domingo, 17 de março de 2019

Queixa das almas jovens censuradas
Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crâneos ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte

- Natália Correia, em "Poesia completa - Natália Correia". Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999.
Rocochete

Que margens têm os rios?
para além das suas margens?
Que viagens são navios?
Que navios são viagens?

Que contrário é uma estrela?
Que estrela é este contrário
de imaginarmos por vê-la
tudo à volta imaginário?

Que paralelas partidas
nos articulam os braços
em formas interrompidas
para encarnar um espaço?

Que rua vai dar ao tempo?
Que tempo vai dar à rua
onde o relógio do vento
pára na hora da lua?

Que palavra é o silêncio?
Que silêncio é esta voz
que num soluço suspenso
chora cá dentro por nós?

- Natália Correia, em "Passaporte". 1958.
Soneto de abril
Evoé! de pâmpano os soldados  
rompem do tempo em que Evoé! a terra 
salvé rainha descruzando os braços 
com seu pé de papiro pisa a fera.
Na écloga dos rostos despontados  
onde dos corvos se retira a treva, 
de beijo em beijo as ruas são bailados  
mudam-se as casas para a primavera.
Evoé! o povo abre o touril 
e sai o Sol perfeitamente Abril  
maravilha da Pátria ressurrecta.
Evoé! evoé! Tágides minhas 
outras vez prateadas campainhas 
sois na cabeça em fogo do poeta.


- Natália Correia, em "PoemAbril- antologia de autores. [organização Carlos Loures e Manuel Simões]. Coimbra: Fora do Texto - Cooperativa Editorial de Coimbra, 1994.
§

XII    
     Pássaro breve 
Rompendo a chuva caída 
Na minha melancolia. 

     Ave voando 
Na chuva que vai caindo 
Em mim sem cair no dia. 

     Pássaro leve 
Cantando o sol que amanhece 
Na noite que me entristece.


- Natália Correia, em "Rio de Nuvens". 1947.

Natália Correia (Furnas, ilha de São Miguel, Açores, 1975)




«Entre todos os quadros piedosos observados nas minhas breves excursões pelo mundo, um só me dá prazer: ver as virgens envelhecerem, deteriorarem-se, acabarem-se à espera vã de um hipotético marido, como acontece ao avarento que fica de tanga porque um belo dia as suas moedas não têm valor.
  A mulher de teatro dignou-se a sorrir.
-Pois a mim fazem pena - confessou melancolicamente - , e bem que eu pergunte a mim mesma se são mais de lamentar as velhas solteironas que, para pegar de armadilha um marido, nunca se entregaram a ninguém, ou aquelas que, por se entregarem todas as vezes que tinham desejos, não conseguiram nunca arranjar marido.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p.8

''mesinhas floridas de lírios vermelhos''

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva.
''O símbolo é naturalmente
a linguagem
das verdades superiores
à nossa inteligência.''

Fernando Pessoa

quarta-feira, 6 de março de 2019

Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos.

Sacode as nuvens que te poisam nos cabelos,
Sacode as aves que te levam o olhar.
Sacode os sonhos mais pesados do que as pedras.
Porque eu cheguei e é tempo de me veres,
Mesmo que os meus gestos te trespassem
De solidão e tu caias em poeira,
Mesmo que a minha voz queime o ar que respiras
E os teus olhos nunca mais possam olhar.

Sophia de Mello Breyner Andresen
(Arte de Maki Horanai)

terça-feira, 5 de março de 2019

''A Estação do Diabo''

Lav Diaz

''The cinema is an explosion of my love for reality.''

Pier Paolo Pasolini

''A árvore populista tem muitos ramos e genealogias. É de evitar as falsas percepções políticas. “Não se reforça o combate ideológico contra os populismos identitários assimilando-os ao fascismo, bem pelo contrário”, avisa o politólogo francês Jean-Yves Camus, que os estuda. “Porque estes populismos pertencem à sua época, a da sociedade globalizada e pós-moderna, da democracia digital, de cujos códigos se apropriaram.”

