omnia mutantur, nihil interit: errat et illinc / huc venit, hinc illuc, et quoslibet occupat artus / spiritus eque feris humana in corpora transit / inque feras noster, nec tempore deperit ullo, / utque novis facilis signatur cera figuris / nec manet ut fuerat nec formam servat eandem, / sed tamen ipsa eadem est, animam sic semper eandem / esse, sed in varias doceo migrare figuras. / ergo, ne pietas sit victa cupidine ventris, / parcite, vaticinor, cognatas caede nefanda / exturbare animas, nec sanguine sanguis alatur!
Tudo se transforma, nada morre. O espírito vagueia e anda / daqui para ali, dali para aqui, e invade um corpo, qualquer / que ele seja, e dos animais, e em instante algum perece. / Tal como a dúctil cera se molda sempre em novas figuras, / E não permanece como era, nem conserva as mesmas formas, / E, no entanto, é sempre a mesma, assim a alma é a mesma, / (...) mas transmigra para uma variedade de formas.
Ovídio, Metamorfoses, XV, vv. 165-173 (trad. P. F. Alberto, Lisboa, Cotovia, 2010, p. 369).
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segunda-feira, 14 de julho de 2014
segunda-feira, 13 de junho de 2011
4.
Não devo atrever-me a defender os meus depravados costumes
e a terçar falsas armas em defesa dos meus vícios.
Confesso - se alguma utilidade tem confessar os pecados;
mas logo depois de confessar, caio, de cabeça perdida, nos meus erros.
Odeio e não sou capaz de não desejar o que odeio.
Pobre de ti! Aquilo que porfias por deixar, quão penoso é carregá-lo!
Faltam-me forças e poder para me governar a mim mesmo;
sou arrastado, como proa baldeada pela força das ondas.
Não é uma beleza, em especial, que estimula o meu amor;
cem são as razões para eu estar, sempre, a amar:
se há uma que baixa os olhos com recato,
deixo-me inflamar, e aquele pudor é para mim cilada;
se há outra que é provocante, sou cativado por não ser simplória
e por me dar esperança de ser bem viva na doçura do leito;
se me pareceu agreste e a imitar as severas Sabinas,
ela quer, mas, na sua sobranceria, finge, eis o que eu penso;
se és culta, agradas-me pelos teus dotes - tão raros - para as artes;
se és rude, agradas-me pela tua própria simplicidade.
Há uma que afirma que, ao pé dos meus, são toscos os versos
de Calímaco?Pois se lhe agrado, de pronto ela me agrada;
há, também, a que me condena, como poeta, e condena os meus versos;
e eu desejaria suportar o peso das coxas daquela que me condena.
Uma caminha com elegância - o seu movimento cativa-me; outra é bronca
- mas poderia tornar-se bem mais elegante no contacto com um homem.
Esta, porque canta com doçura e com ligeireza faz evoluir a sua voz,
quereria eu dar beijos arrebatados àquela que está a cantar;
estoutra percorre, com a agilidade do polegar, as queixosas cordas,
tão sabedoras mãos, quem não seria capaz de as amar?
Aquela tem um rosto aprazível e faz mil movimentos com os seus longos
braços
e com a elegância e arte bamboleia o peito delicado;
para não falar de mim mesmo, que me deixo tocar por qualquer motivo,
coloca ali Hipólito: tornar-se-ia um outro Priapo.
Tu, por seres tão alongada, emparceiras com as antigas heroínas
e és capaz, com o teu corpo, de ocupar o leito inteiro;
esta é elegante na sua pequenez: por uma e outra sou arrebatado;
ambas, a alta e a pequena, caem bem ao meu desejo.
Não é elegante - e vem-me à ideia que elegância poderia acrescentar-se-lhe;
está cheia de enfeites - que ela mostre as suas próprias prendas.
A alvura da sua pele há-de seduzir-me, há-de seduzir-me a mulher bem rosada;
e até com cores baças é prazenteiro o amor;
se tombam, de uma fronte branca como a neve, cabelos negros,
Leda fazia-se admirar pela sua negra cabeleira;
se são ruivos, a Aurora era aprazível pelos seus cabelos cor de açafrão.
A todas as histórias o meu amor é capaz de adaptar-se.
Uma idade jovem seduz-me, uma idade mais madura toca-me;
aquela por ter mais beleza de corpo, esta por possuir sabedoria.
