domingo, 20 de julho de 2014
«A tua única doença é a imaginação. Essa é que precisa de regime e de médico assistente...»
Fernanda de Castro. Obras Completas. Teatro. A Pedra no Lago. Peça em Quatro Actos, 1943. Círculo de Leitores, Lisboa, 2006., p. 37
«Sou caprichosa, exigente, inadaptável;»
Fernanda de Castro. Obras Completas. Teatro. A Pedra no Lago. Peça em Quatro Actos, 1943. Círculo de Leitores, Lisboa, 2006., p. 25
ISABEL
Fernanda de Castro. Obras Completas. Teatro. A Pedra no Lago. Peça em Quatro Actos, 1943. Círculo de Leitores, Lisboa, 2006., p. 15
Enganas-te: ficou também um certo cansaço, um certo mal-estar, que, apesar de tudo, nos separa. Estou farta de combater eternamente os seus demónios, aquele gosto do sofrimento que é para ele uma espécie de segunda natureza. Tu bem sabes que detesto complicações, que só tenho uma ambição na vida: ser feliz, viver simplesmente, sem histórias, sem dramas. Ele, pelo contrário, adora a tragédia, as discussões inúteis, as reconciliações momentâneas que não remedeiam nada. Ah, Clara, estou farta, farta!
Fernanda de Castro. Obras Completas. Teatro. A Pedra no Lago. Peça em Quatro Actos, 1943. Círculo de Leitores, Lisboa, 2006., p. 15
ISABEL
Pois bem, seja! Aliás, o que tenho a dizer-te é muito simples: o teu irmão está doido, completamente doido!
CLARA
Isso já nós sabemos há muito. E depois?
ISABEL
Depois?! Achas que é pouco?!
CLARA
A loucura dele é mansa...No fundo, não é capaz de fazer mal a uma mosca
Fernanda de Castro. Obras Completas. Teatro. A Pedra no Lago. Peça em Quatro Actos, 1943. Círculo de Leitores, Lisboa, 2006., p. 13
Pois bem, seja! Aliás, o que tenho a dizer-te é muito simples: o teu irmão está doido, completamente doido!
CLARA
Isso já nós sabemos há muito. E depois?
ISABEL
Depois?! Achas que é pouco?!
CLARA
A loucura dele é mansa...No fundo, não é capaz de fazer mal a uma mosca
Fernanda de Castro. Obras Completas. Teatro. A Pedra no Lago. Peça em Quatro Actos, 1943. Círculo de Leitores, Lisboa, 2006., p. 13
sobre Eugénio de Andrade
«(...), viveu sempre extremamente distanciado do que se chama vida social, literária ou mundana, avesso à comunicação social, arredado de encontros, colóquios, congressos, etc., e as suas raras aparições em público devem-se a ''essa debilidade do coração, que é a amizade''.»
«O teatro de Handke sempre teve mais ligações com os modelos estruturais e as obsessões temáticas da sua prosa do que com a tradição (ou as tradições) do teatro.»
João Barrento. O arco da palavra. Peter Handke, dramaturgo. in A Palavra Transversal. Literatura e Ideias no Século XX. Lisboa, Livros Cotovia, 1996
João Barrento. O arco da palavra. Peter Handke, dramaturgo. in A Palavra Transversal. Literatura e Ideias no Século XX. Lisboa, Livros Cotovia, 1996
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Solidão
Solidão de quem tremeu
A tentação do céu
E dos encantos, o que o céu me deu
Serei bem eu
Sob este véu de pranto
Sem saber se choro algum pecado
A tremer, imploro o céu fechado
Triste amor, o amor de alguém
Quando outro amor se tem
Abandonado, e não me abandonei
Por mim, ninguém
Já se detém na estrada
A tentação do céu
E dos encantos, o que o céu me deu
Serei bem eu
Sob este véu de pranto
Sem saber se choro algum pecado
A tremer, imploro o céu fechado
Triste amor, o amor de alguém
Quando outro amor se tem
Abandonado, e não me abandonei
Por mim, ninguém
Já se detém na estrada
Grito
Silêncio!
Do silêncio faço um grito
O corpo todo me dói
Deixai-me chorar um pouco.
De sombra a sombra
Há um Céu...tão recolhido...
De sombra a sombra
Já lhe perdi o sentido.
Ao céu!
Aqui me falta a luz
Aqui me falta uma estrela
Chora-se mais
Quando se vive atrás dela.
E eu,
A quem o céu esqueceu
Sou a que o mundo perdeu
Só choro agora
Que quem morre já não chora.
Solidão!
Que nem mesmo essa é inteira...
