sábado, 25 de novembro de 2017
« MARTIM
É muito difícil ser poeta!
(Os homens saem.)
Depois, quis ser farmacêutico. É uma vida tranquila.»
Frederico García Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 122
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''respeitam a minha infelicidade''
Frederico García Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 120
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imagens
«Na velhice, tudo nos vira as costas.»
Frederico García Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 117
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verso solto
«Senhora, a gente não lhe podia mandar uma carta envenenada, para ele morrer de repente, mal abrisse o envelope?»
Frederico García Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 115
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peça de teatro
AMA
Somos pouco mais ou menos da mesma idade mas, como eu trabalhei muito, encontro-me bem lubrificada, ao passo que a senhora, devido à vida airada, ficou com as pernas perras.
TIA
Então tu achas que eu não trabalhei?
AMA
Com as pontinhas dos dedos, com linhas, com talos de plantas, com doces. Mas esta aqui trabalhou com o lombo, com os joelhos, com as unhas.
TIA
Então governar uma casa não é trabalhar?
AMA
É muito mais duro esfregar o soalho.
TIA
Não estou disposta a discutir.
AMA
Olhe que não seria má ideia. É uma forma de matar o tempo. Ande lá, responda-me. Mas nós as duas ficamos de bico calado. Antigamente, a gente berrava: porque isto, porque aquilo, porque sim mais que também, porque o arroz doce, porque se não passares mais a ferro...
TIA
Eu já estou como hei-de ir..., e um dia sopas, outro dia migas, o meu copinho de água, e o meu terço no bolso, esperava pela morte com dignidade...Mas quando penso na Rosinha!
AMA
Aí é que está a ferida!
Frederico García Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 113/4
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peça de teatro
Cross Record - Steady Waves
What is the word?
An unhuman search
Memories touching, heavy fog masking
I am a vessel, are you a vessel?
Oh beautiful, comfortable body
I let myself sink into it, a warm blanket
And every once in a while I look inside
Shimmery, it makes me dizzy
To listen closely to the steady waves
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«Ainda havemos de passar muitos anos a apanhar rosas.»
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 112
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 112
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Frederico García Lorca
«branca como o branco frio
de alguma face de sal.»
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 106
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Frederico García Lorca
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
Fotografia Patrícia Almeida, da série Portobello
Faleceu a fotógrafa, editora e artista visual Patrícia Almeida. Vítima de doença prolongada, tinha 47 anos e um trabalho notável no seio da fotografia contemporânea portuguesa. Formada em História, tendo passado pelo Goldsmiths College, recebeu o prémio European Photo Exibition e foi finalista do BES Photo em 2010 com o trabalho All Beauty Must Die. O seu trabalho, de características documentais, explorava os espaços urbanos e a forma como as pessoas se relacionavam com eles, sendo incontornáveis os seus trabalhos No Parking, Locations, Portobelo, do qual apresentamos aqui uma imagem, exposto na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, e nomeado em 2009 para o BES Photo, ou ainda de Ma Vie Va Changer, um dos seus últimos trabalhos. Patrícia Almeida foi ainda co-fundadora da editora GHOST, em conjunto com David-Alexandre Guéniot, uma editora também de referência no panorama atual da fotografia portuguesa.
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
«(...) lia um poema sobre a fidelidade para além da morte.»
Marguerite Yourcenar. A benefício de Inventário. Tradução de Rafael Gomes Filipe. Difel , 1978, Lisboa., p. 62
domingo, 19 de novembro de 2017
''camisas de noite benzidas''
Marguerite Yourcenar. A benefício de Inventário. Tradução de Rafael Gomes Filipe. Difel , 1978, Lisboa., p. 57
«(...) cabelos bem entrançados entrelaçados de pérolas,»
Marguerite Yourcenar. A benefício de Inventário. Tradução de Rafael Gomes Filipe. Difel , 1978, Lisboa., p. 46
Une rose d'automne est plus qu'une autre exquise
«Uma rosa de Outono é mais que qualquer outra sublime».
Agrippa D'Aubigné
Agrippa D'Aubigné
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''Saber o que se não sabe e se não pode saber,''
Agrippa D'Aubigné
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Théodore Agrippa d' Aubigné
«Todos saem da morte como se sai de um sonho.»
Agrippa D'Aubigné
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verso solto
harpias
nome feminino plural de harpia
harpia
har.pi.a
ɐrˈpiɐ
nome feminino
1.
MITOLOGIA monstro fabuloso com cabeça de mulher e corpo de abutre
2.
figurado mulher avarenta e cruel
3.
