sexta-feira, 23 de agosto de 2019
«folhas desprendendo-se comidas dos bichos! »
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 135
ECO
Se eu visse a cor do eco luminoso
levado nas palavras ditas
para que a sombra fosse menos negra,
Eu...
Nós, que nos sentamos loucos
deslizando espuma dessalgada
sobre papéis culpados de brancura,
Nós, olhar igual a móvel doutro século
abandonado hoje numa casa para amanhã,
Nós - somos o último argumento
de ilusão, de liberdade própria,
no fundo a renúncia isenta de saudade,
a dor voltada bater de asas muito alto,
e a renúncia, iguais afirmações dos outros!
Porém se eu visse a cor do eco
imaginaria outras palavras nem novas nem velhas,
possivelmente de silêncio,
que seriam o primeiro lado do polígono -
- dentro dele o mundo giraria,
o último lado no infinito, sim,
mas nem por isso menos eu, nosso,
não há olhos aqui vendo comigo!...
Então cerrem-se as portas e acendamo-nos.
Olhemo-nos agora.
- É este o nosso corpo ... - Serve.
- É esta a nossa alma... - Basta.
- Basta e sobra! Imaginas que lá fora. - Não, não imagino
nada.
O eco... o luminoso! ia dentro da palavra.
29/5/39
Obras - Vol. 9.º, págs. 33-34.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 133
levado nas palavras ditas
para que a sombra fosse menos negra,
Eu...
Nós, que nos sentamos loucos
deslizando espuma dessalgada
sobre papéis culpados de brancura,
Nós, olhar igual a móvel doutro século
abandonado hoje numa casa para amanhã,
Nós - somos o último argumento
de ilusão, de liberdade própria,
no fundo a renúncia isenta de saudade,
a dor voltada bater de asas muito alto,
e a renúncia, iguais afirmações dos outros!
Porém se eu visse a cor do eco
imaginaria outras palavras nem novas nem velhas,
possivelmente de silêncio,
que seriam o primeiro lado do polígono -
- dentro dele o mundo giraria,
o último lado no infinito, sim,
mas nem por isso menos eu, nosso,
não há olhos aqui vendo comigo!...
Então cerrem-se as portas e acendamo-nos.
Olhemo-nos agora.
- É este o nosso corpo ... - Serve.
- É esta a nossa alma... - Basta.
- Basta e sobra! Imaginas que lá fora. - Não, não imagino
nada.
O eco... o luminoso! ia dentro da palavra.
29/5/39
Obras - Vol. 9.º, págs. 33-34.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 133
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PALAVRAS
Palavras soltas
que ficaram sem ar sem força de viver...
sem força de cair... -
Mundos de mim sem força de morrer...
Vidas de mim sem força de nascer...
- Palavras soltas...soltas...
tremendo de estar sós...e de partir...
25/4/39
2
Obras - Vol.9.º, pág.22.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 123
que ficaram sem ar sem força de viver...
sem força de cair... -
Mundos de mim sem força de morrer...
Vidas de mim sem força de nascer...
- Palavras soltas...soltas...
tremendo de estar sós...e de partir...
25/4/39
2
Obras - Vol.9.º, pág.22.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 123
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«(...)
Como é ridículo mudar
as coisas e as cores e as distâncias
para vozes de embalar sozinho,
para sons de angustiar sozinho...»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 112
Como é ridículo mudar
as coisas e as cores e as distâncias
para vozes de embalar sozinho,
para sons de angustiar sozinho...»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 112
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« - não queirais ser o Deus das conveniências
nem o Deus das minhas consolações.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 108
nem o Deus das minhas consolações.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 108
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«(...)
Se não quis tornar a ver-te
foi com medo de mudar -
que os olhos que são sofrer-te
podem não querer conhecer-te
e ver em ti mais que mar...»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 105
Se não quis tornar a ver-te
foi com medo de mudar -
que os olhos que são sofrer-te
podem não querer conhecer-te
e ver em ti mais que mar...»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 105
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«(...)
A ferida curada de si mesma...
Triste e funda e dolorosa
por ser lúcida.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 93
A ferida curada de si mesma...
Triste e funda e dolorosa
por ser lúcida.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 93
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«(...)
E um amor não morre nunca,
nunca,
nem mesmo sufocado em ódio e em razões,
nem mesmo com o haver um outro amor.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 87
E um amor não morre nunca,
nunca,
nem mesmo sufocado em ódio e em razões,
nem mesmo com o haver um outro amor.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 87
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«(...)
É uma doença
pelo poder com que absorve o pensamento,»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 86
É uma doença
pelo poder com que absorve o pensamento,»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 86
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''Os pés inúteis...''
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 79
«(...)
e sê-lo-á
porque, não sendo nada,
será o que quisermos.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 78
e sê-lo-á
porque, não sendo nada,
será o que quisermos.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 78
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(...)
«Lama de sangue...Sangue já em rio...
