domingo, 6 de janeiro de 2019

I Put a Spell on You

I put a spell on you
Because you're mine
You better stop the things you do
I tell ya I ain't lyin'
I ain't lyin'
You know I can't stand it
You're runnin' around
You know better daddy
I can't stand it 'cause you put me down
Oh no
I put a spell on you
Because you're mine
You know I love you
I love you
I love you
I love you anyhow
And I don't care if you don't want me
I'm yours right now
I put a spell on you
Because you're mine
You know I can't stand it
Your running around
You know baby daddy
I can't stand it
'Cause you put me down
Ooo I put a spell on you
Because you're mine
Because you're mine
Because you're mine
Oh yeah
Compositores: Jay Hawkins

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019


«Éramos loucos e recuperámos a razão! Não mais te faremos sofrer!»

A Senhora das Angústias. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 143
«Brilhavam ainda no altar as velas que não haviam sido apagadas depois da missa.»

A Senhora das Angústias. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 142
«Parecia orar no íntimo do seu ser.»

A Senhora das Angústias. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 142

''ratos de sacristia''

A Senhora das Angústias. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 141

''copos sujos de vinho''

A Senhora das Angústias. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 141

«(...) Ele tinha suado sangue no Monte das Oliveiras!»


O Pretinho do Cruzeiro. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 139

casarão

pedacito

«Era ela moça, segundo dizem, e já fazia mal com os olhos!»

A Velha de Bico. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 131
«E eu que gosto de um bocadinho de café! Vou ali à loja buscar umas pedrinhas de açúcar, e...réu catrapéu, ficou ali a falar sem parar...»

A Velha de Bico. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 131

«Arre bruxa, arre diabo!»

A Velha de Bico. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 129

Ti Mariquinhas

heroicidade

tropelias

Em Roma sê romano, diz o ditado.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

flébil


flé.bil
ˈflɛbiɫ
adjetivo de 2 géneros
chorosolacrimosoplangente

- « Oh branca flor dos laranjais, doce açucena criada em jardim conventual, vem às minhas mãos que te hão-de envolver a cintura com tal império que tu soltarás um flébil gemido que ninguém ouvirá, senão eu.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 223

sem fé

«Dante procurou, no Inferno, a tragédia humana.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 219
«Os poderosos de ontem são hoje mendigos e muitos servos tornaram-se senhores.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 219

« O sublime atrai-nos e subjuga-nos.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 215
« Na história das literaturas dramáticas, a tragédia desabrocha da angústia tão necessariamente que, se o seu rouco estertor se não produzisse, observar-se-ia fenómeno idêntico ao da mãe que traz um filho no ventre e não consegue ofertá-lo à vida, sem operação de alta cirurgia.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 215
«Sociedade que consegue destruir o tema trágico, situando-se num recanto onde não há sobressaltos nem apetites, decreta para si própria o estado de cadáver.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 214
« O conflito da fatalidade com a liberdade engendrou-se na filosofia germânica. O ser ou não ser, filho do pessimismo bíblico, desprendeu-se do monólogo enfermo de Hamlet.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 214

domingo, 30 de dezembro de 2018


«As lutas continuam ferozes, sanguinárias, de parte a parte.»

A Vingança de Fernão Gonçalves Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 118

''ódio recalcado''

''lajedo''

''Uma dor imensa apertava-lhe a garganta.''

A Vingança de Fernão Gonçalves Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 115

''duras cóleras''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 213

''a domesticação da criadagem''

sábado, 29 de dezembro de 2018


''grilhões patéticos''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 211

''palpitar de dor e lubricidade''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 210

''A perfeição é incompatível com a tragédia''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 210
«Quantas Antígonas não existem anónimas, entregues a obscuras e humildes tarefas - criaturas, que não se revelam, porque a vida não lhes oferece oportunidade para isso!»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 208
«Foi Maeterlinck quem valorizou o que hoje se chama usualmente o trágico quotidiano cuja definição é esta: a porção do perigo e de risco que nos acompanha, por cada passo que damos e até por cada passo que não damos.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 207