 Jornal O Público
“Filosófica e intelectualmente, a sociedade humana não está preparada para a ascensão da inteligência artificial”

Dr. Kissinger
''Hoje, nas “democracias iliberais”, a democracia é demolida lentamente usando as instituições democráticas. Começa nas urnas e acaba na montagem de regimes autoritários que fazem questão em usar vestes democráticas. É uma diferença crucial.''

Jornal O Público
''O carrasco mata sempre duas vezes,
a segunda é pelo esquecimento''

Elie Wiesel
''Hitler governou pelo terror, mas não apenas pelo terror: fascinou os alemães. Não teria chegado ao poder sem um apoio de massas. “Hitler foi acusado de ter perdido a guerra, não de a ter começado”, resumiu o historiador alemão Peter Fritzsche.''

Jornal O Público

''Todos me cospem em cima...''

''Corações mortos
não são vida.''

Escreveu o filósofo George Santayana que “aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo”.

cabos telegráficos

sábado, 2 de março de 2019

''A tua testa está empestada de lêndeas!''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 187

''Não quero nada com o teu cérebro tórpido!''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 185

''Eu sou aquele que sofre e que se revoltou!''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 185

''ó coração entornado nos cálices,''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 185

''Mergulham os dedos amarelos e compridos na água benta.''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 179

''pregas de seda''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 179

''Felizes, humilhados como cães escorraçados,''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 177

''prenhes de guerra os seios''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 173
''(...)

«Entre céus ocre e florestas submersas,
Flores de carne em bosques siderais entreabertas,
Vertigem, derrocadas, derrotas, compaixão!
-Enquanto se ia fazendo rumor no quarteirão,
Em baixo -, só, deitado em panos crus de tela,
Pressentindo a violência do vento sobre a vela!''


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 169

neve rosa

''O cérebro do pobre desfaz-se em trapos, roto;''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 163

''tacho areado''


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 163

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Nadia Lee Cohen


A Nau de António Faria

(LP Como se Fora seu Filho, 1983)

Vai-se a vida e vem a morte
O mal que a todos domina
Reina o comércio da china
Às cavalitas da sorte

Dinheiro seja louvado
A cruz de Cristo nas velas
Soprou o diabo nelas
Deu à costa um afogado

A guerra é coisa ligeira
Tudo vem do mal de ofício
Não pode haver desperdício
Nesta vida de canseira

Demanda o porto corsário
No caminho faz aguada
Ali findou seu fadário
Morreu de morte matada

A nau de António Faria
Leva no bojo escondida
A cabeça de uma corsário
Que lhes quis tirar a vida

Aljofre pérola rama
Eis os pecados do mundo
Assim vai a nau ao fundo
Sem arte a honra e a fama

Entre cristãos e gentios
Em gritos e altos brados
Para ganhar uns cruzados
Lançam-se mil desafios

Em vindo de veniaga
Com a vela solta ao vento
Um mouro é posto a tormento
Por não dizer quem lhe paga

Vou-me à costa à outra banda
Já vejo o rio amarelo
Foi no tempo do farelo
Agora é o rei quem manda

Faz-te à vela marinheiro
Rumo ao reino de sião
Antes do fim de janeiro
Hás-de ser meu capitão.

''Noite cuspideira''

As Pombas


 (EP Baladas de Coimbra, 1963)

Pombas brancas
Que voam altas
Riscando as sombras
Das nuvens largas
Lá vão
Pombas que não voltam

Trazem dentro
Das asas prendas
Nas bicos rosas
Nuvens desfeitas
No mar
Pombas do meu cantar

Canto apenas
Lembranças várias
Vindas das sendas
Que ninguém sabe
Onde vão
Pombas que não voltam

Alegria Da Criação


(LP Galinhas do Mato, 1985)


Plantei a semente da palavra
Antes da cheia matar o meu gado
Ensinei ao meu filho a lavra e a colheita
num terreno ao lado

A palavra rompeu
Cresceu como a baleia
No silêncio da noite à lua cheia
Vi mudar estações soprar a ventania
Brilhar de novo o sol sobre a baía

Fui um bom engenheiro um bom castor
Amei a minha amada com amor
De nada me arrependo só a vida
Me ensinou a cantar esta cantiga

