«Põe os olhos em mim e verás que já nos vimos em desejos e alucinações, antes de nos avistarmos face a face.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 225
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
«O sangue andaluz que ardia nele pertencia a uma raça que, de experiência em experiência, chegara à conclusão de que Deus está em toda a parte, mas o homem, como Cain, não admite conselho nem tutela, podendo beijar o chão por humildade ou negar o céu por soberba.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 2234
segunda-feira, 7 de janeiro de 2019
Only You
We suffer everyday
What is it for
These crams of illusion
Are fooling us all
And now I am wearie
And I feel like I do
These crams of illusion
Are fooling us all
And now I am wearie
And I feel like I do
It's only you
Who can tell me apart
And it's only you
Who can turn my wooden heart
Who can tell me apart
And it's only you
Who can turn my wooden heart
The size of our fight
It's just a dream
We've cruched everything
I can't see in this morning selfishly
How we fell
And I feel like I do
It's just a dream
We've cruched everything
I can't see in this morning selfishly
How we fell
And I feel like I do
It's only you
Who can tell me apart
And it's only you
Who can turn my wooden heart
Who can tell me apart
And it's only you
Who can turn my wooden heart
Now that we've chosen to take all we can
The shade of autumn will stare bitter end
Years of frustration laid down side by side
The shade of autumn will stare bitter end
Years of frustration laid down side by side
And It's only you
Who can tell me apart
And it's only you
Who can turn my wooden heart
Who can tell me apart
And it's only you
Who can turn my wooden heart
It's only you
Who can tell me apart
And it's only you
Who can turn my wooden heart
Who can tell me apart
And it's only you
Who can turn my wooden heart
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vídeos
domingo, 6 de janeiro de 2019
''desejo pátrio de defender a independência''
Os Combates da Travanca. Lendas do Vale do Minho. Associação de
Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 147
Nancy Pelosi
Primeira mulher eleita speaker . Activista norte-americana a favor das minorias sexuais, do direito ao aborto e dos imigrantes.
''Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes
vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré
vaza''
Sophia de Mello Breyner Andresen, ''Há Muito''
De grandes areais e grandes
vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré
vaza''
Sophia de Mello Breyner Andresen, ''Há Muito''
Etiquetas:
Sophia de Mello Breyner Andresen
I Put a Spell on You
I put a spell on you
Because you're mine
You better stop the things you do
I tell ya I ain't lyin'
I ain't lyin'
I tell ya I ain't lyin'
I ain't lyin'
You know I can't stand it
You're runnin' around
You know better daddy
I can't stand it 'cause you put me down
Oh no
You're runnin' around
You know better daddy
I can't stand it 'cause you put me down
Oh no
I put a spell on you
Because you're mine
Because you're mine
You know I love you
I love you
I love you
I love you anyhow
And I don't care if you don't want me
I'm yours right now
I love you
I love you
I love you anyhow
And I don't care if you don't want me
I'm yours right now
I put a spell on you
Because you're mine
Because you're mine
You know I can't stand it
Your running around
You know baby daddy
I can't stand it
'Cause you put me down
Your running around
You know baby daddy
I can't stand it
'Cause you put me down
Ooo I put a spell on you
Because you're mine
Because you're mine
Because you're mine
Because you're mine
Because you're mine
Oh yeah
Oh yeah
Compositores: Jay Hawkins
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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
''ratos de sacristia''
A Senhora das Angústias. Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 141
''copos sujos de vinho''
A Senhora das Angústias. Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 141
«(...) Ele tinha suado sangue no Monte das Oliveiras!»
O Pretinho do Cruzeiro. Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 139
«Era ela moça, segundo dizem, e já fazia mal com os olhos!»
A Velha de Bico. Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 131
«Arre bruxa, arre diabo!»