Há sempre uma companheira
Uma profunda amargura.
Ai, solidão
Quem fora escorpião
Ai! solidão
E se mordera a cabeça!
Adeus
Já fui para além da vida
Do que já fui tenho sede
Sou sombra triste
Encostada a uma parede.
Adeus,
Vida que tanto duras
Vem morte que tanto tardas
Ai, como dói
A solidão quase loucura.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
PAROLLES
«Contra isso pouco se pode dizer; em todo o caso, é contrário às leis da natureza. Defender a virgindade é acusar as vossas mães - o que é desobediência declarada. Aquele que se enforca a si mesmo, é virgem: a virgindade assassina-o; devia ser enterrado nas entranhas públicas, fora de todo o recinto sacrificado, como terrível criminoso contra a natureza. A virgindade gera bichos, muito semelhante ao queijo; consome-se até à côdea, e morre devorando as próprias entranhas. Além disso, a virgindade é impertinente, orgulhosa, preguiçosa, toda ela amor-próprio, que é o pecado mais proibido pela doutrina. Não a conserveis; se lhe dais a preferência, é uma perda certa: fora com ela! dentro de dez anos ter-vos-á produzido dez outras virgindades, o que já é um bonito rendimento; e o próprio capital não estará por isso pior; fora pois com ela!»
William Shakespeare. Bem está o que bem acaba. Tradução directa da edição de Collins por Henrique Braga. Lello&Irmão, Porto., p. 17
''vãs especulações e as discussões estéreis não eram alimento suficiente para esses homens de acção''
Latour Saint-Ybars. Nero. Edição Amigos do Livro, Lisboa., p. 108
«Um traço característico desta singular fisionomia é que Nero não via bem a não ser ao perto e piscando os olhos. Quando ia ao circo presidir aos jogos, servia-se de uma esmeralda para ver os combates dos gladiadores. Todas as vezes que Nero presidia aos jogos do circo, servia-se de uma destas pedras preciosas como de um espelho, para poupar a vista do sangue que lhe causava horror e para poupar os seus olhos.»
Latour Saint-Ybars. Nero. Edição Amigos do Livro, Lisboa., p. 105
«Foi depois de ter empregado inutilmente os meios aconselhados pelos curiões que Nero desceu aos mistérios da magia para se subtrair às obsessões que perturbavam as suas noites. Esforços inúteis: os terrores e os remorsos incessantes foram o suplício de toda a sua vida.»
Latour Saint-Ybars. Nero. Edição Amigos do Livro, Lisboa., p. 88
Latour Saint-Ybars. Nero. Edição Amigos do Livro, Lisboa., p. 88
«A avareza, a ambição, o amor da guerra que não tinham contrariado esses bons impulsos, não opuseram obstáculo ao lado mau; e o ódio veio, por sua vez, reinar na sua alma tão absolutamente quanto outrora a bondade tinha dominado. Vencido pelo mal como o tinha sido pelo bem, Nero foi o pior dos homens depois de ter nascido o melhor e as suas paixões levaram-no longe, tão facilmente se deixava arrastar, que tudo se tornou uma fatalidade, até mesmo o assassínio da mãe.»
Latour Saint-Ybars. Nero. Edição Amigos do Livro, Lisboa., p. 87
«Nero, que não queria ser um tirano, tomou precauções para chegar até Popeia, recorreu a atenções, quase organizou uma conspiração. A Sálvio Otão, seu amigo, foi pedida a intervenção neste assunto delicado, sem escândalo e sem barulho. Logo que Popeia se viu requestada pelo príncipe, serviu-se de todos os seus artifícios para desenvolver essa paixão nascente. Primeiramente, fingiu uma emoção misturada com surpresa, era a perturbação e o espanto de uma mulher surpreendida por um amor involuntário; não quer voltar a encontrar-se diante Nero; se o volta a ver está perdida. Desde esse momento, afectou evitar a sua presença, mesmo em público. Depois de muitas hesitações, muitas recusas e muitas premeditadas imprudências, voltaram a encontrar-se por fim e, desta vez, a palidez e as lágrimas de Popeia provaram a Nero o amor violento de que era alvo.»
Latour Saint-Ybars. Nero. Edição Amigos do Livro, Lisboa., p. 71
«Perguntamos a nós próprios a razão porque Nero, que tinha amado Acteia tão apaixonadamente ao ponto de querer colocá-la no trono, foi tão violentamente arrastado para Popeia, que ocupou então o primeiro lugar no seu coração. Por muito generosa que fosse a paixão de Nero por Acteia, por mais sólida que fosse a teia de ideias e de sentimento desse amor, depois de ter arrastado as discórdias de Agripina e de seu filho, o envenenamento de Britânico e as desordens para as quais os amigos arrastavam o Jovem César, o retalho de púrpura não era mais do que um farrapo. Junto de Popeia, Nero vai sofrer a servidão dos sentidos e conhecer a fatalidade das paixões.»
