terça-feira, 6 de novembro de 2018

«(...)

A minha mãe que subia para a cama com um ruído
-Filho do trabalho, porém - minha mãe , com suas coxas 
De mulher madura, seus rins bem grossos onde a roupa
Se enruga, deu-me aqueles calores que se calam!...

Uma vergonha mais crua e mais calma era
Quando a minha irmãzinha, ao chegar da escola,
As socas desgastadas de tanto andar sobre o gelo,
Mijava e via escorrer pelo lábio de baixo,
Rosa e apertado, um fio de urina enfezado!...»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 253

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