sábado, 31 de julho de 2021
sexta-feira, 30 de julho de 2021
William Shakespeare
- Exposição
Tudo o que eu quero
Artistas Portuguesas de 1900 a 2020
Maria Helena Vieira da Silva, Lourdes Castro, Paula Rego, Ana Vieira, Salette Tavares, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Maria José Oliveira, Fernanda Fragateiro, Sónia Almeida e Grada Kilomba
terça-feira, 27 de julho de 2021
quinta-feira, 22 de julho de 2021
Amália Rodrigues: Erros meus
Em minha perdição se conjuraram
Os erros e a fortuna sobejaram
Que para mim bastava amor somente
Que para mim bastava amor somente
A grande dor das coisas que passaram
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente
A não querer já nunca ser contente
Dei causa a que a fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças
As minhas mal fundadas esperanças
Oh, quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro génio de vingança
Oh, quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro génio de vingança
Amália Rodrigues - Barco Negro
Acordei, tremendo, deitada na areia
Mas logo os teus olhos disseram que não
E o sol penetrou no meu coração
E o sol penetrou no meu coração
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas
São loucas
Que nem chegaste a partir
Pois tudo, em meu redor
Me diz que estás sempre comigo
Eu sei, meu amor
Que nem chegaste a partir
Pois tudo, em meu redor
Me diz que estás sempre comigo
Na água que canta, no fogo mortiço
No calor do leito, nos bancos vazios
Dentro do meu peito, estás sempre comigo
No calor do leito, nos bancos vazios
Dentro do meu peito, estás sempre comigo
Que nem chegaste a partir
Pois tudo, em meu redor
Me diz que estás sempre comigo
Eu sei, meu amor
Que nem chegaste a partir
Pois tudo, em meu redor
Me diz que estás sempre
Comigo
Amália Rodrigues - Não sei porque te foste embora
Não sei por que te foste embora
Só sei que o dia corre e àquela hora
Não sei por que não vens bater-me à porta
Se eu estou ou não para ti já morta
Não sei, não sei nem me interessa
Não me sais é da cabeça
Não sei, não sei o que é isto
E já não gosto e não resisto
Não te quero e penso em ti
Não quero esperar por ti, nem espero
Não quero que me queiras contrafeito
Nem quero que tu saibas que eu te quero
Depois de este meu querer desfeito
Não quero mais encontrar-te
Nem ouvir-te, nem falar-te
Nem sentir o teu calor
Que este amor que não desejas
Só deseja o teu amor
Que este amor que não desejas
Só deseja o teu amor
quarta-feira, 21 de julho de 2021
''função de aparato e de aparência''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 131
''mentalidade milagreira portuguesa''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 130
''burocratismo apoplético do século XX''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 129
« Empiricamente, o povo português é um povo trabalhador e foi durante séculos um povo literalmente morto de trabalho. Mas a classe historicamente privilegiada é herdeira de uma tradição guerreira de não-trabalho a parasitária dessa atroz e maciça «morte de trabalho dos outros.»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 127
''Á medida que recuperamos da pandemia, precisamos transferir mais serviços de saúde mental para a comunidade e garantir que a saúde mental seja incluída na cobertura universal de saúde. OMS Iniciativa Especial para a Saúde Mental (2019-2023). As Nações Unidas estão fortemente comprometidas em criar um mundo em que todos, em qualquer lugar, tenham alguém a quem recorrer para ter apoio psicológico. Apelo aos governos, à sociedade civil, às autoridades de saúde e a outros que reúnam com urgência para abordar a dimensão da saúde mental desta pandemia.”
António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas
«(...) convém que não sejamos vítimas de miragens nem ilusões.»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 126
terça-feira, 20 de julho de 2021
Ninguém conhece que alma tem
Nem o que é o mal nem o que é o bem.
''(...) entregue aos demónios da vontade de poderio''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 114
'' ao fim de um longo périplo de autognose''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 111
segunda-feira, 19 de julho de 2021
''O silêncio é determinante. Não pode haver passagem de campo semiótico para novo campo semiótico sem que haja uma passagem pelo silêncio, pelo vazio... O silêncio tem contornos, tem ritmo e intensidade. Nem todos os silêncios se equivalem. Há silêncios calmos, há silêncios ríspidos... Poderíamos pensar numa retórica do silêncio, que deve ser levada a sério. ''
José Gil
Tudo será construído no silêncio, pela força do silêncio, mas o pilar mais forte da construção será uma palavra. Tão viva e densa como o silêncio e que, nascida no silêncio, ao silêncio conduzirá.