ORNITOLOGIA grande ave de rapina diurna da família dos Falconídeos,que vive na América Central e no Norte da América do Sul
Do grego Harpyía, «idem», pelo latim Harpyīa-, «idem»
''Hipocrisia remelosa''
Marguerite Yourcenar. A benefício de Inventário. Tradução de Rafael Gomes Filipe. Difel , 1978, Lisboa., p. 32
''figuras flácidas e pensativas''
Marguerite Yourcenar. A benefício de Inventário. Tradução de Rafael Gomes Filipe. Difel , 1978, Lisboa., p. 16
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Marguerite Yourcenar
moxinifada
nome feminino
1.salsada, mixórdia, miscelânea
2.embrulhada, trapalhada
3.comida mal preparada, mistela
4.discurso mal preparado e confuso
1.salsada, mixórdia, miscelânea
2.embrulhada, trapalhada
3.comida mal preparada, mistela
4.discurso mal preparado e confuso
''pavimento de mármore para esfacelar os crânios''
Marguerite Yourcenar. A benefício de Inventário. Tradução de Rafael Gomes Filipe. Difel , 1978, Lisboa., p. 15
sábado, 18 de novembro de 2017
''Mediocridade de espírito''
Marguerite Yourcenar. A benefício de Inventário. Tradução de Rafael Gomes Filipe. Difel , 1978, Lisboa., p. 12
«A autenticidade é uma coisa, a veracidade é outra.»
Marguerite Yourcenar. A benefício de Inventário. Tradução de Rafael Gomes Filipe. Difel , 1978, Lisboa., p.
2.ª AYOLA
Abre a carta!
1.ª AYOLA
O melhor é que a leias sozinha, não seja o caso de te ter escrito alguma inconveniência.
MÃE
Credo!
(Rosinha sai com a carta.)
1.ª AYOLA
A carta de um noivo não é um livro de reza.
3.ª SOLTEIRONA
É um livro de rezas de amor.
2.ª AYOLA
Sabe-la toda!
(As Ayola riem.)
1.ª AYOLA
Está-se mesmo a ver que nunca recebeu nenhuma.
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 101
Abre a carta!
1.ª AYOLA
O melhor é que a leias sozinha, não seja o caso de te ter escrito alguma inconveniência.
MÃE
Credo!
(Rosinha sai com a carta.)
1.ª AYOLA
A carta de um noivo não é um livro de reza.
3.ª SOLTEIRONA
É um livro de rezas de amor.
2.ª AYOLA
Sabe-la toda!
(As Ayola riem.)
1.ª AYOLA
Está-se mesmo a ver que nunca recebeu nenhuma.
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 101
«Dizem que os homens se cansam de uma mulher quando a vêem sempre com o mesmo vestido.»
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 86
«Os boatos são coroas.»
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 46
«rosa inermis»
REDOUTÉ, Pierre-Joseph (1759-1840)
Rosa Inermis / Rosier Turbine sans épines [Boursault Rose]
«(...) pegar numa linha para enfeitar um 'soutien'?
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 31
«Eu cá, não, minha senhora. A mim, as flores cheiram-me a menino morto ou a profissão de freira ou a altar de igreja. Cheiram a coisas tristes. Eu sou muito bem capaz de trocar todas as rosas deste mundo por uma boa laranja ou por um marmelo bem maduro. Mas aqui, nesta casa, são rosas à direita, rosmaninho à esquerda e petúnias e anémonas e essas flores que, agora, estão na moda, esses crisântemos, despenteados que nem cabeleira de ciganinhas.»
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 28
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
terça-feira, 14 de novembro de 2017
Dona Rosinha, a Solteira ou a Linguagem das Flores
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973
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títulos
«(o tempo e as flores, o tempo e o casamento, o tempo e o desastre das vidas)»
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 12
Frederico Garcia Lorca. Dona Rosinha. A Solteira. Editorial Estampa, Lisboa,1973., p. 12
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sábado, 11 de novembro de 2017
''Thought I'd been in love before
But in my heart I wanted more''
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letras de canções,
The Beatles
If I fell in love with you,
Would you promise to be true
And help me understand?
'Cause I've been in love before
And I found that love is more
Than just holdin' hands.
If I give my heart
To you,
I must be sure
From the very start
That you
Would love me more than her.
If I trust in you
Oh, please,
Don't run and hide.
If I love you too
Oh, please,
Don't hurt my pride like her
'Cause I couldn't stand the pain
And I
Would be sad if our new love
Was in vain.
So I hope you see
That I
Would love to love you
And that she
Will cry
When she learns we are two
'Cause I couldn't stand the pain
And I
Would be sad if our new love
Was in vain.
So I hope you see
That I
Would love to love you
And that she
Will cry
When she learns we are two.
If I fell in love with you.
Would you promise to be true
And help me understand?
'Cause I've been in love before
And I found that love is more
Than just holdin' hands.
If I give my heart
To you,
I must be sure
From the very start
That you
Would love me more than her.
If I trust in you
Oh, please,
Don't run and hide.
If I love you too
Oh, please,
Don't hurt my pride like her
'Cause I couldn't stand the pain
And I
Would be sad if our new love
Was in vain.
