sábado, 17 de outubro de 2015

Natalia LL, Mirror, 1964, black and white photograph on photographic paper, courtesy the artist and lokal_30


«Eu quero criar na alma dele o sentimento da felicidade.»

Henrik IbsenPeças escolhidas 1. Quando nós, os mortos, despertamos. Edições Cotovia, Lda, Lisboa, 2006., p. 178

«EYOLF   Diga-me, Tia, a Tia não acha que ela tem um nome estranho, a mulher dos ratos?
ASTA         As pessoas chamam-lhe assim porque ela anda pelos campos e pelas praias a expulsar os ratos.
ALLMERS    Acho que o verdadeiro nome dela é Sra. Lupus.
EYLOF          Lupus é lobo em latim!»


Henrik IbsenPeças escolhidas 1. Quando nós, os mortos, despertamos. Edições Cotovia, Lda, Lisboa, 2006., p. 169

«GIOVANNA (compreende que dormira apoiada no vizinho - '' I'm so sorry.'' (Com um sorriso doce, entre a afirmação e a interrogação.) ''You were not here when I fell asleep..''

JEAN (mentindo) - ''And you were not so close to me when I  fell asleep myself. It's amazing. We met in dreams befores we spoke to each other.''


José Morais. A beleza e a felicidade. Fantasia Científica. Campo das Letras, Porto, 2003., p. 20


«A mão da mulher, branca, de unhas polidas e dedos longos, quase roça a do homem. Ele consegue, sem a acordar, que as suas mãos se toquem. (Plano americano dos dois.) O contacto fá-la estremecer, mas ela não se afasta. Pelo contrário, aperta-se mais contra ele.»



José Morais. A beleza e a felicidade. Fantasia Científica. Campo das Letras, Porto, 2003., p. 19

Natalia LL, Post-consumer Art, 1975, colour photograph on paper, 50.5 x 60.5 cm, the collection of the Museum of Contemporary Art in Krakow (MOCAK)



«Todas as coisas são um centauro. Se assim não fosse o mundo apodreceria, estéril e inerte.»

Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 278
«O espírito é uma ave carnívora que jamais cessa de ter fome, que devora a carne e a faz desaparecer, assimilando-a.»

Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 277

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

''justificas-te choramingando''

« - Cheguei ao fim e no fim de cada caminho encontrei sempre o abismo.»

Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 261

Romy Schneider in Boccaccio 70


''haustos primaveris''

«Deus é um estremecimento; uma doce lágrima.»


Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 255

inane


1. que não contém nada no interior; vazio; oco
2. figurado vão; baldado
3. figurado fútil

iluminações nocturnas


«Passam fome e nunca comem até à saciedade (...)»

Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 253
«Espasmo, ou esperma? Gozo, ou juízo? Os meus segredos, ou a nossa ciência colectiva?»

José Morais. A beleza e a felicidade. Fantasia Científica. Campo das Letras, Porto, 2003., p. 13

desobediência exemplar

«Uma história é apenas a máscara de outra história, portanto a máscara de outra máscara. O homem retira a sua máscara. Outra máscara aparece por baixo da primeira.»

José Morais.

pertinácia

«Esta garganta sem árvores (...)


Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 249

"Soube, então, Margarida, que não te podia escrever mas jurei enterrar as minhas cartas junto à raiz das roseiras porque «pelas raízes das roseiras», segundo um do segredos de Alice, «passa o mensageiro»."

-"Na Casa de Julho e Agosto"
- Maria Gabriela Llansol

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

(...)

«condena os nossos pés, esmaga-nos, acaba.»


Pedro TamenRetábulo das Matérias (1956-2001). Gótica, 2000, Lisboa., p. 115

«                                               É nas unhas mais sujas
que o espelho nos reflecte e nos abate o medo.»


Pedro TamenRetábulo das Matérias (1956-2001). Gótica, 2000, Lisboa., p. 113

«(...)
no verde-mar dos dedos,
na loucura dos medos,
na perfeição do ramo está a pedra.»

Pedro TamenRetábulo das Matérias (1956-2001). Gótica, 2000, Lisboa., p. 96

I

Agora muitos montes; e o rio
se levanta e corre nos intervalos
dos gestos. Saber sentir o frio
de todos os ribeiros é amá-los.

Agora é ir correndo os dedos
pela pele; abrir o peito
a todos os cuidados e segredos,
amar-me já refeito.

Agora perder tudo; ter aberta 
a carne de aventura naufragada.
Agora receber e estar alerta,

agora ter razão na mão molhada.
Agora desnudar a lama certa
e esperar vê-la escorrida e bafejada.


Pedro TamenRetábulo das Matérias (1956-2001). Gótica, 2000, Lisboa., p. 95

«Não há montanhas se não há palavras.»


