«nós éramos e somos
gente insignificante»
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 200
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domingo, 15 de novembro de 2015
''pode morrer tudo aos poucos''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 191
«Não são noites, são rios
de suor na almofada.
O mais está parado.
É uma ausência da alma.
Não são noites, são horas
hora a hora empurradas.
O mais está parado.
É uma ausência de lágrimas.
1964»
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 160
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''Doías-me nos olhos,''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 186
''coisa rúim de cinza e névoa e cinza''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 133
''nem sou sequer quem muda mas um outro''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 123
'' o mal de muita gente é que anda aos gritos''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 120
sábado, 14 de novembro de 2015
9
não pude amar mais nada
não pude mais ninguém
e mesmo que te minta
é o contrário disso
e mesmo que te minta
é a verdade seca
posta ali às avessas;
não pude amar mais claro
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 110
não pude mais ninguém
e mesmo que te minta
é o contrário disso
e mesmo que te minta
é a verdade seca
posta ali às avessas;
não pude amar mais claro
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 110
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sexta-feira, 13 de novembro de 2015
''dores de Ausência''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 94
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ISSO, A WALTER
E vivo que me queres - matarás-me
se vivo te disser que me vi morto?
O cano da pistola tenta um vivo.
Assim eu só voltei para contar-te
que entre o vivo e o morto arrefeceu
aquilo que tu chamas céu da boca,
chão da morte no vivo, terrapleno
disposto para a casa duma bala.
Tu vivo me querias? Porém morto
venho de merda, sangue, frio, pó,
que é a vida que fica dessa morte
na pistola arrependida, na pistola.
Cala já. Não perguntes. Tenho medo
que ao som da tua voz acabe a minha.
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 69
''breves lágrimas inúteis na almofada''
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 69
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domingo, 8 de novembro de 2015
«O único sítio de paz foi cavado anteontem. Entra-se por um lado, caga-se e sai-se pelo outro.»
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 50
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«Eu sou uma brevíssima pátria de pés esfolados.»
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 50
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6
As bombas - e tu se calhar crês que não - explodiam na mesa de cabeceira. Literalmente. Explodiam às três e às quatro. Morri numa sexta-feira, uma quinta, no dia seguinte davam-se massas ao faxina para recolher tudo para o balde - ossos, tripas, tudo.
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 49
«Dei-vos então o poder
de pisardes serpentes,»
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 44/5
de pisardes serpentes,»
Fernando Assis Pacheco. A Musa Irregular. Edições Asa. Lisboa, 1991., p. 44/5
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