sábado, 26 de maio de 2018
« - Quem sou? Porque sou? Para que sou?...»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 170
« - Acabei um grande amor e nas suas cinzas aprendi a fugir das ilusões que ainda me restam.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 169
'' as façanhas nos pergaminhos''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 167
«Cristo morreu numa cruz.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 163
''A voz da tragédia''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 158
«(...) uma amarga desilusão quedava no fundo turvo de todos os letais prazeres »
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 151/2
'' não há falta que não mereça perdão''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 150
''eloquência insofismável''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 145
«(...) como o punhado de cinza que resume todas as grandezas, »
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 143
segunda-feira, 14 de maio de 2018
Paulo Nozolino afirma-se contra a massificação da imagem pelo abaixamento da exigência estética, afirmando: “tive a sorte de ter podido construir a minha obra com tempo. De ter visitado lugares intactos, ainda não destruídos por hordas de turistas selvagens que graças às companhias low cost agora circulam pelo mundo. Foi um privilégio tocar nas colunas da Acrópole e nas pedras das Pirâmides de Gizé. Foi uma dádiva ter estado um dia inteiro em Auschwitz sem ver ninguém, ou caminhar livremente pelas areias do Wadi Rum. Parece que estou a falar de um tempo antigo, mas não. Foi só há 20 anos. As minhas fotografias são o testemunho disso. Das viagens que fiz, dos sítios que visitei, das pessoas que conheci. Toquei, vi e fotografei o sagrado. Continuo a fazê-lo”
"A fotografia é agora um lugar comum, uma prática chinesamente democrática graças ao telemóvel. A voracidade de fazer imagens e de as disseminar criou um novo problema. A mediocridade e a banalização de tudo o que nos rodeia. Niepce ficaria estupefacto, se fosse vivo. O que demorou quase dois séculos a ser consolidado, foi destruído em apenas dez anos".
Fotógrafo Paulo Nozolino
Fotógrafo Paulo Nozolino
domingo, 13 de maio de 2018
«Há muitas coisas que o homem não devia ver nem saber. E se as visse, seria melhor morrer. Mas se um de nós vir ou souber dessas coisas, deve viver para as contar.»
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
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«O luto é difícil.
O enterro sem fim.»
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
O enterro sem fim.»
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«Mas há sempre as almas, errantes, que procuram poiso. Um pensamento doce e nobre. »
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
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''2000 anos de escravatura '', disse Pol Pot.
«Ele era humano, como senhor ou eu, e fez uma escolha. Uma escolha ideológica, uma escolha criminal.»
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
«Ele era humano, como senhor ou eu, e fez uma escolha. Uma escolha ideológica, uma escolha criminal.»
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
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«Na infância, a morte já está presente.»
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«Os mortos partem à noite. Procurava-os de manhã nas suas tábuas de madeira. »
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
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« À noite, a criança mastiga sal. Os seus dentes rangem. É à noite que a fome ataca.»
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh.
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« Já não tenho nome, família, nem esperança, mas conservo um coração humano.»
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
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''Quem protesta é um inimigo.
Quem se opões é um cadáver.''
in A Imagem Que Falta. Documentário Histórico. Director Rithy Panh
Quem se opões é um cadáver.''
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«A enxada é a vossa caneta! O arrozal é o vosso papel!''
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«Aqui, os porcos tornam-se leitores, pois os leitores eram porcos.»
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Jacques Prévert / na minha casa
Hás-de vir a minha casa
Aliás não é a minha casa
Não sei de quem ela é
Um dia entrei por aqui
Não estava ninguém
Só uns pimentos vermelhos pendurados na parede branca
Durante muito tempo fiquei nesta casa
Ninguém apareceu
Mas todos todos os dias
Fiquei à sua espera
Não fazia nada
Quer dizer nada de importante
Às vezes de manhã
Soltava gritos de animais
Zurrava como um burro
Com quanta força tinha
E era uma coisa que me dava prazer
E depois brincava com os pés
São muito inteligentes os pés
Levam-nos muito longe
Quando queremos ir muito longe
E quando não queremos sair
Ficam ali a fazer-nos companhia
E quando há música dançam
Não se pode dançar sem eles
É preciso ser estúpido como o homem tantas vezes é
Para dizer coisas tão estúpidas
Como estúpido como um pé alegre como um pardal
O pardal não é alegre
Só é alegre quando está alegre
E triste quando está triste ou nem alegre nem triste
Será que alguém sabe o que é um pardal
Aliás nem sequer se chama realmente assim
O homem é que chamou aquele pássaro assim
Pardal pardal pardal pardal
É muito curioso isto dos nomes
Martin Hugo Victor de seu nome
Bonaparte Napoleão de seu nome
Porquê assim e não assim
Um rebanho de bonapartes passa no deserto
O imperador chama-se Dromedário
Há um cavalo caixa e gavetas de corrida
Ao longe galopa um homem que só tem três nomes
Chama-se Tim-Tam-Tom sem outros apelidos
Ainda mais ao longe está sabe-se lá quem
E muitíssimo mais ao longe está sabe-se lá o quê
Mas afinal que é que tudo isto importa
Hás-de vir a minha casa
Penso noutra coisa mas é só nisso que penso
E quando entrares em minha casa
Despes a roupa toda
E ficas imóvel nua em pé com a tua boca vermelha
Como os pimentos vermelhos pendurados na parede branca
E depois deitas-te e eu deito-me junto a ti
É isso
Hás-de vir a minha casa que não é a minha casa
jacques prévert
traduzido por zé lima
diversos nr. 3
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«Este enterro de palavras, não quero esquecê-lo. Foi um acto de resistência.»
