Oliveira Martins “O regime das riqueza”
''Já não se entesoura. Joga-se: joga-se em permanência, tudo, em toda a parte. Shylock já não pode reclamar a libra de carne do devedor mas o Baal das fábricas e das bolsas devora o sangue vivo das populações e o pecúlio das famílias. Soltos os diques das leis, armado o mar dos homens com instrumentos de uma energia inaudita, as ondas dos especuladores ruem, coroadas de espuma orgulhosa e lambem, alastrando a praia inteira. Passam por sobre os governos, por sobre os povos, galopando (…) No vai-vem tempestuosos da onda envolvem e despedaçam os fracos, os simples, os pobres …”
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