«Elias vai em salteado (conhece os textos). Pára e treslê, no tresler é que está a leitura, é assim que ele arruma a cabecinha, e de quando em quando queda-se a admirar a unha gigante. Também pensa de alto, às vezes diz coisas. Mas se fala e ao mesmo tempo lê, a unha escuta - e não há nisto nada de especial, não se pense, porque é uma unha do mindinho, o dedo que tudo adivinha, e porque é com ela que o chefe de brigada sublinha todos os momentos indecisos da pessoa e do caos.»
José Cardoso Pires. Balada da Praia dos Cães. 2ª Edição, 1982. Edições «O Jornal», Lisboa., p. 52