António Ramos Rosa
domingo, 18 de julho de 2021
sábado, 17 de julho de 2021
«a passividade lusa, o gosto malsão da ordem.»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 108
« Só há duas coisas com interesse em Portugal, a paisagem e Orpheu. Tudo o que há no intervalo é palha trilhada e podre que serviu já na Europa e morre entre estas duas atracções de Portugal. Por vezes estraga-se a paisagem pondo lá portugueses. Mas não se pode estragar Orpheu que resiste à prova de Portugal.»
Álvaro de Campos
o banal e agressivo provincianismo patriótico
«Os Lusíadas de outro modo, exacerbando em termos de nova mitologia o banal e agressivo provincianismo patriótico, característico dos pequenos povos e sobretudo dos que conservam a memória impotente de ter sido «grandes»?»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 107
''complexo de inferioridade cultural''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 106
«Tomou-se, por uma dessas aberrações exegéticas que são o lugar comum da nossa crónica desatenção cultural, a ideia pascoaliana da saudade como reflexo de um pendor passeísta, forma insuperável de recusar através dela não apenas o presente como o futuro.»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 101
''obsessões imagísticas''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 97
''corpo-sombra da existência lusíada''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 100
''complexo de inferioridade anímico''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 100
quinta-feira, 15 de julho de 2021
Perturbações do reconhecimento das emoções expressas pela face do outro (Boudouin, Martin, Tiberghien, Verlut et Franck, 2002 )
Perturbações do reconhecimento da identidade do outro (Martin, Baudouin, Tiberghien et Franck, 2005)
Perturbações do tratamento da informação configural: Alegria, Raiva, Desilusão, Tristeza, Neutralidade (Chambon, Baudouin et Franck, 2006)
Perturbações da categorização emocional, Perturbação do reconhecimento da direção do olhar do outro (Vernet, Baudouin et Franck, 2008)
Perturbações dos tratamentos de informações relacionais (Baudouin, Vernet et Franck, 2008)
Perturbações do reconhecimento das próprias emoções (Demily, Baudouin, Weiss & Franck)
''descer aos desvãos mais fundos da sua alma''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 97
quarta-feira, 14 de julho de 2021
segunda-feira, 12 de julho de 2021
«A sociedade do medo e a sociedade do ódio promovem-se mutuamente.»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 21
« No inferno do idêntico deixa de ser possível qualquer desejo do outro.»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 16/7
«Na pornografia, todos os corpos se assemelham. E decompõem-se também em partes corporais idênticas. Despojado de toda a linguagem, o corpo fica reduzido ao sexual, que não conhece outra diferença que não a sexual. O corpo pornográfico deixou de ser cenário, '' teatro sumptuoso'', ''a fabulosa superfície de inscrição dos sonhos e das divindades''. Nada narra. Não seduz. A pornografia leva a efeito uma eliminação na narrativização e da expressão linguística, já não apenas do corpo, mas da comunicação em geral.»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 15/6
« Hoje, a proximidade do outro cede lugar a essa falta de distância que é própria do idêntico. A comunicação global consente somente mais idênticos - ou os outros somente na condição de serem idênticos.»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 14«Heidegger diria que, hoje, o ruído da comunicação, a tempestade digital dos dados e de informações, nos torna surdos ao ressoar calado da verdade e ao seu silencioso poder violento: ''UM RIBOMBAR é/ a própria verdade / que entre as pessoas / surgiu / em pleno/ turbilhão de metáforas.''»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 14
Tyler, the Creator: MANIFESTO
"You need to say something about that"
"You need to say some 'bout Black"
Bitch, suck my
Yeah
She followed your granny, she obeyed master
Did y'all even ask her?
Questions, it's holes in them stories
Is it holes in your blessings? Yeah, I'm bold with the message
I know I ain't got the answer, but I ain't gon' cheerlead with y'all
Just to be a dancer
I'ma groove to my own drums, sunlight in my shadow, baby
Move 'til my soul comes, let them serpents rattle, baby
We ocean deep if you just pour us in a portion of shit
Them people try to twist my view, on some contortionist shit
I had to reevaluate what was important and shit
Finder's keeper's when you creep inside, my mind is madness
If I see peace, I'm like a fiend, uh, gotta have it
Lord, cover me I'm goin' in, walls closin' in
How I'm supposed to be protected when the laws want us in?
Y'all want us dead, just 'cause our skin is the Black type
Teach me everything and be amazed I don't act right
What the fuck?
I'm tappin' the matrix, I'm back and they hated
I'm Black and make 'em pay me capital statements, you dig?
Word on my back, I'm tryna fashion a statement
I ain't no bastard, we the master of the path that we blazin', you dig?
What?