A Velha de Bico. Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 129
terça-feira, 1 de janeiro de 2019
flébil
flé.bil
ˈflɛbiɫ
adjetivo de 2 géneros
choroso; lacrimoso; plangente
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língua portuguesa,
significados
«Dante procurou, no Inferno, a tragédia humana.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 219
« O sublime atrai-nos e subjuga-nos.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 215
« Na história das literaturas dramáticas, a tragédia desabrocha da angústia tão necessariamente que, se o seu rouco estertor se não produzisse, observar-se-ia fenómeno idêntico ao da mãe que traz um filho no ventre e não consegue ofertá-lo à vida, sem operação de alta cirurgia.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 215
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 215
domingo, 30 de dezembro de 2018
''Uma dor imensa apertava-lhe a garganta.''
A Vingança de Fernão Gonçalves Lendas do Vale do Minho. Associação de Municípios do Vale do Minho, Caminha, 2002., p. 115
''duras cóleras''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 213
sábado, 29 de dezembro de 2018
''grilhões patéticos''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 211
''palpitar de dor e lubricidade''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 210
''A perfeição é incompatível com a tragédia''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 210
«Foi Maeterlinck quem valorizou o que hoje se chama usualmente o trágico quotidiano cuja definição é esta: a porção do perigo e de risco que nos acompanha, por cada passo que damos e até por cada passo que não damos.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 207
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 207
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
''lutas truculentas e fanáticas''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 202/3
''casos de plagiato ou de imitação descarada''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 201
''cérebros desempoeirados''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 200
«Quando um povo deixa de ter fé em si próprio, acomodando-se a situações insofríveis, em que o desejo de progredir se apaga na inércia e na amargura de viver, corrompendo servilmente as virtudes egrégias, os seus dias estão contados.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 197
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 197
domingo, 16 de dezembro de 2018
«O campo da literatura é quase infinito e, no seio dela, o romance dispõe de horizontes tão vastos que abraçam o homem sem restrições. Quando os géneros literários se distinguiam por balizas inconfundíveis, o romancista procedia com o terror de atropelar o vizinho.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 193
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 193
«Não se pode exigir que um pigmeu linguarudo responda pela imensidade dos seus dislates e por isso Balzac foi lançando volume após volume, como um deus que , na sua oficina, modela a matéria cósmica e com ela povoa de astros o espaço mal alumiado.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 190
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 190
''sob a fermentação do freudismo''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 187-8
domingo, 25 de novembro de 2018
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
«-Vê-se a fazer parte do establishment artístico?
-Não sei. Nunca venderia algo a Charles Saatchi. Se vendi 55 000 livros [publicou dois, Existencialism e Banging Your Head Against a Brick Wall] e não sei quantas serigrafias, não necessito que alguém me diga que sou um artista.»
Charles Saatchi é fundador de publicidade Saatchi e um famoso mecenas e colecionador de arte.
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 103
-Não sei. Nunca venderia algo a Charles Saatchi. Se vendi 55 000 livros [publicou dois, Existencialism e Banging Your Head Against a Brick Wall] e não sei quantas serigrafias, não necessito que alguém me diga que sou um artista.»
Charles Saatchi é fundador de publicidade Saatchi e um famoso mecenas e colecionador de arte.
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 103
« - Há algum trabalho que recuse por princípio?
-Sim, recusei quatro trabalhos para a Nike. Cada vez que vão lançar uma campanha, escrevem-me para pedir que faça alguma coisa. Não fiz nada para eles. Neste momento a lista dos trabalhos que recusei é muito mais extensa do que a dos trabalhos que fiz. É como um currículo ao contrário, é estranho. A Nike ofereceu-me montantes astronómicos.
- O que são montantes astronómicos?
-Muito dinheiro! - diz, como envergonhado.
-Porque motivo as recusou?