Feiticeira
Mãe de todos nós
Flor da espiga
Maldita para tiranos
Amorosa te louvamos
tens mais de um milhão de anos
Rapariga

Quando o lume nos aquece
No grande frio de Inverno
Vem até nós uma prece
Que assim de longe parece
Uma cantiga

Magistrada Nossa natural
Vitoriosa
Curandeira dos aflitos
Amante de mil maridos
Há mais de um milhão de idos
tormentosa

Quando a fera encarcerada
Que dentro de nós suplanta
Quebra a gaiola sozinha
Voa voa endiabrada
Uma andorinha

A Cidade


A cidade é um chão de palavras pisadas
A palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
A palavra distância e a palavra medo

A cidade é um saco um pulmão que respira
Pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
Pela palavra sangue pela palavra ira

A cidade tem praças de palavras abertas
Como estátuas mandadas apear
A cidade tem ruas de palavras desertas
Como jardins mandados arrancar

A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
Não há rua de sons que a palavra não corra
À procura da sombra de uma luz que não há

A Cidade (LP Contos velhos rumos novos(Letra de Ary dos Santos), 1969)

lençol de água

miscigenação


nome feminino
1.
acto ou efeito de miscigenarmestiçagem
2.
reprodução entre indivíduos pertencentes a grupos étnicos diferentes
3.
cruzamento entre animais pertencentes a raças ou espécies diferentes
Do latim miscēre, «misturar» +genĕre-, «raça» +-ção

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Joueur expulse ou “Douche” nº-1, Gilberto Perin


Roads
Portishead

Oh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
Storm, in the morning light
I feel
No more can I say
Frozen to myself
I got nobody on my side
And surely that ain't right
And surely that ain't right
Oh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
How can it feel, this wrong
This moment
How can it feel, this wrong
Oh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say
How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong
Compositores: Adrian Francis Utley / Beth Gibbons / Geoffrey Paul Barrow

''carnificina mecânica''

''frieza asséptica''

desimaginar

domingo, 17 de fevereiro de 2019

A estética da morte


(...)
«Ó minhas namoradinhas,
Como vos odeio!
Chapeai com dolorosas bofetadas
As vossas mamas feias!»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 159

sábado, 16 de fevereiro de 2019

'' a minha saliva seca ''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 159

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

«Pálido no seu leito verde sob a luz que chove.»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 147

''rendas desbotadas''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 139

''roupas amarelas e odorantes''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 139

« UM SONHO PARA O INVERNO »

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 137

«Feroz, atirou-lhe o barrete vermelho à face!»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 133

« - Tão fortes nos críamos, que quiséramos ser mansos!»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 127

«O Povo não é uma puta.»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 125

Peter Martin, Greenwich Village Nudes, 1951


femicídio

«A tua corte de bastardos, armados em pavões:»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 125
«Durante a noite incendiavam os nossos casebres;
Lá dentro, como bolos, tostavam os nossos filhos.»


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 123

«Nossos olhos nem choravam; íamos e mais nada,»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 123

senhor de baraço e cutelo

indivíduo que exerce a sua vontade sem restrição

''invejas alvares''

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 119

Beautiful







You can depend uncertainty
Count it out and weigh it off again
You can be sure you've reach the end
And still you don't feel

(you know about anything)

Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are

You can ignore what you've become
Take it our a see it die again
You can be here for who's a friend
And still you don't feel
(you know about anyone)

Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are

Innermost thoughts will be understood and...
You can have all you need

Do you know you're beautiful
Do you know you're beautiful
Do you know your beautiful
You are
Yes you are

domingo, 10 de fevereiro de 2019

« - Mas que putas são estas que estão aqui a dançar? Quem vem lá?»


As Bruxas do Caminho de Melim. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 165

lenta agonia

«Os pássaros voaram sobre o cadáver da princesa moribunda cantando e falando como nunca os homens tinham alguma vez escutado: ''Tu ó bela, que tanto nos acarinhastes..., Tu serás a Rainha do sol! Naquele mesmo instante o dia, antes tenebroso e frio, transformou-se em intenso sol ardente, que a tudo iluminou, envolvendo a princesa em mil sóis. Quando a luz brilhante foi perdendo força, havia desaparecido o corpo da jovem, agora transformado num belo portal a que depois chamaram de «portas do sol».


