domingo, 21 de julho de 2019

igualha

i.gua.lha
iˈɡwaʎɐ
nome feminino
identidade de condição social ou moral

bo.to.ei.ra


Try Sleeping with a Broken Heart

Alicia Keys
Even if you were a million miles away
I can still feel you in my bed
Near me, touch me, feel me
And even at the bottom of the sea
I could still hear inside my head
Telling me, touch me, feel me
And all the time, you were telling me lies
So tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
I'm gonna hold on to the times that we had
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Have you ever try sleeping with a broken heart?
Well you could try sleeping in my bed
Lonely, own me, nobody ever shut it down like you
You wore the crown, you made my body feel heaven bound
Why don't you hold me, need me
I thought you told me, you'd never leave me
Looking in the sky I could see your face
Then I knew right where I fit in
Take me, make me, you know that I'll always be in love with you
Right till the end
So tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
I'm gonna hold on to the times that we had
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Anybody could've told you right from the start it's 'bout to fall apart
So rather than hold on to a broken dream I'll just hold on to love
And I could find a way to make it, don't hold on too tight
I'll make it without you tonight
So tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
I'm gonna hold on to the times that we had
Tonight, I'm gonna find a way to make it without you
Compositores: Jeff Bhasker / Alicia Augello-Cook / Patrick Reynolds

''poeira apagante''


« ANTO - Digo que te quero muito, que não sei o que isto é. Tremem os meus dedos, de pensar tanto nos teus. »

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 45

''(...) a capelinha como um pombo pousado''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 37

''infantas de muitos véus''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988.
«Era uma festa de morte e desastre, um delírio de sal e farrapos. E os amantes a boiar, encaixados uns nos outros, de cabelo esguedelhado, com os olhos muito abertos de inconsumado prazer.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 34

The Chain



The Chain

Listen to the wind blow, watch the sun rise

Run in the shadows
Damn your love, damn your lies

And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain
And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain

Listen to the wind blow, down comes the night

Run in the shadows
Damn your love, damn your lies

Break the silence
Damn the dark, damn the light

And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain
And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain
And if you don't love me now
You will never love me again
I can still hear you saying you would never break the chain

Chain...keeps us together
(run into the shadows)
Chain...keeps us together
(run into the shadows)
Chain...keeps us together

(run into the shadows)

Pride and Joy

Time of day I can't recall
The kind of thing that takes it's toll
Over years and over time
Over smiles and over wine
All in all it wasn't bad
All in all it wasn't good
But I still care
That's the problem with the days
They're never long enough to say
What it is you never said
All the books you never read
I throw myself into the wind
Hoping somebody will pick me up
And carry me again
Where are you now
Do you let me down
Do you make me grieve for you
Do I make you proud
Do you get me now
Am I your pride and joy
I believe this to be true
Nothing sacred nothing new
No one tells you when its time
There are no warnings only signs
And you know that you're alone
You're not a child anymore
But you're still scared
All your mountains turn to rocks
All your oceans turn to drops
They are nothing like you thought
Can't be something you are not
Life is not a looking glass
Don't get tangled in your past
Like I am learning not to
Where are you now
Do you let me down
Do you make me grieve for you
Do I make you proud
Do you get me now
Am I your pride joy


Compositores: Brandi M. Carlile / Timothy Jay Hanseroth / Phillip John Hanseroth
«ANTO - Levava um colar de búzios, a espuma encharcava-lhe a saia, de encontro aos artelhos.»


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p. 33

''Remelgados''


Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988.

bouça

 regionalismo
bou.ça
ˈbo(w)sɐ
nome feminino
1.
terreno delimitado em que se criam pinheiros, eucaliptos, carvalhos mato
2.
terreno inculto

Mainstream Kid

I'm gonna to fit in
I'm on the list
I'm gonna to get in
Haven't you heard
Don't you know who I am
I'm with the Joneses
I'm their best friend
I came to saturate the market
To perpetuate the hip kid
I was born so I could fall in line
I'm a legend in my own mind
Can I blend in with your kind?
I need you to liberate me
You the masses educate me
Hold my fist into the air
Declare a social victory
You can own me, you control me
Individuality has never stood a chance against you
Jump into the mainstream
Your revolution
Gets in the way of my confusion
I need someone to tell me who I am
Because Im under this illusion
I came to separate the classes
To place the fails above the passes
And there has never been a better time
To set the bar beneath the masses
Can I blend in with your kind?
I need you to liberate me
You the masses educate me
Hold my fist into the air
Declare a social victory
You can own me, you control me
Individuality has never stood a chance against you
Jump into the mainstream
I need you to liberate me
You the masses educate me
Hold my fist into the air
Declare a social victory
You can own me, you control me
Individuality has never stood a chance against you
Jump into the mainstream
Your revolution
Into the mainstream kid
Your revolution
Into the mainstream
Your revolution
Into the mainstream kid
Your revolution
Into the mainstream kid
Jump into the mainstream kid

