«Ainda se queixa vagamente sua alma,
O escuro vazio da sua vida.»
Luis Cernuda. Antologia Poética. Edição bilingue. Selecção, tradução, prólogo e notas de José Bento. Edições Cotovia, Lisboa, 1990., p. 67
quarta-feira, 1 de março de 2017
«Não sou como os mais: sou fraco. (A bater com as mãos no peito:) Fraco por dentro, mais fraco que a vidraça!...) »
Bernardo Santareno. O Lugre. Edições Ática. Lisboa., p. 117/8
Etiquetas:
bernardo santareno,
peça de teatro
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Não sou eu que vivo, mas a flor
que dando-se às eternidades pretéritas
respira no que desconhece
a beleza inaugural do dia.
Já não sou eu que vivo
mas o tempo estranhado pelo sem-tempo
em madrugadas tão plenas que tecem caminhos.
Um dia, quando voltar da morte e me detiver em frente à janela
que me puxa par adentro do segredo e do mistério
ter-te-ei despido.
Já não sou eu que vivo
e se gritar afogo-me no meu próprio eco
neste campo de escombros
átomos explodindo nas carnes das casas.
Já não sou eu que vivo
mas o grito
o milagre nos corredores da noite
nas mãos dadas a ninguém.
Entranhas de Deus espalhadas sobre a tua ausência.
Joana Emídio Marques. Ritornelos, Abysmo, 2014
Etiquetas:
joana emídio marques,
poesia
O que se torna tempo
não poderás somá-lo
é abissal e infinito
esperar que nasça o princípio
no interior do que só vês de fora.
Não, não podes somá-lo
entre os dedos idênticos
nem à verdade nem à carne,
o que se torna tempo
é este exacto instante
que se cumpriu
se perdeu.
Joana Emídio Marques. Ritornelos, Abysmo, 2014
Etiquetas:
joana emídio marques,
poesia
Ritornelos
''Ritornelos é um termo musical (dois pontos seguido de uma barra vertical), que indica a repetição de uma parte da partitura, isto é, a repetição da sua execução musical.''
Ritornelos, Abysmo, 2014, (Livro de Joana Emídio Marques)
Ritornelos, Abysmo, 2014, (Livro de Joana Emídio Marques)
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
encanto do fogo
"A admiração representa o maior elogio daquele que admira.
Admirar é dar-se.
Admirar é pôr-se fora de si inteiro. É jogar a vida pela vida,
A admiração é a grande lealdade de cada um pelo seu Elemento inicial e é ela o único poder que faz com que o Elemento inicial de cada um não seja afinal o seu cárcere."
Admirar é dar-se.
Admirar é pôr-se fora de si inteiro. É jogar a vida pela vida,
A admiração é a grande lealdade de cada um pelo seu Elemento inicial e é ela o único poder que faz com que o Elemento inicial de cada um não seja afinal o seu cárcere."
Manuel de Lima. "Um Homem de Barbas e Outros Contos"
domingo, 26 de fevereiro de 2017
«As raparigas estão aqui...Só se vêem as faces. Expressões líquidas, inacabadas...As pernas nuas, enfiadas em sapatos grossos, sempre em movimento...Trabalham muito, têm problemas particulares, estados de espírito...Mas, enquanto elas falam, enquanto as escutamos, nada nos pode impedir de pensar, ao olhar para elas, em como será fazer amor com elas, amor físico...»
«Nunca tento explicar as lágrimas.»
Raphaële Billetdoux. Entre e feche a porta. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Cotovia, 1992., p. 113
sábado, 25 de fevereiro de 2017
«Aquela antiga ferida.»
Luis Cernuda. Antologia Poética. Edição bilingue. Selecção, tradução, prólogo e notas de José Bento. Edições Cotovia, Lisboa, 1990., p. 43
«Nem sequer esperar esse pássaro com braços de mulher,
Com voz de homem deliciosamente escurecida,
Porque um pássaro, embora enamorado,
Não merece aguardar, como qualquer monarca
Aguarda que as torres madurem até frutos já podres.»