Latour Saint-Ybars. Nero. Edição Amigos do Livro, Lisboa., p. 70/71
What Can I Do For You? by Bob Dylan
I know all about poison, I know all about fiery darts
I don’t care how rough the road is, show me where it starts
Whatever pleases You, tell it to my heart
Well, I don’t deserve it but I sure did make it through
What can I do for You?
(...)
I don’t care how rough the road is, show me where it starts
Whatever pleases You, tell it to my heart
Well, I don’t deserve it but I sure did make it through
What can I do for You?
(...)
omnia mutantur, nihil interit: errat et illinc / huc venit, hinc illuc, et quoslibet occupat artus / spiritus eque feris humana in corpora transit / inque feras noster, nec tempore deperit ullo, / utque novis facilis signatur cera figuris / nec manet ut fuerat nec formam servat eandem, / sed tamen ipsa eadem est, animam sic semper eandem / esse, sed in varias doceo migrare figuras. / ergo, ne pietas sit victa cupidine ventris, / parcite, vaticinor, cognatas caede nefanda / exturbare animas, nec sanguine sanguis alatur!
Tudo se transforma, nada morre. O espírito vagueia e anda / daqui para ali, dali para aqui, e invade um corpo, qualquer / que ele seja, e dos animais, e em instante algum perece. / Tal como a dúctil cera se molda sempre em novas figuras, / E não permanece como era, nem conserva as mesmas formas, / E, no entanto, é sempre a mesma, assim a alma é a mesma, / (...) mas transmigra para uma variedade de formas.
Ovídio, Metamorfoses, XV, vv. 165-173 (trad. P. F. Alberto, Lisboa, Cotovia, 2010, p. 369).
Tudo se transforma, nada morre. O espírito vagueia e anda / daqui para ali, dali para aqui, e invade um corpo, qualquer / que ele seja, e dos animais, e em instante algum perece. / Tal como a dúctil cera se molda sempre em novas figuras, / E não permanece como era, nem conserva as mesmas formas, / E, no entanto, é sempre a mesma, assim a alma é a mesma, / (...) mas transmigra para uma variedade de formas.
Ovídio, Metamorfoses, XV, vv. 165-173 (trad. P. F. Alberto, Lisboa, Cotovia, 2010, p. 369).
1. Il y a des images, les choses mêmes sont des images, parce que les images ne sont pas dans la tête, dans le cerveau. C'est au contraire le cerveau qui est une image parmi d'autres. Les images ne cessent pas d'agir et de réagir les unes sur les autres, de produire et de consommer. (...)
2. Mais les images ont aussi un dedans ou certaines images ont un dedans et s'éprouvent du dedans. Ce sont des sujets. Il y a en effet un écart entre l'action subie par ces images et la réaction exécutée. C'est cet écart qui leur donne le pouvoir de stocker d'autres images, c'est-à-dire de percevoir. Mais ce qu'elles stockent, c'est seulement ce qui les intéressedans les autres images: percevoir c'est soustraire de l'image ce qui ne nous intéresse pas, il y a un toujours moins dans notre perception. (...)
Gilles Deleuze, «Trois questions sur Six fois deux (Godard)», in Pourparlers, Minuit, Paris, 1990, p. 62.
1. Há imagens, as próprias coisas são imagens, porque as imagens não existem na cabeça, no cérebro. Bem pelo contrário, é o cérebro que constitui uma imagem, entre as demais. As imagens não cessam de agir e de reagir umas sobre as outras, de produzir e de consumir.
(...)
2. Mas as imagens têm ainda um interior, ou algumas imagens têm um interior que e experimentam-se a partir deste. São sujeitos. Com efeito, há um hiato entre a acção infligida e a reacção. É este hiato que lhes confere o poder de armazenar outras imagens, ou seja, de percepcionar-receber. Mas o que elas armazenam, é apenas o que nas outras imagens lhes interessa: percepcionar-receber, é substrair à imagem o que não nos interessa, há sempre menos na nossa percepção. (...)
2. Mais les images ont aussi un dedans ou certaines images ont un dedans et s'éprouvent du dedans. Ce sont des sujets. Il y a en effet un écart entre l'action subie par ces images et la réaction exécutée. C'est cet écart qui leur donne le pouvoir de stocker d'autres images, c'est-à-dire de percevoir. Mais ce qu'elles stockent, c'est seulement ce qui les intéressedans les autres images: percevoir c'est soustraire de l'image ce qui ne nous intéresse pas, il y a un toujours moins dans notre perception. (...)