-Porque não preciso de dinheiro e porque não gosto que haja crianças a matarem-se a trabalhar em troca de nada. Gosto do que diz Jeremy Hard: « No outro dia, a minha filha de onze anos pediu-me um par de ténis e respondi-lhe: ''Tens onze anos, fá-los tu''». Se tenho essa possibilidade, quero evitar esse tipo de coisas.
Perguntei-lhe se para ser um bom grafiteiro era preciso ser rápido.
-Sim, faz parte dos requisitos da tarefa. Se és lento, apanham-te. O divertido é não te apanharem, e no fundo é isso que conta;»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 101/2
-Sim, recusei quatro trabalhos para a Nike. Cada vez que vão lançar uma campanha, escrevem-me para pedir que faça alguma coisa. Não fiz nada para eles. Neste momento a lista dos trabalhos que recusei é muito mais extensa do que a dos trabalhos que fiz. É como um currículo ao contrário, é estranho. A Nike ofereceu-me montantes astronómicos.
- O que são montantes astronómicos?
-Muito dinheiro! - diz, como envergonhado.
-Porque motivo as recusou?
-Porque não preciso de dinheiro e porque não gosto que haja crianças a matarem-se a trabalhar em troca de nada. Gosto do que diz Jeremy Hard: « No outro dia, a minha filha de onze anos pediu-me um par de ténis e respondi-lhe: ''Tens onze anos, fá-los tu''». Se tenho essa possibilidade, quero evitar esse tipo de coisas.
Perguntei-lhe se para ser um bom grafiteiro era preciso ser rápido.
-Sim, faz parte dos requisitos da tarefa. Se és lento, apanham-te. O divertido é não te apanharem, e no fundo é isso que conta;»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 101/2
domingo, 18 de novembro de 2018
'' demoniacamente tentadora''
Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 30
''Vejo oceanos de dor''
Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 29
''Minha dor, ninguém a saiba''
Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 25
« - Não tenham medo da força!
Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 20
domingo, 11 de novembro de 2018
«Pelas estradas, por noites de Inverno, sem tecto, sem roupa, sem pão, uma voz estreitava o meu coração gelado: «Fraqueza ou força: tu aí estás, és a força. Não sabes nem aonde vais nem porque vais, entra em todo lado, responde a tudo. Não te hão-de matar mais do que se fosses um cadáver.» De manhã tinha o olhar tão perdido e o porte tão morto, que aqueles que encontrei talvez não me tenham visto.»
« - Estou sentado, leproso, sobre os vasos partidos e as urtigas, ao pé de um muro corroído pelo sol.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 339
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 339
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verso solto
«As rosas dos caniços há muito devoradas!»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 323
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verso solto
«Vou-me à polpa da fruta podre.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 309
«Sei quem és: admiro-te em silêncio.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 307
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verso solto
(...)
«Chorava abundantemente com aquilo tudo. Por fim, desci a um lugar cheio de pó, e, sentado em cima de vigas, gastei todas as lágrimas do meu corpo naquela noite. - E no entanto o meu esgotamento voltava sempre.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 275
OS DESERTOS DO AMOR
PRÓLOGO
Estes escritos são de um jovem, de um homem muito jovem, cuja
vida decorreu não importa onde; sem mãe, sem pátria, indiferente a
tudo o que já se sabe, fugindo de todo o dever moral, em nada dife-
rente de tantos outros jovens lastimáveis. Mas, nele, era tal o tédio e a
inquietação, que se limitou a encaminhar-se para a morte como para
um pudor terrível e fatal. Não tendo amado as mulheres - embora
cheio de sangue! - a sua alma e o seu coração, toda a sua força, foram
educados por erros estranhos e tristes. Dos sonhos subsequentes - os
seus amores! -, que lhe surgiram pelas camas e pelas ruas, da sua con-
tinuação e do seu fim, doces considerações religiosas talvez emanem.
