segunda-feira, 16 de novembro de 2015
«SIGLA: Não há nada pior do que enganar a memória. E tu fazes por isso, Nina.
(...)
SIGLA: Enches buracos.
(...)
SIGLA: Cruzas...Inventas enredos, os tais enredos. E depois saem fantasmas.
(...)
SIGLA: Fantasmas...escreve aí, anda! Eu para ti passo a vida a carregar os fantasmas que tu inventaste.»
José Cardoso Pires. Corpo-Delito na Sala de Espelhos. Publicações Dom Quixote, Porto, 1ª ed, 1980., p 58
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MATAR O TEMPO
José Cardoso Pires. Corpo-Delito na Sala de Espelhos. Publicações Dom Quixote, Porto, 1ª ed, 1980., p 54
''em pinceladas negras imita lágrimas de rímel''
José Cardoso Pires. Corpo-Delito na Sala de Espelhos. Publicações Dom Quixote, Porto, 1ª ed, 1980., p 49
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«(...) À força de guardarmos o sono dos outros acabamos por perder o nosso.
TRALÁLÁ: O nosso, vírgula! Eu cá, graças a Deus, durmo que nem uma pedra!»
José Cardoso Pires. Corpo-Delito na Sala de Espelhos. Publicações Dom Quixote, Porto, 1ª ed, 1980., p 47
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« TRALÁLÁ: Com sabidonas é que eu me entendo.»
José Cardoso Pires. Corpo-Delito na Sala de Espelhos. Publicações Dom Quixote, Porto, 1ª ed, 1980., p 44
José Cardoso Pires. Corpo-Delito na Sala de Espelhos. Publicações Dom Quixote, Porto, 1ª ed, 1980., p 44
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domingo, 15 de novembro de 2015
"Outrora o relógioa tocava nas asas das borboletas e o fecundo pó depositava-se-me na boca. O tempo, em Cuma, tem sabor a saliva. Há quem espere por nós para morrer docemente entre as silvas, a camisa branca manchada de um mosto acre, enquanto as abelhas zumbem em torno dos cachos de amoras, embaciando-os. Pedi boleia na estrada que vai de Cuma para onde."
-"Quem da Pátria Sai a Si Mesmo Escapa?"
- Rui Nunes
-"Quem da Pátria Sai a Si Mesmo Escapa?"
- Rui Nunes
"Não passe este prospecto sem o ter lido todo.
Não passe uma porta se encontrar alguém que chora do outro lado.
Observe bem antes que o acusem de homicídio,
que uma sombra urgente o abrace sem mágoa, o
confunda com outro,
lhe faça sinais e convide para a cama...
Não passe uma porta se encontrar alguém que chora do outro lado.
Observe bem antes que o acusem de homicídio,
que uma sombra urgente o abrace sem mágoa, o
confunda com outro,
lhe faça sinais e convide para a cama...
Portanto, leia em pormenor o papel; depois vêm-nos
reclamar e não estamos, compreenderá, para isso.
reclamar e não estamos, compreenderá, para isso.
Se lhe surgir alguma dúvida,
se lhe vier de repente um sorriso aos lábios ou pensar que lhe mentem,
rasgue o papel em mil pedaços, não se preocupe, há perdão
para o furtivo,
não constará no expediente, continue.
se lhe vier de repente um sorriso aos lábios ou pensar que lhe mentem,
rasgue o papel em mil pedaços, não se preocupe, há perdão
para o furtivo,
não constará no expediente, continue.
Momentos há em que rasgados os papéis mais fácil é.
mais bela é a leitura:
reconhece-se antes a palavra seguinte,
pronuncia-se com facilidade e verso e deixam de notar-se
as lentas torções do decassílabo.
mais bela é a leitura:
reconhece-se antes a palavra seguinte,
pronuncia-se com facilidade e verso e deixam de notar-se
as lentas torções do decassílabo.
Ao fundo, na expressão:
não se esqueça de apagar o cigarro, abir a alma,
murmurar à sua sombra algum silêncio:
apagar a luz, sentir entre os lençóis
o livro a fechar-se, ouvir as boas noites."
não se esqueça de apagar o cigarro, abir a alma,
murmurar à sua sombra algum silêncio:
apagar a luz, sentir entre os lençóis
o livro a fechar-se, ouvir as boas noites."
- Jesús Urceloy
-"Poesia Espanhola, Anos 90"
«Os perfumes na sombra têm uma voz de aparição.»
António Patrício. Teatro Completo. Assírio & Alvim. Lisboa, 1982., p. 77
«O luar bate nos poiais de pedra»
António Patrício. Teatro Completo. Assírio & Alvim. Lisboa, 1982., p. 76
«Queria dormir, dormir dias sem conto.»
António Patrício. Teatro Completo. Assírio & Alvim. Lisboa, 1982., p. 64
''pode morrer tudo aos poucos''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 191
«Não são noites, são rios
de suor na almofada.
O mais está parado.
É uma ausência da alma.
Não são noites, são horas
hora a hora empurradas.
O mais está parado.
É uma ausência de lágrimas.
1964»
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 160
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Fernando Assis Pacheco
''Doías-me nos olhos,''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 186
''coisa rúim de cinza e névoa e cinza''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 133
''nem sou sequer quem muda mas um outro''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 123
'' o mal de muita gente é que anda aos gritos''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 120
sábado, 14 de novembro de 2015
"Quem quer que se decida a falar da estupidez corre hoje o risco de ser insultado: podem acusá-lo de pretensiosismo ou de querer perturbar o curso da evolução histórica.
Eu próprio escrevi já há alguns anos:«Se a estupidez não se assemelhasse, a ponto de se confundir, com o progreso, o talento, a esperança ou o aperfeiçoamento, ninguém desejaria ser estúpido.» Isso foi em 1931; e não há quem se atreva a negar que o mundo conheceu, desde então, inúmeros progressos e aperfeiçoamentos! Assim tornou-se pouco a pouco impossível adiar a questão:«O que é. exactamente a estupidez?»"
-"Da Estupidez"
- Robert Musil
Eu próprio escrevi já há alguns anos:«Se a estupidez não se assemelhasse, a ponto de se confundir, com o progreso, o talento, a esperança ou o aperfeiçoamento, ninguém desejaria ser estúpido.» Isso foi em 1931; e não há quem se atreva a negar que o mundo conheceu, desde então, inúmeros progressos e aperfeiçoamentos! Assim tornou-se pouco a pouco impossível adiar a questão:«O que é. exactamente a estupidez?»"
-"Da Estupidez"
- Robert Musil
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