A Porta do Sol. Lendas do Vale do Minho.  Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 161

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

« - E eu sinto já os beijos que me sobem aos lábios...»


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 121

''fingem fumar rosas''


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 119

sábado, 2 de fevereiro de 2019

''mão enluvada''


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 117

«Medonhamente bela com o ânus em chaga.»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 85

«De hoje em diante, deixo à musa divina o encargo de suavizar a minha dor;»

Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 81

«Não dizia nada; mas o meu coração falava!»


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 75

«(...) ...Sinto coisas na cabeça. Oh! Coisas!...»


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 59

«Flutuar à tona de água como um grande lírio.»


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 51

''Sob a neve das rosas,''


Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita, Relógio D'Água, 2018., p. 51

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

facticidade biológica

''o que se pode dizer a respeito das relações não-monogâmicas consensuais
(poliamor, relações swingers, relações abertas, anarquia relacional)?''

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Mad Men


« - Tenho fome, logo existo.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 262

''ciências sem brilho''

«O homem erra nos seus esforços e nas suas ansiedades.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 257
«A perseguição aos fantasmas é um dos espectáculos mais irónicos das lutas modernas.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 256

domingo, 27 de janeiro de 2019


Avantesmas



« - A consciência, sim, interroguei-a com cuidado, mas das suas respostas concluí que é um modesto porto de embarque para um mar sem limites. Não devemos obriga-la a penosos esforços, com a ideia de obter indicações firmes sobre o ser e o não-ser. O seu clarão não é maior que o da lanterna de Diógenes.»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 255

Schizoide


‘’ A exploração dos seus refúgios impenetrados e dos seus silêncios inquietantes (…)’’

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 254/5

«À semelhança dos perdulários que, impelidos por uma nevrose de satisfações imediatas, uma quási epilepsia de ruína, dilapidam o património que herdaram de pais e avós, também nós temos atravessado momentos de prodigalidade, malbaratando às cegas os tesouros de sucessivas culturas acumuladas em nós, desde remotas idades.»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 254

«torvelinho dos apetites»


Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 253



A civilização integra-se com quatro
Elementos; 1º normas de conduta;
- 2.º normas de emoção; - 3.º nor-
mas de crença; 4.º tecnologias.

«A Nova Reforma», por Whitehead


«Ambicionava o Infinito, mas às avessas…»

Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 251

«vir a ser»

domingo, 20 de janeiro de 2019

«Da Literatura como interpretação de Portugal.»

Eduardo Lourenço

''masoquismo da depreciação''

egolatria

«canonizar» o saudosismo

Fernando Pessoa

''política desnacionalizante''

Fernando Pessoa
«nunca é possível determinar responsabilidades; elas são sempre da 6.ª pessoa num caso onde só agiram cinco»; «refilamos só de palavras.»; somos incapazes da revolta e agitação (Quando fizemos uma revolução foi para implementar uma coisa igual ao que já estava.»

Fernando Pessoa

«O país é hoje um enorme carnaval político.»

Vergílio Ferreira

«Portugal é uma valeta.»

Vergílio Ferreira

«Somos socialmente uma colectividade pacífica de revoltados.»

Miguel Torga

''monomania crítica''

«Não há gente com tão obstinada miopia como a lusitana.»

Miguel Torga
«Este nosso velho complexo nacional de inferioridade não para de roer-nos. E temos de ser grandes em tudo exactamente porque nos sentimos pequenos em tudo.»

Miguel Torga

desclientelização

desideologização

«Uma nação que habitualmente pense mal de si mesma acabará por merecer o conceito de si anteformou. Envenena-se mentalmente.»

Fernando Pessoa, Análise mental da vida portuguesa

«torture in my mind»

James Middleton

PORTUGUEX


(les portugais sont toujour gais)

Prec

(Processo revolucionário em curso)

''lamúria lusíada''

«Camões pensou? Não, amou a pátria. Delirou com a pátria.»

Armando Silva Carvalho

(esquizo quê?)

''povo de pechincheiros''

Armando Silva Carvalho
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