Enfim, as mulheres que podem apreciar-se em toda a cidade de Roma,
a todas elas pode o meu amor abranger.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 70/1
e a terçar falsas armas em defesa dos meus vícios.
Confesso - se alguma utilidade tem confessar os pecados;
mas logo depois de confessar, caio, de cabeça perdida, nos meus erros.
Odeio e não sou capaz de não desejar o que odeio.
Pobre de ti! Aquilo que porfias por deixar, quão penoso é carregá-lo!
Faltam-me forças e poder para me governar a mim mesmo;
sou arrastado, como proa baldeada pela força das ondas.
Não é uma beleza, em especial, que estimula o meu amor;
cem são as razões para eu estar, sempre, a amar:
se há uma que baixa os olhos com recato,
deixo-me inflamar, e aquele pudor é para mim cilada;
se há outra que é provocante, sou cativado por não ser simplória
e por me dar esperança de ser bem viva na doçura do leito;
se me pareceu agreste e a imitar as severas Sabinas,
ela quer, mas, na sua sobranceria, finge, eis o que eu penso;
se és culta, agradas-me pelos teus dotes - tão raros - para as artes;
se és rude, agradas-me pela tua própria simplicidade.
Há uma que afirma que, ao pé dos meus, são toscos os versos
de Calímaco?Pois se lhe agrado, de pronto ela me agrada;
há, também, a que me condena, como poeta, e condena os meus versos;
e eu desejaria suportar o peso das coxas daquela que me condena.
Uma caminha com elegância - o seu movimento cativa-me; outra é bronca
- mas poderia tornar-se bem mais elegante no contacto com um homem.
Esta, porque canta com doçura e com ligeireza faz evoluir a sua voz,
quereria eu dar beijos arrebatados àquela que está a cantar;
estoutra percorre, com a agilidade do polegar, as queixosas cordas,
tão sabedoras mãos, quem não seria capaz de as amar?
Aquela tem um rosto aprazível e faz mil movimentos com os seus longos
braços
e com a elegância e arte bamboleia o peito delicado;
para não falar de mim mesmo, que me deixo tocar por qualquer motivo,
coloca ali Hipólito: tornar-se-ia um outro Priapo.
Tu, por seres tão alongada, emparceiras com as antigas heroínas
e és capaz, com o teu corpo, de ocupar o leito inteiro;
esta é elegante na sua pequenez: por uma e outra sou arrebatado;
ambas, a alta e a pequena, caem bem ao meu desejo.
Não é elegante - e vem-me à ideia que elegância poderia acrescentar-se-lhe;
está cheia de enfeites - que ela mostre as suas próprias prendas.
A alvura da sua pele há-de seduzir-me, há-de seduzir-me a mulher bem rosada;
e até com cores baças é prazenteiro o amor;
se tombam, de uma fronte branca como a neve, cabelos negros,
Leda fazia-se admirar pela sua negra cabeleira;
se são ruivos, a Aurora era aprazível pelos seus cabelos cor de açafrão.
A todas as histórias o meu amor é capaz de adaptar-se.
Uma idade jovem seduz-me, uma idade mais madura toca-me;
aquela por ter mais beleza de corpo, esta por possuir sabedoria.
Enfim, as mulheres que podem apreciar-se em toda a cidade de Roma,
a todas elas pode o meu amor abranger.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 70/1
sábado, 11 de junho de 2011
«Oh, quantas vezes, diante de alguém que te admira os cabelos, hás-de corar
e dizer: ''agora, é graças a mercadoria comprada que me elogiam;
não sei que sicambra está este, agora, a gabar, em vez de mim;
mas lembro-me bem de como era assim a minha falam.''
Pobre de mim! A custo sustém as lágrimas e, com a mão, protege
o rosto, a face altiva corada de vermelho;
segura no regaço os cabelos de outrora e contempla-os.
Triste sorte! Não eram eles merecedores de estar naquele lugar!
Repõe, com as forças do rosto, as do coração! É dano que podes reparar;
em breve, hás-de ser contemplada com os teus cabelos naturais.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 59
e dizer: ''agora, é graças a mercadoria comprada que me elogiam;
não sei que sicambra está este, agora, a gabar, em vez de mim;
mas lembro-me bem de como era assim a minha falam.''
