«o teu peito encheu-se de maior solidão,
de mais fracasso, da amargura mais humana,
e já ninguém podia abeirar-se de ti.
Contemplávamos-te de longe, a luta desigual,
e tu de pé;
a injustiça do homem, as paixões gigantescas de teu espírito,
e tu de pé;
sustendo as pernas com as mãos,
mas de pé,
com a tua única defesa: teu desdenhoso semblante, teu soberano orgulho.
E era o teu espírito o mais débil,
pois tua apetência da vida era a mais intensa;»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 53
sábado, 17 de dezembro de 2016
«Tiveste um mau destino,»
«Tiveste um mau destino,
pois o fracasso foi teu hóspede constante;»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 51
pois o fracasso foi teu hóspede constante;»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 51
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« e sentiu uma tão fria solidão»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 49
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«Eu senti depois que o meu rosto se apagava.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 47
«(...); já se sonhava
vencido na velhice e desamado.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 37
vencido na velhice e desamado.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 37
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«Sonhadores, os olhos, quando avançam
os dias e envelhecem, nada novo
querem.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 35
os dias e envelhecem, nada novo
querem.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 35
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sobre o envelhecimento
« ele sabe que as tristezas são inúteis.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 35
« com o amor que o peito quer.»
Francisco Brines. Ensaio sobre uma despedida. Antologia (1960-86). Selecção e tradução de José Bento. Prólogo de José Olivio Jiménez. Assírio Alvim., Lisboa, 1987., p. 35
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terça-feira, 13 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
«As mãos que eu costumava descrever com «força lírica».
As tuas mãos
Que agora agarram um magro volume de autores mortos.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 107
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«(...) Antes de sair
Dividiram os vossos trezentos livros
Pelos dois. Ele levou os que tinhas lido
E deixou ficar
Os que secretamente decidiste
Serem ilegíveis.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 69
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Rescaldo
Comes da minha mão,
Animal exausto. O teu cabelo
Cai do meu pulso.
Quando a tua destruição surgir prometo
Que me pertencerá
Quem podia ter surgido entre ti.
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 61
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A Visita
«Embora a tua cabeça ainda arda
As tuas mãos lembram-se de mim.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 53
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«A cada alma perdida, nesta tardia hora,
A sua medicada agonia de felicidade.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 47
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[...]
«Estou rabugenta, obtusa, velha e já não sirvo.
Sinto as minhas mãos a rondarem por mim na cama,
A sondarem ao de leve os joelhos, as mamas,
A barriga bamba,
Apertando aqui e acolá e às vezes,
A rasgarem-me, com a gana.
Vivo sozinha.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 39
«Estou rabugenta, obtusa, velha e já não sirvo.
Sinto as minhas mãos a rondarem por mim na cama,
A sondarem ao de leve os joelhos, as mamas,
A barriga bamba,
Apertando aqui e acolá e às vezes,
A rasgarem-me, com a gana.
Vivo sozinha.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 39
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Epitáfio
O aroma de rosas velhas e tabaco
Faz-me regressar.
Há quase vinte anos
Que não nos vemos
E a nossa desapegada paixão continua.
Foi isto que me deixaste:
A mão, entreaberta, imóvel
Sobre uma colcha verde.
O bastante para erguer
Alguns poemas melancólicos.
Se então eu te houvesse tocado
Um de nós podia ter sobrevivido.
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 37
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«Tenho a mão em flor», dizes
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 27
«As borboletas douradas, presas às suas folhas de seda,
Sofrem com a súbita escuridão à tua porta.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 25
Sofrem com a súbita escuridão à tua porta.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 25
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«As minhas mãos apenas podem cair
Sobre os teus ombros e esperar.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 17
Sobre os teus ombros e esperar.»
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 17
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A Tempestade
Ao longe, rompe um temporal. Rola para o nosso quarto.
Olhas para a luz de modo a apanhar-te um lado
Da cara, da boca apertada, do olhar sobressaltado.
Viras-te para mim e quando chamo tu vens
Cá e ajoelhas-te ao meu lado, para eu tomar
A tua cabeça entre as mãos como se fora tal
Uma taça delicada que tormenta pudesse quebrar.
Queres que me ponha entre ti e o trovão brutal.
Ao pousar na tua carne estas mãos grandes tremem,
Latejam em ti e depois, inseguramente, cingem.
O temporal invade-me enquanto a tua boca abre.
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 13
Olhas para a luz de modo a apanhar-te um lado
Da cara, da boca apertada, do olhar sobressaltado.
Viras-te para mim e quando chamo tu vens
Cá e ajoelhas-te ao meu lado, para eu tomar
A tua cabeça entre as mãos como se fora tal
Uma taça delicada que tormenta pudesse quebrar.
Queres que me ponha entre ti e o trovão brutal.
Ao pousar na tua carne estas mãos grandes tremem,
Latejam em ti e depois, inseguramente, cingem.
O temporal invade-me enquanto a tua boca abre.
