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terça-feira, 16 de maio de 2017

"Conheço talvez toda a espécie de gente
mas como encontrar o que se conhece
tão amiúde
como não deflagrar aos pés de todos
por amor à tragédia por amor
por amar esta substância serena
jacente geral?"

- Luiza Neto Jorge -

- "Antologia da Poesia Feminina Portuguesa"
- Luiza Neto Jorge/ Fiama Hasse Pais Brandão/ Maria Teresa Horta/ Maria Alberta Menèrez/ Ana Hatherly/ Natália Correia/ Salette Tavares/ Sophia de Mello Breyner Andresen/ Irene Lisboa...
- Organização: António Salvado

quarta-feira, 29 de março de 2017

"Acendo a luz. A luz vive de um
disfarce de uma antiguidade
atómica.
E cada brilho tem um vento atento
o sopro um vento especial a morte:
desmancha-se a luz toda
(o feto dela) de um só corte."

-"Poesia"
- Luíza Neto Jorge

domingo, 22 de março de 2015

O POEMA ENSINA A CAIR


O poema ensina a cair
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausência excede
até à queda vinda
da lenta volúpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nós uma homenagem
póstuma.

Luiza Neto Jorge

segunda-feira, 10 de março de 2014

BUCÓLICA

Venho de dentro, abriu-se a porta:
nem todas as horas do dia e da noite
me darão para olhar de nascente
a poente e pelo meio as ilhas.

Há um jogo de relâmpagos sobre o mundo.
De só imaginá-la a luz fulmina-me,
na outra face ainda é sombra.

Banhos de sol
nas primeiras areias da manhã.
Mansidões na pele e do labirinto só
a convulsa circunvalação do corpo.



"A Lume"
Luiza Neto Jorge 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Transfusões

“um verbo [que] anda [porque] é uma pessoa”


Luiza Neto Jorge

A respeito de alguns aspectos da poesia de Luiza Neto Jorge


Luís Miguel Nava (1989:58)  “o corpo [se] insinua, com as suas pulsões, o seu desejo, os seus espaços intersticiais onde o sentido é curtocircuitado”, num registo em que a “violência erótica” desfoca ou perturba, como uma lupa, “a imagem que temos do real”.


NAVA, Luís Miguel, 1989, “Acme a ser arte: alguns aspectos da poesia de Luiza Neto Jorge, in Colóquio/Letras, nº 108, Março/Abril.

A respeito da poesia pode ainda dizer-se:
- A lâmpada faz com que se veja a própria lâmpada.
E também à volta.
 
Herberto Helder  , Photomaton & Vox
 
 
 
Às vezes como uma cobra / a mão só deixa a pele
e então a verdade surge: / que não há mão por
baixo.
 
Luiza Neto Jorge, “A outra mão”
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