domingo, 11 de abril de 2021

 

Unpublished letters detail famed soprano’s painful relationships with husband, mother and Aristotle Onassis

Maria Callas with lover Aristotle Onassis in 1959.
Maria Callas with lover Aristotle Onassis in 1959. Photograph: Hulton Deutsch/Corbis/Getty Images

Her mother blackmailed her, her husband Giovanni Battista Meneghini stole from her, and shipping magnate Aristotle Onassis was violent and abandoned her for Jackie Kennedy. Soprano Maria Callas was adored by audiences worldwide but she never knew real love offstage, and her life was even more tragic than previously realised, according to research.

In writing a new biography, Lyndsy Spence was given access to Callas’s previously unpublished correspondence and other material, which casts light on the torment of her marriage, the abuse to which Onassis subjected her and sexual harassment by the director of one of the world’s foremost conservatoires.

Spence said that the letters relating to Onassis reveal the terrifying ordeal she suffered, especially when, in 1966, his physical violence threatened her life: “There is also disturbing information from the diary of one of her close friends detailing how Onassis drugged her, mostly for sexual reasons – today we would class that as date rape.”

Writing to her secretary, Callas confided: “I wouldn’t want him [Onassis] to phone me and start again torturing me.”

On the pain of her marriage to Meneghini, Callas despaired: “My husband is still pestering me after having robbed me of more than half my money by putting everything in his name since we were married … I was a fool … to trust him.” She described him as “a louse”, lamenting that he “passes for a millionaire when he hasn’t got a dime”.

One letter refers to the then president of the Juilliard School of music in New York, a married man, turning the faculty against her and stopping her coming back for another term after she rejected his advances. She wrote to her godfather: “Peter Mennin fell in love with me. So, naturally, as I did not feel so towards him, he is against me.”

Callas, who was born in New York to impoverished Greek immigrants in 1923, was one of opera’s most revered singers. Her performances of Tosca at Covent Garden have been described as among the greatest opera experiences of all time.

Spence said: “I was given access to three enormous collections which were bequeathed to various archives in 2019 and, until now, have never been published. Among the papers were Callas’s letters revealing her innermost thoughts.”

The new revelations include the truth about Callas’s harrowing childhood in Europe. “Callas resented her mother, who worked as a prostitute during the war, for trying to pimp her out to Nazi soldiers,” said Spence.

Later, Callas’s mother sold stories to the press and blackmailed her to keep her mouth shut, writing to her daughter: “You know what cinema artists of humble origins do as soon as they become rich? In the first month they spend their first money to make a home for their parents and spoil them with luxuries… What have you got to say, Maria?”

Maria Callas in Turandot in 1958.
Maria Callas in Turandot in 1958. Photograph: Cine Text / Allstar/Sportsphoto Ltd. / Allstar

Callas confided: “If she was a real mother to me a long while ago, I would [have] cherished her.”

Nor was her father better, Spence said: “He wrote her a letter, pretending he was dying in a pauper’s hospital in an attempt to get money from her. In fact, he had a minor ailment.”

Callas wrote: “I am fed up with my parents’ egoism and indifference toward me … I want no more relationship. I hope the newspapers don’t catch on. Then I’ll really curse the moment I had any parents at all.”

The material also casts light on her great soprano rival, Renata Tebaldi, whom she had denigrated in likening their respective voices to champagne and Coca-Cola, while Tebaldi had accused Callas of lacking a heart. But they each dismissed their prima donna duel of the 1950s as a myth made up by the media. Callas insisted that she had actually said cognac not Coca-Cola, telling one interviewer that she wished she had Tebaldi’s voice, and Tebaldi described Callas’s voice as “the best”.

Now denials of their feud are contradicted by a previously unpublished letter in which Callas wrote of Tebaldi: “She’s as nasty and as sly as they come.”

That same letter, dated 1957, reveals that the American-Greek’s loathing for the Italian singer led to Callas accusing her of finding fame through “being my rival” and of using Tebaldi’s mother’s reported heart attack to further her career in cancelling her appearance at the Metropolitan Opera. Callas wrote: “Her mother had nothing special wrong with her. Not even a heart attack … Do you think it’s publicity or maybe Renata did not feel well and [maybe] her mother had the flu and that was a perfect excuse for her not singing… and to have a triumphant poor Renata on her first performance.”