On God now
V12 engine, I'm fishtailing on some sloppy shit
Internet ringin', no lyrics up, like I hide this shit
What's your address? I could probably send you a copy, bitch
I was cancelled before cancelled was with Twitter fingers
Protestin' outside my shows, I gave them the middle finger
I was a teener, tweetin' Selena crazy shit, didn't want to offend her
Apologize when I seen her, back when I was tryna fuck Bieber, just in
I say with my chest out, you say with your chest in, nigga (say it with your chest, nigga)
Black bodies hanging from trees, I cannot make sense of this
Hit some protests and retweeted positive messages
Donated some funds, then I went and copped me a necklace
I'm probably a coon, your standards based on this evidence
Am I doing enough or not doing enough?
I'm tryna run with the baton, but see, my shoe's in the mud
I feel like, anything I say, dog, I'm screwin' shit up (Sorry)
So I just tell these Black babies, they should do what they want
Freedom, need 'em
My niggas, seen 'em
Free 'em
Don't fuck with the law, like damn, Gina
So calm the fuck down before we duck rounds
And fire balls that make your family have to duck the fuck down
We frontline, we got the mazel tov that we can chuck now
'Cause anytime we movin' up, it's like a "what the fuck?" now
They playin' games, we strappin' up, we cock and aim
We aim to shoot, we shoot to claim what we need
We done with pain and the grieving
Niggas is done with the peace
Whether it's personal or for the whole of niggas, indeed
I might not have dreadlocks, I might have these gold teeth
But I'm a nigga like you, and you's a nigga like me
So let's be niggas together, and let's be niggas with plans
But put this plastic on first, 'cause shit is hittin' the fan, Scott
You know, with the T.I. lean
Y'all fake mad
Catch up, niggas
Gettin' y'all identity, huh? (Gangsta Grillz)
Go get a fuckin' hobby, shit
Ain't nobody perfect
Well, at least y'all ain't
Compositores: Dominique Marquis Cole / Tyler Gregory Okonma
Descrição
Artista: Tyler, the Creator
Álbum: Call Me If You Get Lost
Data de lançamento: 2021
«Os meios sociais representam um grau zero do social.»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 10
O terror do idêntico
«O terror do idêntico atinge hoje todas as áreas vitais. Viajamos por toda a parte sem ter experiência alguma. Ficamos ao corrente de tudo sem adquirir com isso conhecimento algum. Buscamos ansiosamente vivências e estímulos com os quais, todavia, cada um continua, sempre idêntico a si mesmo.»
Byung-Chul Han. A Expulsão do Outro. Tradução de Miguel Serras Pereira. Editora. Relógio D'Água, 2018, Lisboa., p. 10
sábado, 10 de julho de 2021
inconfessáveis angústias
Sophia – Carta A Ruben A.
Que tenhas morrido é ainda uma notícia
Desencontrada e longínqua e não a entendo bem
Quando — pela última vez — bateste à porta da casa e te
[sentaste à mesa
Trazias contigo como sempre alvoroço e início
Tudo se passou em planos e projectos
E ninguém poderia pensar em despedida
Mas sempre trouxeste contigo o desconexo
De um viver que nos funda e nos renega
— Poderei procurar o reencontro verso a verso
E buscar — como oferta — a infância antiga
A casa enorme vermelha e desmedida
Com seus átrios de pasmo e ressonância
O mundo dos adultos nos cercava
E dos jardins subia a transbordância
De rododendros délias e camélias
De frutos roseirais musgos e tílias
As tílias eram como catedrais
Percorridas por brisas vagabundas
As rosas eram vermelhas e profundas
E o mar quebrava ao longe entre os pinhais
Morangos e muguet e cerejeiras
Enormes ramos batendo nas janelas
Havia o vaguear tardes inteiras
E a mão roçando pelas folhas de heras
Havia o ar brilhante e perfumado
Saturado de apelos e de esperas
Desgarrada era a voz das primaveras
Buscarei como oferta a infância antiga
Que mesmo tão distante e tão perdida
Guarda em si a semente que renasce
Junho de 1976
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner , Obra Poética II
Sophia de Mello Breyner Andresen (Porto, 06/11/1919 – Lisboa, 02/07/2004)
Poetisa, contista, autora de literatura infantil e tradutora, a 1.ª mulher portuguesa a receber o Prémio Camões (1999)
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« Cada escritor consciente da nova era escreverá, como Fichte, o seu pessoal discurso à sua nação, cada um se sentirá profeta ou mesmo messias de destinos pátrios, vividos e concebidos como revelação, manifestação e culto das respectivas almas nacionais.»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 83«Os Portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo. A reserva e a modéstia que parecem constituir a nossa segunda natureza escondem na maioria de nós uma vontade de exibição que toca as raias da paranóia, exibição trágica, não aquela desinibida, que é característica de sociedades em que o abismo entre o que se é e o que se deve parecer não atinge o grau patológico que existe entre nós.»
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 77
''O anedotário pátrio''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 76
''«idilismo» da nossa imagem''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 77
''voluntarismo desorbitado''
Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Editora Gradiva. Lisboa, 2020., p. 71