Eleanor Roosevelt
sábado, 28 de dezembro de 2019
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
“If any one faculty of our nature may be called more wonderful
than the rest, I do think it is memory. There seems something
more speakingly incomprehensible in the powers, the failures,
the inequalities of memory, than in any other of our
intelligences. The memory is sometimes so retentive, so
serviceable, so obedient; at others, so bewildered and so
weak; and at others again, so tyrannic, so beyond control! We
are, to be sure, a miracle every way; but our powers of
recollecting and of forgetting do seem peculiarly past finding
out.”
(Jane Austen, 2003, p.158)
(Jane Austen, 2003, p.158)
«A psique humana evoluiu para se defender contra a visão da verdade. Para nos impedir de avistar o mecanismo. A psique é o nosso sistema de defesa – ela se certifica de que nunca entenderemos o que está acontecendo à nossa volta. Sua principal tarefa é filtrar informações, mesmo que a capacidade de nosso cérebro seja enorme. Pois seria impossível carregarmos o peso desse conhecimento. Porque cada minúscula partícula do mundo é feita de sofrimento.»
Olga Tokarczuk
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prémio nobel da Literatura 2018
"Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos"
Olga Tokarczuk
Olga Tokarczuk
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prémio nobel da Literatura 2018
segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
xv
Corpos há que terminam em pleno mar.
São corpos e são manhãs.
São corpos e são agosto atravessados pelo sol
por breves ventos.
Abandonado limite
quem levando aos lábios a chávenas de café
retém o gesto o vidro os dedos.
Nostálgico café por horas e horas repetido.
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 130/1
''A morte desce-lhe dos lábios''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 129
«A vida uma outra vingança »
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 128
« o tempo certo para cuidar da árvore.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 128
''farrapos de gelo''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 119
Cum vero reversus esset
(...)
«Cum vero reversus esset.
Fiquemos por aqui.
Pela parte do demónio.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 110
''mamilos duros''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 109
«a horrível solidão da inocência »
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 105
«O mar entre ruínas.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 104
«O gato reflectido no céu escuro.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 100
''Vivos e mortos têm o mesmo horizonte.''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 97
«o sangue de cristo nunca me faltou.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 94
ERVAS MARINHAS E MAR AZUL
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 91
Lugares de Memória
Virás dentro do giz, adormecida em nuvens,
com esse fio de prata nos cabelos.
António Franco Alexandre
Outros virão mais capazes de gostar.
Morre-se sempre pelo lado do inverno
adormecido em nuvens
vindo dentro de uma árvore
metade das raízes,
a metade dos céus.
Este receio carregado de infância.
Alma pequena,
adormecida,
com esse fio de prata.
O vento as nuvens corpo estendido vencido
pela luz
não tenho mais a pedir
ervas aves e luz.
Vindo de tão perto.
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 89
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 89
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''caça da invernia''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 83
«Vou de azulejo em azulejo»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 76
''o criado mundo''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 71
''claro foi o dia nos olhos das raparigas ''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 68
«(...) obedece incita inspira a dor»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 61
«O sangue o sacrifício e a fraca face.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 61
«o inverno é agora mais inverno»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 60
domingo, 22 de dezembro de 2019
''o pão da merenda''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 49
''a primeira puta ecológica''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 49
''doces erecções''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 48
''brancos ramos de árvore''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 43
«tinha as mãos limpas e não fumava»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 43
«Entrego ao sonho a dor»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 39
«Não arde a neve alta.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 34
pegureiro
pe.gu.rei.ro
pəɡuˈrɐjru
nome masculino
aquele que guarda gado; pastor; zagal
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Filoctetes Sófocles,
infopédia
''asa rutilante''
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 25
«Tinha um colar e o olhar ferido»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 25
«(...) e os olhos sofrem.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 21
«Negro escravo para uma farda brilhante»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 17
«os olhos já lá não estão há muito.»
João Miguel Fernandes Jorge. O Roubador de Água. Assírio & Alvim, Lisboa. 1981., p. 16
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Ainda tem necessidade de fotografar?
Tenho mais necessidade de escrever e de ler sobre fotografia do que de fazer fotografia. A fotografia para mim hoje tornou-se um fenómeno quase fantasma. Olho para certas coisas e vejo que ela é tão, tão fotografia que já não posso fotografá-la. O processo de beleza e de arte estão em diálogo. Quando você olha para uma flor e diz que é linda, você pode estar certa que ela também está achando você bonita. No diálogo as duas coisas não se desprezam, não se esquecem, atraem-se. O diálogo existe mesmo. Como existem várias coisas que me preocupam ligadas à arte e à própria fotografia. A questão da escuta é uma tese que ando a desenvolver.
E significa o quê?
Significa a escuta como uma memória, é uma ajuda. É que a memória é traiçoeira. Então penso no gesto. O que é o gesto? O gesto na arte, o teu gesto para fazer uma gravura é diferente do gesto de fazer uma pintura. O teu gesto significa o tempo para fazer uma escultura ou um desenho. O gesto é uma coisa real e precisa como um eletrocardiograma. Você pega uma pintura e põe e tira, depois põe e tira, até ao momento em que ela se fecha mas você não tem tempo para ficar. A escultura também você tira tanto, tanto, que chega a uma certa altura e pensa: o que é que foi importante? O que tirei ou o que ficou? Veja a experiência do cinema. Toda a gente sabe que um filme só é bom e está pronto quando é cortado no fim, a montagem é que é a definição do filme. É onde fica essa relação do que ficou e do que foi tirado. Se eu fosse cineasta ia aproveitar isso para fazer um filme sobre a saudade.
Teve saudades?
Saudades do que ficou. A saudade é tão importante que no campo da arte ela é não só saudade do que você já fez, como também saudade do futuro, do que tem de fazer.
Tenho mais necessidade de escrever e de ler sobre fotografia do que de fazer fotografia. A fotografia para mim hoje tornou-se um fenómeno quase fantasma. Olho para certas coisas e vejo que ela é tão, tão fotografia que já não posso fotografá-la. O processo de beleza e de arte estão em diálogo. Quando você olha para uma flor e diz que é linda, você pode estar certa que ela também está achando você bonita. No diálogo as duas coisas não se desprezam, não se esquecem, atraem-se. O diálogo existe mesmo. Como existem várias coisas que me preocupam ligadas à arte e à própria fotografia. A questão da escuta é uma tese que ando a desenvolver.
E significa o quê?
Significa a escuta como uma memória, é uma ajuda. É que a memória é traiçoeira. Então penso no gesto. O que é o gesto? O gesto na arte, o teu gesto para fazer uma gravura é diferente do gesto de fazer uma pintura. O teu gesto significa o tempo para fazer uma escultura ou um desenho. O gesto é uma coisa real e precisa como um eletrocardiograma. Você pega uma pintura e põe e tira, depois põe e tira, até ao momento em que ela se fecha mas você não tem tempo para ficar. A escultura também você tira tanto, tanto, que chega a uma certa altura e pensa: o que é que foi importante? O que tirei ou o que ficou? Veja a experiência do cinema. Toda a gente sabe que um filme só é bom e está pronto quando é cortado no fim, a montagem é que é a definição do filme. É onde fica essa relação do que ficou e do que foi tirado. Se eu fosse cineasta ia aproveitar isso para fazer um filme sobre a saudade.
Teve saudades?
Saudades do que ficou. A saudade é tão importante que no campo da arte ela é não só saudade do que você já fez, como também saudade do futuro, do que tem de fazer.
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