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018


''lutas truculentas e fanáticas''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 202/3

''casos de plagiato ou de imitação descarada''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 201

«(...), mandam as paixões sectárias e as ambições insofridas,»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 200

''cérebros desempoeirados''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 200
«Quando um povo deixa de ter fé em si próprio, acomodando-se a situações insofríveis, em que o desejo de progredir se apaga na inércia e na amargura de viver, corrompendo servilmente as virtudes egrégias, os seus dias estão contados.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 197

''as mutações infinitas da paisagem''

domingo, 16 de dezembro de 2018

Vinca Petersen





O busílis da questão

«O campo da literatura é quase infinito e, no seio dela, o romance dispõe de horizontes tão vastos que abraçam o homem sem restrições. Quando os géneros literários se distinguiam por balizas inconfundíveis, o romancista procedia com o terror de atropelar o vizinho.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 193

a acidificação dos oceanos

«Não se pode exigir que um pigmeu linguarudo responda pela imensidade dos seus dislates e por isso Balzac foi lançando volume após volume, como um deus que , na sua oficina, modela a matéria cósmica e com ela povoa de astros o espaço mal alumiado.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 190

''colossos popularizados''

''sob a fermentação do freudismo''

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 187-8
«A política como escola retórica e cinismo, desgostou-o - por isso virou a fronte e os passos para o vale de Josaphat.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 186

domingo, 25 de novembro de 2018

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

«-Vê-se a fazer parte do establishment artístico?
-Não sei. Nunca venderia algo a Charles Saatchi. Se vendi 55 000 livros [publicou dois, Existencialism e Banging Your Head Against a Brick Wall] e não sei quantas serigrafias, não necessito que alguém me diga que sou um artista.»

Charles Saatchi é fundador de publicidade Saatchi e um famoso mecenas e colecionador de arte.

Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 103
« - Há algum trabalho que recuse por princípio?
-Sim, recusei quatro trabalhos para a Nike. Cada vez que vão lançar uma campanha, escrevem-me para pedir que faça alguma coisa. Não fiz nada para eles.  Neste momento a lista dos trabalhos que recusei é muito mais extensa do que a dos trabalhos que fiz. É como um currículo ao contrário, é estranho. A Nike ofereceu-me montantes astronómicos.
- O que são montantes astronómicos?
-Muito dinheiro! - diz, como envergonhado.
-Porque motivo as recusou?
-Porque não preciso de dinheiro e porque não gosto que haja crianças a matarem-se a trabalhar em troca de nada. Gosto do que diz Jeremy Hard: « No outro dia, a minha filha de onze anos pediu-me um par de ténis e respondi-lhe: ''Tens onze anos, fá-los tu''». Se tenho essa possibilidade, quero evitar esse tipo de coisas. 
Perguntei-lhe se para ser um bom grafiteiro era preciso ser rápido.
-Sim, faz parte dos requisitos da tarefa. Se és lento, apanham-te. O divertido é não te apanharem, e no fundo é isso que conta;»


Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 101/2

Brandalism

«vandalismo de marcas»

Banksy deesenhou a capa do álbum Think Tank da banda inglesa Blur
«Banksy é sem dúvida o segredo mais bem guardado do mundo da arte. Isto porque numa sociedade hiperligada é uma proeza que alguém famoso consiga manter-se oculto.»

Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 95

domingo, 18 de novembro de 2018

'' demoniacamente tentadora''

Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 30

''Vejo oceanos de dor''

Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 29
« Que vem do rio? - Que vem do peito:
baixinho, lá dentro,
chora de amor
o coração»

Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 26

Yves Montand and Simone Signoret, actors, New York


''Minha dor, ninguém a saiba''

Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 25
(Porque bates tão depressa, coração alucinado?
coração alucinado, espera que o dia amanheça)


Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 25

« - Não tenham medo da força!

Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 20
«Por ti sofre o meu coração»
Num canto - SIM, noutro canto - NÃO
   E ela o canto do NÃO dobrou

Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 16

cor berrante

domingo, 11 de novembro de 2018

«Pelas estradas, por noites de Inverno, sem tecto, sem roupa, sem pão, uma voz estreitava o meu coração gelado: «Fraqueza ou força: tu aí estás, és a força. Não sabes nem aonde vais nem porque vais, entra em todo lado, responde a tudo. Não te hão-de matar mais do que se fosses um cadáver.» De manhã tinha o olhar tão perdido e o porte tão morto, que aqueles que encontrei talvez não me tenham visto

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 343
« - Estou sentado, leproso, sobre os vasos partidos e as urtigas, ao pé de um muro corroído pelo sol.»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 339

Alexei Yermolaev and Vladimir Vasiliev


«(...) porque o seu Demónio não pode ficar senão nos lugares onde a esmola é certa.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 329

«As rosas dos caniços há muito devoradas!»


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 323

«Vou-me à polpa da fruta podre.»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 309

«Sei quem és: admiro-te em silêncio.»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 307

(...)

«Chorava abundantemente  com aquilo tudo. Por fim, desci a um lugar cheio de pó, e, sentado em cima de vigas, gastei todas as lágrimas do meu corpo naquela noite. - E no entanto o meu esgotamento voltava sempre.»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 275
OS DESERTOS DO AMOR

PRÓLOGO

   Estes escritos são de um jovem, de um homem muito jovem, cuja
vida decorreu não importa onde; sem mãe, sem pátria, indiferente a 
tudo o que já se sabe, fugindo de todo o dever moral, em nada dife-
rente de tantos outros jovens lastimáveis. Mas, nele, era tal o tédio e a
inquietação, que se limitou a encaminhar-se para a morte como para 
um pudor terrível e fatal. Não tendo amado as mulheres - embora
cheio de sangue! - a sua alma e o seu coração, toda a sua força, foram
educados por erros estranhos e tristes. Dos sonhos subsequentes - os 
seus amores! -, que lhe surgiram pelas camas e pelas ruas, da sua con-
tinuação e do seu fim, doces considerações religiosas talvez emanem.
Não esquecer o sono contínuo dos lendários Maometanos - bravos,
contudo e, circuncisos! Mas, dado que este sofrimento bizarro tem uma
autoriedade inquietante, deve desejar-se sinceramente que esta Alma,
perdida no meio de todos nós, e que, segundo parece, quer morrer, en-
contre nesse instante verdadeiras consolações e seja digna!


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 273
«A cultura não pode estar fora do processo
de fortalecimento da democracia»

Gilberto Gil
«Temos de retirar algo da tragédia, do sofrimento. É o que torna um palhaço grande. Pode ver-se a sua dor por trás do disfarce. Por fora é outra pessoa. Charlie Chaplin fazia-o maravilhosamente, melhor do que ninguém. Eu também sou capaz de o fazer. Passei por muita coisa.»

Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Michael Jackson. Entrevista de Edna Gundersen publicada no USA Today, 14 de dezembro de 2001., p. 72

sábado, 10 de novembro de 2018

Moonwalk


«Numa actuação ao vivo na televisão, com o tema «Billy Jean», apresentou pela primeira vez o passo de dança denominado Moonwalk, de uma graça e elegância supremas e que parecia que desafiava as leis da física, numa imagem por si só imortal.»


Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Michael Jackson. Entrevista de Edna Gundersen publicada no USA Today, 14 de dezembro de 2001., p. 61

anticlímax

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Sasha in Yohji Yamamoto (1985) Photography by Paolo Roversi


''Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa.''

João Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

«Mas não subiu para as estrelas se à terra pertencia.»

José Saramago in Memorial do Convento
«O que eu não posso aceitar, e isso é visceral, é que o capitalismo seja solução dos problemas do homem. Criará grupos, estratos, camadas prósperas, e criará desfavorecidos, misérias, carências, porque vive à custa dessas misérias e carências.»


Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p 22/23
«(...) não se faz socialismo sem uma mentalidade socialista.»

Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p. 21
J.S «Os instrumentos para uma transformação, como é o caso do marxismo, representam um não, o não é o que põe em causa, rejeita, questiona.»

Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.19
Clara Ferreira Alves «O escritor toma para si liberdades que são a substância da criação, e comporta-se, na invenção do seu mundo, como Deus. Este é o evangelho segundo Saramago...»


Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.

«No meu caso, o alvo é Deus»

José Saramago

'' um Peter Pan movido a Viagra''

Hugh Hefner
«Vejo oceanos de dor
claridades de sol posto, paisagens
roxas paisagens»


Viriato da Cruz. poemas. 2.ª Edição: União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA)<

terça-feira, 6 de novembro de 2018


«Phylogeny of Mantodea based on molecular data: evolution of a charismatic predator»

canibalismo sexual


«Estas mãos não lavaram as fraldas
Das pesadas crianças sem olhos.»


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 267

A louva-a-deus-orquídea (Hymenopus coronatus)

é uma espécie de louva-a-deus que habita as florestas tropicais do sudeste asiático
«(...)

A minha mãe que subia para a cama com um ruído
-Filho do trabalho, porém - minha mãe , com suas coxas 
De mulher madura, seus rins bem grossos onde a roupa
Se enruga, deu-me aqueles calores que se calam!...

Uma vergonha mais crua e mais calma era
Quando a minha irmãzinha, ao chegar da escola,
As socas desgastadas de tanto andar sobre o gelo,
Mijava e via escorrer pelo lábio de baixo,
Rosa e apertado, um fio de urina enfezado!...»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 253

sirgueiro

sir.guei.ro
sirˈɡɐjru
nome masculino
1.
o que faz obras de seda
2.
passamaneiro

Vladimir Vasiliev (dancer)


Põe-te n'alheta

''méis vegetais e rosados''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 217

« - E o seu membro excita-se nas barbas das espigas.»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 215

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

«Não quero nada com o teu cérebro tórpido.»


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 185

domingo, 4 de novembro de 2018

''dores violentíssimas no peito''

Eucodal

"um primo farmacológico da heroína"

O QUE EU MAIS GOSTO DO TEU CORPO
a parte do teu corpo
que procura pelo sol
como os gatos pela casa
a parte que permanece imóvel
quando cantas, aquela que se move
quando estás parado
a parte que apenas a mim
e de relance, por descuido
revelaste
a parte onde guardas as memórias
de infância, a parte que ainda anseia
pelo futuro
a parte que demora
a acordar
depois que acordaste
a parte que discorda
ainda de mim
quando já cedeste
aquela que adere
mais fortemente
ao teu nome
a parte que guarda
silêncio enquanto
falas
a parte que
quando estás cansado
ainda não se cansou
a parte ainda noturna 
quando é dia, diurna
quando é noite
a parte que
tem parte
com o mar

Ana Martins Marques, TELHADOS DE VIDRO 22, ed. Averno
Tragam-me um homem que me levante com
os olhos
que em mim deposite o fim da tragédia
com a graça de um balão acabado de encher
tragam-me um homem que venha em baldes,
solto e líquido para se misturar em mim
com a fé nupcial de rapaz prometido a despir-se
leve, leve, um principiante de pássaro
tragam-me um homem que me ame em círculos
que me ame em medos, que me ame em risos
que me ame em autocarros de roda no precipício
e me devolva as olheiras em gratidão de
estarmos vivos
um homem homem, um homem criança
um homem mulher
um homem florido de noites nos cabelos
um homem aquático em lume e inteiro
um homem casa, um homem inverno
um homem com boca de crepúsculo inclinado
de coração prefácio à espera de ser escrito
tragam-me um homem que me queira em mim
que eu erga em hemisférios e espalhe e cante
um homem mundo onde me possa perder
e que dedo a dedo me tire as farpas dos olhos
atirando-me à ilusão de sermos duas
novíssimas nuvens em pé.

