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domingo, 17 de março de 2019

«Entre todos os quadros piedosos observados nas minhas breves excursões pelo mundo, um só me dá prazer: ver as virgens envelhecerem, deteriorarem-se, acabarem-se à espera vã de um hipotético marido, como acontece ao avarento que fica de tanga porque um belo dia as suas moedas não têm valor.
  A mulher de teatro dignou-se a sorrir.
-Pois a mim fazem pena - confessou melancolicamente - , e bem que eu pergunte a mim mesma se são mais de lamentar as velhas solteironas que, para pegar de armadilha um marido, nunca se entregaram a ninguém, ou aquelas que, por se entregarem todas as vezes que tinham desejos, não conseguiram nunca arranjar marido.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.8

''mesinhas floridas de lírios vermelhos''

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva.

domingo, 7 de maio de 2017



«O amor, como todas as formas de energia, precisa, para existir, de uma diferença de potencial. Mas, a diferença de potencial não se mantém sempre. Salvo poucos casos isoladíssimos, em que os dois amantes tenham personalidades tão distintas para estabelecer uma troca contínua de corrente, em geral, algum tempo depois, vem o que os electrotécnicos chamam de polarização, isto é, o hábito, a saciedade, o dizerem ambos a mesma coisa, o não haver mais uma ideia a trocar, por ambos terem a mesma ideia. A polarização, em amor, chama-se indiferença.»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 64

«Segundo Charcot, «os neurasténicos atraem-se uns aos outros, não só no amor, mas também na amizade.»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 63

sábado, 6 de maio de 2017


«No enterro, as borboletas seguiam as flores que o seu caixão levava.»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 40

« Da loucura, passou-se à psicose sexual,»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 38


«(...) e o arsénio, em doses medicamentosas, tem efeitos nutritivos.»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 31

«Quando Talleyrand dizia que a palavra foi dada ao homem para esconder o seu pensamento, enunciava uma grande verdade (...)»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 22/3



«Os pequenos paradoxos representam-se por figuras geométricas: quando não se trata de definições incompletas, são silogismos erróneos, obtidos trocando a parte pelo todo; um facto contingente, por um facto essencial; o particular, pelo geral; as causas adjuvantes, pelas causas eficientes; dando como certo, o que é provável; por absoluto, o que é relativo; confundindo a excepção com a regra; um, com noventa e nove; falsificando as percentagens; explicando os factos psicológicos com critérios fisiológicos; os factos sentimentais com critérios veterinários.»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 19

o advogado «uma consciência alugada»


Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 16

o pranto, «uma solução de água e cloreto de sódio»

Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 16

a cólera, «uma descarga adrenalínica»

Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 16

«Só uma coisa é pior que os cheiros ordinários: os perfumes ordinários.»


Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 15

«na minha desordem é que está a ordem»


Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 13

« le mari de toutes les femmes et la femme de tous les maris.»


Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 13


    «Um cavalheiro de 1700 tinha uma amante e tinha também a mulher. Todas as noites, sem perder uma, vinte anos seguidos, ia à casa da amante. Quando lhe morreu a mulher, alguém disse: «Agora podes casar com a tua amante...» «Não», respondeu ele, «porque já não tinha onde ir passar as noites...»


Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 9

''a cintilação do engenho''


Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 8

   «Do paradoxo pode-se repetir o que um poeta respondeu a uma senhora que lhe perguntava se era muito difícil fazer bons versos.
    «Minha senhora», disse-lhe ele, «ou é muito fácil, ou é impossível». Ou são bons, ou não prestam.»



Pitigrillia decadência do paradoxo. Tradução Portuguesa de Dr. Souza-Soares. Editorial Minerva, Lisboa., p. 8
Mamíferos de Luxo (1920)

 Cocaína (1921)

  A Virgem de 18 Quilates (1924)

 Os Vegetarianos do Amor (1931)

 Loura Dolicocéfala (1936)

O Farmacêutico a Cavalo (1948)

 O Deslize do Moralista (1948)

Pitigrilli

Afirmava que adoptou este pseudónimo porque gostava de "colocar os pingos nos ii".
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