quarta-feira, 11 de março de 2015

«RITA
(...)
Conheces palavras tímidas?»


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 76

apodrecendo


«RITA
É que vejo perfeitamente
Como aos poucos te deixas levar
Pela tua cólera»

Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 67

«RITA
Ela tem qualquer coisa de alegre.

RICHARD
Como qualquer cão.»




Gerardjan Rijnders. Belo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 64
«RICHARD
Pensar?
Masturbação?

RITA
Medo»

Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 60

Maria do Alívio fotografada por Agnès Varda, Póvoa de Varzim 1953



RITA

Acordei
Como se toda a noite
Tivesse chorado
Não consigo lembrar-me de nada
Nenhum sonho nenhum farrapo nenhuma imagem
Mas foi como se eu
Tivesse chorado toda a noite
Deve ter sido o teu sonho


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 59

comoventemente

terça-feira, 10 de março de 2015


«RITA
Uma verdadeira tragédia?

RICHARD
Ou uma tragédia representada
As catástrofes possuem frequentemente uma grande
        dose de beleza?

RITA
Verdadeiras catástrofes?

RITA
A indiferença ajuda.

RICHARD
Porque é que eu diria uma coisa dessas?

RITA
Mas tu não o dizes
Tu dizes isso no palco
Ou querias verdadeiramente dizê-lo?»


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 36

RICHARD
Mas isso é um filme
Ou imagina
Nós não somos nós
Nós não estamos aqui
Mas num palco
Actores
E eu digo-te 
Tu não tens uma cona
Tu tens um extintor


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 35


RICHARD

Não
A impotência tem qualquer coisa de belo
Nós dizemos ''merda''
Eles dizem ''Heil Hitler''
Nós chamamos a isso ''vulnerável''
Eles ''Medo''
Um hotel vazio e belo


Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 33

RITA

Isso é inveja
Ou impotência
Depressão
A inocência tão-pouco
A inocência não pode ser feia

RICHARD

Muitas vezes estúpida e ensebada
De se calcar aos pés
Freiras amargas
Bebés ranhosos
A compaixão nada tem a ver com o belo.

RITA

A compaixão não pode ser feia.

Gerardjan RijndersBelo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 28/9

''uma paz de papel de parede com flores.''

Gerardjan Rijnders. Belo? Buraco Negro. Câncer. Campo das Letras, 1999, p. 24

Uma girl next door...


démodés

ALCOVITEIRA

«Leva-a, Boult; faz-lhe o que te parecer: quebra-lhe o vidro da virgindade, e torna o resto maleável.»



William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 139

Lupanar


nome masculino

casa de prostituição; bordel; prostíbulo


«Aquela dor simulada passa por verdadeira mágoa, e Péricles, devorado de angústia, suspirando e derramando grossas lágrimas, torna e embarcar, e abandona Tarso. Jura de nunca mais lavar a cara nem cortar o cabelo; veste-se com um saco, e embarca. Sobrevém uma tempestade que lhe despedaça o navio, mas de que ele escapa. Permiti agora que vos leia o epitáfio de Marina, escrito pela criminosa Dionisa.»



William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 126/7

propalar


«Vede, eu nunca matei um rato ou molestei uma mosca; se calquei algum verme, foi sem querer, e logo chorei por isso.»


William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 108

''mágoas improfícuas''


«Da educação obteve ela as graças que a tornam perfeita tanto pelo coração como pelo carácter.»


William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 101

''urdida seda''

''Se vives, Péricles, tens um coração que deve estalar de dor!''


William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 93

''relâmpagos sulfurosos''

«O gato, com os olhos brilhantes como brasas, está deitado diante do buraco do rato, e os grilos, cada vez mais contentes com o calor, cantam à boca do forno.»

William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 78
MANHÃ
"Uma médica psiquiatra disse-me nos anos 80: sempre que uma pessoa faz uma coisa bem feita é punida por isso."