Pedro TamenRetábulo das Matérias (1956-2001). Gótica, 2000, Lisboa., p. 83
[Eu creio que esta mulher dormiu descoberta
Num dia em que nevava.
Uma escama de neve escorregou-lhe para a boca
E assim no seu seio foi concebido o menino.]


[Toma cuidado, então, senhora, porque se sabe
Que, nascido o menino, quando o sol lhe der
Se voltará em líquido.]

(De um mistério medieval inglês)

''mar que nós sujámos''


Pedro TamenRetábulo das Matérias (1956-2001). Gótica, 2000, Lisboa., p. 65

Rosal

Fotograma do filme ''Young couple'', projecto ''An impossible wardrobe for the invisible'' (2011) LARA TORRES



«  GARRETT
(...) Já nos conhecemos da embaixada. Estava de verde e com fitas pretas no cabelo. Também nos pulsos tinha fitas pretas. ''A que veste de verde com a sua beleza se atreve'', pensei eu.

AMORIM
Quem são?

GARRETT
Ele, não sei. Ela não me é desconhecida. Uma mulher bonita nunca é uma desconhecida.»



Agustina Bessa-LuísGarret O Eremita Do Chiado. Guimarães Editores, 1998, Lisboa., p. 103
«MARIA
Não me trate por filha do coração nem por adorada filha da minha alma. São mimos a mais que me parecem humilhações.

GARRETT
Porquê, Maria? Que posso fazer se quando tosses é a mim que me dói o peito?

MARIA
Não gosto de tanto amor. Ele esconde arrependimento.»


Agustina Bessa-LuísGarret O Eremita Do Chiado. Guimarães Editores, 1998, Lisboa., p. 87
«Eu não me levo muito a sério. É a melhor maneira de viver.
Aquele que se leva a sério está sempre numa situação de inferioridade perante a vida.»


Agustina Bessa-Luís

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

terça-feira, 13 de outubro de 2015

|| pensamentos ||


"Quando surge um verdadeiro génio, reconhecêmo-lo por este sinal: os imbecis congregam-se todos contra ele."
"Ninguém deve ter vergonha de dizer que errou; é uma forma de dizer que nos tornámos mais sábios do que eramos antes"
"Somos suficientemente religiosos para nos odiarmos, mas não o suficiente para nos amarmos uns aos outros."

-"Pensamentos"
- Jonathan Swift

«O ar cheirava a frutos apodrecidos, a incenso e a suor humano, pesado, repugnante.»



Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 243

«Há muitas inquietações que te consomem, és muito exigente, fazes muitas perguntas, torturas o coração.»

Nikos Kazantzakis. Carta a Greco. Trad. Armando Pereira da Silva e Armando da Silva Carvalho. Editora Ulisseia, Lisboa, p. 242

segunda-feira, 12 de outubro de 2015


«RUBEK   Não fazes a menor ideia de como funciona a cabeça de um artista.
MAJA         Não sei como funciona a minha própria cabeça.
RUBEK  (continua imperturbável)   Nós, artistas, vivemos num ritmo, Maja...Por exemplo: vivi toda uma existência nos poucos anos em que tu e eu nos conhecemos. Descobri que não encontro felicidade no prazer ocioso. Para mim - e para os da minha espécie - a vida não é isso. Eu devo trabalhar e criar uma obra e depois outra - até ao fim da minha morte. (Procurando a melhor forma:) É por isso que já não posso continuar contigo, Maja...Já não só contigo.»


Henrik IbsenPeças escolhidas 1. Quando nós, os mortos, despertamos. Edições Cotovia, Lda, Lisboa, 2006., p. 46

«                                                                   SOTO MAIOR
Este homem é capaz de fazer chorar as pedras.»


Agustina Bessa-LuísGarret O Eremita Do Chiado. Guimarães Editores, 1998, Lisboa., p. 75


«(...) Levo a maior parte da vida no meu quarto, de roupão e chinelas de moiro, deitado no sofá, lendo pouco mas folheando muitos livros velhos.

AMORIM
 É um bom retrato. Nem precisa de retoques. Garretismo puro.»


Agustina Bessa-LuísGarret O Eremita Do Chiado. Guimarães Editores, 1998, Lisboa., p. 74/5

«DEPUTADO
Está a ser incoerente.

SOTO MAIOR
Os homens apaixonados são incoerentes.

BORJACA
E ridículos. Eu, quando namorava a minha senhora, fartei-me de ser ridículo e não me importava.»

Agustina Bessa-LuísGarret O Eremita Do Chiado. Guimarães Editores, 1998, Lisboa., p. 73
«Às vezes os escritores escondem-se nas confissões doutro sexo para dizer as verdades mais dolorosas.»


Agustina Bessa-LuísGarret O Eremita Do Chiado. Guimarães Editores, 1998, Lisboa., p. 72
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