Compositores: Timothy Hanseroth / Phillip Hanseroth / Brandi Carlile

''mar ingente''

«E as camisas que tenho, como estão coçadas no colarinho.»

Mário Cláudio. Noites de Anto. Sociedade Portuguesa de Autores. Publicações Dom Quixote., Lisboa, 1988., p.28

domingo, 14 de julho de 2019

''A democracia nunca foi compatível com o capitalismo: a acumulação infinita nunca coincidiu com a soberania popular. Quando o liberalismo surge e é teorizado por exemplo por [John] Locke, o que existe é uma democracia censitária, em que os proprietários eram os únicos a poder votar. Tudo o que é democrático no capitalismo foi uma conquista e não uma concessão. As primeiras greves foram ferozmente reprimidas. É o que acontece agora nos conflitos de terra no Brasil ou na Colômbia, em que este ano, depois do acordo de paz, foram mortos mais líderes sociais que no ano passado.''

Boaventura Sousa Santos

islamofobia

''Desqualificar as populações''

aquíferos

''Para mim é claro que nas sociedades modernas há três formas de dominação principais: capitalismo, colonialismo e patriarcado. Ao contrário do que muitos diziam, o colonialismo não terminou. O colonialismo mudou de forma em relação ao modelo de ocupação territorial estrangeira. É tal e qual o que sucede com o capitalismo. Existe desde o século XVII e é hoje muito diferente dessa época, mas nós continuamos a falar de capitalismo. ''

Boaventura de Sousa Santos
Chantal Mouffe  -cientista política, viúva de Ernesto Laclau, e co-autora com ele do “ Hegemony and Socialist Strategy - Towards a Radical Democratic Politics”

sociedades oligárquicas


lideranças populistas

ódio racial

domingo, 7 de julho de 2019

''árvores são sempre árvores''

recursos metafóricos, sinedóquicos ou metonímicos

Espinozista sem o saber

«Quão quietas são vocês, queridas, delicadas flores. Vocês não se movem de lugar, não tem olhos nem orelhas, e vocês nunca saem para passear, o que é tão bom. Agora e sempre vocês parecem que podem falar, mas em todo caso vocês certamente tem sentimentos e uma sensibilidade só suas. Eu frequentemente sinto que vocês estão reflectindo, com todo o tipo de pensamentos. Mas ainda, eu penso muito sobre vocês e eu adoraria viver com vocês, como um de vocês, eu ficaria feliz em ser como vocês, deixar os raios de sol me acariciarem, balançar e oscilar sob o vento. »

Robert Walser

Constringir

verbo que advém do latim constringere, que significa ligar, atar, prender, encadear, conter.

sábado, 6 de julho de 2019

Bob Dylan, London, England 1966. Barry Feinstein




Tiergarten

Título de uma pequena peça em prosa de 1911 de Robert Walser.

indolência

o estatuto da obra de arte na era moderna

Agamben
''A palavra ritmo vem do grego ρέω, “correr, fluir”. O que corre e flui, corre e flui em uma dimensão temporal, corre no tempo. Segundo a representação comum, o tempo não é de fato nada 9 além do puro fluir, o suceder-se incessante dos instantes ao longo de uma linha infinita. Não obstante, o ritmo (…) parece introduzir nesse eterno fluxo uma dilaceração e uma parada. Assim, em uma obra musical, ainda que ela seja de algum modo no tempo, percebemos o ritmo como algo que se subtrai à fuga incessante dos instantes e aparece quase como uma presença atemporal no tempo.''
AGAMBEN
“Walser recusava-se a grandes gestos. Calava-se por princípio sobre as catástrofes colectivas de seu tempo. No entanto, ele era tudo, menos politicamente ingénuo”
SEBALD

“fábrica de peças em prosa”

caligrafia minúscula

Micropsía

Um tipo de delírio que leva a que se veja e sinta o mundo como muito pequeno

''obediência cega, mecânica, burocrática ''






gargalhar

“Ninguém tem o direito de se comportar comigo como se me conhecesse”