-"Manhã"
- Adília Lopes

quinta-feira, 5 de março de 2015

malga


«Os actores não experimentam sentimentos - mostram-nos.
Fogem primeiro e têm medo depois.»


Peça III Parte - Os Modernos

in Maria do Céu Guerra. Ser ou Não Ser. ou estórias da História do Teatro. Círculo de Leitores, 2005., p. 210

pros.cé.ni.o

nome masculino

parte anterior do palco junto à ribalta; palco; cena

Três is

«Três is: imaginação, investimento, inteligência.
Se me perguntarem agora, eu acrescentava: «E o maior obstáculo ao progresso é o preconceito.»



Peça III Parte - Os Modernos

in Maria do Céu Guerra. Ser ou Não Ser. ou estórias da História do Teatro. Círculo de Leitores, 2005., p. 201

subtexto

''Porque ela justifica interiormente tudo o que faz.''

Peça III Parte - Os Modernos

in Maria do Céu Guerra. Ser ou Não Ser. ou estórias da História do Teatro. Círculo de Leitores, 2005., p. 198

Théâtre de la Renaissance

chuva de flores


ibsenistas

''Morrer é o que eu faço melhor.''


Peça III Parte - Os Modernos

in Maria do Céu Guerra. Ser ou Não Ser. ou estórias da História do Teatro. Círculo de Leitores, 2005., p. 188

''Quando fui para a cama nessa noite, senti que o teatro estava à minha frente como um destino.''


Peça III Parte - Os Modernos

in Maria do Céu Guerra. Ser ou Não Ser. ou estórias da História do Teatro. Círculo de Leitores, 2005., p. 187
"Uma coisa te queria dizer: Se precisares de mim, interioriza-te. Vai de fora para dentro até ao centro da ilha achada".

- Dalila Lello Pereira da Costa, O Novo Argonauta (E a Ilha Firme), 1996
[04/03/1918-02/03/2012]

quarta-feira, 4 de março de 2015


"para dizer em silêncio todo o amor da terra"


António Ramos Rosa, As Palavras.

terça-feira, 3 de março de 2015

O SENHOR WAGNER
"As palavras, leves.
Ilusões diversas,
que nos alegravam.
É verdade que
no país invisível
para além do corredor da fronteira
ficava um lugar chamado bater do coração.
Mas nós estávamos em trânsito.
Em trânsito
para uma miragem.
Que nestas circunstâncias
parecia ser objectivo bastante."

-"Castanhas Quentes e Outros Poemas"
- Richard Wagner

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015


«(....), em atenção a eu ser homem, me enterreis quando tiver morrido.»

William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 46

«Eu trato de esquecer o que fui, mas o que sou força-me a pensar em mim.»

William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 46

«Não viemos para acrescentar infortúnios às vossas lágrimas, mas para as secar;»


William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 36



«Falas como aquele a quem a inexperiência oculta que quanto mais bela é aparência maior o engano.»

William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976., p. 35

«A prudência ensina-me que os homens a quem as acções mais negras que a noite não fazem corar de rubor, nada poupariam para que tais acções não fossem divulgadas. Um crime, sei-o perfeitamente, traz um outro; o assassinato anda ligado à concupiscência, como a chama ao fumo. O veneno e a traição são a mão direita e a mão esquerda do crime: - servem-lhe de escudo para afastar os traços da vergonha.»


William Shakespeare. Péricles Príncipe de Tiro. Trad e revisto por João Grave. Lello & Irmão Editores, Porto, 1976

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

olhar implorativo



«Porque tinha medo das noites que enchiam a escuridão de fantasmas. De ficar fechado com os seus fantasmas. Era disso que tinha medo.»

Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 142

mau-olhado


«Estava só, talvez já há três horas. Não dormia. Esquecera-se do sono e do tempo: «Nós os velhos, dormimos pouco, quase nunca. Por vezes, quase dormitamos, mas nunca deixamos de pensar. É a única coisa que me falta fazer.»

Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 136

«O tutano dos nossos ossos convertido em lume e as veias do nosso sangue feitas fios de fogo, fazendo-nos dar gritos de inacreditável dor: nunca apaziguado; sempre atiçado pela ira do Senhor.
 «Ele aninhava-me entre os seus braços. Dava-me amor.»



Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 132

«Quisera adivinhar os seus pensamentos e ver a batalha daquele coração para rejeitar as imagens que ele semeara dentro dela. Olhou-a nos olhos e ela devolveu-lhe o olhar. E pareceu-lhe ver os seus lábios esboçarem um sorriso.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 132


«Tenho a boca cheia de ti, da tua boca. Os teus lábios apertados, duros como se mordessem, oprimindo os meus lábios...»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 131


« - Viu os seus olhos apertados como quando se sente uma dor interna; a boca húmida, entreaberta, e os lençóis percorridos por mãos inconscientes até mostrar a nudez do seu corpo que começou a retorcer-se em convulsões.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 128

"O silêncio é a minha maior tentação. As palavras, esse vício ocidental, estão gastas, envelhecidas, envilecidas. Fatigam, exasperam. E mentem, separam, ferem. Também apaziguam, é certo, mas é tão raro! Por cada palavra que chega até nós, ainda quente das entranhas do ser, quanta baba nos escorre em cima a fingir de música suprema! A plenitude do silêncio só os orientais a conhecem".


 Eugénio de Andrade
“Tudo existe dentro da nossa intimidade comovida. O nosso amor é um mar onde mergulham e flutuam todas as coisas… Esta auréola sentimental que nos envolve, exala-se do nosso coração e expande-se no infinito espaço, e a expansão é indefinida…
[… ]
Amar alguém não é, de algum modo, ser esse alguém?”



 Teixeira de Pascoaes,“A Caridade”, in “O Homem Universal e outros escritos, Lisboa, Assírio & Alvim, 1993, pp.146-147
"Não te poderás considerar um verdadeiro intelectual se não puseres a tua vida ao serviço da justiça; e sobretudo se te não guardares cuidadosamente do erro em que se cai no vulgo: o de a confundir com a vingança. A justiça há-de ser para nós amparo criador, consolação e aproveitamento das forças que andam desviadas; há-de ter por princípio e por fim o desejo de uma Humanidade melhor; há-de ser forte e criadora; no seu grau mais alto não a distinguiremos do amor"

Agostinho da Silva, “Pelos vencidos”, Considerações [1944], in Textos e Ensaios Filosóficos I, p. 112.

The Wild Child


« - É verdade que a noite está cheia de pecados,  Justina?
-Sim, Susana.
-E é verdade?
-Deve ser, Susana.
-E o que é que tu pensas que a vida é, Justina, senão um pecado? Não ouves? Não ouves como a Terra range?
 - Não, Susana, não consigo ouvir nada. A minha sorte não é tão grande como a tua.
 -Ficarias assustada. Digo-te que ficarias assustada se ouvisses o que eu ouço.
  Justina continuou a pôr ordem no quarto. Passou uma e outra vez o pano pelas tábuas húmidas do chão. Limpou a água da jarra partida. Recolheu as flores. Pôs os vidros no balde cheio de água.
-Quantos pássaros mataste tu na vida, Justina?
-Muitos, Susana.
-E não sentiste tristeza?
-Sim, Susana.
-Então, estás à espera de quê para morreres?
-Da morte. Susana.
-Se é disso, não tardará. Não te preocupes.
Susana San Juan estava sentada na cama, recostada nas almofadas. Os olhos inquietos, olhando para todos os lados. As mãos sobre o ventre, presas ao ventre como uma concha protectora. Havia leves zumbidos que se cruzavam como asas por cima da sua cabeça. E o barulho das roldanas na nora. O rumor das pessoas ao acordar.
-Tu acreditas no Inferno, Justina?
-Sim, Susana. E também no Céu.
-Eu só acredito no Inferno - disse. E fechou os olhos.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 127

«Sentiu desfilar diante dele o trote de cavalos escuros, confundidos com a noite. O suor e o pó; o tremor de terra. Quando viu os pirilampos novamente a luzir, deu-se conta de que todos os homens tinham partido. Ficava ele, só, como um tronco duro que começava a desgastar-se por dentro.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 126

«Mais tarde teve de tirar a camisa de noite porque a noite começou a ficar quente...»

Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 124

«Era uma dessas luas tristes que ninguém olha, de que ninguém faz caso. Ali esteve, algum tempo, desfigurada, sem dar luz alguma, e depois foi esconder-se atrás dos cerros.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 122/3

''amargos de boca''



«Oh, porque não chorei e me desfiz então em lágrimas para aliviar a minha angústia.»

Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 118

Então fundo-me nele, inteira.


«Então fundo-me nele, inteira. Entrego-me a ele no seu forte bater, no seu suave possuir, sem lhe negar nada.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 113/4
«- É como se fosses um ''pico feio'', um entre mmuitos - disse-me. - Gosto mais de ti à noite, quando estamos os dois na mesma almofada, debaixo dos lençóis, na escuridão.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 113

«Se ao menos soubesse o que a maltratava por dentro, o que a fazia revolver-se destapada, como se a despedaçassem até a inutilizarem.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 1112

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015


«- A luz acende gotas de suor nos seus lábios.»

Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 109

« - Que fizemos nós? Porque nos apodreceu a alma?»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 102

Boy with pet owls, circa 1911


''rezando terços intermináveis''

«As suas pestanas já quietas; quieto já o seu coração.»

Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 94

  «Eu devia ter gritado; as minhas mãos deveriam ter-se despedaçado, esmagando o seu desespero.»

Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 93

sacristia

«(...) o sabor a sangue na língua.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 92

«- Vou andar um pouco, Ana. Para ver se arejo.
-Sente-se mal?
-Mal não, Ana. Mau. Um homem mau. É isso que sinto que sou.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 90

«-Eu sou um pobre homem disposto a humilhar-se, enquanto sentir o impulso para o fazer.»



Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 83

Vinho de sabugueiro

«Descansei o vício dos meus remorsos.»


Juan Rulfo. Pedro Páramo in Obra Reunida. Trad. Rui Lagartinho, Sofia Castro Rodrigues, Virgílio Tenreiro Viseu. Cavalo de ferro.1ª ed., 2010, p. 83

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Doença Dos Ossos de Vidro

Osteogénese imperfeita

O guião é o princípio de um processo visual e não o final de um processo literário.
O romancista escreve enquanto o guionista trama, narra e descreve.


(Jean-Claude Carrière)
"O homem não nasce para trabalhar, nasce para criar, para ser o tal poeta à solta."
Agostinho da Silva, Entrevista

ENTRE DUAS MEMÓRIAS
"Se fosse possível distinguir o amor verdadeiro do falso como se distinguem os bons dos maus cogumelos. Para estes é tão simples. Bast polvilhá-los com sal, pô-los de lado e esperar. Mas no que diz respeito ao amor, logo que descobrimos qualquer coisa que de longe se lhe assemelhe, estamos absolutamente certos não de que é um especimen autêntico, mais ainda de que é talvez o único cogumelo verdadeiro ainda por colher. E é necessário um número terrível de cogumelos venenosos para nos convencermos de que a vida não é toda ela um imenso cogumelo comestível."
-"Diário"
- Katherine Mansfield
"Morreremos sem conhecer uma fracção grande de nós. E isto apenas porque ela não teve oportunidade de se manifestar. Eis porque, por exemplo, nem todos sabem de si que são heróis, ou cobardes"
- Vergílio Ferreira

POETA NU


"Que sabe um rio dos seus afluentes? E os afluentes dos subafluentes? E estes dos pequenos regatos da montanha? Os rios não têm memória. (Embora digam que a memória é um rio.)
Têm água. E nós sede."
-"O Poeta Nu"
- Jorge de Sousa Braga 
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