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terça-feira, 28 de abril de 2020

Por favor, não faça nenhuns projectos comigo.


« - Há tantas galáxias tão longe de nós que a sua luz é mais fraca do que a luminosidade difusa do céu da noite. Gostaria de estar consigo noutro sítio qualquer.
      A mulher respondeu imediatamente: - Por favor, não faça nenhuns projectos comigo.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 92/3
«Eu já nem via nada - em vez de olhos tinha buracos a queimarem. Agora já não dói tanto e a pouco e pouco estou a ver melhor.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 89

terça-feira, 24 de março de 2020

«Estou tão só que muitas vezes à noite antes de adormecer não tenho ninguém em quem possa pensar, só porque durante o dia não estive com ninguém. E como é que se pode escrever se não se tem ninguém em quem se pensar?»



Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 68
«Continuaram a andar na orla da floresta; a mulher levantou várias vezes o rosto e os flocos de neve caíam-lhe em cima. Ela olhou para dentro da floresta, onde nada se mexia, tão leve caía a neve.»


Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 68
«Nevava em pequenos flocos que caíam sussurrando  por entre as folhas secas dos carvalhos e se juntavam nas poças geladas de urina dos cães.»


Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 67

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020


« A mulher: - Vou vestir-me bem para continuar a trabalhar. De repente apeteceu-me.
    O editor:  - Toma comprimidos?
     A mulher: - Às vezes...para me manter acordada.
    O editor: - Quanto a isso preferia não dizer nada, uma vez que considera ameaças todas as advertências. Tome só cuidado em não apanhar aquele olhar suave e triste que têm tantos tradutores.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 52/3

«- Também eu estou triste, não és só tu.»


Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 46
«Diz: « A minha mulher é uma sonhadora.» Se sonhar significa ser o que se é, então quero ser sonhadora.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 44

«Até agora os homens me enfraqueceram.»


Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 44

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020



« - Não fiques demasiado tempo sozinha. Senão morres disso.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 29

«De repente Bruno puxou por uma fotografia da mulher, pô-la em frente dela e queimou-a com o isqueiro. A mulher tentou não sorrir, olhou noutra direcção, mas depois sorriu.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 28

«Eu disse à Franziska que uns choques eléctricos eram capazes de te voltar a pôr a cabeça no seu lugar.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 28

«Franziska levou à boca o copo vazio; fez movimentos como se estivesse a beber.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 23

''relva enregelada''

«A escuridão, o frio nas narinas, e eu não podia falar com ninguém. Ouvir uma vez de noite os lobos a uivarem foi como uma consolação para mim.»

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 12

'' o rosto rígido de esgotamento''

Peter Handke. A Mulher Canhota. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Difel., p. 10

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

«Fadiga saudável - por si só, ela é já o repouso.»

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 58

«moído de fadiga»


Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 48

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020


«É curioso que, nessas alturas, alguns estranhos me cumprimentassem a mim, um estranho, por eu lhes parecer conhecido, ou mesmo sem mais.»

Peter Handke. Para uma Abordagem da Fadiga. Tradução de Isabel de Almeida e Sousa. Difel, Lisboa, 1989., p. 46
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