Robert Walser
''Sabe porque não me tornei um escritor de sucesso?Quero dizer-lhe: é que não possuía um instinto social suficientemente desenvolvido. Não representei o suficiente para agradar à sociedade. Olhe que foi mesmo assim! Hoje vejo-o claramente. Entreguei-me demasiado aos meus prazeres pessoais. Sim, é verdade, sempre tive a tendência para me tornar uma espécie de vagabundo e quase não lutei contra ela. Esse lado subjetivo irritou os leitores d’ Os Irmãos Tanner. Para eles o escritor não deve perder-se na subjetividade. Acham pretensioso levar tão a sério a sua pessoa. Como está enganado o escritor que supõe que o mundo se interessa pelos seus assuntos privados. A minha estreia literária gerou logo a impressão de que os bons burgueses me aborreciam, de que não os achava bons o suficiente. E eles nunca o esqueceram. Consideraram-me sempre um zero à esquerda, um inútil. Deveria ter misturado nos meus livros um pouco de amor e de tristeza, de solenidade e de aprovação.” [ Robert Walser a Carl Seelig]''

''acossado pelo desejo de desaparecimento''

quartos alugados

Robert Walser e Kafka



''Os seus universos pareciam convergir de tal modo que quando Kafka publica os primeiros textos na revista Hyperion, muitos pensaram tratar-se de um pseudónimo de Walser a ponto de o editor ter que vir a público confirmar que Kafka existia mesmo. Já Walser nunca conheceu ou leu Kafka, não gostava que lhe dissessem que era admirado por este, nem que aludissem ao facto de que a sua escrita tinha admiradores e que era famoso. Tais ideias horrorizavam-no e, numa das conversas agora publicadas, Seelig escreve: “Nunca esquecerei uma manhã de Outono em que fomos a pé de Teufen a Speicher, atravessando um nevoeiro espesso como algodão. Disse-lhe que a sua obra literária duraria talvez tanto tempo como a de Gottfried Keller  [escritor suíço muito admirado por RW]. Estacou de súbito e, como que preso ao chão, olhou-me com extrema gravidade. Respondeu que, se eu queria preservar a sua amizade, nunca mais lhe repetisse semelhantes elogios. Ele, Robert Walser, era um zero e queria ser esquecido.”
 “sem Walser, Kafka jamais teria visto a luz do dia”

Escritor Elias Canetti

A viagem de inverno de Robert Walser

''Na família de homens estranhos, crepusculares, da qual fazem parte Kafka, Pessoa ou Bartleby, Robert Walser permanece o mais inexplicável.''



Ver aqui.

Robert Walser fotografado por Carl Seelig no asilo psiquiátrico de Herissau onde viveu durante 23 anos

crânio nazi

domingo, 30 de junho de 2019

estética presencista

«uma verdadeira revolução política é também uma poética»
“Diz-se Revolução
 o Movimento de um Corpo que,
descrevendo uma curva fechada,
passa sucessivamente pelos
mesmos Lugares”».

''viagem por mapas auto-biográficos''

sábado, 29 de junho de 2019

« O nu da mulher foi puríssimo até ao momento em que enfiaram uma liga liga na coxa.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 79

«Mas, lá em baixo, ainda se dividem as doenças em morais e imorais, confessáveis e inconfessáveis. Para mim as enfermidades são simplesmente curáveis.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 79

«A dor e a agonia não têm nacionalidade.»


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 79

Maria Lamas, Jovem mãe da Castanheira, Serra da Estrela

''a Mulher ajoelhada/ferida que arrasta a perna machucada anda em direção ao centro, segurando a perna com a mão''

Quadro Guernica, Pablo Picasso
''O que vocês pensam que seja um artista? Um imbecil feito só de olhos, se é pintor, ou de ouvidos, se é músico, ou de coração em forma de lira, se é poeta, ou mesmo feito só de músculos, se se trata de um pugilista? Muito ao contrário, ele é ao mesmo tempo um ser político, sempre alerta aos acontecimentos tristes, alegres, violentos, aos quais reage de todas as maneiras.

Pablo Picasso.
“No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo.”

