“Sabes, gosto desta conversa de alcova. Então, quando está a chover, não há nada como uma tarde assim, uma tarde cúmplice da vida, de humor perro, tarde entreolhada, sono de pouco logo a seguir ao orgasmo, sono vizinho da eternidade, pressentimentos que batem à porta, não faz mal, genuflexório expurgado de falsa religião, a nossa religião do amor, crença, uma crença grávida, bêbeda, de chá a ferver, biológica, prenha, de um para o outro. Achas que eu não gosto de ti? Só se vive pelo amor ou pelo dinheiro, mesmo quando se mata por ódio, a morte é por amor, outros matam por questões de dinheiro, de águas, de rixas de família”.
Ruben A.
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