Gilles Deleuze, «Trois questions sur Six fois deux (Godard)», in Pourparlers, Minuit, Paris, 1990, p. 62.
1. Há imagens, as próprias coisas são imagens, porque as imagens não existem na cabeça, no cérebro. Bem pelo contrário, é o cérebro que constitui uma imagem, entre as demais. As imagens não cessam de agir e de reagir umas sobre as outras, de produzir e de consumir.
(...)
2. Mas as imagens têm ainda um interior, ou algumas imagens têm um interior que e experimentam-se a partir deste. São sujeitos. Com efeito, há um hiato entre a acção infligida e a reacção. É este hiato que lhes confere o poder de armazenar outras imagens, ou seja, de percepcionar-receber. Mas o que elas armazenam, é apenas o que nas outras imagens lhes interessa: percepcionar-receber, é substrair à imagem o que não nos interessa, há sempre menos na nossa percepção. (...)
«Mas, num ímpeto, ela puxou-lhe a espingarda das mãos. E, antes que ele pudesse tomar consciência do que se passava, um estampido vermelho reboou na serenidade da manhã e a burra oscilou sobre o piso orvalhado. A burra fez ainda um esforço para erguer as patas traseiras, mas, gemebunda, logo voltou a cair sobre os joelhos. Um dos seus olhos estava estilhaçado e dele corria uma nódoa quente no chão da courela. A nódoa foi alastrando, abrindo nervuras na terra negra. Já não era sangue da besta. Era a courela que gemia um suor de agonia, um suor de sangue. E nem um vento áspero, esse vento emigrado das montanhas do Norte, faltou ali para lhe enrugar a superfície viscosa e coagulada.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 246
«Vieirinha já não o escutava: fechara-se em melancolia. A sua face era a de um velho. Estava exausto e ausente como um velho. Mas as suas palavras reboavam ainda nos ouvidos do Loas, atiravam-no para um abismo de problemas. Lutar consigo. As palavras do Vieirinha avolumavam-se, inchavam, começando a afogueá-lo. Mas, por obscuras que parecessem, essas palavras representavam uma lúcida revelação.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 231
mastigando as lágrimas
«Bem o sabia. E, mastigando as lágrimas, para que elas não fossem explodir, pôs-se a pensar na terra como se nada mais lhe restasse, como se a sua terra fosse apenas cor, folhas, árvores, e a nostalgia do passado apenas a saudade de um bosque, a nostalgia de uma cor.»
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 224
Fernando Namora. O Trigo e o Joio, Círculo de Leitores., p. 224
É p'ra amanha
É p'ra amanha
Bem podias fazer hoje
Porque amanhã sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar
Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que não faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual
É p'ra amanha
Bem podias viver hoje
Porque amanhã quem sabe se vais cá estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que esta p'ra durar
Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Entao tu queres mas é tarde demais
É p'ra amanha
Deixa lá não facas hoje
Porque amanhã tudo se há-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar
Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece nao consegues gostar
E do que gostas já está preenchido
Bem podias fazer hoje
Porque amanhã sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar
Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que não faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual
É p'ra amanha
Bem podias viver hoje
Porque amanhã quem sabe se vais cá estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que esta p'ra durar
Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Entao tu queres mas é tarde demais
É p'ra amanha
Deixa lá não facas hoje
Porque amanhã tudo se há-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar
Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece nao consegues gostar
E do que gostas já está preenchido
Canção do engate
Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta
Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança fio encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada
Refrão (3x)
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta
Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança fio encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada
Refrão (3x)
Adeus que me vou embora
Adeus que me vou embora
Adeus que me vou embora
Adeus que me embora vou
Adeus que me embora vou
Vou daqui para a minha terra
Vou daqui para a minha terra
que eu desta terra não sou
que eu desta terra não sou
Tenho minha mãe à espera
Tenho minha mãe à espera
Cansada de me esperar
Cansada de me esperar
Naquela encosta da serra
Naquela encosta da serra
Adeus que me vou embora
Adeus que me embora vou
Adeus que me embora vou
Vou daqui para a minha terra
Vou daqui para a minha terra
que eu desta terra não sou
que eu desta terra não sou
Tenho minha mãe à espera
Tenho minha mãe à espera
Cansada de me esperar
Cansada de me esperar
Naquela encosta da serra
Naquela encosta da serra
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