She continued: “I’m surely fed up with all this nauseating poor Renata business … God does not like such methods for publicity and weapons against me.”

Callas died in 1977 aged 53. The unpublished material also gives new insights into her health problems, which affected her performances in the 1960s, and her dependence on drugs. She lost her voice several times.

Spence said: “I tracked down the neurologist who treated her before her death. Callas suffered from a neuromuscular disorder whose symptoms began in the 1950s, but she was dismissed by doctors as ‘crazy’. It also explains the loss of her singing voice, which cut her career short.

“The death of Callas is a harrowing tale. Alone in her Parisian apartment, she relied on her estranged sister, Jackie, and companion, Vasso Devetzi, to supply her with [a sedative]. Her life was full of tragedy, but I wanted to give her her voice.”

Cast a Diva: The Hidden Life of Maria Callas by Lyndsy Spence is published by The History Press on 1 June


Fonte da Publicação: https://www.theguardian.com/

sexta-feira, 9 de abril de 2021


W. Eugene Smith
 

 "Cigano não deve ser visto como ovelha fora do redil, nossos pobres redis tão enxovalhados de fraquezas humanas, mas como, ainda, um mestre nosso de liberdade; sabem, ainda, os melhores, dormir à luz das estrelas e guiar-se por elas [...]; se os tomarmos como mestres, não como catecúmenos ou discípulos, por eles pode surgir para nós um mundo novo: aquele em que se cumpra a liberdade do Espírito, o qual, como se sabe, foi feito para soprar aonde quer e não aonde o mandam; aonde, é bom que se diga, o mandam sempre errado." 


Agostinho da Silva, LIVRE SOPRO DO VENTO (1970), in TEXTOS E ENSAIOS FILOSÓFICOS II, Âncora Editora, 1999, p. 224.

Sophia, na Primeira Pessoa


Vídeo/Documentário

Sophia, na Primeira Pessoa: Recorrendo ao espólio pessoal da autora, a imagens atuais de locais onde viveu ou que lhe foram queridos e a imagens de arquivo de televisão e cinema


Pós-COVID19: Um SNS mais Colaborativo e Adaptativo

 ''A  pandemia COVID19 confrontou todo o Sistema Nacional de Saúde com um “tsumani” de magnitude muito elevada. Emergiu a necessidade de gerir esta “gigacrise” com impactos na saúde, na economia, na sociedade e em cada, um de nós. De repente, todo e qualquer gestor, político, profissional de diferentes áreas científicas, jornalista e uma parte significativa dos cidadãos tornaram-se “especialistas” em Gestão de Unidades de Saúde. Neste contexto de crise, a política definida pelo Governo e especificamente pelo Ministério da Saúde, nem sempre ajudou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a cumprir as suas atribuições da melhor forma e nas condições esperadas.  

Estamos perante um crescendo de impactos inimagináveis nos serviços de saúde e nos profissionais de saúde, com consequências graves nos doentes com COVID e na prevenção e tratamento dos casos não-COVID. Vemos profissionais de saúde exaustos, em desespero, em burnout e doentes, e os hospitais e as unidades de cuidados primários hiper-pressionados, com carência de profissionais de saúde e recursos tecnológicos, sujeitos a informações contraditórias e a impossibilidade de cumprimento dos compromissos assistenciais para a obtenção de ganhos em saúde da população.  E os doentes e aqueles que estão a adoecer? Também se sentem estes impactos em todas as estruturas de apoio direto ou indireto ao setor da saúde. A população confronta-se com informações imprecisas, overdoses de números e estratégias de comunicação massivas e por vezes desalinhadas.