Pobre de mim! A custo sustém as lágrimas e, com a mão, protege
o rosto, a face altiva corada de vermelho;
segura no regaço os cabelos de outrora e contempla-os.
Triste sorte! Não eram eles merecedores de estar naquele lugar!
Repõe, com as forças do rosto, as do coração! É dano que podes reparar;
em breve, hás-de ser contemplada com os teus cabelos naturais.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 59
« Agora, todo o medo se desvaneceu, no meu coração está sarada a loucura,
e essa beleza não cativa já os meus olhos.
Porque assim mudei? - perguntas. Porque reclamas uma paga;
esse motivo não consente que possas dar-me prazer.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 52
e essa beleza não cativa já os meus olhos.
Porque assim mudei? - perguntas. Porque reclamas uma paga;
esse motivo não consente que possas dar-me prazer.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 52
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Ela corou
«Ela corou. 'Fica bem o pudor à candura do rosto, mas apenas
se o fingires te será útil; quando autêntico, costuma ser nefasto.
Quando baixares o olhar com recato e contemplares o teu regaço,
à medida do que te trouxer, assim deves pôr o olhar em cada homem.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 47
se o fingires te será útil; quando autêntico, costuma ser nefasto.
Quando baixares o olhar com recato e contemplares o teu regaço,
à medida do que te trouxer, assim deves pôr o olhar em cada homem.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 47
domingo, 29 de maio de 2011
''Io! Foi por um homem valente que uma mulher foi vencida!''
«Caminhe adiante a cativa, triste e de cabelos desgrenhados,
toda ela resplandecente de brancura, se o consentissem as faces magoadas.
Teria sido bem melhor que estivesse lívida de sinais deixados pelos lábios,
e que no colo delicado mostrasse marcas dos dentes.
Enfim, se eu estava a deixar-me levar à maneira de uma torrente impetuosa,
e uma raiva cega me tinha feito presa sua,
não teria bastante praguejar contra uma mulher assustada
e gritar ameaças bem cruéis
ou mandar-lhe abaixo a túnica, à bruta, do cimo do rosto
até meio corpo? No meio, a cintura, havia de trazer-lhe ajuda.
Mas não me contive e arrepanhei-lhe os cabelos da testa
e, com crueldade, marquei-lhe, com as unhas, as faces delicadas.
Ela para ali ficou, desvairada e sem pinga de sangue na palidez do rosto,
qual pedaço de mármore caído das colinas de Paros;
o corpo inanimado e os membros a tremer, eis o que eu vi,
tal como a brisa agita a folhagem do choupo,
tal como é sacudido pelo sopro leve do Zéfiro o vime frágil
ou o cimo da onda é golpeado à passagem morna do Noto.
Largo tempo contidas, começaram as lágrimas a deslizar-lhe pelo rosto,
como de um manto de neve escorre a água.
Então, comecei eu, primeiro, a sentir-me culpado;
eram sangue meu as lágrimas que ela derramava.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 45
toda ela resplandecente de brancura, se o consentissem as faces magoadas.
Teria sido bem melhor que estivesse lívida de sinais deixados pelos lábios,
e que no colo delicado mostrasse marcas dos dentes.
Enfim, se eu estava a deixar-me levar à maneira de uma torrente impetuosa,
e uma raiva cega me tinha feito presa sua,
não teria bastante praguejar contra uma mulher assustada
e gritar ameaças bem cruéis
ou mandar-lhe abaixo a túnica, à bruta, do cimo do rosto
até meio corpo? No meio, a cintura, havia de trazer-lhe ajuda.
Mas não me contive e arrepanhei-lhe os cabelos da testa
e, com crueldade, marquei-lhe, com as unhas, as faces delicadas.
Ela para ali ficou, desvairada e sem pinga de sangue na palidez do rosto,
qual pedaço de mármore caído das colinas de Paros;
o corpo inanimado e os membros a tremer, eis o que eu vi,
tal como a brisa agita a folhagem do choupo,
tal como é sacudido pelo sopro leve do Zéfiro o vime frágil
ou o cimo da onda é golpeado à passagem morna do Noto.
Largo tempo contidas, começaram as lágrimas a deslizar-lhe pelo rosto,
como de um manto de neve escorre a água.