Não esquecer o sono contínuo dos lendários Maometanos - bravos,
contudo e, circuncisos! Mas, dado que este sofrimento bizarro tem uma
autoriedade inquietante, deve desejar-se sinceramente que esta Alma,
perdida no meio de todos nós, e que, segundo parece, quer morrer, en-
contre nesse instante verdadeiras consolações e seja digna!
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 273
«Temos de retirar algo da tragédia, do sofrimento. É o que torna um palhaço grande. Pode ver-se a sua dor por trás do disfarce. Por fora é outra pessoa. Charlie Chaplin fazia-o maravilhosamente, melhor do que ninguém. Eu também sou capaz de o fazer. Passei por muita coisa.»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Michael Jackson. Entrevista de Edna Gundersen publicada no USA Today, 14 de dezembro de 2001., p. 72
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Michael Jackson. Entrevista de Edna Gundersen publicada no USA Today, 14 de dezembro de 2001., p. 72
sábado, 10 de novembro de 2018
Moonwalk
«Numa actuação ao vivo na televisão, com o tema «Billy Jean», apresentou pela primeira vez o passo de dança denominado Moonwalk, de uma graça e elegância supremas e que parecia que desafiava as leis da física, numa imagem por si só imortal.»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Michael Jackson. Entrevista de Edna Gundersen publicada no USA Today, 14 de dezembro de 2001., p. 61
sexta-feira, 9 de novembro de 2018
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
«O que eu não posso aceitar, e isso é visceral, é que o capitalismo seja solução dos problemas do homem. Criará grupos, estratos, camadas prósperas, e criará desfavorecidos, misérias, carências, porque vive à custa dessas misérias e carências.»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p 22/23
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p 22/23
J.S «Os instrumentos para uma transformação, como é o caso do marxismo, representam um não, o não é o que põe em causa, rejeita, questiona.»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.19
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.19
Clara Ferreira Alves «O escritor toma para si liberdades que são a substância da criação, e comporta-se, na invenção do seu mundo, como Deus. Este é o evangelho segundo Saramago...»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.
terça-feira, 6 de novembro de 2018
A louva-a-deus-orquídea (Hymenopus coronatus)
é uma espécie de louva-a-deus que habita as florestas tropicais do sudeste asiático
«(...)
A minha mãe que subia para a cama com um ruído
-Filho do trabalho, porém - minha mãe , com suas coxas
De mulher madura, seus rins bem grossos onde a roupa
Se enruga, deu-me aqueles calores que se calam!...
Uma vergonha mais crua e mais calma era
Quando a minha irmãzinha, ao chegar da escola,
As socas desgastadas de tanto andar sobre o gelo,
Mijava e via escorrer pelo lábio de baixo,
Rosa e apertado, um fio de urina enfezado!...»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 253
A minha mãe que subia para a cama com um ruído
-Filho do trabalho, porém - minha mãe , com suas coxas
De mulher madura, seus rins bem grossos onde a roupa
Se enruga, deu-me aqueles calores que se calam!...