É compreensível, e as teorias assim o relevam, que quando se lida com o inesperado, um sistema (os indivíduos, as equipas, as organizações e as comunidades) desenvolva respostas novas perante a emergência de novas situações. À medida que a crise evolui, os atores-chave e outros que se interessam pelo tema ou pelos desafios que se geram, envolvem-se em tentativas para melhor compreenderem a situação e propõem soluções até então não testadas ou aprendidas previamente[1]. Se por um lado, surgem os “opinion makers, também é neste cenário de “esforço” que se podem gerar oportunidades de aprendizagem profunda, questionando a estratégia, os objetivos e os processos. Mas, nem sempre uma situação de crise origina aprendizagens individuais e coletivas!''


Excerto de Artigo da autoria de Generosa do Nascimento – Professora no ISCTE-IUL, Diretora do Executive Master em Gestão de Serviços de Saúde e da Pós-graduação em Gestão para Profissionais de Saúde do ISCTE Executive Education

Cainça

''The Mind of Plants''

“O bom, o dever e o ser”

  Imperative of Responsability, Hans Jonas

«O poder só deveria ser exercido por aqueles que reconhecem a sua ignorância e a corrigem».

Maria de Lourdes Pintasilgo

W. Eugene Smith

 

 «O ser humano é também uma existência, isto é, sou: o que sinto e penso, o que digo, o que mostro, o que faço. A minha existência modela-me a cada momento: importância de cada atitude, de cada gesto (actualidade daquela frase moralista de que “a maior obra-prima da nossa vida somos nós próprios”), não no sentido de nos transformarmos a golpes de vontade mas no sentido da construção do nosso próprio projecto por cada decisão.»

Maria de Lourdes Pintasilgo

«operários da consciência»

'' É preciso ouvir o barulho das grilhetas de cada perseguição, de cada violência, de cada nova miséria humana, os corpos que se torcem de todas as dores, o mal nas suas formas mais cruéis, os estranhos seres que povoam as águas e que hoje falam da destruição de tudo o que é vivo, as guerras sem sentido em que os homens se destroem. Onde estão os operários de consciência? Onde se escondem? Por que não trazem “as inequívocas flautas de sons claros” e com elas atravessam o mundo das trevas para o salvar?''

Maria de Lourdes Pintasilgo

 «É um facto que é necessária uma massa crítica em prol de todos os que se encontram privados dos seus direitos básicos, pois só essa massa crítica será capaz de desencadear a qualidade de vida que, como seres humanos, merecem.»

Maria de Lourdes Pintasilgo


 «O laço ôntico que liga todos os humanos na noosfera não permite separar de forma nítida uns dos outros. Se é certo que há uma história pessoal e única é certo também que as histórias humanas se entrelaçam em todas as dimensões da existência.»

Maria de Lourdes Pintasilgo


 conceito de «noosfera» do filósofo francês Teilhard de Chardin. 

 ''A cidadania tem de responder às consequências da tendência para a fragmentação e o individualismo que são, de forma evidente, o contra-ponto da globalização.''

Maria de Lourdes Pintasilgo

ser-com-os-outros-no-mundo

Weiner Dan

1974, Matera, Italy

 

a relação Eu-Outro

 Segundo Pintasilgo, para uma autêntica organização social e política é preciso dotar o ser humano de plena consciência cívica. 

Vemos à nossa volta a mais completa ausência de serviço cívico, o abandono da integridade na coisa pública, a demissão das responsabilidades, a crítica sem consequências positivas que se faz descuidadamente à mesa do café, a carência de gente que sinceramente, devotadamente, e com competência, queira ajudar a edificar a comunidade.

PT/FCF/CDP/MLP – 0012.019, “A missão dos leigos na conversão do mundo”, Aveiro, 1958, 12 fls., p. 1.

 «De uma forma simples, o sujeito é ator social; é por ele que acontecem a mudança e a transformação das ideias e das instituições.»

 (PINTASILGO, Maria de Lourdes (1999) “Femmes et hommes au pouvoir”, in NPC, op. cit., p. 115).

 

noosfera

no.os.fe.ra
nwɔʃˈfɛrɐ
nome feminino
mundo do espírito e do pensamento, figurado, por analogia com a biosfera, por uma camada sobreposta à da vida

  «eu-com-os-outros-no-mundo», de Martin Heidegger e Maurice Merleau-Ponty

desobedecer ao a.mor-pró.pri.o

«(...) trata-se de um pensamento que se pensa, e não de um pensamento já pensado.»

