domingo, 4 de agosto de 2019

«(...)...                        nós fizemos do teu manto
o inverno deste nosso pensamento.»


Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 37

«Amarra em ti o nosso andar sangrento,»

Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 25

« Estás triste...duma tristeza sem nome...»

Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 21
(...)

« Eu sei que tu pensas pelos teus olhos.

Não olhes, pois, assim
- porque estás formando o pensamento
não sei onde sobre mim.»


Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 17

INCÊNDIO


Uma nuvem ténue...um encarquilhar sombrio...
gotas de lume correndo e fugindo...
num novo encarquilhar...treva caindo...
e no fim só um cheiro agreste e frio.

O resto que ficou?...Não sei. Perdi-o:
A minha vida a outros foi sorrindo,
noutros olhos os meus foram dormindo... -
não se pode viver sempre vazio...

Tudo se encontra procurando bem
e se a vida não é um vai-e-vem
a cor do dia é uma questão de céu...

Aquele incêndio? Ali? ... Não é comigo.
Vê!...Ele segue um caminho que eu não sigo,
que nunca foi! nem há-de ser o meu!

Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 16

(...)

« E ter a impressão 
de que se nos atirássemos
daqui tão alto...
tombaríamos devagar...
devagar...
devagarinho...

Não sei se ser louco é ser assim!...»

4/12/38
1/7/39
Obras - Vol. 8.º, págs.4-5.



Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 15

EXTERIOR

Inclinaste a cabeça para a frente
e o teu cabelo
ondeou mais alto.

Um cabelo calmo, leve, saciado...

E o meu...
ora hesitante, fugitivo,
levantado, confundido...
ora tombado, mais fino,
mais fraco...
sem vontade nem gesto...

Não meças a minha alma
pelo que eu trago no rosto.

4/12/38
Obras - Vol. 8.º pág.3.

Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 13

''Arrasa-Cérebros''

''Lágrimas de pérola''

John Schaar, “o futuro não é o lugar para onde vamos, mas o lugar que nós criamos. Os caminhos para lá chegar não são descobertos mas feitos, e a forma de os fazer muda não só quem os traça, como o destino final”.

''Quais são os efeitos psíquicos da individualização extrema? ''

© Ana Borralho & João Galante
Romance Familiar ou a realidade aumentada

“ROMANCE FAMILIAR OU A REALIDADE AUMENTADA”


© Ana Borralho & João Galante

''Se até ao século XX os dispositivos audiovisuais de consumo popular eram dirigidos às massas, no novo milénio o enfoque é dado a cada cidadão e às suas idiossincrasias. A utilização massiva de equipamentos digitais individualizados em todas as áreas está a criar modos de vida em que a noção do corpo social implodiu.''

quarta-feira, 31 de julho de 2019

fala-barato

«ANDRI: O seu vestido, minha senhora! - Sujei-o com sangue.»

Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 99

casernas

«Andri afasta as mãos da cara e põe os olhos no chão.

Ela não pode amar-me, ninguém pode, eu próprio não posso amar-me.»

Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 83
«O ódio ensina uma pessoa a ser paciente. E dura.»

Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 69


«CARPINTEIRO: Queres dar-me lições, a mim?
ANDRI: Julgava que me estava a fazer uma pergunta de algibeira.»


Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 44
«Será uma superstição? Mas não, não é! Há coisas assim, pessoas diabólicas e não há volta a dar-lhes, basta o seu olhar para sermos como eles dizem. O Mal é assim. Todos o têm dentro de si, e ninguém o quer, e para onde o levam? Para o ar? Sim, o Mal anda no ar, mas não permanece ali por muito tempo, é obrigado a meter-se dentro dum homem para que possam agarrá-la um dia a assassinar...»

Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 39

«Quando me sinto orgulhoso, tenho medo.»


Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 38

«ANDRI: Adoro o teu cabelo, o teu cabelo ruivo, o teu cabelo quente, amargo, Barblin. Morro se perco este cabelo.»

Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 36

taberneiro



sábado, 27 de julho de 2019

inviolada

«madeira morta na imensidade das veias.»


Orlando NevesClamores. (1987-1999) . Decomposição - O Corpo. Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 24

de.cí.du.a

''fingidor ferido''


«Te guardas na intimidade dos armários,
onde a paz é negra e se desagrega a luz.»