Cláudia R. Sampaio in Ver no Escuro, ed. Tinta da China, 2016, p. 39.

sábado, 3 de novembro de 2018

«O Que É Dito ao Poeta a Propósito das Flores»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Consumer Art', 1975


O poema
VII


A manhã começa a bater no meu poema.
As manhãs, os martelos velozes, as grandes flores
líricas.
Muita coisa começa a bater contra os muros do meu poema.
Escuto um pouco a medo o ruído das gárgulas,
o rodopio das rosáceas do meu
poema batido pela revelação das coisas.
Os finos ramos da cabeça cantam mexidos
pelo sangue.
Talvez eu enlouqueça à beira desta treva
rapidamente transfigurada.
Batem nas portas palavras,
sobem as escadas desta intimidade.
É como uma casa, é como os pés e as mãos
das pessoas invasoras e quentes.

Estou deitado no meu poema. Estou universalmente só,
deitado de costas, com o nariz que aspira,
a boca que emudece,
o sexo negro no seu quieto pensamento.
Batem, sobem, abrem, fecham,
gritam à volta da minha carne que é a complicada carne
do poema.

Uma inspiração fende lírios na minha testa,
fende-os ao meio
como os raios fendem as direitas taças de pedra.
Eu sorrio e levo pela mão essa criança poderosa,
uma visita do sangue cheio de luzes interiores.
Acompanho, como tocando uma espécie de paisagem
levitante,
as palavras pessoas caudas luminosas ascéticas aldeias.

É a madrugada e a noite que rolam sobre os telhados
do poema. É Deus que rola e a morte
e a vida violenta. E o meu coração é um castiçal
à beira
do povo que até mim separa os espinhos das formas
e traz sua pureza aguda e legítima.
– Trazem liras nas mãos, trazem nas mãos brutais
pequenos cravos de ouro ou peixes delicados
de música fria.

– Eu enlouqueço com a doçura dos meses vagarosos.

O poema dói-me, faz-me.
O povo traz coisas para sua casa
do meu poema.
Eu acordo e grito, bato com os martelos
dos dias da minha morte
a matéria secreta de que é feito o poema.

– A manhã começa a colocar o poema na parte
mais límpida da vida. E o povo canta-o
enquanto crescem os campos levantados
ao cume das seivas.
A manhã começa a dispersar o poema na luz incontida
do mundo.

Herberto Helder, no livro “Poemas completos”. Série Grandes Escritores, Rio de Janeiro: Editora Tinta-da-China, 2016 – p. 39.

Estou universalmente só

Herberto Helder
O poema
-essa hesitação
prolongada entre
o som e o
sentido.

Paul Valéry

iletrados racistas

Cinemateca

 A primeira cinemateca do mundo foi fundada na Suécia, em 1933, por Bengt Idestam-Almquist, que também escrevia argumentos, com o pseudónimo de Robin Hood.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

The properties of a thing are effects on other
“things”: if one removes other “things”, then
a thing has no properties,
i.e., there is no thing without other things,
 i.e., there is no “thing-in-itself.”

Friedrich Nietzsche

Le “problématique” est un état du monde, une dimension du système, et même son horizon, son foyer: il désigne exactement l’objectivité de l’Idée, la réalité du virtuel.

Gilles Deleuze

mais-do-que

inventividade

Entre l’homme et la chose, il y a un hiatus, une incompréhension, une espèce de guerre.

Gilbert Simondon

desmaterialização

The only assignable difference between animal societies and our own resides in the emergence of the object. Our relationships, social bonds, would be airy as clouds were there only contracts between subjects. In fact, the object, specific to the Hominidae, stabilizes our relationships, it slows down the time of our revolutions. The object, for us, makes our history slow.

Michel Serres

The things of the world have the function of stabilizing human life, and their objectivity lies in the fact that – in contradiction to the Heraclitean saying that the same man can never enter the same stream – men, their everchanging nature notwithstanding, can retrieve their sameness, that is, their identity, by being related to the same chair and the same table. 


