domingo, 27 de junho de 2021


 Le Destin de madame Yuki (雪夫人絵図, Yuki fujin ezu) est un film japonais de Kenji Mizoguchi sorti en 1950.


«Pactuam as estrelas com larvas e minérios
E rendo a alma à hora própria dos sortilégios.
Um afã de prenúncios voa em redor das lâmpadas,
As brasas dão sinais e queimo as ervas santas.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 276

« De febre o ar se turva.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 276

«Apresto-me aos feitiços e abro os lençóis ao luar.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 276

Mimosa pudica

 dormideira, sensitiva, dorme-dorme ou não-me-toques


Yuki Fujin Ezu (1950)
Actress Yoshiko Kuga 

« És a profundidade onde as coisas não mudam.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 275

« Vagos e rodeados de abismos caminhamos
Indefinidamente sem sair de onde estamos .
Nada se vê. Só se ouve rangente a escuridão.
Sufocados os olhos. É interna a visão.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 274

''lume insone''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 274

''Ladram perdidamente as cadelas da deusa.''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 274

Hécate, Deusa dos Encantamentos

«Sonho? Ou sonhada me sinto?»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 273

1950, actress Yoshiko Kuga. Photography Shotaro Akiyama.


 

(...)

«Alta e branca. Artemisa entra no mar e desata
A trança. Boiam na água seus cabelos de prata;
E a sombra num odor branco por jasmins a brotar
Escorre para os brilhos silenciosos do mar.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 272

 NO TEMPLO DE FLORBELA-DIANA,

          A CASTRADORA


À noite, em erma torre, um tigre aos pés,
Penteia-se Florbela. Ardentes velas
Citam-lhe a alma gémea do maltês
Coberta da poeira das estrelas.

O templo a chama. Venérea e mediúnica
Vai ao serviço em que a tem a lua:
Corça da deusa que lhe pede a túnica,
O luar a descasca e fica nua.

Sua carne de murta langorosa 
Espalha na noite espasmos perfumados.
Nessa nuvem lunática e cheirosa
Castram-se efebos em eiras e montados.

E da mutilação, sangrando a oferenda,
Levam-na, castos, ao templo de Diana
Onde em veados os transforma a lenda
De Florbela, a Artemisa alentejana.


Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 271

 

némesis

né.me.sis
nɛməˈziʃ
nome feminino
1.
MITOLOGIA [com maiúscula] na mitologia dos antigos gregos, a deusa da vingança, responsável pela punição dos homens que desafiam os deuses tentando escapar ao seu destino
2.
figurado pessoa ou coisa que causa a desgraça ou a perdição de alguém
3.
figurado adversário difícil de vencerarqui-inimigo
4.
figurado vingançaretaliação

sábado, 26 de junho de 2021

Frágil

«O lótus é o umbigo
Do mistério pai e mãe dos deuses.»


Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 270

 ''JÁ NÃO SEI SE É PAÍS

SE É ORFANATO''


Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 229

consuetudinário

''Rosa feminil''

Horto feminino

cavalheirescamente

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Violência afectiva


                                             Pedro Gomes de Almeida, da série Entre as margens do Ser

domingo, 20 de junho de 2021

IDLES - SODIUM



I feel like I understand
How it feels to kill a man
Surefire I retire your plans
Tastes like metal

Tendon piercing like a dog
Elbow teeth crack feels like God
Shake your moneymaker
Tastes like metal

Kni-kni-kni-kni-knives out
I'm flying
I'm flying
I'm flying

They say fame is a hell of a drug
Until they peel the wings off a dove
It's a losing streak I'm on
Tastes like metal

Hear the bells, they ring for you
You can run but I'll run too
Dark light shine bright like a blood sheen
Tastes like metal

Kni-kni-kni-kni-knives out
I'm flying
I'm flying
I'm flying
I'm flying
I'm flying
I'm flying

Delusional mood

Anestesia afectiva

Tratamento moral: obediência às normas

 História da Psiquiatria

Katrien De Blauwer calls herself a "photographer without a camera".






 

Fenómeno

Segundo Kant (1724-1804), tudo o que é objeto da experiência sensível, logo, captado pelo sujeito através do espaço e do tempo e percebido por meio das categorias inatas do intelecto (por oposição ao númeno)

A loucura é um fenómeno tipicamente humano

 Jaspers, 1979

sábado, 19 de junho de 2021

''leito de anémonas''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 269

''No tempo imóvel de uma morte imensa.''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 266

''Para o luto sempre pronta''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 262

 «Vergam-se ao sono as rosas. Os amantes

Passeiam no jardim com pés de prata.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 260


 

''Com magnólias nos olhos.''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 258

''Levar-vos para sombras frias;''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 251

«Do breve povo das rosas -,
Adejais de beijo em beijo
Já que para gerar assombros
Vicejam as folhas verdes
Que vos farfalham nos ombros.»


Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 251

''Só na ilusão ilesos,''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 257

C.Tangana - LO▼E'S

                                                                   
                                                                       
 
                                                                Rocío Aguirre, fotógrafa Chilena
 

''Vem das estrelas o sangue que nos guia''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 245

''nudez viciosa''

«Em conclusão: onde o maior partido
É o do ócio que causa inveja à lesma,
Ganhe quem ganhe, só muda de vestido
O génio de deixar tudo na mesma.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 232
« O PSD chorando o pai extinto
No Choupal crê achar líder de estalo;
Afinal só trocou pinto por pinto
E pintainho não dá cantar de galo.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 231

'' Dão-te por sina seres filhos das ervas.''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 230

Gimme Some Truth


"Gimme Some Truth"


I'm sick and tired of hearing things
From uptight, short-sighted, narrow-minded hypocritics
All I want is the truth
Just gimme some truth
Ive had enough of reading things
By neurotic, psychotic, pig-headed politicians
All I want is the truth
Just gimme some truth

No short-haired, yellow-bellied, son of tricky dicky
Is gonna mother hubbard soft soap me
With just a pocketful of hope
Money for dope
Money for rope

No short-haired, yellow-bellied, son of tricky dicky
Is gonna mother hubbard soft soap me
With just a pocketful of soap
Money for dope
Money for rope

I'm sick to death of seeing things
From tight-lipped, condescending, mamas little chauvinists
All I want is the truth
Just gimme some truth now

I've had enough of watching scenes
Of schizophrenic, ego-centric, paranoiac, prima-donnas
All I want is the truth now
Just gimme some truth

No short-haired, yellow-bellied, son of tricky dicky
Is gonna mother hubbard soft soap me
With just a pocketful of soap
Its money for dope
Money for rope

Ah, I'm sick and tired of hearing things
From uptight, short-sighted, narrow-minded hypocrites
All I want is the truth now
Just gimme some truth now

Ive had enough of reading things
By neurotic, psychotic, pig-headed politicians
All I want is the truth now
Just gimme some truth now

All I want is the truth now
Just gimme some truth now
All I want is the truth
Just gimme some truth
All I want is the truth
Just gimme some truth

«Fechada? Mas em muros transparentes.
Ferida? Mas os danos são sementes
do Espírito em odor de amendoeiras.»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 220

''sem me isentar em pseudónimos''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 220

''chão de estrelas''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 219

sexta-feira, 18 de junho de 2021

''O alienado mais violento e mais temível se tornou, por vias suaves e conciliatórias, o homem mais dócil e digno de interesse por uma sensibilidade tocante.''


Dr. Ph. PINEL, Tratado médico-filosófico sobre a alienação mental

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Andrei Tarkovsky, Stalker, 1979


 

 o Alentejo

 “celeiro da nação”

utopicamente utópica

''agrários expropriados''

A contrarreforma

“A terra a quem a trabalha”

 Reforma Agrária


 

«O existir é uma realidade. A realidade não tem princípio nem fim. Se não tem princípio, não nasceu. Se não tem fim, não morre mesmo que tenha desaparecido. Fica. Daí o «Orpheu» ter ficado por mais que muitos o tenham tentado destruir. Continua e continuará a ser sempre uma realidade.»

Alfredo Guidado sobre a Revista Orpheu.
«Morreu em flor como as virgens verdadeiras…» – dizia Fernando Pessoa, aludindo a curta duração da revista «Orpheu»

domingo, 13 de junho de 2021

«O grande sonho requer certas circunstâncias sociais.»

 Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 45

Zeca Afonso - Os Vampiros "Eles Comem Tudo"


No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue fresco da manada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
À toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo, eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

                                             


Bernardo Soares. 
Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 43

futilissimamente

 «Prefiro a derrota como o conhecimento da beleza das flores, que a vitória no meio dos desertos, cheia de cegueira da alma a sós com a sua nulidade esperada.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 33

argonauta

«A vulgaridade é um lar.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 32

 

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 28

«Reina quem não está entre os vulgares.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 22

«(...), repare que, para o esteta, as tragédias são coisas interessantes de observar, mas incómodas de sofrer.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 22

«Se tivesse as paisagens impossíveis, que me restaria de impossível?»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 19

 «Monotonizar a existência, para que ela não seja monótoma. Tornar anódino o quotidiano, para que a mais pequena coisa seja uma distracção.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 19


 

 « É o erro central da imaginação literária: supor que os outros são nós e que devem sentir como nós.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 18

 «A única tragédia é não nos podermos conceber trágicos.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 15

 « Vivemos pela acção, isto é, pela vontade. Aos que não sabemos querer - sejamos génios ou mendigos - imana-nos a impotência. De que me serve citar-me génio se resulto ajudante de guarda-livros? Quando Cesário Verde fez dizer ao médico que era, não o Sr. Verde empregado no comércio, mas o poeta Cesário Verde, usou de um daqueles verbalismos do orgulho inútil que usam o cheiro da vaidade. O que ele foi sempre, coitado, foi o Sr. Verde empregado no comércio. O poeta nasceu depois de ele morrer, porque depois de ele morrer que nasceu a apreciação do poeta.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 14

«A vida desgosta-me como um remédio inútil.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 13

«São sempre cataclismos do cosmo as grandes angústias da nossa alma.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 11

 «O supremo sonhador tem por filho o martírio supremo.»