Luis Cernuda. Antologia Poética. Edição bilingue. Selecção, tradução, prólogo e notas de José Bento. Edições Cotovia, Lisboa, 1990., p. 15
Etiquetas:
excerto,
Luis Cernuda,
poesia
«Sabendo nada mais que viver é estar a sós com a morte.»
Luis Cernuda. Antologia Poética. Edição bilingue. Selecção, tradução, prólogo e notas de José Bento. Edições Cotovia, Lisboa, 1990., p.15
«De carne até morrer como um homem morre.»
Luis Cernuda. Antologia Poética. Edição bilingue. Selecção, tradução, prólogo e notas de José Bento. Edições Cotovia, Lisboa, 1990., p. 13
«Os beijos livremente caem de seus lábios»
Luis Cernuda. Antologia Poética. Edição bilingue. Selecção, tradução, prólogo e notas de José Bento. Edições Cotovia, Lisboa, 1990., p.
Etiquetas:
Luis Cernuda,
poetas espanhóis,
verso solto
''por malquerer''
Bernardo Santareno. O Lugre. Edições Ática. Lisboa., p. 64
Etiquetas:
bernardo santareno,
dramaturgo português do século XX
«Tens os olhos do morto dentro dos teus ...(Com o indicador toca, um após outro, os olhos de Albino.)
Bernardo Santareno. O Lugre. Edições Ática. Lisboa., p. 56/7
Etiquetas:
bernardo santareno,
dramaturgo português do século XX,
teatro
Mentideiro
nome masculino
1. lugar donde habitualmente se propagam boatos e mentiras
2. conjunto de pessoas que falam da vida alheia; soalheiro
1. lugar donde habitualmente se propagam boatos e mentiras
2. conjunto de pessoas que falam da vida alheia; soalheiro
Etiquetas:
infopédia,
língua portuguesa,
significados
''Ah, filho dum cão!...»
Bernardo Santareno. O Lugre. Edições Ática. Lisboa., p. 44
Etiquetas:
bernardo santareno,
dramaturgo português do século XX
«Bando de tubarões...corja de assassinos!...»
Bernardo Santareno. O Lugre. Edições Ática. Lisboa., p. 43
Bernardo Santareno. O Lugre. Edições Ática. Lisboa., p. 43
Etiquetas:
bernardo santareno,
dramaturgo português do século XX,
teatro
«- Estás apaixonada, neste momento?
- Não, não, tenho muito cuidado.
-Não, falo-te de amor.
-Eu sei, entendi, mas estou curada.
-Estiveste muito apaixonada?
-Se estive!...
-Alguém te fez sofrer?
- Sim. Mas já passou.
-Durou muito tempo?
-Se durou!...
-Mas era alguém decente?
-Pode-se lá saber...»
Raphaële Billetdoux. Entre e feche a porta. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Cotovia, 1992., p. 75
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
« - Pensavas que era eu que fazia o trabalho todo, não? Tu só trouxeste o teu cu e o teu sofrimento, hem? E eu que me desenrascasse!
-...
-Eu sei, eu sei, tens um cu enorme e o teu sofrimento não é menor.
-...
- Ah, se bastasse sofrer!
Ela desata a chorar. O lenço recolhe as suas lágrimas.
-Água! Isso é água! Não vale nada! Não me dizes nada com isso.»
Raphaële Billetdoux. Entre e feche a porta. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Cotovia, 1992., p. 34
« - Se eu te disser que és bonita, acreditas?
Ela sopra.
-Sim ou não?
-Estou-me nas tintas...
-Como te chamas?
-Edith.
- Que sapatos são esses?
-Dão-me segurança. Estou no meu direito, não?
-Eu é que faço as perguntas. Nunca és simpática com ninguém?
-Nunca confunde as pessoas com animais?»
«Como um canteiro de ervas fustigado pelo vento, o rosto voltava-se de novo.»
Raphaële Billetdoux. Entre e feche a porta. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Cotovia, 1992., p. 12
Etiquetas:
French novelist,
Raphaële Billetdoux
Subscrever:
Mensagens (Atom)