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''Não comerei mais comida para animais. Não, eu sou um homem. '' E deixa de se alimentar.
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« A terra ressequida e poeirenta sepulta tudo. Levei anos a aprender a caminhar sobre ela, pés nus, sobre espinhos.»
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«A velha sociedade só pensava em festejar. O colectivismo é o adubo e o alimento. Doravante, uma caçarola é um sinal de individualismo. É proibido possuir uma.»
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«Para resistir, há que ocultar dentro de nós uma força, uma recordação, uma ideia que ninguém nos pode tirar.»
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«É preciso vigiar este povo de areia, de pó e de pés descalços.»
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«Cortam-nos o cabelo. Confiscam relógios, óculos, brinquedos, livros...Tingem-nos as roupas de preto. Mudam-nos os nomes. Somos o novo povo: os burgueses, os intelectuais, os capitalistas, que é preciso reeducar, destruir. ''Deves abraçar a condição proletária!'' Eis o país novo, a que se chama Campucheia Democrática: uma fábrica de fumos inquietantes, com arrozais e diques em betão. Sem homens.»
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«A revolução é tão pura
que dispensa seres humanos.»
que dispensa seres humanos.»
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''máscaras de pedra e outras de carne''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 134
«(...) as religiões desfalecidas e as filosofias cadavéricas.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 135
«Teixeira de Pascoaes que não percebe as coisas como geómetra ou físico, agrimensor ou doutrinário, possui a flama viva que penetra o mistério, o ilumina e aquece, abrandando-lhe a fereza e cativando-lhe a alma esquiva.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 134
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 134
«A loucura visitou-o, tapando-lhe a boca.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 131
«(...), quando alguém traz a verdade ao homem, este volta-lhe as costas, deixando-o pregar às pedras e aos mortos ( o cadáver de que fala Zarathustra era um desses mortos - um feixe de prejuízos e preconceitos); 2ª., um bobo, um truão, um intrujão qualquer conquista os aplausos da turba que clama e esbraveja contra os que lhe explicam o sentido da vida - a mentira que mata superior à verdade que salva - 3ª., o único remédio para remir os povos da sua miséria está em ouvir a lição do superhomem ensinada por Zarathustra - a elevação do homem pela virtude do seu génio contra os homúnculos que o humilham.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 128
«O problema do eu era para ele um problema de ideias: no princípio da sua carreira literária, buscava-as no estudo febril e na reflexão, a-fim-de se descerrar o seu horizonte. Mais tarde, quando as primeiras grandes desilusões o saltearam, as ideias nasciam-lhe na sua intimidade dolente e com elas cuidava de reconhecer o mundo e os enganos em que andara perdido.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 124
«A sua alma não cabe numa carta, tendo necessidade de maior expansão.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 123
«O espírito protegeu-os contra o nosso desdém.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 121
Mariologia
RELIGIÃO ramo da teologia cristã que se dedica ao estudo das questões
relativas à Virgem Maria, mãe de Jesus
relativas à Virgem Maria, mãe de Jesus
sábado, 12 de maio de 2018
''a loucura fremia no arfar dos seios virginais''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 118
«(...) o tédio abateu várias gerações de deuses,»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 117
«O culto morreu nos altares.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 117
«O desespero devorou-o até aos ossos,»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 113
«De que se compõe o homem?
-De finito e infinito.
-Quem opera a síntese dos dois?
-O espírito.
-Onde se encontra Deus com o espírito?
-No momento.
-Que é o momento?