Hannah Arendt
«[Nous serons] plus joyeux, parce que la réalité que s’invente sous nos yeux donnera à chacun de nous, sans cesse, certaines des satisfactions que l’art procure de loin en loin aux privilégiés de la fortune; elle nous découvrira, par delà la fixité et la monotonie qu’y apercevaient d’abord nos sens hypnotisés par la constance de nos besoins, la nouveauté sans cesse renaissante, la mouvante originalité des choses. Mais nous serons surtout plus forts, car à la grande œuvre de création qui est à l’origine et qui se poursuit sous nos yeux nous nous sentirons participer, créateurs de nous-mêmes. Notre faculté d’agir, en se ressaisissant, s’intensifiera. »


Henri Bergson

po-ético

«Meu Deus faz com que eu seja sempre um poeta obscuro.»

HERBERTO HELDER

Nostalgia, em estado de dicionário, quer dizer:

Saudades de algo, de um estado, de uma forma de existência que se deixou de ter; desejo de voltar ao passado (n. da vida adolescente). Estado melancólico devido a aspirações, desejos nunca realizados (n. de uma vida conjugal). Estado de triste sem causa aparente. (Houaiss 2001: 2018)

No dicionário etimológico de Antônio Geraldo Cunha, a palavra nostalgia se apresenta assim: “‘Melancolia, saudade’ 1858. Do francês, nostalgie, deriv. do lat. cient. nostalgia, voc. Criado pelo médico suíço Hofer, em 1678, composto do gr. nóstos ‘regresso’ + ‘álgos’ ‘dor’ + ia nostálgico 1873” (Cunha 1982: 551).

''o universo como uma ilusão computacional''


Babel digital

 “a torre de Babel foi desmantelada tijolo a tijolo, sendo estes numerados, e novamente construída”

Jünger

orgulho infantil

domingo, 28 de outubro de 2018

para Hans-Peter Schwarz, o luminar é um “arquivo electrónico de acesso imediato e visual aos documentos e imagens” (2006, p. 220).
 “o labirinto de uma noite de ópio”

Jünger

serpente alada

''ilustração literária de um combate quixotesco''

capacidade metacrítica

fábula baconiana

 “estar escondido e invisível dos outros e, todavia, ter os outros revelados aos seus olhos, como banhados numa luz”

Bacon, 1976

Sol (luminar maior) ou a Lua (luminar menor)

«Toda a fragilidade humana fica exposta na comédia.» Jerry Seinfeld

«Ainda não falámos de O Arquipélago da Insónia (2008).
Não me lembro nada disso. Trata de quê?

Vou-lhe ler uma frase: “Começamos por uma casa, pelo sentimento, uma força em exercício, um poder que vem de há muito tempo, quando essa casa era igual mas era uma herdade, um latifúndio, quando nada faltava — a família, as empregadas na cozinha, o feitor, os campos, a vila ao fundo, e a voz do avô a comandar o mundo. Agora há fotografias no Alentejo em vez de pessoas.”

É bom!

Não se lembrava?
Não.

J.L. — É uma frase muito antuniana.»

Excerto da Entrevista, António Lobo Antunes no Ípsilon, Jornal Público

''o dom do perdão''

“Não me sacudam, que estou cheio de lágrimas.”

Louis Calaferte
«E logo depois Explicação dos Pássaros (1981)...
Eu escrevia muito. Não ia a lado nenhum. Tinha uma vida sentimental tormentosa que de sentimentos não tinha nada, porque... porque eu era muito bonito, nem tinha de me mexer. E era estúpido, porque isso depois fazia-me sofrer.

Sofria?
Sofria — porque não estava a ser justo. Estava a usar as mulheres. Não estava a ser honesto.»

Excerto da Entrevista, António Lobo Antunes no Ípsilon, Jornal Público
«Rasgava cartas, destruía romances. Porquê?
Porque rasgo sempre tudo.

Há algum remorso?
Não. Andei dez anos a fazer um romance, antes de ir para África, durante África e depois de África. Foi para o lixo. Não prestava e os outros não prestavam.

Não destruiu Memória de Elefante.
Não. Queria publicar. Era, de certo modo, a celebração de um... Pertenço à classe dos eternos culpabilizados.