Orlando NevesClamores. (1987-1999) . Decomposição - O Corpo. Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 19

«Cada ferida é uma luz, um quarto pleno
de vertigens.»

Orlando NevesClamores. (1987-1999) . Decomposição - O Corpo. Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 17

Girl in Bed,Irving Penn, 1949


siar

'' o pó das moscas''

Orlando NevesClamores. (1987-1999) Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 14
«Como pôde tamanha altivez desistir
de, constantemente, se desnudar?»

Orlando NevesClamores. (1987-1999) Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 13
«(...)                         , espelhos domésticos
por onde voaram flores enamoradas.»


Orlando NevesClamores. (1987-1999) . Decomposição - O Corpo. Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 13

« Corre o pensamento a pensar-se.»

Orlando Neves. Clamores. (1987-1999) Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 12

di.a.bril

cai.a.du.ra

sexta-feira, 26 de julho de 2019


« Espero que não te deixes levar por esse Peider.
BARBLIN: Esteja descansado.
 PADRE: Tem um olhar sujo.»

Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 16
«BARBLIN: Estou noiva!
  SOLDADO: Mas não vejo sombras de anel.»

Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 12

''O inspector de judeus''

comediógrafo

zimbório

segunda-feira, 22 de julho de 2019


alvacento

'' os olhos alagados de espumas mortas''


Mário Cláudio. A Ilha do OrienteSociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 120

doudice


«De toalhas de sangue e de feridas por fechar eram, por então, os pesadelos que me visitavam.»

Mário Cláudio. A Ilha do OrienteSociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 111

enxovia

en.xo.vi.a
ẽʃɔˈviɐ
nome feminino
1.
cárcere térreo ou subterrâneo, com pouca luz e insalubreenxova
2.
figurado compartimento mal arejado e sujo

domingo, 21 de julho de 2019

The Crucifixion


«O que os lábios nos seca, sem jamais nos beijar?»


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 109
«LEONARDO - E aqui esteve Cefísia, a que chamam de lírio, que Narciso já foi, sobre pântanos e charcos onde um rosto solitário se estampava.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 109

''conheço mistérios que não entram em ti''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 108
«Estirava-se no feno, abria as pernas rotundas, de verdade, como se fossem o compasso de um cartógrafo. Quantas vezes suguei eu, eu sei lá quantas, a medalha de seus seios.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 107

setestrelo

a seu talante


a seu bel-prazer

''entre berros chorados''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 104

Pietà. 1997. Bettina Rheims


''paladar das amoras

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 104

«Tinha ela a cara imunda e verde, como alga corroída, com um licor que me arranhava as veias da garganta.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 103

''(...) , conheci o rosto e o travo da morte.''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 103

cabriola

''Vento e relâmpagos, na distância.''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 101

ventanias


''penugem orvalhada''

''penumbra marmórea''

«(...) Os ombros são muito direitos, fabricados por Deus para suportar agasalhos únicos,»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 66

''aves secretíssimas''

''capa-de-honras''

igualha

i.gua.lha
iˈɡwaʎɐ
nome feminino
identidade de condição social ou moral

bo.to.ei.ra


Try Sleeping with a Broken Heart

Alicia Keys
Even if you were a million miles away
I can still feel you in my bed
Near me, touch me, feel me
And even at the bottom of the sea
I could still hear inside my head
Telling me, touch me, feel me
And all the time, you were telling me lies
So tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
I'm gonna hold on to the times that we had
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Have you ever try sleeping with a broken heart?
Well you could try sleeping in my bed
Lonely, own me, nobody ever shut it down like you
You wore the crown, you made my body feel heaven bound
Why don't you hold me, need me
I thought you told me, you'd never leave me
Looking in the sky I could see your face
Then I knew right where I fit in
Take me, make me, you know that I'll always be in love with you
Right till the end
So tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
I'm gonna hold on to the times that we had
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Anybody could've told you right from the start it's 'bout to fall apart
So rather than hold on to a broken dream I'll just hold on to love
And I could find a way to make it, don't hold on too tight
I'll make it without you tonight
So tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
I'm gonna hold on to the times that we had
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Compositores: Jeff Bhasker / Alicia Augello-Cook / Patrick Reynolds

''poeira apagante''