-O instante absoluto e divino em que o tempo se faz eternidade e a eternidade tempo.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 107/8
quinta-feira, 10 de maio de 2018
“fui estudante, serralheiro, marceneiro, estofador, impressor de litografia, desenhador, publicitário, professor, pintor, fotógrafo, tocador de gaita, emigrante, exilado, diretor de museu, assessor de ministros, pesquisador, jornalista, poeta, júri de concursos, conselheiro de pinacotecas, comissário de eventos internacionais, designer de feiras industriais, cenógrafo, pai de filhos, bolseiro, e tenho duas pátrias, uma que me fez e outra que ajudo a fazer”
Fernando Lemos, fotógrafo incortornável do modernismo e do surrealismo na fotografia portuguesa
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quarta-feira, 9 de maio de 2018
«O que procuramos fora de nós existe em nós, timidamente.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 101
domingo, 6 de maio de 2018
se um dia destes parar não sei se não morro logo
se um dia destes parar não sei se não morro logo,
disse Emília David, padeira,
não sei se fazer um poema não é fazer um pão
um pão que se tire do forno e se coma quente ainda por entre as linhas,
um dia destes vejo que não vou parar nunca,
as mãos súbito cheias:
o mundo é só fogo e pão cozido,
e o fogo é que dá ao mundo os fundamentos da forma,
pão comprido nas terras de França,
pão curto agora nestes reinos salgados,
se parar não sei se não caio logo ali redonda no chão frio
como se caísse fundo em mim mesma,
a mão dentro do pão para comê-lo
- disse ela.
Herberto Helder (2014) A Morte sem Mestre: Porto. Porto Editora (p. 29)
disse Emília David, padeira,
não sei se fazer um poema não é fazer um pão
um pão que se tire do forno e se coma quente ainda por entre as linhas,
um dia destes vejo que não vou parar nunca,
as mãos súbito cheias:
o mundo é só fogo e pão cozido,
e o fogo é que dá ao mundo os fundamentos da forma,
pão comprido nas terras de França,
pão curto agora nestes reinos salgados,
se parar não sei se não caio logo ali redonda no chão frio
como se caísse fundo em mim mesma,
a mão dentro do pão para comê-lo
- disse ela.
Herberto Helder (2014) A Morte sem Mestre: Porto. Porto Editora (p. 29)
sábado, 5 de maio de 2018
''ténue, doce, recolhida (…)às vezes (…) tem os olhos rasos de lág/ rimas”, “olha na parede a imagem do papa, do/ santo velhinho (…)”, como que “(…) ajeita a saia, vinda da retrete onde/ foi urinar (…)”. Berta deixa 4 centímetros de pele agarrada à parte inferior do corpo da enguia, un/ ta então cuidadosamente o corpo esfolado/ das enguias com bastante manteiga tempera/ da com piri-piri e, à medida que as unta,/ vai-lhes puxando outra vez a pele para ci/ ma, para o seu primitivo lugar (…) na fronte austera do/ senhor director desenhar-se-á um afável s/ orriso e Berta terá aquele seu suspiro mu/ ito leve, quase imperceptível, muito leve”. (Espermático)''
Alberto Pimenta
Alberto Pimenta
Um encontro de poetas na Casa de Mateus, anos 80. Alberto Pimenta com Vasco Graça Moura, Alexandre O’Neill, Miguel Torga, Eugénio de Andrade e Pedro Tamen
''Onde é que formou esse seu olhar grave e heterodoxo sobre o mundo?
Encontrei-me muito cedo com a consciência de que olhava para as coisas de forma diferente daquela que os outros à minha volta olhavam. Não falava nisso com os outros. Por exemplo, muito cedo me incomodou aquelas senhoras que vinham a nossa casa entregar cestas de fruta que iam buscar à Ribeira. Traziam-nas à cabeça aquela distância toda. Depois comiam qualquer coisa lá em casa e pediam como pagamento “aquilo que lhe quisessem dar”. Na minha casa isto era normal mas fazia-me uma impressão um mal-estar enorme. Teria apenas uns 7 anos. Não sei como foi que fiquei assim, assim Eu. Os desequilíbrios sociais perturbam-me até hoje, a brutalidade de certos trabalhos onde se gasta uma vida humana, a inutilidade de tantos outros. Dias e dias preenchidos no absurdo, no que não tem qualquer valor e relevância para melhorar a vida humana.''
Alberto Pimenta
Encontrei-me muito cedo com a consciência de que olhava para as coisas de forma diferente daquela que os outros à minha volta olhavam. Não falava nisso com os outros. Por exemplo, muito cedo me incomodou aquelas senhoras que vinham a nossa casa entregar cestas de fruta que iam buscar à Ribeira. Traziam-nas à cabeça aquela distância toda. Depois comiam qualquer coisa lá em casa e pediam como pagamento “aquilo que lhe quisessem dar”. Na minha casa isto era normal mas fazia-me uma impressão um mal-estar enorme. Teria apenas uns 7 anos. Não sei como foi que fiquei assim, assim Eu. Os desequilíbrios sociais perturbam-me até hoje, a brutalidade de certos trabalhos onde se gasta uma vida humana, a inutilidade de tantos outros. Dias e dias preenchidos no absurdo, no que não tem qualquer valor e relevância para melhorar a vida humana.''