Bernardo Soares. Livro do Desassossego. O Sonho - O Tédio. Editora Alma Azul. Coimbra, 2007., p. 8

mi.ni.a.tu.ri.zar


 

'' a denúncia do sofrimento feminino''

Quítate de mi presencia que me estás martirizando
Quítate de mi presencia que me estás martirizando
Que a la memoria me traes cosas que estaba olvidando
Que a la memoria me traes cosas que estaba olvidando
Ponme la mano aquí, Catalina
Ponme la mano aquí
Ponme la mano aquí que la tienes fría
Mira que me voy a morir
La china que tenía se fue a Alemania y no ha volvi'o
La china que tenía se fue a Alemania y no ha volvi'o
Yo a Alemania me voy y no a divertirme
A tomar un veneno, yo quiero morirme
Ponme la mano aquí que la tienes fría
Ponme la mano aquí, Catalina mía
Mira que me voy a morir
Ponme la mano aquí que la tienes fría
Ponme la mano aquí, Catalina mía
Mira que me voy a morir
Mira que me voy a morir
Mira que me voy a morir
Mira que me voy a morir
'Manito de mi corazón
Que bien tú sabrás que me estoy muriendo
Y te pi'o y te encomiendo
Que llames a un escribano
También a mi primo hermano
Quisiera hacer testamento
Como esos payos con fundamento
Apúnteme usted, señor escribano
Apúnteme usted una cortina
Que en por cada agujero cabe una vecina
Apúnteme usted, señor escribano
Apúnteme un cuadro rompi'o
Que ya ni Dios sabe del santo que ha sido
Apúnteme usted, señor escribano
Apúnteme usted, señor escribano
Apúnteme usted un olivar
Que nunca ha sembrado ni que sembrará
Apúnteme usted, señor escribano
Apúnteme usted una escopeta
Que no tiene ya ni cañón ni baqueta
Apúnteme usted, señor escribano

Catalina - RosalÍa

Rosalía - De Plata


Cuando yo
Cuando yo me...
Me muera
Te pi'o un encargo

Que con tus trenzas
Que trenzas de tu pelo negro
Me 'marren mis manos

Ay, si el querer
El que yo te tengo
Si de plata fuera

El querer
El que yo te tengo
Si de plata fuera
Otro más rico, más rico que yo
Ay, en la España aún hubiera
BALADA DE UMA FAIA DONZELA
QUE MORREU VIOLADA

                                        Ao Dórdio, curador de árvores 

Foi de morte, foi de noite:
ávido vento venéreo
veio com cio no açoite
praticar estupro funéreo.

Alísio não. De alisado
nada tinha. De suão
isso sim porque abrasado
vinha e era vento machão.

Era uma faia menina,
ainda mal deitava busto.
Em botânica genuína
seria antes um arbusto.

Sua etérea ramaria
era vernal, sendo verão.
Tão novinha e já fazia
recuar a poluição.

Mas se chegara a frondosa,
a julgar pelo seu viço,
seria noticiosa
árvore do paraíso.

Eis que vendaval varão
vem do sul em turbulência
consumar violação
em tenrinha arborescência.

Em ásperos viciosos dedos
é a pureza desmanchada.
Dá a faia gritos verdes.
Quem a ouve na rajada?

Por vento violador 
a beleza trespassada!
E mesmo antes de dar flor
foi a faia desflorada.

Suas tranças em pisado
folhedo desfeitas estão.
E foi-se o vento amainado
depois de tê-la no chão.

Ó que sinais de martírio
vão os varredores varrer! 
Para árvore de Porfírio
estava ali ela a crescer.

Que esmaiado sentimento!
ver uma faia donzela
morrer violada pelo vento
em frente à minha janela.











Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 216/7

O DILÚVIO E A POMBA


 

''Louca e triste, ó Mãe, porque te calas?''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 208

'' na apurada dor do desencanto''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 206

«Se o lótus é no lodo ferida aberta

não me lixo. Ao lixo o coração.»


Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 204

«És vidro? és diamante? és puta ou virgem?»