« ANTO - Digo que te quero muito, que não sei o que isto é. Tremem os meus dedos, de pensar tanto nos teus. »

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 45

''(...) a capelinha como um pombo pousado''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 37

''infantas de muitos véus''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988.
«Era uma festa de morte e desastre, um delírio de sal e farrapos. E os amantes a boiar, encaixados uns nos outros, de cabelo esguedelhado, com os olhos muito abertos de inconsumado prazer.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 34

The Chain



The Chain

Listen to the wind blow, watch the sun rise

Run in the shadows
Damn your love, damn your lies

And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain
And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain

Listen to the wind blow, down comes the night

Run in the shadows
Damn your love, damn your lies

Break the silence
Damn the dark, damn the light

And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain
And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain
And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain

Chain...keeps us together
(run into the shadows)
Chain...keeps us together
(run into the shadows)
Chain...keeps us together

(run into the shadows)

Pride and Joy

Time of day I can't recall
The kind of thing that takes it's toll
Over years and over time
Over smiles and over wine
All in all it wasn't bad
All in all it wasn't good
But I still care
That's the problem with the days
They're never long enough to say
What it is you never said
All the books you never read
I throw myself into the wind
Hoping somebody will pick me up
And carry me again
Where are you now
Do you let me down
Do you make me grieve for you
Do I make you proud
Do you get me now
Am I your pride and joy
I believe this to be true
Nothing sacred nothing new
No one tells you when its time
There are no warnings only signs
And you know that you're alone
You're not a child anymore
But you're still scared
All your mountains turn to rocks
All your oceans turn to drops
They are nothing like you thought
Can't be something you are not
Life is not a looking glass
Don't get tangled in your past
Like I am learning not to
Where are you now
Do you let me down
Do you make me grieve for you
Do I make you proud
Do you get me now
Am I your pride joy


Compositores: Brandi M. Carlile / Timothy Jay Hanseroth / Phillip John Hanseroth
«ANTO - Levava um colar de búzios, a espuma encharcava-lhe a saia, de encontro aos artelhos.»


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 33

''Remelgados''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988.

bouça

 regionalismo
bou.ça
ˈbo(w)sɐ
nome feminino
1.
terreno delimitado em que se criam pinheiros, eucaliptos, carvalhos mato
2.
terreno inculto

Mainstream Kid

I'm gonna to fit in
I'm on the list
I'm gonna to get in
Haven't you heard
Don't you know who I am
I'm with the Joneses
I'm their best friend
I came to saturate the market
To perpetuate the hip kid
I was born so I could fall in line
I'm a legend in my own mind
Can I blend in with your kind?
I need you to liberate me
You the masses educate me
Hold my fist into the air
Declare a social victory
You can own me, you control me
Individuality has never stood a chance against you
Jump into the mainstream
Your revolution
Gets in the way of my confusion
I need someone to tell me who I am
Because Im under this illusion
I came to separate the classes
To place the fails above the passes
And there has never been a better time
To set the bar beneath the masses
Can I blend in with your kind?
I need you to liberate me
You the masses educate me
Hold my fist into the air
Declare a social victory
You can own me, you control me
Individuality has never stood a chance against you
Jump into the mainstream
I need you to liberate me
You the masses educate me
Hold my fist into the air
Declare a social victory
You can own me, you control me
Individuality has never stood a chance against you
Jump into the mainstream
Your revolution
Into the mainstream kid
Your revolution
Into the mainstream
Your revolution
Into the mainstream kid
Your revolution
Into the mainstream kid
Jump into the mainstream kid

Compositores: Timothy Hanseroth / Phillip Hanseroth / Brandi Carlile

''mar ingente''

«E as camisas que tenho, como estão coçadas no colarinho.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p.28

domingo, 14 de julho de 2019

''A democracia nunca foi compatível com o capitalismo: a acumulação infinita nunca coincidiu com a soberania popular. Quando o liberalismo surge e é teorizado por exemplo por [John] Locke, o que existe é uma democracia censitária, em que os proprietários eram os únicos a poder votar. Tudo o que é democrático no capitalismo foi uma conquista e não uma concessão. As primeiras greves foram ferozmente reprimidas. É o que acontece agora nos conflitos de terra no Brasil ou na Colômbia, em que este ano, depois do acordo de paz, foram mortos mais líderes sociais que no ano passado.''

