quinta-feira, 6 de agosto de 2015

IV

Escrita surda a surdir do silen-
cio: pássaro líquido, dedo
a dedilhar um violino sob
a água ígnea do dilúvio

Depois do interlúdio inten-
sifico o sílex, sinalizo
seixo a seixo, o sémen só-
lido, livro a livro, lixo

Em círculo de súbito so-
letrado, líquene no lábio
húmido com fogo posto

Até fundir em sacra labar-
eda, o gelo e a geada


António Barahona. Ritual Analógico. Extratextos de Catarina Baleiras. Edições Rolim., p. 31

II

«Senhor do mel e das abelhas negras
eu mesmo: gato preto de telhado
com um caderno e um lápis e este livro
revelado por Deus e aves várias.»

António Barahona. Ritual Analógico. Extratextos de Catarina Baleiras. Edições Rolim., p. 21
«continuamente a vadiar esfaimado»

António Barahona. Ritual Analógico. Extratextos de Catarina Baleiras. Edições Rolim., p. 20
«e dou-te as inflexões das sílabas do tempo
com a paciência dos dedos e dos dentes
para que neste exercício da paixão acordes nua»


António Ramos RosaFicção. Edições Nova Renascença, 1985., p. 20
«Há um massacre de insectos no metal negro do teu
                                                                               [sangue»

António Ramos RosaFicção. Edições Nova Renascença, 1985., p. 18
«Não é a dança ainda
mas é como se fosse começar.»


António Ramos RosaFicção. Edições Nova Renascença, 1985., p. 11
Sei que alguém escreveu: «a impregnação de um sangue
oculto antes da ferida que abre a superfície.»


António Ramos Rosa. Ficção. Edições Nova Renascença, 1985., p. 11

quarta-feira, 5 de agosto de 2015


À MEMÓRIA DE ADOLFO CASAIS MONTEIRO

«(...)

sinais os gestos limpos da amizade
e os limpos mais ainda de um amor constante
que o teu corpo buscou em tantas mulheres
amando só algumas fielmente na tortura
de não se amar tão bem quanto o desejo.
Adolescente, amadureceste para uma velhice
a que te deste como monge laico
incréu de tudo menos desse amor perdido
que à tua volta, em livros como em música,
era um sussurro de memórias silentes
a rodear-te de vácuo a tua sala vazia.
Como se morre, Adolfo? Trinta e três
anos - uma idade perfeita - conheci-te,
soube de ti o dito e o não-dito, o que escreveste
e o que não escreveste. Por instantes,
os teus olhos cruzavam-se num viés de vesgo
que era um saber terrível de estar só no mundo
e não haver que valha a pena que se diga
sem destruir-se quanto em nossa vida é o pouco
indestrutível se guardado à força
num silêncio de exílio e de distância.
E todavia como estiveste no mundo, como
duramente bebeste toda a dor do mundo,
ou a fumaste em nuvens de cigarros que matavam
os teus pulmões possessos de asfixia.
Foste o estrangeiro e o exilado perfeito
e por todos nós que recusámos de um salto
por outras terras esta terra há séculos de outrem,
morreste em dignidade, sem queixas nem saudades
a queixa e a saudade mais pesadas
pesadas para o fundo, sem palavras
 que as não há entendíveis aonde não se entende
a perfeição tranquila em desespero agudo
a que te deste num morrer sem voz.
Morreste só, como viveste. Sem conversa,
como escolheste viver. Longe de tudo,
(...)»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 205
“Se um homem escreve bem só quando está bêbado dir-lhe-ei: embebede-se E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso, respondo: o que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto.”


Fernando Pessoa

«A beleza está no olho do observador.»

Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 126
«Como era bela com o luar a escorrer-lhe pelos bigodes ensopados de sangue!»

Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 127

U.S. Zebra striped body,1950s


«o meu corpo voa em pedaços»

cróia


nome feminino
1. depreciativo mulher com comportamento considerado promíscuo
2. depreciativo prostituta; rameira
«escondido em máscaras de sorriso amargo
e de palavras ásperas e rudes.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 204

esburgar

conjugação
verbo transitivo
1. limpar (os ossos) da carne; descarnar
2. descascar
3. expurgar; limpar de imperfeições

BALADA DO ROER DOS OSSOS

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 195
«A vida é breve, breve, mas mais breve
quanto a quer breve a estupidez humana»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 190
«e no silêncio se ouça o só ranger
da carne que é da carne a só razão.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 189

Daisy Chan – Man Walking, 1975


«Só o homem morre de não ser quem era.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 187

«E quem de amor não sabe fuja dele:»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 187

EXORCISMOS

1972

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 185

II

De amor eu nunca amei senão desejo visto
ou pressentido. Um corpo. Um gesto.
E nunca de paixão sujei o meu prazer
ou o de alguém. Por isso posso

mesmo as audácias recordar sem culpa.
Tudo o que fiz ou quis que me fizessem
o paguei comigo ou com dinheiro.
E só lamento as vezes que perdi

retido por algum respeito. Errei
por certo - mas foi isso. O que me dói
não é tristeza de quem dissipou

no puro estéril quanto esperma pôde
gastar assim. O que me mata agora
é este frio que não está em mim.

1967

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 182

«O tempo se fez distância.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 181

terça-feira, 4 de agosto de 2015


«Não é que ser possível ser feliz acabe,
quando se aprende a sê-lo com bem pouco.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 179

Sophia Loren, 1962 

''Sex appeal is half what you've got and half what people think you've got.''Sophia Loren.
«Ainda hei-de olhar-te, se, quando morrer,
puder voltar aqui, a procurar-te

no espaço que deixaste. Mas não te amo,
não te amei nunca, e nunca te amarei.
Não se ama nunca a quem olhamos tanto.»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 178

« e com que lenta inocência te despiste.»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 174

''malícia crua''


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 174

VI


«Penso que sou: e, assim pensando, sou.
Mas, sendo por pensar, eu sou quem pensa,
e, porque penso, de pensar não sou.
Eu penso apenas no que aflui em mim
do que pensado foi por outros que
nem sangue deles me nas veias corre.
E quanto de pensar se fez ideia
nega-me e ao mundo, não como aparência,
mas como imagem da realidade.
Real não é o que penso ou que imagino,
nem quanto o que essa imagem representa.
Real é tudo, menos eu pensando,
ou quanto de pensar-se o real é feito.
Deste não-ser que pensa eu tenho a voz.»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 170

«Eu penso: logo sou. Mas sou quem pensa.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 170

«QUEM MUITO VIU...»


«Quem muito viu, sofreu, passou trabalhos,
mágoas, humilhações, tristes surpresas;
e foi traído, e foi roubado, e foi
privado em extremo da justiça justa;
e andou terras e gentes, conheceu
mundos e submundos; e viveu
dentro de si o amor de ter criado;
quem tudo leu e amou, quem tudo foi - 
não sabe nada, nem triunfar lhe cabe
em sorte como a todos os que vivem.
Apenas não viver lhe dava tudo.

Inquieto e franco, altivo e carinhoso,
será sempre sem pátria. E a própria morte,
quando o buscar, há-de encontrá-lo morto.

1961»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 163

«Inverno ou  Primavera,
e sempre uma outra dor.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 163

PEREGRINATIO AD LOCA INFECTA

1969


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 161

«Ó morte feita um inocente amor.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 157
«Ó música de morte, ah quantas, quantas 
mortes gritaram no que em ti não fala.»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 157

«doçura tensa tão dialogada»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 153

''línguas tensas''

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 150
«Pilar do mundo! Como é suave o braço
descendo dos teus ombros! Como é frágil
a firme decisão que pousa em ti, 
dos ombros à cintura, da cintura às pernas,
e das pernas abertas ao espalmado pé
que assentas delicado sobre o tempo
escoando-se por saltos do desejo,
que te contraem, lambem e deslizam
para o chão das cousas, para o pó que o vento
levanta em nuvens à tua volta. Quando...»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 150