Uma vergonha mais crua e mais calma era
Quando a minha irmãzinha, ao chegar da escola,
As socas desgastadas de tanto andar sobre o gelo,
Mijava e via escorrer pelo lábio de baixo,
Rosa e apertado, um fio de urina enfezado!...»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 253
''méis vegetais e rosados''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 217
« - E o seu membro excita-se nas barbas das espigas.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 215
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
«Não quero nada com o teu cérebro tórpido.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 185
domingo, 4 de novembro de 2018
O QUE EU MAIS GOSTO DO TEU CORPO
a parte do teu corpo
que procura pelo sol
como os gatos pela casa
que procura pelo sol
como os gatos pela casa
a parte que permanece imóvel
quando cantas, aquela que se move
quando estás parado
quando cantas, aquela que se move
quando estás parado
a parte que apenas a mim
e de relance, por descuido
revelaste
e de relance, por descuido
revelaste
a parte onde guardas as memórias
de infância, a parte que ainda anseia
pelo futuro
de infância, a parte que ainda anseia
pelo futuro
a parte que demora
a acordar
depois que acordaste
a acordar
depois que acordaste
a parte que discorda
ainda de mim
quando já cedeste
ainda de mim
quando já cedeste
aquela que adere
mais fortemente
ao teu nome
mais fortemente
ao teu nome
a parte que guarda
silêncio enquanto
falas
silêncio enquanto
falas
a parte que
quando estás cansado
ainda não se cansou
quando estás cansado
ainda não se cansou
a parte ainda noturna
quando é dia, diurna
quando é noite
quando é noite
a parte que
tem parte
com o mar
tem parte
com o mar
Ana Martins Marques, TELHADOS DE VIDRO 22, ed. Averno
Tragam-me um homem que me levante com
os olhos
que em mim deposite o fim da tragédia
com a graça de um balão acabado de encher
tragam-me um homem que venha em baldes,
solto e líquido para se misturar em mim
com a fé nupcial de rapaz prometido a despir-se
leve, leve, um principiante de pássaro
tragam-me um homem que me ame em círculos
que me ame em medos, que me ame em risos
que me ame em autocarros de roda no precipício
e me devolva as olheiras em gratidão de
estarmos vivos
um homem homem, um homem criança
um homem mulher
um homem florido de noites nos cabelos
um homem aquático em lume e inteiro
um homem casa, um homem inverno
um homem com boca de crepúsculo inclinado
de coração prefácio à espera de ser escrito
tragam-me um homem que me queira em mim
que eu erga em hemisférios e espalhe e cante
um homem mundo onde me possa perder
e que dedo a dedo me tire as farpas dos olhos
atirando-me à ilusão de sermos duas
novíssimas nuvens em pé.
Cláudia R. Sampaio in Ver no Escuro, ed. Tinta da China, 2016, p. 39.
os olhos
que em mim deposite o fim da tragédia
com a graça de um balão acabado de encher
tragam-me um homem que venha em baldes,
solto e líquido para se misturar em mim
com a fé nupcial de rapaz prometido a despir-se
leve, leve, um principiante de pássaro
tragam-me um homem que me ame em círculos
que me ame em medos, que me ame em risos
que me ame em autocarros de roda no precipício
e me devolva as olheiras em gratidão de
estarmos vivos
um homem homem, um homem criança
um homem mulher
um homem florido de noites nos cabelos
um homem aquático em lume e inteiro
um homem casa, um homem inverno
um homem com boca de crepúsculo inclinado
de coração prefácio à espera de ser escrito
tragam-me um homem que me queira em mim
que eu erga em hemisférios e espalhe e cante
um homem mundo onde me possa perder
e que dedo a dedo me tire as farpas dos olhos
atirando-me à ilusão de sermos duas
novíssimas nuvens em pé.
Cláudia R. Sampaio in Ver no Escuro, ed. Tinta da China, 2016, p. 39.
sábado, 3 de novembro de 2018
«O Que É Dito ao Poeta a Propósito das Flores»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
O poema
VII
A manhã começa a bater no meu poema.
As manhãs, os martelos velozes, as grandes flores
líricas.
Muita coisa começa a bater contra os muros do meu poema.
Escuto um pouco a medo o ruído das gárgulas,
o rodopio das rosáceas do meu
poema batido pela revelação das coisas.
Os finos ramos da cabeça cantam mexidos
pelo sangue.
Talvez eu enlouqueça à beira desta treva
rapidamente transfigurada.
Batem nas portas palavras,
sobem as escadas desta intimidade.
É como uma casa, é como os pés e as mãos
das pessoas invasoras e quentes.
Estou deitado no meu poema. Estou universalmente só,
deitado de costas, com o nariz que aspira,
a boca que emudece,
o sexo negro no seu quieto pensamento.
Batem, sobem, abrem, fecham,
gritam à volta da minha carne que é a complicada carne
do poema.