O rio o leva ao mar e o mar não bebe -
- o mar conhece a voz da santa guerra,
por ordem do poder que o governa
dará a rumo e rumo a Rosa eterna
e o Mundo nunca mais será o Mundo
mas Terra, Terra inteira, livre terra!»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 77
«Lama de sangue...Sangue já em rio...
O rio o leva ao mar e o mar não bebe -
- o mar conhece a voz da santa guerra,
por ordem do poder que o governa
dará a rumo e rumo a Rosa eterna
e o Mundo nunca mais será o Mundo
mas Terra, Terra inteira, livre terra!»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 77
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(...)
«Fugir, fugir...
mas fugir devagarinho
para compreendermos bem
que estamos a fugir.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 73
«Fugir, fugir...
mas fugir devagarinho
para compreendermos bem
que estamos a fugir.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volume. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 73
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segunda-feira, 19 de agosto de 2019
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
''notícia de outras memórias ou máscaras.''
Orlando Neves. Clamores. (1987-1999) . Decomposição - O Corpo. Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 29
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AS MÃOS - III
«Pequenas coisas prendem, as aves
moribundas, a lâmpada que brilha e fere.
Pequenas coisas, as fogueiras no chão dos campos,
a asa das águias na lua roxa. Pequenas
coisas, o coração dormindo, o sal na boca,
a leve fadiga em que continua a vida.
(...)»
Orlando Neves. Clamores. (1987-1999) . Decomposição - O Corpo. Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 28
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'' na terra frutífera, aceitando morrer''
Orlando Neves. Clamores. (1987-1999) . Decomposição - O Corpo. Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 27
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domingo, 4 de agosto de 2019
FUNDO
Fui procurar-Te ao fundo
lá onde as algas se torcem
roçadas pelas escamas dos peixes,
lá onde estava um barco de ferro
e um morto sem olhos ao leme,
lá onde estavam duas ostras abertas
uma com pérolas outra sem pérolas,
lá onde havia medusas e polvos
e um boné num ramo de coral,
lá onde havia silêncio e um livro rasgado
e uma âncora partida e uma cruz...
Fui procurar-Te ao fundo e já não sabia
que não Te encontraria.
Se não Te procurasse em toda a parte
nunca veria o mundo em que não estás.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 64
lá onde as algas se torcem
roçadas pelas escamas dos peixes,
lá onde estava um barco de ferro
e um morto sem olhos ao leme,
lá onde estavam duas ostras abertas
uma com pérolas outra sem pérolas,
lá onde havia medusas e polvos
e um boné num ramo de coral,
lá onde havia silêncio e um livro rasgado
e uma âncora partida e uma cruz...
Fui procurar-Te ao fundo e já não sabia
que não Te encontraria.
Se não Te procurasse em toda a parte
nunca veria o mundo em que não estás.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 64
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VEGETAL
Esguio, muito esguio tronco...
- difícil de rugas e cansaços.
Vagos, muito vagos ramos...
- inúteis de quebras e de súplicas.
Secas, muito secas folhas...
- difíceis de fugas e de outono.
Pálidas, muito pálidas flores...
- Inúteis de perfume e de sentido.
Difícil, sim, tudo difícil...
E no fim de ser difícil tudo inútil.
9/1/39
Obras - Vol. 8.º, pág. 48.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 55
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«Amargura muito antes de tristeza!...»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 21
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Ecofeminismo
Ecofeminismo descreve movimentos e filosofias que ligam o feminismo com a ecologia. O termo é acreditado ter sido inventado pela escritora francesa Françoise d'Eaubonne em seu livro Le feminisme ou la Mort.
''a vida escurece como quer''
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 39
«Amarra em ti o nosso andar sangrento,»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 25
« Estás triste...duma tristeza sem nome...»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 21
(...)
« Eu sei que tu pensas pelos teus olhos.
Não olhes, pois, assim
- porque estás formando o pensamento
não sei onde sobre mim.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 17
« Eu sei que tu pensas pelos teus olhos.
Não olhes, pois, assim
- porque estás formando o pensamento
não sei onde sobre mim.»
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 17
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INCÊNDIO
Uma nuvem ténue...um encarquilhar sombrio...
gotas de lume correndo e fugindo...
num novo encarquilhar...treva caindo...
e no fim só um cheiro agreste e frio.
O resto que ficou?...Não sei. Perdi-o:
A minha vida a outros foi sorrindo,
noutros olhos os meus foram dormindo... -
não se pode viver sempre vazio...
Tudo se encontra procurando bem
e se a vida não é um vai-e-vem
a cor do dia é uma questão de céu...
Aquele incêndio? Ali? ... Não é comigo.
Vê!...Ele segue um caminho que eu não sigo,
que nunca foi! nem há-de ser o meu!
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 16
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(...)
« E ter a impressão
de que se nos atirássemos
daqui tão alto...
tombaríamos devagar...
devagar...
devagarinho...
Não sei se ser louco é ser assim!...»