Pablo Picasso, sobre Guernica.
''Ainda quando pequeno desenhava pombas, bonecas, cavalos, árvores e as touradas que costumava assistir com o pai.''

sobre Pablo Picasso

O ARTISTA PABLO PICASSO

''Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria dos Remedios Cipriano de la Santissima Trinidad Ruiz y Picasso nasceu em Málaga, Espanha, em 25 de outubro de 1881. Picasso era o sobrenome de sua mãe e os demais nomes que dão extensão ao seu nome de baptismo fazem referência e homenagem a avôs, tio, pai e padrinho do artista. No entanto, foi como Pablo Picasso que ficou conhecido.''

intertextualidade

narrativa proletária

'' os romanceiros de 30''


“consciência do subdesenvolvimento”

''O que fez do cinema novo um fenómeno de importância internacional foi justamente o seu alto nível de compromisso com a verdade; foi o seu próprio miserabilismo, que, antes escrito pela literatura de 30, foi agora fotografado pelo cinema de 60; e se antes era escrito como denúncia social, hoje passou a ser discutido como problema político. (ROCHA, 2004, p. 65)''

“Estética da fome” // “Estética da violência”

Glauber Rocha

'' a máscara da bondade, as iniquidades, injustiças e opressões do subdesenvolvimento''

«É fácil constatar que a mesma pessoa que recusa, como demasiadamente brutal a aplicação de uma norma legal, e que se presta, por gentileza, a favorecer uma pretensão irregular, encare com insensibilidade notável a mortalidade infantil ou a fome endémica. Assim, a violência é ideologicamente distorcida para dar a impressão de que não exista. (CANDIDO, 1969, p. 416)»
'' A arte é muitas vezes uma solução, um cavalo de Tróia, um pincel que ajuda a retratar e a apagar ditaduras. O seu poder é imenso, ainda que contraditório. A arte pode ser um meio e um fim, pode redimir e condenar. Pode ser um instrumento de subversão e um veículo de consenso, uma expressão de liberdade e rosto do totalitarismo.''
''só se tem uma vida privada quando se dorme. O padrão de um regime totalitarista, é que todas as áreas da vida, e da arte têm de ser controladas, porque são todas perigosas e são''

dito por chefe do partido trabalhista nazi

"Le blé" (ao lado de "Le sel") 
em IMAGES PORTUGAISES, ed. Secretariado da Propaganda Nacional, s.d. (1939), prefácio de António Ferro. in 4º, 72 p.

''Realismo e utopia; cultura popular e cultura erudita''

mimetismo provinciano

círculos intelectuais

“boom literário latino-americano”

 Mario Vargas Llosa, Gabriel García Marquez e Julio Cortázar.

''nas brumas do pós-guerra''

''Um vampiro de longas barbas''

Concórdia

negociante de arte


''campa condigna''

''campos de morte''

LUTADOR com suástica

Max Schmeling


1892, Max Nordau

Médico, activista sionista e co-fundador da Organização Sionista Mundial.

inferioridade racial

estética extremada

obliquamente



Like the beat, beat, beat of the tom-tom
When the jungle shadows fall
Like the tick, tick, tock of the stately clock
As it stands against the wall
Like the drip, drip, drip of the raindrops
When the summer shower is through
So a voice within me keeps repeating you, you, you
Night and day, you are the one
Only you beneath the moon or under the sun
Whether near to me or far
It's no matter, darling, where you are
I think of you
Night and day, day and night, why is it so
That this longing for you follows wherever I go?
In the roaring traffic's boom
In the silence of my lonely room
I think of you
Night and day, night and day
Under the hide of me
There's an, oh, such a hungry yearning burning inside of me
And its torment won't be through
'Till you let me spend my life making love to you
Day and night, night and day
Night and day
Under the hide of me
There's an, oh, such a hungry yearning burning inside of me
And its torment won't be through
'Till you let me spend my life making love to you
Day and night, night and day


Compositores: Cole Porter
Jorge Guerra, 1966 (Col. Fundação Gulbenkian)

sexta-feira, 28 de junho de 2019

quinta-feira, 27 de junho de 2019

[...] as imagens cinematográficas são frases de prosa. Uma imagem que se fixa um pouco mais demoradamente na tela, é um substantivo com adjetivo. Um primeiro plano é um ponto exclamativo, e de facto os primeiros planos ociosos irritam como toda ênfase inútil. A câmera procede como uma máquina de escrever. Mas uma ‘leitura’ demasiadamente tecnicista de um filme, como é aquela adoptada hoje das revistas especializadas, penso que seja frustrante. (CATALANO, 1975, p. XI, )

“[...] le immagini cinematografiche sono delle frasi di prosa. Un’immagine che si ferma un po’ più a lungo sullo schermo, è un sostantivo con aggettivo. Un primo piano è un punto esclamativo, e infatti i primi piani oziosi irritano come ogni sottolineatura inutile. La macchina da presa procede come una macchina da scrivere. Ma una ‘lettura’ troppo tecnicista di un film, come è quella adottata oggi dalle riviste specializzate, penso sia deludente”.

composição fílmica

''abolindo o ego ''

''indissociabilidade entre crítica e história da literatura.''