Então, comecei eu, primeiro, a sentir-me culpado;
eram sangue meu as lágrimas que ela derramava.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 45
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«(...); não receio sombras, que esvoaçam pela
noite,
não receio mãos estendidas para minha perdição;
é a ti, por seres teimoso demais, que eu receio, só a ti quero amansar;
és tu quem possui o raio com que podes levar-me à perdição.
Vê bem (e, para veres, dá meia folga ao portal)
como está encharcada a porta com minhas lágrimas.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 41
noite,
não receio mãos estendidas para minha perdição;
é a ti, por seres teimoso demais, que eu receio, só a ti quero amansar;
és tu quem possui o raio com que podes levar-me à perdição.
Vê bem (e, para veres, dá meia folga ao portal)
como está encharcada a porta com minhas lágrimas.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 41
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sábado, 28 de maio de 2011
«palavras, hás-de lê-las nos dedos, palavras escritas com vinho puro.»
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 37
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 37
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sexta-feira, 27 de maio de 2011
(...)
«Mesmo então, não poucos, se bem te conheço, vais inflamar,
mesmo então, ao passar, muitas serão as feridas que vais fazer;
não são capazes de descansar, ainda que tu mesmo o queiras, as tuas setas;
o ardor da chama é nefasto a quem lhe está próximo, com o seu bafo.
Assim era Baco, quando dominou as terras do Ganges;
tu és penoso com os teus pássaros, ele foi-o com seus tigres.
Já que eu posso, portanto, ser parte do teu sagrado triunfo,
poupa-te e não gastes em mim as tuas forças de vencedor;
contempla os exércitos venturosos do César, teu parente;
por onde alcançou vitórias, os vencidos ele os protege com sua mão.
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 35
«Mesmo então, não poucos, se bem te conheço, vais inflamar,
mesmo então, ao passar, muitas serão as feridas que vais fazer;
não são capazes de descansar, ainda que tu mesmo o queiras, as tuas setas;
o ardor da chama é nefasto a quem lhe está próximo, com o seu bafo.
Assim era Baco, quando dominou as terras do Ganges;
tu és penoso com os teus pássaros, ele foi-o com seus tigres.
Já que eu posso, portanto, ser parte do teu sagrado triunfo,
poupa-te e não gastes em mim as tuas forças de vencedor;
contempla os exércitos venturosos do César, teu parente;
por onde alcançou vitórias, os vencidos ele os protege com sua mão.
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 35
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« Eu mesmo, a tua presa mais recente, hei-de padecer da ferida sofrida há
pouco
e suportar no coração cativo novos grilhões.
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 34
pouco
e suportar no coração cativo novos grilhões.
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 34
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Na antecâmara dos Amores
«Mas o que é, afinal, o amor para este homem, versejador fácil e amante confesso e compulsivo? Uma espécie de divertimento? A busca do prazer? O culto reiterado do sexo? Um estranho caldear de emoções e afectos?
E o que significará, para ele, a mulher? O outro parceiro de uma relação a dois? O segundo elemento de uma partilha? O simples objecto do prazer? Um alvo ou uma vítima da perversão masculina? Um mero instrumento da satisfação dos desejos do homem?
E de que se tece a relação a dois, pois que de relação a dois se trata? Da espontaneidade de sentimentos? Da explosão do desejo e dos sentidos? Do engano? Da lealdade? Da traição? De sementes de um projecto? De jogos de sedução? De arranjos tácticos e ocasionais?
E qual o ideal de parceiro na relação amorosa? A mulher? O homem? Com um padrão de beleza? Com um perfil de carácter?»
Introdução Carlos Ascenso André
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 9
E o que significará, para ele, a mulher? O outro parceiro de uma relação a dois? O segundo elemento de uma partilha? O simples objecto do prazer? Um alvo ou uma vítima da perversão masculina? Um mero instrumento da satisfação dos desejos do homem?
E de que se tece a relação a dois, pois que de relação a dois se trata? Da espontaneidade de sentimentos? Da explosão do desejo e dos sentidos? Do engano? Da lealdade? Da traição? De sementes de um projecto? De jogos de sedução? De arranjos tácticos e ocasionais?
E qual o ideal de parceiro na relação amorosa? A mulher? O homem? Com um padrão de beleza? Com um perfil de carácter?»
Introdução Carlos Ascenso André
Ovídio. Amores. Tradução, introdução e notas de Carlos Ascenso André. Livros Cotovia, Lisboa, 2006, p. 9
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