4/12/38
1/7/39
Obras - Vol. 8.º, págs.4-5.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 15
« E ter a impressão
de que se nos atirássemos
daqui tão alto...
tombaríamos devagar...
devagar...
devagarinho...
Não sei se ser louco é ser assim!...»
4/12/38
1/7/39
Obras - Vol. 8.º, págs.4-5.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 15
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EXTERIOR
Inclinaste a cabeça para a frente
e o teu cabelo
ondeou mais alto.
Um cabelo calmo, leve, saciado...
E o meu...
ora hesitante, fugitivo,
levantado, confundido...
ora tombado, mais fino,
mais fraco...
sem vontade nem gesto...
Não meças a minha alma
pelo que eu trago no rosto.
4/12/38
Obras - Vol. 8.º pág.3.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 13
e o teu cabelo
ondeou mais alto.
Um cabelo calmo, leve, saciado...
E o meu...
ora hesitante, fugitivo,
levantado, confundido...
ora tombado, mais fino,
mais fraco...
sem vontade nem gesto...
Não meças a minha alma
pelo que eu trago no rosto.
4/12/38
Obras - Vol. 8.º pág.3.
Jorge de Sena. Post-Scriptum II (recolha, transcrição, nota de abertura e notas de Mécio de Sena) 2.º Volme. Moraes Editores/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985., p. 13
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''Quais são os efeitos psíquicos da individualização extrema? ''
© Ana Borralho & João Galante
Romance Familiar ou a realidade aumentada
Romance Familiar ou a realidade aumentada
“ROMANCE FAMILIAR OU A REALIDADE AUMENTADA”
© Ana Borralho & João Galante
quarta-feira, 31 de julho de 2019
«Será uma superstição? Mas não, não é! Há coisas assim, pessoas diabólicas e não há volta a dar-lhes, basta o seu olhar para sermos como eles dizem. O Mal é assim. Todos o têm dentro de si, e ninguém o quer, e para onde o levam? Para o ar? Sim, o Mal anda no ar, mas não permanece ali por muito tempo, é obrigado a meter-se dentro dum homem para que possam agarrá-la um dia a assassinar...»
Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 39
Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 39
«Quando me sinto orgulhoso, tenho medo.»
Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 38
sábado, 27 de julho de 2019
«madeira morta na imensidade das veias.»
Orlando Neves. Clamores. (1987-1999) . Decomposição - O Corpo. Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 24
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«Como pôde tamanha altivez desistir
de, constantemente, se desnudar?»
Orlando Neves. Clamores. (1987-1999) Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 13
de, constantemente, se desnudar?»
Orlando Neves. Clamores. (1987-1999) Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 13
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« Corre o pensamento a pensar-se.»
Orlando Neves. Clamores. (1987-1999) Edições Afrontamento, Porto, 2000., p. 12
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sexta-feira, 26 de julho de 2019
« Espero que não te deixes levar por esse Peider.
BARBLIN: Esteja descansado.
PADRE: Tem um olhar sujo.»
Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 16
BARBLIN: Esteja descansado.
PADRE: Tem um olhar sujo.»
Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 16
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«BARBLIN: Estou noiva!
SOLDADO: Mas não vejo sombras de anel.»
Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 12
SOLDADO: Mas não vejo sombras de anel.»
Max Frisch. Andorra. Tradução de Ilse Losa e Manuela Delgado. Portugália Editora, Lisboa., p 12
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segunda-feira, 22 de julho de 2019
'' os olhos alagados de espumas mortas''
Mário Cláudio. A Ilha do Oriente. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 120
«De toalhas de sangue e de feridas por fechar eram, por então, os pesadelos que me visitavam.»
Mário Cláudio. A Ilha do Oriente. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 111
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enxovia
en.xo.vi.a
ẽʃɔˈviɐ
nome feminino
1.
cárcere térreo ou subterrâneo, com pouca luz e insalubre; enxova
2.
figurado compartimento mal arejado e sujo
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domingo, 21 de julho de 2019
«O que os lábios nos seca, sem jamais nos beijar?»
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 109
«LEONARDO - E aqui esteve Cefísia, a que chamam de lírio, que Narciso já foi, sobre pântanos e charcos onde um rosto solitário se estampava.»
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 109
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 109
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''conheço mistérios que não entram em ti''
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 108
«Estirava-se no feno, abria as pernas rotundas, de verdade, como se fossem o compasso de um cartógrafo. Quantas vezes suguei eu, eu sei lá quantas, a medalha de seus seios.»
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 107
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 107
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''entre berros chorados''
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 104
''paladar das amoras
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 104
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«Tinha ela a cara imunda e verde, como alga corroída, com um licor que me arranhava as veias da garganta.»
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 103
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''(...) , conheci o rosto e o travo da morte.''
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 103
''Vento e relâmpagos, na distância.''
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 101
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«(...) Os ombros são muito direitos, fabricados por Deus para suportar agasalhos únicos,»
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 66
Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 66
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