...) obedece incita inspira a dor»


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 61

«O sangue o sacrifício e a fraca face.»


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 61

«o inverno é agora mais inverno»


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 60

domingo, 22 de dezembro de 2019


(...)

«eu já cometi um assassínio já não existo aconteço
quando há frio. Os barcos espedaçam-se cruelmente
                                                                             são
por si a vingança quando não restar senão o céu.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 55

CRONOLOGIAS

(...)

«O frio anda à sua volta não tem chão
para os seus pés.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 51

''o pão da merenda''


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 49

''a primeira puta ecológica''


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 49

Morton Feldman, Brian O’Doherty and Barbara Novak at the premier of Feldman’s The Rothko Chapel, Houston 1976


''doces erecções''


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 48
«Tinha a sua vida de outras vidas.
Pela manhã o ar é um céu molhado.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 47
(...)

«Entre juras e juras sem fim « eu não posso
mais trair-te»,
«eu sou mortal, mas o dia da minha morte
é uma coisa interminável»
iam seguindo nevoeiro adentro.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 45

Earle Brown - Small Pieces for Large Chorus

«atirava-se desenfreadamente por subidas e descidas, fragoedos e lameirais»

«(...)              As mãos tombando no rosto os joelhos
e o verso « dou-te um nome de água», um
nome de aventura e de medo»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 43

''brancos ramos de árvore''

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 43

«tinha as mãos limpas e não fumava»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p.  43

maçã ácida


«Entrego ao sonho a dor»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 39

«e traz o coração entre duas a-
feições.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 37

«Não arde a neve alta.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 34

''blusa velha''

pegureiro

pe.gu.rei.ro
pəɡuˈrɐjru
nome masculino
aquele que guarda gadopastorzagal

''asa rutilante''

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 25

«Tinha um colar e o olhar ferido»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 25


«(...)                                             Estende-
-me um cigarro, conta-me os reclames do
extenso muro, os seus amores.

Sem fim. Sem caminho. Eu gosto da preguiça
desta praça. Sob este céu e chuva
lembro-me mais daquilo que não fui.»


João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 22

«(...) e os olhos sofrem.»

João Miguel Fernandes JorgeO Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 21
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