segunda-feira, 10 de abril de 2017
oblatividade
o.bla.ti.vi.da.de
ɔblɐtiviˈdad(ə)
nome feminino
significação funcional das condutas pelas quais um indivíduo, renunciando ousacrificando-se a si mesmo, prefere satisfazer as necessidades de outrem |
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''(...)o meu deus era o amor.''
António Coimbra de Matos
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«Aos alunos dizia que a psicanálise antiga era como o condutor que estava sempre a olhar pelo espelho retrovisor. Ora, eu quando vou na estrada tenho de olhar para a frente.»
António Coimbra de Matos. Ver aqui
António Coimbra de Matos. Ver aqui
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«(...)Há um estudo interessante do Durkeim, da primeira década do século XX, que diz que nos grandes períodos de guerra, os suicídios diminuem. Porque a revolta é permitida.»
António Coimbra de Matos. Ver aqui.
António Coimbra de Matos. Ver aqui.
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«(...)Freud dizia que a depressão é um luto patológico. O luto é uma reação perante a perda real de uma pessoa, o paradigma é a morte de uma pessoa amada. A depressão é a reação perante a perda do afeto de uma pessoa. É a rotura afetiva.»
António Coimbra de Matos. Ver aqui
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sábado, 8 de abril de 2017
O Instante Antes do Beijo
Não quero o primeiro beijo:
basta-me
O instante antes do beijo.
basta-me
O instante antes do beijo.
Quero-me
corpo ante o abismo,
terra no rasgão do sismo.
corpo ante o abismo,
terra no rasgão do sismo.
O lábio ardendo
entre tremor e temor,
o escurecer da luz
no desaguar dos corpos:
o amor
não tem depois.
entre tremor e temor,
o escurecer da luz
no desaguar dos corpos:
o amor
não tem depois.
Quero o vulcão
que na terra não toca:
o beijo antes de ser boca.
Mia Couto, in ‘Tradutor de Chuvas’
que na terra não toca:
o beijo antes de ser boca.
Mia Couto, in ‘Tradutor de Chuvas’
“Come forth into the light of things. Let Nature be your teacher.”
William Wordsworth
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William Wordsworth
"Não há - nem mesmo tu - quem te perdoe a beleza. Não há - e mesmo tu - quem faça mais do que desatar a rir-se perante as indeslindáveis maldições que te oprimem. Não serão mais, dentro em breve, do que a memória da tua beleza. Dela restará o canto, depois o canto deste poema de onde desertas, e talvez mais longe esta ideia de miséria infinita. Trabalha. Manifesta com brilho o que o mundo em ti já condenou, e não os astros. Concede à puta a mais fria aparência. Extraídos da tua vergonha, os mais selvagens adornos terrestres vão enfeitar-te o ser. Mas quem, mas qual demónio - ou tu - se obstina em fazer-te soçobrar?"
Jean Genet. "No Sentido da Noite"
segunda-feira, 3 de abril de 2017
''as flores querendo romper do chão''
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 21
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''os dedos apontando o rio''
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 15
estou sozinho estou triste etc
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 14
Abel Neves. Eis o Amor a Fome e a Morte. Edições Cotovia, Lisboa, 1998, p. 14
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EIS O AMOR A FOME E A MORTE
Abel Neves
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domingo, 2 de abril de 2017
quarta-feira, 29 de março de 2017
''É preciso cuidado com o orgulho. Às vezes, pode cegar. Não é um bom conselheiro.''
Eunice Munoz
Eunice Munoz
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"Sou uma mulher igual a milhões. Tive a sorte de Deus me vocacionar"
Eunice Muñoz
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Na sensação de estar polindo as minhas unhas
sei que morrerei no dia do aniversário da minha morte
ainda há coisas certas na vida
o dia do aniversário da minha morte apresenta tamanha discrição
que nem dou por ele
portanto não mudarei de roupa
talvez passe o dia deitada
no displicente descanso
de não atender telefones
nem me levantarei para ir ver o correio
e se alguém se lembrar de me acender
as inconsequentes velinhas
deixarei que derretam e estraguem o bolo
no dia do aniversário da minha morte
nem me penteio
Rosalina Marshall
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Rosalina Marshall
(...)
«ninguém sabe
a que me sabe
a minha boca»
Rosalina Marshall
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Rosalina Marshall
''A realidade está para cada um de nós como o sabor a que sabe a cada um de nós a sua própria boca está para os outros.''