Boaventura Sousa Santos

islamofobia

''Desqualificar as populações''

aquíferos

''Para mim é claro que nas sociedades modernas há três formas de dominação principais: capitalismo, colonialismo e patriarcado. Ao contrário do que muitos diziam, o colonialismo não terminou. O colonialismo mudou de forma em relação ao modelo de ocupação territorial estrangeira. É tal e qual o que sucede com o capitalismo. Existe desde o século XVII e é hoje muito diferente dessa época, mas nós continuamos a falar de capitalismo. ''

Boaventura de Sousa Santos
Chantal Mouffe  -cientista política, viúva de Ernesto Laclau, e co-autora com ele do “ Hegemony and Socialist Strategy - Towards a Radical Democratic Politics”

sociedades oligárquicas


lideranças populistas

ódio racial

domingo, 7 de julho de 2019

''árvores são sempre árvores''

recursos metafóricos, sinedóquicos ou metonímicos

Espinozista sem o saber

«Quão quietas são vocês, queridas, delicadas flores. Vocês não se movem de lugar, não tem olhos nem orelhas, e vocês nunca saem para passear, o que é tão bom. Agora e sempre vocês parecem que podem falar, mas em todo caso vocês certamente tem sentimentos e uma sensibilidade só suas. Eu frequentemente sinto que vocês estão reflectindo, com todo o tipo de pensamentos. Mas ainda, eu penso muito sobre vocês e eu adoraria viver com vocês, como um de vocês, eu ficaria feliz em ser como vocês, deixar os raios de sol me acariciarem, balançar e oscilar sob o vento. »

Robert Walser

Constringir

verbo que advém do latim constringere, que significa ligar, atar, prender, encadear, conter.

sábado, 6 de julho de 2019

Bob Dylan, London, England 1966. Barry Feinstein




Tiergarten

Título de uma pequena peça em prosa de 1911 de Robert Walser.

indolência

o estatuto da obra de arte na era moderna

Agamben
''A palavra ritmo vem do grego ρέω, “correr, fluir”. O que corre e flui, corre e flui em uma dimensão temporal, corre no tempo. Segundo a representação comum, o tempo não é de fato nada 9 além do puro fluir, o suceder-se incessante dos instantes ao longo de uma linha infinita. Não obstante, o ritmo (…) parece introduzir nesse eterno fluxo uma dilaceração e uma parada. Assim, em uma obra musical, ainda que ela seja de algum modo no tempo, percebemos o ritmo como algo que se subtrai à fuga incessante dos instantes e aparece quase como uma presença atemporal no tempo.''
AGAMBEN
“Walser recusava-se a grandes gestos. Calava-se por princípio sobre as catástrofes colectivas de seu tempo. No entanto, ele era tudo, menos politicamente ingénuo”
SEBALD

“fábrica de peças em prosa”

caligrafia minúscula

Micropsía

Um tipo de delírio que leva a que se veja e sinta o mundo como muito pequeno

''obediência cega, mecânica, burocrática ''






gargalhar

“Ninguém tem o direito de se comportar comigo como se me conhecesse”

Robert Walser
''Sabe porque não me tornei um escritor de sucesso?Quero dizer-lhe: é que não possuía um instinto social suficientemente desenvolvido. Não representei o suficiente para agradar à sociedade. Olhe que foi mesmo assim! Hoje vejo-o claramente. Entreguei-me demasiado aos meus prazeres pessoais. Sim, é verdade, sempre tive a tendência para me tornar uma espécie de vagabundo e quase não lutei contra ela. Esse lado subjetivo irritou os leitores d’ Os Irmãos Tanner. Para eles o escritor não deve perder-se na subjetividade. Acham pretensioso levar tão a sério a sua pessoa. Como está enganado o escritor que supõe que o mundo se interessa pelos seus assuntos privados. A minha estreia literária gerou logo a impressão de que os bons burgueses me aborreciam, de que não os achava bons o suficiente. E eles nunca o esqueceram. Consideraram-me sempre um zero à esquerda, um inútil. Deveria ter misturado nos meus livros um pouco de amor e de tristeza, de solenidade e de aprovação.” [ Robert Walser a Carl Seelig]''

''acossado pelo desejo de desaparecimento''

quartos alugados

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