sábado, 4 de fevereiro de 2017

isolamento psíquico

“mutação antropológica” da sensibilidade


 El Alma del Trabajo: desde lá alienación a la autonomia (A alma do trabalho: da alienação à autonomia), Generación post-alfa. Patologías e imaginarios en el semiocapitalismo (Geração pós-alfa. Patologias e imaginários no semiocapitalismo), Héroes: asesinato de masa y suicidio (Heróis: assassinato de massa e suicídio) e Fenomenología del fin (Fenomenologia do fim)

tecnófobo

ethos neoliberal

''Uma das metáforas mais potentes – e de maior ressonância até nossos dias – no imaginário de Pier Paolo Pasolini é a de “mutação antropológica”. Trata-se de uma expressão que o cineasta, escritor e poeta italiano utilizava para ilustrar os efeitos psicossociais produzidos pela transição de uma economia de origem agrária e industrial para outra, de corte capitalista e transnacional.
Durante os anos 1970, Pasolini identificou, em seus livros Escritos Corsários e Cartas Luteranas, uma verdadeira transmutação nas sensibilidades de amplos setores da sociedade italiana, em consequência do “novo fascismo” imposto pela globalização. Acreditava que esse processo estava criando – fundamentalmente por meio do influxo semiótico da publicidade e da televisão – uma nova “espécie” de jovens burgueses, que chamou de “os sem futuro”: jovens com uma acentuada “tendência à infelicidade”, com pouca ou nenhuma raiz cultural ou territorial, e que estavam assimilando, sem muita distinção de classe, os valores, a estética e o estilo de vida promovidos pelos novos “tempos do consumo”.''
Ver aqui

suicidalidade

pensamentos suicidas ou ideação suicida

Sindrome de Capgras

“É um quadro delirante raro em que o paciente acredita que uma pessoa, em geral de quem é próximo, foi trocada por um exacto duplo (sósia)”

Capgras & Reboul-Lachaux, 1923
incompreensibilidade da vivência

ciúme delirante

delírios somatoformes

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017


Estou a exigir muito de si? Quem lhe há-de exigir muito senão os seus amigos? Eles receberam o encargo de o não deixar amolecer e, pela minha parte, tenha você a certeza de que o hei-de cumprir. Você há-de dar tudo o que puder, e mesmo, e sobretudo, o que não puder; porque só há homem, quando se faz o impossível; o possível todos os bichos fazem. Quando você saltar e saltar bem, eu direi sempre: agora mais alto! Que me importa que você caia. O que é preciso é que você se levante. Os fracos vieram só para cair, mas os fortes vieram para esse tremendo exercício: cair e levantar-se; sorrindo. Já sei que muitas vezes se há-de revoltar contra mim e desejar que eu fosse menos duro e lhe desse uns momentos de repouso; mas do repouso faria você férias e das férias uma vida de gato. Eis o que nunca lhe consentirei. O que é bonito e bom é a vida de cão. O que você vai tirar, se for grande, de roer ossos, e levar pontapés e beber água das valetas! 


Pode ser que, porém, você se revele cão de luxo; são bichos bastante antipáticos para mim, mas não é por isso que lhes farei mal; pelo contrário. Só maltrato os amigos. Para cãezinhos de pêlo encaracolado e patinhas que mal aguentam o corpo tenho um fornecimento de almofadas, pires de leite, bolacha macia, perfumes, pentes finos, e nojo. Um fornecimento inesgotável e que você utilizará quando quiser. Posso juntar-lhe também um pouco de piedade, porque no fundo os cães nem têm mérito nem têm culpa. E ainda uma certa pena por ter dado conselhos de força e de altura a quem era fraco e baixo; mas não me parece ter perdido tempo: se os conselhos não servirem a você, a mim serviram; que bem preciso deles, e ninguém mos dá. 


Agostinho da Silva, in 'Sete Cartas a um Jovem Filósofo'

«Loving you is hard, being here is harder.»

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Síndrome do Homem-Árvore

"Um homem perguntou ao senhor K. se havia um deus ou não. O senhor K. disse: Aconselho-te a reflectir sobre se o teu comportamento se iria alterar conforme a resposta a esta pergunta. Se não se alterasse, podemos pôr a pergunta de lado. Se se alterasse, então posso pelo menos dar-te ainda uma ajuda, na medida em que te digo que já te decidiste: tu tens necessidade de um deus."

-"Histórias do Senhor Keuner"
- Bertolt Brecht


“To think too much is a disease.”