Paula Regina Siega

Antonio Candido, Eduardo Lourenço e Lino Micciché: a literatura brasileira no circuito da recepção externa do Cinema Novo
«Formulada por Hans-Robert Jauss, a estética da recepção surge no âmbito dos estudos literários e filológicos desenvolvidos na Escola de Constança (Alemanha), nos anos 1960. Ocupando o campo da leitura e dando continuidade à teoria hermenêutica de Hans Georg Gadamer, Jauss (1969; 1988; 1989) dá ulterior desenvolvimento à ideia de experiência estética, à qual conjuga o conceito de horizonte de expectativas, identificando, em ambos, os agentes de formação de um determinado texto ou evento artístico. Desse ponto de vista, no momento do contato com a obra (experiência estética), a reação do receptor dependerá em larga medida de seu horizonte de expectativas, ou seja, do conjunto de conhecimentos prévios (para o qual contribuem experiências estéticas anteriores) que orientarão o seu julgamento crítico. Na teoria jaussiana, portanto, o significado de uma obra literária não se esgota nas intenções autorais ou no texto, mas é dado de vez em vez pela interação entre texto-leitor, situados historicamente. Daí, a conclusão de que as transformações nos modos de percepção estética não dependem somente das obras ou do “gênio”, pois ainda que estes possam alterar um determinado paradigma artístico, a sua aceitação vai depender também do horizonte de expectativas dos receptores, sujeito a contínuas modificações. »

Paula Regina Siega

Antonio Candido, Eduardo Lourenço e Lino Micciché: a literatura brasileira no circuito da recepção externa do Cinema Novo

segunda-feira, 24 de junho de 2019

domingo, 16 de junho de 2019



«No amor verdadeiro, a comunhão dos corpos realiza-se como o coito das flores, como as bodas dos insectos.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 74

guarda-roupa cultural

«Meu irmão segue um regime de solidão para higiene do espírito: impelido pela necessidade de conhecer todos os homens, afastou-se de todos e observa-os de longe; eu, para não conhecer nenhum, para não me afeiçoar a nenhum, procuro aproximar-me de todos. E, desse modo, o solitário misantropo e a irrequieta vagabunda acharam-se de acordo sobre o mesmo ponto, chegando a duas conclusões simétricas e equivalentes; não ver ninguém para conhecer todos, e ver todos para não conhecer ninguém.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 73

''(...) mergulhar na multidão para dominar a própria dor''


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 72

«Explico-te: sou mulher: forte, como mulher, forte para reagir, forte para me defender; mas fraca para reagir contra mim mesma, fraca para me defender da minha melancolia.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 72

''(...) enrolou um cigarro entre as palmas e acendeu-o numa brasa.''


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 72


«Há uma canção que diz: ''À rapariga cigana que se enamorar de um homem de outra raça é como uma pomba errante que procura pousar na ponta de um punhal. Não consegue suster-se e o ferro trespassa-lhe o coração.''»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 71

«Calava a cada passo, pois sabia a graça das pausas e o valor musical do silêncio.»

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 71

''(...), um jovem que parava, para beijá-la, nas zonas de penumbra,''

Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 71

''solitário vendedor de postas de peixe com gosto de azeite e fumaça''


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 70

sábado, 15 de junho de 2019

''escritores caquéticos e leitosos''


Pitigrilli. A virgem de 18 quilates. Tradução de João Santana. 1ª Edição: Agosto de 1973, Editorial Minerva., p. 67

domingo, 9 de junho de 2019


cidade-mar

«Com seu lençol de neve, o inverno for chegando,
Cada postigo fecharei com férreos elos
Para noite erguer meus mágicos castelos.
Hei de sonhar então com azulados astros,
Jardins onde a água chora em meio aos alabastros,
Beijos, aves que cantam de manhã e à tarde,
E tudo o que no Idílio de infantil se guarde.
O Tumulto, golpeando em vão minha vidraça,
Não me fará mover a fronte ao que se passa,
Pois que estarei entregue ao voluptuoso alento
De relembrar a Primavera em pensamento
Em um sol na lama colher, tal como quem, absorto,
Entre as ideias goza um tépido conforto »