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sobre a realidade
Adília Lopes
(“sinto um desconforto qualquer/ por usar soutien/ mas se não usasse/ era muito ordinária/ e os homens não gostariam de mim/ por ser demasiado fácil verem-me as mamas”)
(“sinto um desconforto qualquer/ por usar soutien/ mas se não usasse/ era muito ordinária/ e os homens não gostariam de mim/ por ser demasiado fácil verem-me as mamas”)
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estás-me a falhar como as notas de mil
expressão antiga, de quando ainda a moeda era o escudo e não o euro, que dizia: estás-me a falhar como as notas de mil, querendo com isso dizer que alguém nos decepcionava.
"Acendo a luz. A luz vive de um
disfarce de uma antiguidade
atómica.
disfarce de uma antiguidade
atómica.
E cada brilho tem um vento atento
o sopro um vento especial a morte:
desmancha-se a luz toda
(o feto dela) de um só corte."
o sopro um vento especial a morte:
desmancha-se a luz toda
(o feto dela) de um só corte."
-"Poesia"
- Luíza Neto Jorge
- Luíza Neto Jorge
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“Na sensação de estar polindo as minhas unhas”
Sá-Carneiro
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"Ninguém se conhece, na medida em que cada um é apenas ele próprio e não é também, ao mesmo tempo, um outro.
As pessoas relativamente às pessoas são sempre só cómicas; o trágico origina-se quando o destino do indivíduo, do solitário, se intromete e esconde por detrás dos antagonistas."
As pessoas relativamente às pessoas são sempre só cómicas; o trágico origina-se quando o destino do indivíduo, do solitário, se intromete e esconde por detrás dos antagonistas."
Hugo Von Hofmannsthal. "Livro dos Amigos"
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Hugo Von Hofmannsthal
''sou pelas metáforas porque olhar a luz directamente pode cegar.''
Pedro Jordão
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domingo, 26 de março de 2017
«Contigo uma pessoa nunca sabe...Estás sempre calado...Quem sabe no que pensas...»
Václav Havel. Audiência, Vernissage, e Petição. Relógio D'Água, Lisboa,
Václav Havel. Audiência, Vernissage, e Petição. Relógio D'Água, Lisboa,
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Václav Havel
O ÓDIO COMO ARGUMENTO E CRÍTICA LITERÁRIA
Andam por aí uns gazeteiros irrequietos aspirantes a intelectuais libertários que,
mandatários das suas dores primárias e sentimentos gerais— no desenfreamento agudo de caça ao prémio do maior cretino—, prosseguem incansáveis a sua missão de patrulha e delação dos gangs literários da época. Estes queixinhas de risco calculado, respirando todos para dentro do mesmo saco, julgando que no arranco de mais um arroto são os verdadeiros agitadores de consciências não fazem mais que, por correlação objectiva, exaltar e representar a homogenia epocal que criticam refastelados nas suas dietas do ódio. (Agora até memes sancionados pelo risinho e o comentariado boçal se põem a fazer)
Mas! Há esperança:
VOCÊ ESTÁ PASSANDO POR UM NOVO TRÂNSITO ASTROLÓGICO
Substituam a agenda dos esplendores e misérias por um programa ideológico e estético, façam crítica formativa, enunciem e denunciem com a intenção política de um ideário, ajam dentro dos actos, sonhem para fora, sejam estrategas, homens de ciência, concretizem-se, realizem-se, comprometam-se com declarações de princípios e famílias de ideias, entreguem-se ao assunto com a finalidade de isolar, determinar e apresentar o problema que vos arrelia, a doença geracional. Escrevam folhetins críticos, publiquem suplementos, sejam lucidamente românticos no ódio.
OU SEJA
Não sejam propaganda de ares-condicionados, façam estremecer os ciprestes com ventos de saúde.
ENTRETANTO
E desafiando a ordem dos génios livres e solitários constituam-se como autores para se autorizarem a
intervir com a faculdade da emoção e a inteligência do método para que o papel social da crítica não perca a sua função e eficácia. Dêem-se ao escândalo a que têm direito mas com a disposição e qualidade superiores de reformadores da arte. Sejam a princesa e a boca do cavaleiro.
Raquel Nobre Guerra, 2017
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Raquel Nobre Guerra
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