Ian Hamilton. Cinquenta Poemas. Edição Bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lisboa, 1995., p. 13
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domingo, 11 de dezembro de 2016
«(...) pedras que vivem e gritam, ensanguentadas. Jerusalém.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 234
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«As velhas levantaram-se, reuniram as suas trouxas, apertaram os lenços negros em volta da cabeça e principiaram a fazer o sinal da cruz e a chorar.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 234
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«Hoje, como há dois mil anos, a vida está novamente em decomposição, mas os problemas que agora perturbam o equilíbrio do espírito e do coração são mais complexos e a sua solução mais difícil e sangrenta.»
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 232/33
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 232/33
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''edredões imundos''
Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 232
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''Self cheio de lacunas que o torna permeável''
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 101
''profundos adictos de admiração''
«No entanto, como o que procuram é a admiração a carência perdura, a falta de amor genuíno continua a corroer o seu mundo interno. O bloqueio afectivo vai ganhando terreno, o amor fica cada vez mais longe, a proximidade relacional acaba por ser evitada pois desencadeia angústias graves ao Self pouco coeso que ameaça desmoronar-se.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 100
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 100
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festa de lágrimas
«Crêem que a posse de objectos poderosos lhes torna possível esconder a dor que sentem e minimizar o seu fundo depressivo, passando a viver uma vida assente numa festa de lágrimas.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 99
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verbo intransitivo e pronominal
1. converter-se em quisto
2. endurecer
3. figurado ficar seguro como um quisto; encaixar-se
4. figurado não evoluir; não progredir
verbo intransitivo e pronominal
1. converter-se em quisto
2. endurecer
3. figurado ficar seguro como um quisto; encaixar-se
4. figurado não evoluir; não progredir
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«Seguindo as ideias de Klein sobre as posições, Wilkinson, Gabbard (1995) referem-se à existência de um espaço romântico que se situa entre o amante e o amado. Trata-se de uma experiência intrapsíquica e interpessoal que implica a existência de modos de relacionamento depressivos e paranóides-esquizóides relacionados com cada um dos parceiros. O modo esquizóide-paranóide implicando a idealização e receptividade à relação e envolvendo a coerção do amado, através da identificação projectiva, sendo possível aos amantes fantasiarem que parte de si próprios foi depositada no amante.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 95
sábado, 10 de dezembro de 2016
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
That these are dreams that I only dream
Do I dream alone?
Micah P. Hinson - You Will Find Me
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Micah P. Hinson
Were you alone?
I figured is what
It could have been
That these are dreams that I only dream
Do I dream alone?
You will find me alone
Cause I lost my way
When I was heading home to you alone
Were you alone?
I figured is what
It could have been
That these are dreams that I only dream
Do I dream alone?
Writer(s): Micah P. Hinson
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«(...) pensar os seus pensamentos e sentir os seus sentimentos.»
«Portanto é a passagem da posição esquizo-paranóide, para a posição depressiva, em que é possível pensar sobre as dores próprias, as do outro e o papel que se teve nesse processo, desenvolvendo-se o que Fonagy et al. (2004) designam de função reflexiva.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 67
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 67
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«A comunicação de sentimentos é o início da comunicação interpessoal e fornece uma educação sobre o que pode e não pode ser comunicado.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 65
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''Alguém me responde, então eu existo!''
«No entanto, quando a mãe adaptativa predomina, é possível a expansão do verdadeiro Self uma vez que esta se permite ser criada para além das necessidades do bebé, está ao serviço dos seus desejos, possibilitando-lhe o sentimento de existência do Self, como refere Ken Wright (1996): ''Alguém me responde, então eu existo!'', acrescentaríamos: alguém me pensa então eu existo.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 64
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 64
«Acaso o que surja seja um descompasso entre a necessidade, o desejo e a satisfação, o progresso do Self fica retido e desenvolve-se uma resignação implicando uma lógica de: ''se não podes mudar nada, então é melhor aceitar o que vem'' (Ken Wright, 1996.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 64
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 64
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«Uma vez que o Self está continuamente em transformação, necessita de relações com o meio para se ir desenvolvendo, a estagnação corresponde à falha, ao sentimento de que algo encriptou impedindo patologicamente o desenvolvimento, conduzindo muitas vezes a repetições de relações que sistematicamente confirmam o que falta, acentuam a dor, em vez de a acalentar.»
Isabel Mesquita. Disfarces de Amor. Relacionamentos Amorosos e Vulnerabilidade narcísica. Isabel Mesquita. Climepsi Editores, Lisboa, 2013., p. 62
"...muitas vezes trepava até à cornija da janela e empoleirava-se ali, simétrico ao grande abutre da parede oposta. Durante horas ficava nesta posição, imóvel, com um olhar turvo e um malicioso sorriso nos lábios, e quando alguém entrava na sala mexia repentinamente as mãos, a imitar as asas, e cantava como um galo."