Baudelaire
''Em a Paisagem (BAUDELAIRE, 2012, p. 305), ao descrever o cenário urbano, a voz poética nos permite fitar a Paris de então: a quietude das igrejas e a suavidade dos campanários contrastam com a correria dos operários absortos no trabalho braçal na fábrica:

«Quero, para compor os meus castos monólogos, / Deitar-me ao pé do céu, assim como os astrólogos, / E, junto aos campanários, escutar sonhando / Solenes cânticos que o vento vai levando. / As mãos sob meu queixo, só, na água-furtada, / Verei a fábrica em azáfama engolfada.»''

“Só a obra sobra, o resto soçobra”, disse um poeta.

matança civil


«Que marítimos abismos ou que rios ignoram
esta lúgubre guerra? Que mar não foi manchado
 pelo massacre dos Dáunios?
   Que costa não está suja com o nosso sangue?»

Horácio
 «(...)no meio de tanta mortandade causada por um contínuo de guerras e batalhas fratricidas. »

divindades femininas

Almo Sol, que em teu refulgente carro
 o dia fazes surgir e escondes, e que um outro
 embora o mesmo sempre renasces, possas tu    
 nada maior ver do que a urbe de Roma.

 Horácio, Cântico Secular (Carmen Saeculare), 9-12

consciência virgiliana

«Esta cidade floresceu durante muitos anos, até que Mezêncio a submeteu ao seu império soberbo e às suas armas cruéis. Para quê recordar as abomináveis chacinas e as selvagens proezas deste tirano? Que os deuses as façam recair sobre a sua cabeça e a da sua descendência! Ele unia cadáveres a viventes, juntando mãos com mãos e bocas com bocas, tortura medonha, e fazia-os perecer assim, de uma morte lenta, escorrendo sangue e pus em um doloroso amplexo! Mas, um dia, os cidadãos, cansados das atrocidades deste louco, levantam-se em armas, cercam-no a ele e à sua casa, matam os cúmplices e lançam fogo ao  palácio. Ele conseguiu escapar, no meio daquela mortandade, e refugiou-se nas terras dos Rútulos, sob a protecção das armas de Turno, que lhe dá defesa e hospitalidade.»
«Aqui estão os que, enquanto a vida durava, odiaram os irmãos, os que levantaram a mão contra o pai e os que defraudaram um cliente, e aqueles que descobriram riquezas e as guardaram só para si e não deram uma parte aos seus (estes são a maior parte); e aqueles que foram mortos por causa de um adultério, os que seguiram armas ímpias e não temeram trair os juramentos feitos aos seus senhores que [aqui] esperam a sua pena. (....). Aí está sentado, e eternamente estará, o infeliz Teseu; e Flégias, o mais desventurado de todos, adverte e testemunha, em alta voz, através das sombras: ‘Pela força do exemplo, aprendam a respeitar a justiça e a não desprezar os deuses.’ Este vendeu a pátria por ouro e impôs-lhe um tirano; promulgou leis e, por dinheiro, anulou-as; aquele assaltou o tálamo da filha e consumou um himeneu interdito. Ousaram todos um acto monstruoso e dessa ousadia se gozaram.»

teia intratextual

arqui-inimiga

traição política

o lugar da alienação do poeta

O homem fez, o homem desfez.

 «Pois que é Roma senão os Romanos? Não se trata aqui de pedras, ou de traves, de grandes edifícios ou de extensas muralhas. Tudo isto fora construído de modo que um dia haveria de ruir. Quando o homem construiu, colocou pedra sobre pedra, quando destruiu, derrubou pedra após pedra. O homem fez, o homem desfez.»

 August. De urb. Exc.6.6. Trad. de Urbano, Carlota M. (2010) Agostinho, O “De excidio Vrbis”e outros sermões sobre a queda de Roma. Coimbra, CECH., 79

“Foi a minha primeira morte”

«Pois julgais, irmãos, que a cidade se mede pelos seus muros e não pelos seus cidadãos? », perguntava Santo Agostinho, pouco tempo depois do saque de Roma em 410, tentando consolar os Romanos perante a devastação causada pelas tropas de Alarico.
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