PASSAGEM DE UM POVO
Sou a passagem
entre ti e os mortos.
Passagem de um povo.
Escolhi.
Que me lavem no fogo
e me rodeiem
no silêncio da aurora.
A criação pousou em mim.
Eu vejo.
Sou um começo
que nem mesmo entendo.
Passagem de alguém
que reconheço
no amor de andar
em mim.
Carlos Nejar. A Idade da Eternidade. Poesia Reunida. Escritores dos Países de Língua Portuguesa. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001., p. 365
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