Eva Lynd, from Adventure Magazine, June 1957


«Olhar vazio, ó templo demolido,»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 149

pêlos

''prazer lembrado''

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 149
«Apenas o tinir das gargalhadas
subsiste ainda, e na memória o vulto
do deus que se espreguiça à beira de água.»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 149
andar/ficar a tinir

não ter dinheiro, ficar sem dinheiro

POST - METAMORFOSE

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 147

''carne do Universo''


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 147

«A Vida Humana, sim, a respirada,
suada, segregada, circulada, 
a que é um excremento e sangue, a que é semente
e é gozo e é dor e pele que palpita
ligeiramente fria sob ardentes dedos.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 145

« o inominável fim da nossa carne;»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 144
«Como ele a despe e como ela resiste
no olhar que pousa enviezado e arguto
sabendo quantas rendas a rasgar!
Como do mundo nada importa mais!»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 143
«Que roupas se demoram e constrangem
o sexo e os seios que avolumam presos,
e adivinhados na malícia tensa!»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 143
«iluminando a teia de milhares de rugas
tecida pela aranha que se agita
entre nós e os outros, entre nós e as coisas, 
entre nós e nós próprios, mesmo que 
não fosse a vida esse crispar-se a pele
a um beijo que desliza, um vento que perpassa,
uma ansiedade alheada, um medo súbito,
uma demora de  confiança triste.»

Jorge de Sena 
por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 141/2

«Revolving Upside Down», 1968 Bruce Nauman


«A MORTA» DE REMBRANDT


«Morta. Apenas morta. Nada mais que morta.
Não parece dormir. Nem se dirá
que sonha ou que repousa ou que da vida
levou consigo o mais que não viveu.
Parece que está morta e nada mais parece.
E tudo se compõe, dispõe e harmoniza
para que a morte seja apenas sua.»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 140
«Na boca firme, como no olhar duro,
ou no cabelo ferozmente preso,
ou nas imensas pérolas que se multiplicam,
ou nos bordados do vestido em que nem seios
se alteiam muito, há uma virtude fria,
uma ciência de não-pecar na confissão e na alcova,
uma reserva de distante encanto»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 139

«roubando à morte o repetir perpétuo»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 137

« A dor dos tempos sobre todos pousa.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 137
«(...)                                                     Gesto
de pedra branca e fria, sem limites
por dentro dos limites. Esperança
vazia e vertical. Humanidade.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 135

Maurice-Pillard Verneuil’s Nude #95 from 1935.






Les contes d'Hoffmann (Os Contos de Hoffmann) é uma ópera de Jacques Offenbach, com libreto foi escrito por Jules Barbier, baseado em três contos de E.T.A. Hoffmann, que é ele próprio um dos personagens da obra. Teve a sua estréia em Paris, na Opéra-Comique, em 10 de fevereiro, de 1881.

'' pedra não-pedra''

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 135

''seio sem palavra''

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 134

''perdidos tempos sem memória''

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 122

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

«E regresso um pouco triste a uma alegria imensa.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 124

indefectível


adjetivo de 2 géneros
1. que não falha; infalível; incontestável
2. que não pode ser destruído; que dura sempre; perdurável

« e, tendo-te, não tenho, porque quero ter-te.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 112

IV

Por que esperaste, ciente, a pele da minha mão?

1954

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 112
«Não me falaste, não. Fui eu quem perguntou,
beijando-te tremente, quantos anos tinhas,
e o teu nome.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 111
«uns rostos encontrei, que eu tinha sido,
outros que ainda sou, e mais alguns,
meus conhecidos, que também serei.»

Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 108
«A paisagem ática não se pavoneia, não faz retórica, não se abaixa a fraquezas melodramáticas, diz o que tem a dizer com uma força calma e viril. Exprime o essencial com a máxima economia de meios.»

Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 128
«A juventude é amarga, muito amarga, desdenhosa, não compreende; e quando se começa a a compreender, já a juventude partiu.»


Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 124
«A maçã que ela me dera a comer enchera-me os lábios e os dentes de cinza. Fiz um movimento brusco, não a deixei aproximar-se de mim; ela nada disse, deixou-se ficar para trás, ouvi-a chorar.»

Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 123

La Priére (Prayer) – Man Ray





Love is
Known for
Not giving in
But it seems almost impossible
To make it

Give into my love
And I'll stay so true
And I'll stay so true

Said my dreams are
Never
Going to come true
But it seems almost impossible
To make it

Give into my love
And I'll stay so true

And I'll stay so true
« - Mas o vosso cérebro é mais pequeno - replicou o impressor, encolerizado. - Vocês pretendem dar moral aos ricos? Trabalho inútil; é o mesmo que pretender que um burro morto se peide. O rico, ouçam bem o que vos digo, não quer mudar nada, nem Deus, nem a pátria, nem a bela vida, sente-se bem; não há pior surdo do que aquele que não quer ouvir. Começai, pois, meus cordeiros, pelos pobres, por aqueles que estão na indigência, por aqueles que sofrem. Senão ide procurar outro impressor. A mim, chamam-me a Miséria.»


Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 118

«(...), pavoneando-nos, felizes por sermos mártires da Verdade.»

Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 116
''Posso sorrir e matar enquanto sorrio.'' Era a citação preferida de Robert, em toda a obra de Shakespeare.»

Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 49

«Adorava os odiados e odiava as pessoas.»

Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 45
«Era casada, mas, como a mulher não parava de engordar à base de costeletas de porco, o marido teve de sair de casa e procurar um quarto na aldeia. Continuava a gostar muito da mulher e era visto frequentemente a conversar com ela através da janela da casa dela, que não tinha espaço para ele entrar.»


Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 37

Freedom

«O beijo do porco turvou o cérebro do polícia, que guinou o volante bruscamente para a direita e foi embater numa carrinha de peixe que estava estacionada, uma carrinha de peixe fresco com as palavras 'A Melhor Solha Ambulante' pintadas de lado. Caos! Voaram linguados, espalhando-se pelo chão. Uma mulher nariguda com cerca de quarenta e seis anos e uma venda no olho esquerdo saltou para o lado, para se desviar dos linguados voadores.

Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 25-27
«(...) o lóbulo da orelha esquerda descaía quase até ao colarinho da camisa.»

Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 21

''trejeitos de usurária!''

Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 17

Robert tem um pensamento diabólico.



Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 6

A sua imaginação não podia ser satisfeita.


«Não, vívida não é a palavra ideal para descrever a sua imaginação. Voraz seria mais exacto; ou talvez muito voraz. Não. Já sei! Não é vívida nem voraz, a palavra é insaciável. É isso, insaciável. Significa que 'não pode ser satisfeita'. E era assim que se passava na cabeça de Robert. A sua imaginação não podia ser satisfeita. Quando se interessava por alguma coisa, não era capaz de se satisfazer.»


Tom Baker. The Boy Who Kicked Pigs. Tradução: Fernando Dias Antunes. Ilustrações de David Roberts,  Editorial Teorema, 2003., p. 15

domingo, 2 de agosto de 2015

«todas as leis são lei, e lei não há nenhuma.»


Jorge de Sena por Eugénio Lisboa. Colecção Poetas. Editorial Presença, Lisboa., p. 107

«A angústia perpétua e a falta de sono fizeram de nós a sombra do que éramos.»

Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 128
«Por vezes assalta-me o desejo de morrer para salvar o que resta em mim de humano e me libertar da besta-fera.»

Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 127

morticínio

«Uma canção errava-me nos lábios e eu pensava: «Ah. que me deixem hoje em paz, para poder escrever!»

Nikos Kazantzaki. Os irmãos inimigos. Tradução de Celeste Costa. Editorial Estúdios Cor, Lisboa., p. 126
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