Porque diz isso?
Porque tive muitos privilégios e tinha consciência deles. E sempre me censurei atitudes de toda a ordem. Talvez tenha remorso por ter vivido mal e de uma maneira estúpida muitas vezes.

Porquê?
Não sei se era autopunição — porque tive muita sorte, nasci com muitos dons.»

Excerto da Entrevista, António Lobo Antunes no Ípsilon, Jornal Público

O Conhecimento do Inferno

António Lobo Antunes

O Conhecimento do Inferno

António Lobo Antunes

A Última Porta antes da Noite

António Lobo Antunes

sábado, 27 de outubro de 2018

«Não direi hermética a poesia de Natércia Freire porque o hermetismo é um jogo verbal, um refinado exercício intelectual, cosa mentale mais do que a via espiritual. A sua poesia me parece antes quase involuntária, singularmente inspirada, soprada por não sei que Espírito ignoto ou inominado. Não sopra onde quer o vento  do espírito? É uma poesia que chamarei «pneumática» (do grego pnêuma =  sopro, do latim pneuma = o Espírito Santo), uma poesia de alma, mas não desencarnada nem angélica, como se desligada das realidades terrestres e da nossa condição carnal.»


João Bigotte Chorão. Alta, Misteriosa Poesia.

Shiny, shiny, shiny boots of leather
Whiplash girl child in the dark
Comes in bells, your servant, don't forsake him
Strike, dear mistress, and cure his heart
Downy sins of streetlight fancies
Chase the costumes she shall wear
Ermine furs adorn the imperious
Severin, Severin awaits you there
I am tired, I am weary
I could sleep for a thousand years
A thousand dreams that would awake me
Different colors made of tears
Kiss the boot of shiny, shiny leather
Shiny leather in the dark
Tongue of thongs, the belt that does await you
Strike, dear mistress, and cure his heart
Severin, Severin, speak so slightly
Severin, down on your bended knee
Taste the whip, in love not given lightly
Taste the whip, now plead for me
I am tired, I am weary
I could sleep for a thousand years
A thousand dreams that would awake me
Different colors made of tears
Shiny, shiny, shiny boots of leather
Whiplash girl child in the dark
Severin, your servant comes in bells, please don't forsake him
Strike, dear mistress, and cure his heart

Compositor: Lou Reed

«Meu corpo, no teu corpo, a flutuar.»

«Fecha as asas, insecto de metal!»

«A sofia é a compreensão das coisas celestes a que o espírito chega pelo amor.»

Balzac

a incoincidência

«Antes o corpo morto
que a vida sem o sonho.»
«Penso no amor
com nervos e com sede.»

''entre lezírias e musselinas''

«Deus, bastando-se a si próprio, criou a Terra e tudo o que foi criado. Fê-lo no entanto por um acto de vontade. O poeta não necessita forçosamente dos seus poemas ou da opinião dos outros sobre a sua criação [...] Sem o acto de vontade nada de poesia e a vontade não é uma causa.»

José Blanc de Portugal, poeta.

Renate Bertlmann, Verwandlungen [Transformations], 1969/2013



«Nas praias largas a abraçar fantasmas.»

Natércia Freire

maiêutica


nome feminino
FILOSOFIA método praticado por Sócrates, e depois inspirado nele, que consiste em levar os espíritos a tomar consciência daquilo que sabem implicitamente, a exprimi-lo e a julgá-lo.

a causa da in(finita) procura

«O poema acontece tal como o filho que acontece.»

Pinharanda Gomes. Univocidade Cósmica na Poesia de Natércia Freire.

''transitoriedade existencial''

''tempo vegetal''
                             ''crepúsculo enfeitado''
                                                                    ''húmida boca''

explicações socráticas

''angústia intelectual''

Luís Forjaz Trigueiros. Arte e Técnica da Poesia.

a inconveniência da felicidade

«(...) a ânsia frustrada de viver «castelos impossíveis»;

Luís Forjaz Trigueiros. Arte e Técnica da Poesia.
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