Alberto Pimenta
Oliveira Martins “O regime das riqueza”
''Já não se entesoura. Joga-se: joga-se em permanência, tudo, em toda a parte. Shylock já não pode reclamar a libra de carne do devedor mas o Baal das fábricas e das bolsas devora o sangue vivo das populações e o pecúlio das famílias. Soltos os diques das leis, armado o mar dos homens com instrumentos de uma energia inaudita, as ondas dos especuladores ruem, coroadas de espuma orgulhosa e lambem, alastrando a praia inteira. Passam por sobre os governos, por sobre os povos, galopando (…) No vai-vem tempestuosos da onda envolvem e despedaçam os fracos, os simples, os pobres …”
«Como dizia Manoel de Oliveira, o cinema não existe: constrói, fixa, conta histórias individuais e colectivas. Na era pós Big Brother, do imediatismo e do instantâneo, esquecemo-nos que a realidade não passa em directo: a História do mundo e do Homem é, há milénios, feita da arte de contar.»
Fundação Francisco Manuel dos Santos
Christiane Jatahy
''Se Strindberg colocou uma lupa na relação de dois seres, Jatahy coloca uma câmara; ''
terça-feira, 1 de maio de 2018
''a fé arde no sofrimento''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 99
'' horas difíceis e agónicas''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 90
«Não é o homem que inventa o mundo, como pretendem os idealistas, mas sim o mundo, de que nós somos elemento construtivo, que se deixa apreender e revelar na nossa carne, na nossa sensibilidade, no nosso cérebro e na nossa vontade.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 92
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 92
''isolamento neurasténico''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 92
''gerações abúlicas''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 90
«Fique Deus no céu e a cultura na terra.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 90
''gerações estéreis''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 90
«O egoísmo funde-se com a consciência e serve-lhe de fermento.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 89
''obscurecimento das causas nos efeitos''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 87
''timidez dos iludidos''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 86
«Era uma transmutação de valores operada por uma transformação de ilusões.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 86
''eleição cultural''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 86
« - Não exageres, pois a ironia, dada a sua aparência álacre e fútil, não pratica a violência nem a truculência. Estima os deuses, embora não creias na seriedade dos seus gestos. Considera-os bons camaradas, mas maus protectores. Não os ofendas com os teus sarcasmos nem com os teus ditos insolentes.A pouca verdade que neles existe pertence a um mistério imenso que os condena. Inquilinos do Olimpo, não lhes fica bem o direito de proprietários. Em vez de seres julgado por eles, julga-os tu, consoante os princípios que a justiça escreveu na tua consciência.»
«(...) - Sê verdadeiro para contigo e para com os outros - não deplores os ídolos que tombares.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 84
« Observa-te, estuda-te e analisa-te como cuidado.
-Mas como poderei inclinar-me sobre o meu ser profundo e, num exame minucioso, arrancar à psiche o denso véu que a encobre?
-É uma questão de paciência e de preparação inteligente. Os atletas sofrem, gemem e suam para serem dignos de figurar nas olimpíadas. A ideia de que algum dia serão vencedores dá-lhes ânimo para as maiores provações. Custar-te-á muito imitá-los, não para dominares o corpo, antes o espírito, que vale bastante mais?
- Tens a certeza de que não me vou entregar a um trabalho superior às minhas forças? Os deuses favorecerão os meus intentos?
- Confia em ti e a pouco e pouco verás quantas falsas ilusões te embalam. O homem sábio não teme fantasmas nem pavores.
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 83/4
«A justiça mora em nós e infeliz de quem não a descobre na sua consciência.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 83
«Janklévitch quase chegou a afirmar que a ironia é filha da ociosidade, sendo, portanto, um produto fabricado para iludir a fome de verdade. Engana-se o mestre. O riso, sim, brota de nós - uma que outra vez - para preencher um momento sem significação. A ironia, pelo contrário, é uma abelha infatigável que não gosta de iludir o tempo em colóquios desnecessários. A sua missão é esta: impedir que o optimismo se instale nas sociedades com a sua bagagem de viajante sem imaginação.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 81/2
''ilha sem farol''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 78
''crises monetárias''
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 74
«, à semelhança de Hamlet, a contas com o delírio, usarei do monólogo para me entender.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 74
«Para viver é indispensável crer e para crer é condição, sine qua non, amar.»
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 72
Joaquim Manso. Pedras para a Construção dum Mundo. Livraria Bertrand, Lisboa., p. 72
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