So I hope you see
That I
Would love to love you
And that she
Will cry
When she learns we are two
'Cause I couldn't stand the pain
And I
Would be sad if our new love
Was in vain.
So I hope you see
That I
Would love to love you
And that she
Will cry
When she learns we are two.
If I fell in love with you.
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The Beatles
«Que impossíveis amores
guarda o abismo?»
Miguel de Unamuno, Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea. Selecção e Tradução José Bento. Assírio&Alvim, 1985, Lisboa., p. 53
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Miguel de Unamuno
«E como há-de doer-lhe o pensamento
se é só carne morta,
moxama com crostas desse sangue,
coalhando sangue negro?
Essa dor-espírito não mora
em carne, sangue e terra.»
Miguel de Unamuno, Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea. Selecção e Tradução José Bento. Assírio&Alvim, 1985, Lisboa., p. 50
se é só carne morta,
moxama com crostas desse sangue,
coalhando sangue negro?
Essa dor-espírito não mora
em carne, sangue e terra.»
Miguel de Unamuno, Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea. Selecção e Tradução José Bento. Assírio&Alvim, 1985, Lisboa., p. 50
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Miguel de Unamuno
(...)
«Que importa que os teus não vejam o caminho,
se dão a luz aos meus e me iluminam todo
com seu tranquilo lume?
Apoia-te em meus ombros, confia-te ao Destino,
verei por ti, ó cega, afastar-te-ei do lodo,
levar-te-ei ao cume.»
Miguel de Unamuno, Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea. Selecção e Tradução José Bento. Assírio&Alvim, 1985, Lisboa., p. 44
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Miguel de Unamuno
«sonhar contigo o sonho desta vida,
sonhar a vida que perdura sempre
sem morrer nunca.»
Miguel de Unamuno, Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea. Selecção e Tradução José Bento. Assírio&Alvim, 1985, Lisboa., p. 42
sonhar a vida que perdura sempre
sem morrer nunca.»
Miguel de Unamuno, Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea. Selecção e Tradução José Bento. Assírio&Alvim, 1985, Lisboa., p. 42
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Miguel de Unamuno
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
“[...] Estou ligeiramente acima do que
morre / Nessa encosta onde a palavra é como pão / Um pouco na palma da
mão que divide / E não separo como o silêncio em meio do que escrevo //
Ando ligeiro acima do que digo / E verto o sangue para dentro das palavras
/ Ando um pouco acima da transfusão do poema” (FARIA, 2003: 39).
«(...) casas móveis habitadas por um sujeito lírico que transforma
o escrever na experiência mística da transubstanciação: palavra – sangue,
palavra – corpo, uma experiência mortal, portanto, como transformação e
revelação. Mas, ao lado dessa trilha cristocêntrica, podemos compreender em
sua poesia a figuração da morte como uma questão de linguagem, a palavra
poética como espaço limite, como risco de existência, como fronteira entre o
desconhecimento e a revelação, num processo contínuo de busca e de perda,
um sacrifício permanente do sujeito para habitar de outra forma este mundo
que é uma construção de palavras. »
sobre A poesia de Daniel Faria:
a claridade da morte
terça-feira, 7 de novembro de 2017
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
domingo, 5 de novembro de 2017
sábado, 4 de novembro de 2017
''o poema não morre de ter vivido: ele é feito expressamente para renascer das suas
cinzas e para infinitamente se tornar naquilo que sempre terá sido. A poesia
reconhece-se nessa propriedade de tender a fazer-se reproduzir na sua forma: estimula-
-nos a reconstituí-la identicamente (Valéry, 1995:79). ''
“A Vida é / função contínua / nos limites da dor”
(António Jacinto,
“Arquipélago”, in JACINTO, 1985, p. 33).
Na sua casa entra gente e mais gente
seu corpo é pegado por mãos e mãos
seus olhos já não têm brilho ardente (António Jacinto, “Pantano” (uma história de Musseque), in JACINTO, 1982, p. 42)
seu corpo é pegado por mãos e mãos
seus olhos já não têm brilho ardente (António Jacinto, “Pantano” (uma história de Musseque), in JACINTO, 1982, p. 42)
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excerto,
poesia,
sobre as mulheres
O sofrimento é um aspecto cognitivo da dor.
''Podemos sofrer sem ter dor ou ter dor sem sofrimento. O sofrimento não é a dor, mas causado pela dor, sobretudo quando ela se associa a contextos de perda, com ameaça da integridade do homem nas várias dimensões biológica, psicológica ou social. O sofrimento é um aspecto cognitivo da dor. ''
GONÇALVES, Arantes, “Da sensação à expressão de dor”, in Maria
José Cantista (org.), Dor e sofrimento. Uma perspectiva interdisciplinar,
Porto, Campo de Letras, 2001. p. 306
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