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 200

''ensanguentou-se o livro''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 195

'' o peixe testemunhava honestamente a prata''

Natália Correia. Antologia Poética. Organização, selecção e prefácio Fernando Pinto do Amaral. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2019., p. 190


                                                Théo Gosselin is a French photographer born in 1990

 O pássaro azul

há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo, fique aí, não deixarei
que ninguém o veja.

há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas eu despejo uísque sobre ele e inalo
fumaça de cigarro
e as putas e os atendentes dos bares
e das mercearias
nunca saberão que
ele está
lá dentro.

há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo,
fique aí, quer acabar
comigo?
quer foder com minha
escrita?
quer arruinar a venda dos meus livros na
Europa?

há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou bastante esperto, deixo que ele saia
somente em algumas noites
quando todos estão dormindo.
eu digo, sei que você está aí,
então não fique
triste.

depois o coloco de volta em seu lugar,
mas ele ainda canta um pouquinho
lá dentro, não deixo que morra
completamente
e nós dormimos juntos
assim
com nosso pacto secreto
e isto é bom o suficiente para
fazer um homem
chorar, mas eu não
choro, e
você?

Charles Bukowski
Tradução: Paulo Gonzaga

 «Sou um fantasma na minha casa. Ou serei habitada por um fantasma que habitou a mesma casa que eu?»

J.L.Pio Abreu. Quem nos faz como somos. Genes, Signos, Identidades. 4.ª Edição. Editora Dom Quixote. Lisboa, 2007., p. 117

''UM DIA, A MINHA AVÓ AMANHECEU MORTA NA CAMA.''

 J.L.Pio Abreu. Quem nos faz como somos. Genes, Signos, Identidades. 4.ª Edição. Editora Dom Quixote. Lisboa, 2007., p. 115

sábado, 12 de junho de 2021

''dar pontapés de raiva''

'' o ganha-pão''


Théo Gosselin is a French photographer born in 1990

 

''trocas propiciatórias de novos relacionamentos''

J.L.Pio Abreu. Quem nos faz como somos. Genes, Signos, Identidades. 4.ª Edição. Editora Dom Quixote. Lisboa, 2007., p. 74

«Engolir e vomitar. É o que hoje fazem ainda. Vejamos: pegam num discurso, ouvem-no; ouvem outro e mais outro. Depois decompõem-nos e deitam cá para fora, na forma de fala, um novo discurso que resultou da junção dos três que ouviram.»

J.L.Pio Abreu. Quem nos faz como somos. Genes, Signos, Identidades. 4.ª Edição. Editora Dom Quixote. Lisboa, 2007., p. 70/1

«(....), mas um sem-número de outras subtilezas permitem-me controlar os humanos.»

J.L.Pio Abreu. Quem nos faz como somos. Genes, Signos, Identidades. 4.ª Edição. Editora Dom Quixote. Lisboa, 2007., p. 69

''Não se pode esconder a fumaça se acender o fogo''

 Provérbio Africano

''lixo genético''


 

''parasita assexuado''

''reduto cultural''

''CROMOSSOMA COXO (XY)''

J.L.Pio Abreu. Quem nos faz como somos. Genes, Signos, Identidades. 4.ª Edição. Editora Dom Quixote. Lisboa, 2007., p. 49

'' o Deus Mercado''

Testosterona

 «Usar da violência para competir pela liderança dos grupos e posse das fêmeas foi a saga que se inscreveu nessa desgraçada hormona. O problema é que quando a testosterona, privada de liderança e de fêmeas, não sabe o que fazer, ela favorece comportamentos laterais sem sentido.»

J.L.Pio Abreu. Quem nos faz como somos. Genes, Signos, Identidades. 4.ª Edição. Editora Dom Quixote. Lisboa, 2007., p. 46/7

indemnizar a pobreza

C. Tangana: "Me gustaría que el arte pueda meterse en la parte oscura del mundo"

 

bezeira

 Minho
be.zei.ra
vəˈzɐjrɐ
nome feminino
prática tradicional de pastoreio comunitário, que consiste na junção dos rebanhos dos proprietários de gado de uma aldeia, para serem pastoreados à vez, em certos terrenos comuns, durante os meses quentes

José Afonso - Cantares de José Afonso [1964, EP]

''a sujidade na cabeça dos outros''

''sofrer de uma alegria incurável''

'' o sussurrar do luar''

 apoptose celular

TP53 ''(...) cuja função é ordenar o suicídio da célula.''

J.L.Pio Abreu. Quem nos faz como somos. Genes, Signos, Identidades. 4.ª Edição. Editora Dom Quixote. Lisboa, 2007., p. 36



Newsha Tavakolian is an Iranian photojournalist and documentary photographer.


 

Verde

“Insinuar mais do que dizer; sugerir mais do que declarar.”

António Torrado
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