«Deus, bastando-se a si próprio, criou a Terra e tudo o que foi criado. Fê-lo no entanto por um acto de vontade. O poeta não necessita forçosamente dos seus poemas ou da opinião dos outros sobre a sua criação [...] Sem o acto de vontade nada de poesia e a vontade não é uma causa.»
José Blanc de Portugal, poeta.
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sábado, 27 de outubro de 2018
sábado, 4 de novembro de 2017
''o poema não morre de ter vivido: ele é feito expressamente para renascer das suas
cinzas e para infinitamente se tornar naquilo que sempre terá sido. A poesia
reconhece-se nessa propriedade de tender a fazer-se reproduzir na sua forma: estimula-
-nos a reconstituí-la identicamente (Valéry, 1995:79). ''
sábado, 30 de setembro de 2017
« A poética do pouco, se não do mínimo, do inerte mineral (ou pelo menos vegetal), define-se em parte pela negação: é uma poética do não, do espinhoso cacto não, e do prefixo in - (inenfática, impessoal, inexcessiva, inemocional); agarra-se a vinte palavras, sempre as mesmas (provavelmente: pedra, osso, esqueleto, dente; gume, navalha, faca, foice, lâmina, cortar, esfolado; bala, relógio; seco, mineral, deserto, asséptico, vazio, fome; e, é claro, cana). Tendente à geometria certa de um cristal, deixa no entanto sempre à vista o material de que parte (...)»
Prefácio Óscar Lopes
João Cabral de Melo Neto. Poesia Completa 1940-1980. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 1986., p.11
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crítica literária,
sobre a poesia
sábado, 6 de maio de 2017
«Do paradoxo pode-se repetir o que um poeta respondeu a uma senhora que lhe perguntava se era muito difícil fazer bons versos.
«Minha senhora», disse-lhe ele, «ou é muito fácil, ou é impossível». Ou são bons, ou não prestam.»
Pitigrilli. a decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 8
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Dino Segrè,
escritor italiano,
pseudónimo Pitigrilli,
sobre a poesia
sábado, 4 de março de 2017
“poesia-contra, poesia-recusa-que-acusa,
poesia contra o instituído, o legal, o ordenado e convencional.”
(Aragão, 1981b [1965]: 39)
(Aragão, 1981b [1965]: 39)
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António Aragão,
sobre a poesia
sábado, 18 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
A Essência da Poesia
«Não aprendi nos livros qualquer receita para a composição de um poema; e não deixarei impresso, por meu turno, nem sequer um conselho, modo ou estilo para que os novos poetas recebam de mim alguma gota de suposta sabedoria. Se narrei neste discurso alguns sucessos do passado, se revivi um nunca esquecido relato nesta ocasião e neste lugar tão diferentes do sucedido, é porque durante a minha vida encontrei sempre em alguma parte a asseveração necessária, a fórmula que me aguardava, não para se endurecer nas minhas palavras, mas para me explicar a mim próprio. Encontrei, naquela longa jornada, as doses necessárias para a formação do poema. Ali me foram dadas as contribuições da terra e da alma. E penso que a poesia é uma acção passageira ou solene em que entram em doses medidas a solidão e solidariedade, o sentimento e a acção, a intimidade da própria pessoa, a intimidade do homem e a revelação secreta da Natureza. E penso com não menor fé que tudo se apoia - o homem e a sua sombra, o homem e a sua atitude, o homem e a sua poesia - numa comunidade cada vez mais extensa, num exercício que integrará para sempre em nós a realidade e os sonhos, pois assim os une e confunde. E digo igualmente que não sei, depois de tantos anos, se aquelas lições que recebi ao cruzar um rio vertiginoso, ao dançar em torno do crânio de uma vaca, ao banhar os pés na água purificadora das mais elevadas regiões, digo que não sei se aquilo saía de mim mesmo para se comunicar depois a muitos outros seres ou era a mensagem que os outros homens me enviavam como exigência ou embrazamento. Não sei se aquilo o vivi ou escrevi, não sei se foram verdade ou poesia, transição ou eternidade, os versos que experimentei naquele momento, as experiências que cantei mais tarde. De tudo aquilo, amigos, surge um ensinamento que o poeta deve aprender dos outros homens. Não há solidão inexpugnável. Todos os caminhos conduzem ao mesmo ponto: à comunicação do que somos. E é necessário atravessar a solidão e aspereza, a incomunicação e o silêncio para chegar ao recinto mágico em que podemos dançar com hesitação ou cantar com melancolia, mas nessa dança ou nessa canção acham-se consumados os mais antigos ritos da consciência; da consciência de serem homens e de acreditarem num destino comum. »
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Pablo Neruda,
sobre a poesia
sábado, 2 de julho de 2011
«A poesia clássica contava; a poesia moderna sugere.»
João Gaspar Simões in Obras Completas de Mário de Sá-Carneiro. Poesias II. Colecção Poesia. Edições Ática., p. 12
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João Gaspar Simões,
Mário de Sá-Carneiro,
sobre a poesia
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
“No espírito do seu criador, a Esfinge é uma resposta. A poesia é expressão de origens. Solicitado pela noite animal e a plenitude solar, um poeta talhou na rocha uma forma visível da sua condição. Compreender a Esfinge, compreender a poesia é olhá-la sem a tentação de lhe perguntar nada. É aceitar o núcleo de silêncio donde todas as formas se destacam. A obra vale pela densidade de silêncio que nos impõe. Por isso os poetas que imaginam dizer dizer tudo são tão vãos como as estátuas gesticulantes. Agora é fácil compreender como pôde nascer o mistério da esfinge. O enigma da poesia.”
Eduardo Lourenço
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Eduardo Lourenço,
sobre a poesia
“O poeta é aquele que escolheu ter um ser através da sua linguagem. Isso pressupõe que a Linguagem possa dizer o ser. Por essência a poesia nunca duvidou disso, ou duvidou afirmando-se através dessa dúvida.”
Eduardo Lourenço
Eduardo Lourenço
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sobre a poesia
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