Uma inspiração fende lírios na minha testa,
fende-os ao meio
como os raios fendem as direitas taças de pedra.
Eu sorrio e levo pela mão essa criança poderosa,
uma visita do sangue cheio de luzes interiores.
Acompanho, como tocando uma espécie de paisagem
levitante,
as palavras pessoas caudas luminosas ascéticas aldeias.
É a madrugada e a noite que rolam sobre os telhados
do poema. É Deus que rola e a morte
e a vida violenta. E o meu coração é um castiçal
à beira
do povo que até mim separa os espinhos das formas
e traz sua pureza aguda e legítima.
– Trazem liras nas mãos, trazem nas mãos brutais
pequenos cravos de ouro ou peixes delicados
de música fria.
– Eu enlouqueço com a doçura dos meses vagarosos.
O poema dói-me, faz-me.
O povo traz coisas para sua casa
do meu poema.
Eu acordo e grito, bato com os martelos
dos dias da minha morte
a matéria secreta de que é feito o poema.
– A manhã começa a colocar o poema na parte
mais límpida da vida. E o povo canta-o
enquanto crescem os campos levantados
ao cume das seivas.
A manhã começa a dispersar o poema na luz incontida
do mundo.
Herberto Helder, no livro “Poemas completos”. Série Grandes Escritores, Rio de Janeiro: Editora Tinta-da-China, 2016 – p. 39.
VII
A manhã começa a bater no meu poema.
As manhãs, os martelos velozes, as grandes flores
líricas.
Muita coisa começa a bater contra os muros do meu poema.
Escuto um pouco a medo o ruído das gárgulas,
o rodopio das rosáceas do meu
poema batido pela revelação das coisas.
Os finos ramos da cabeça cantam mexidos
pelo sangue.
Talvez eu enlouqueça à beira desta treva
rapidamente transfigurada.
Batem nas portas palavras,
sobem as escadas desta intimidade.
É como uma casa, é como os pés e as mãos
das pessoas invasoras e quentes.
Estou deitado no meu poema. Estou universalmente só,
deitado de costas, com o nariz que aspira,
a boca que emudece,
o sexo negro no seu quieto pensamento.
Batem, sobem, abrem, fecham,
gritam à volta da minha carne que é a complicada carne
do poema.
Uma inspiração fende lírios na minha testa,
fende-os ao meio
como os raios fendem as direitas taças de pedra.
Eu sorrio e levo pela mão essa criança poderosa,
uma visita do sangue cheio de luzes interiores.
Acompanho, como tocando uma espécie de paisagem
levitante,
as palavras pessoas caudas luminosas ascéticas aldeias.
É a madrugada e a noite que rolam sobre os telhados
do poema. É Deus que rola e a morte
e a vida violenta. E o meu coração é um castiçal
à beira
do povo que até mim separa os espinhos das formas
e traz sua pureza aguda e legítima.
– Trazem liras nas mãos, trazem nas mãos brutais
pequenos cravos de ouro ou peixes delicados
de música fria.
– Eu enlouqueço com a doçura dos meses vagarosos.
O poema dói-me, faz-me.
O povo traz coisas para sua casa
do meu poema.
Eu acordo e grito, bato com os martelos
dos dias da minha morte
a matéria secreta de que é feito o poema.
– A manhã começa a colocar o poema na parte
mais límpida da vida. E o povo canta-o
enquanto crescem os campos levantados
ao cume das seivas.
A manhã começa a dispersar o poema na luz incontida
do mundo.
Herberto Helder, no livro “Poemas completos”. Série Grandes Escritores, Rio de Janeiro: Editora Tinta-da-China, 2016 – p. 39.
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Cinemateca
A primeira cinemateca do mundo foi fundada na Suécia, em 1933, por
Bengt Idestam-Almquist, que também escrevia argumentos, com o pseudónimo
de Robin Hood.
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