"As Lojas de Canela" de Bruno Schulz
tradução Aníbal Fernandes. Sistema Solar
terça-feira, 29 de novembro de 2016
A importância da cor no cinema
«O aparecimento das cores transformou a linguagem fílmica e contribuiu para
a sua evolução estética, aproximando a imagem da realidade ao abandonar a monotonia
do preto e branco. O cinema tornou-se mais complexo: os enquadramentos
tornaram-se mais diversificados, o ponto de vista e os movimentos da câmara
soltaram-se da forma minimalista inicial.»
Dos Irmãos Lumière aos anos 50
«O cinema pode ser definido como a arte de produzir imagens em movimento. A
origem da palavra provém de cinematógrafo, uma invenção dos irmãos Lumière,
que tem origem no grego “kinema” que significa movimento e “ghaphein”que se
refere ao registo.
O cinema nasceu de várias inovações que vão desde o domínio fotográfico até à
síntese do movimento, recorrendo a jogos ópticos. As diversas captações de imagens
sequenciais através da fotografia1
proporcionaram o surgimento do cinema.
Auguste e Louis Lumière inventaram o cinematógrafo, um aparelho portátil com
um mecanismo movido à manivela que utilizava negativos perfurados, substituindo
a utilização de várias máquinas fotográficas para a criação de movimento, conseguindo
projectar imagens ampliadas numa tela. A 28 de Dezembro de 1895, no Salão
Indiano do Grand Café do Boulevard des Capucines, em Paris, o pai dos Irmãos
Lumière organizou a primeira exibição pública paga para filmes, data esta vulgarmente
assinalada como o nascimento do cinema»
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
domingo, 27 de novembro de 2016
«O impulso para a morte
é uma corrente fria, sólida,
sem corpo.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 405
é uma corrente fria, sólida,
sem corpo.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 405
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«E despias tantas máscaras
que até estrangeira
era a face, cercada
de todas as águas.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 401
que até estrangeira
era a face, cercada
de todas as águas.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 401
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«Não voltavas
não voltarias nunca.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 393
não voltarias nunca.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 393
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« entre os canaviais da lua»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 392
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« a água
amaciando sol.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 385
amaciando sol.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 385
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«Não morri,
fui acordado.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 383
fui acordado.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 383
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«Parar
a eternidade
como um vento
na mão?»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 382
a eternidade
como um vento
na mão?»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 382
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«A morte se depura
quanto mais se morre.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 373
quanto mais se morre.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 373
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«Nascemos dos limites.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 371
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42
MÃO QUE VOA
Poesia
não se aperta
na mão
como um pássaro
doente.
Poesia é a mão
que voa
com o pássaro.
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 370
Poesia
não se aperta
na mão
como um pássaro
doente.
Poesia é a mão
que voa
com o pássaro.
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 370
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
37
PASSAGEM DE UM POVO
Sou a passagem
entre ti e os mortos.
Passagem de um povo.
Escolhi.
Que me lavem no fogo
e me rodeiem
no silêncio da aurora.
A criação pousou em mim.
Eu vejo.
Sou um começo
que nem mesmo entendo.
Passagem de alguém
que reconheço
no amor de andar
em mim.
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 365
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«Nenhuma lucidez é feliz»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 364
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«Voltava da eternidade
ou do amor quando te vi.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 366
ou do amor quando te vi.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 366
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«A eternidade era o sangue
que roubei do equilíbrio.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 364
que roubei do equilíbrio.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 364
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«os teus sonhos
não dormem.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 363
não dormem.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 363
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sonho
(...)
« o bando de estorninhos
sobre a alma.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 362
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incoativo
adjetivo
1. que começa
2. GRAMÁTICA (verbo) que exprime começo de uma ação (como adormecer e anoitecer)
Do latim inchoatīvu-, «que indica começo»
1. que começa
2. GRAMÁTICA (verbo) que exprime começo de uma ação (como adormecer e anoitecer)
Do latim inchoatīvu-, «que indica começo»
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«(...) E dali
descíamos
e não era o mar,
a escuridão.
Descíamos
para dentro dos vivos.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 361
descíamos
e não era o mar,
a escuridão.
Descíamos
para dentro dos vivos.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 361
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''¿Quién dijo que cuando nos hacemos mayores ya no podemos crear? El que nace artista, morirá artista y seguirá creando en nuevos mundos. La madre de Tony Luciani ya no era capaz de cuidar de sí misma, entonces el artista canadiense, se encargó de ser su cuidador a tiempo completo. Así que se le ocurrió ir más allá de los cuidados básicos y comenzar una aventura artística junto a su madre. El objetivo, hacerle sentir útil y reforzar…''
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
''cada instante dói''
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 359
ESTA CHAMA
O coração é jovem.
Envelhece a razão.
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 359
Envelhece a razão.
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 359
sábado, 19 de novembro de 2016
«Inocentes somos
quando amamos.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 325
quando amamos.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 325
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«Sozinho não vou.
Não quero ir.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 322
Não quero ir.»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 322
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«Quero abraçar-te, morte»
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 314
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