Fyodor Dostoyevsky 

domingo, 29 de janeiro de 2017

Narrative portrait photography by Sean Mundy



« TERCEIRA MULHER
vai pescar todos os dias e a única coisa que conseguiu
trazer foi uma tal Sr.ª Samuels

PRIMEIRA MULHER
que já estava na água há uma semana.

SEGUNDA MULHER
E olhem lá a mulher do Ocky Milkman que nunca ninguém viu.

PRIMEIRA MULHER
ele guarda-a no armário com as garrafas vazias

TERCEIRA MULHER
e pensam só no Dai Bread com duas mulheres

SEGUNDA MULHER
uma para de dia outra para de noite.

QUARTA MULHER
Os homens são umas bestas pela calada.»



Dylan Thomas. Sob o Bosque de Leite. Teatro. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lda, Lisboa., p. 1992., p. 60

passarada

Breath, 1976 (Wincenty Dunikowski-Duniko)




Boy, look at you looking at me
I know you know how I feel
Loving you is hard, being here is harder
You take the wheel
I don't wanna do this anymore, it's so surreal
I can't survive if this is all that's real

All I wanna do is get high by the beach
Get high by the beach, get high
All I wanna do is get by by the beach
Get by baby, baby, bye bye
The truth is I never bought into your bullshit
When you would pay tribute to me
Cause I know that
All I wanted to do was get high by the beach
Get high baby, baby, bye bye

Boy, look at you looking at me
I know you don't understand
You could be a bad motherfucker
But that don't make you a man
Now you're just another one of my problems
Because you got out of hand
We won't survive, we're sinking into the sand

All I wanna do is get high by the beach
Get high by the beach, get high
All I wanna do is get by by the beach
Get by baby, baby, bye bye
The truth is I never bought into your bullshit
When you would pay tribute to me
Cause I know that
All I wanted to do was get high by the beach
Get high baby, baby, bye bye

Lights, camera, acción
I'll do it on my own
Don't need your money, money
To get me what I want
Lights, camera, acción
I'll do it on my own
Don't need your money, money
To get me what I want

All I wanna do is get high by the beach
Get high by the beach, get high
All I wanna do is get by by the beach
Get by baby, baby, bye bye
The truth is I never bought into your bullshit
When you would pay tribute to me
Cause I know that
All I wanted to do was get high by the beach
Get high baby, baby, bye bye

High-igh-igh-igh-igh-igh-igh-igh-igh
High-igh-igh-igh-igh-igh
High-igh-igh-igh-igh-igh-igh
High-igh-igh-igh-igh-igh-igh-igh

Anyone can start again
Not through love but through revenge
Through the fire, we're born again
Peace by vengeance
Brings the end

« sai-da-cama-Polly-cabeça-de-sono-põe-a-chaleira-ao-lume»


Dylan Thomas. Sob o Bosque de Leite. Teatro. Tradução de Nuno Vidal. Edições Cotovia, Lda, Lisboa., p. 1992., p. 38

egomaníaco



«Assim te amo sem lágrimas.»

António Osório. Por Eduardo Lourenço. Colecção Poetas. Editorial Presença., p. 52

ELEGIA PARA ANA ACHMATOVA

Foi em 5 de Março, quase no fim deste Inverno.
Com outra luz gostaria de ter entregue o corpo.

Nevoeiro que nos montes se rasgava. despeda-
çado pelas árvores mais altas, herdara de Emily
Dickinson o deslumbrante hálito sonâmbulo e
de Safo o voo apaixonado.

Safo, Emily Dickinson - duas vezes morta.


António Osório. Por Eduardo Lourenço. Colecção Poetas. Editorial Presença., p. 51

« o rio dos mortos que não morrem »

LUCIDEZ amarga

«esperança em forma de ironia.»

«selva selvaggia»


post-Pessoa

''magoados dias''


                                «, eu resistia
para que ninguém esmagasse a minha alma.»



João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 137

''violinos presos na garganta''


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 133

«Já me basta dizer que a noite dorme
como um frio travesseiro e a meu lado.»


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 128

«Já me basta dizer que a noite é ácida,»



João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 128

«Sempre a si me puxa a noite poderosa.»

HOLDERLIN

“ditadura da felicidade”

sábado, 28 de janeiro de 2017


« O outono (a dor) renascerá em asas cegas, »


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 120

''lume fértil''


«No lamaçal do mundo onde se roja
o rol das intempéries, sevícias, exílios, opressões
- quantos anos tem a dor?
E quanta dessa dor - cumprida e rasa -
se acolhe ao sossegar do puro nada?»


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 118

''crua e ácida tristeza''


João Rui de SousaEnquanto a Noite, a Folhagem. Tertúlia Poética/Clube dos Poetas Vivos. 1ª Edição, 1991., p. 114
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