  No prefácio do livro Dimensões da Mudança, Eduardo Prado Coelho caracteriza o pensamento de Maria de Lourdes Pintasilgo como um «pensamento que se pensa»

"Going Down" - Freddie King




Going Down

I'm going down
I'm going, down, down, down
Down, down
Yes, I'm going down, yes
I'm going down, down, down
Down, down
Yes, I've got my feet in the window
Got my head on the ground
Let me down
And close that box car door
Yes, let me down
And close that box car door
Well, I'm goin' back to Chattanooga
And sleep on sister Irene's door
Yes, I'm going down
I'm going down
I'm going, down, down, down
Down, down
Yes, I got my feet in the window
I got my head on the ground

 Texto autobiográfico de Maria de Lourdes Pintasilgo que se inclui na coletânea intitulada Confidências de mulheres: anos 50-60, ao afirmar:

 Foi também nos anos 50 que despertou e cresceu em mim aquilo que viria a tornar-se convicção profunda sobre o papel das mulheres na sociedade. (…) Através da Acção Social Universitária e, mais tarde, no meio fabril, percebi que as mulheres viviam não só sexualmente discriminadas pelos homens mas dominadas por eles, em formas que violavam toda a dignidade da pessoa humana.

«irrupção da mulher»

 um dos temas centrais em Maria de Lourdes Pintasilgo

 «Um conceito é uma palavra que significa, e o seu significado é tomado no contexto das outras palavras, às quais ele se refere, e mais, que permitam defini-lo pela relação com elas». (PAYOT, Roger (1999) “Fin de la métaphysique et la mort de Dieu”, in Renée Bouveresse (dir): La Métaphysique, Paris, Éditions Ellipses Marketing, pp. 129-144, p. 133).

o “humano autómato”


anomia

quarta-feira, 7 de abril de 2021

A morte chega cedo,

 A morte chega cedo,

Pois breve é toda vida

O instante é o arremedo

De uma coisa perdida.

O amor foi começado,

O ideal não acabou,

E quem tenha alcançado

Não sabe o que alcançou.

E a tudo isto a morte

Risca por não estar certo

No caderno da sorte

Que Deus deixou aberto.

11-9-1933

Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). 

 - 175.

 




 

identitarismo

terça-feira, 6 de abril de 2021

 

senolítico

se.no.lí.ti.co
sənuˈlitiku
adjetivo
que previne ou combate o envelhecimento
nome masculino
agente, medicamento ou substância que previne ou combate o envelhecimento

segunda-feira, 5 de abril de 2021

“Queria ter uma alma nova, decidida, capaz de tudo ousar (…) 
A alma que eu queria e devia ter era uma alma asselvajada, impoluta, nova, nova, nova, nova!"

Irene Lisboa, Outono havias de vir, Poesia I

Clã com Manel Cruz - Na Sombra

 

A DOENÇA DO BEM

(Manel Cruz/ Hélder Gonçalves)


tentei esconder a minha raiva
de mim, por ti
não sei por quem o fiz
avançou meus braços
como a cura para o bem
e eu não quis deixar


em ti pensei ouvir a minha voz
meu ar, tão só
tentando ser feliz
diz quais os teus planos
quem vais tu matar no fim
quando eu acordar


depois de ver o que acabou
de que vai valer a minha voz
será que o bem nos faz sofrer
por nunca o vermos existir em nós


e é tão bom sentir de novo o teu calor
é tão maior que o mais profundo amor
e é isso que me assusta
ver-te assim denunciar
quem eu não quis ser


e a mesma luz que nos guiou
que nos trouxe aqui
devolve-nos ao escuro
antes do meu corpo arder
sem promessas de um futuro
só eu e os meus planos
sem nenhum sinal de ti
para me salvar


depois de ver o que acabou
de que vai valer a minha voz
será que o bem nos faz sofrer
por nunca o vermos existir em nós


o que vai valer
porquê esconder a minha raiva
o que vai valer
isso é fugir da minha sombra


depois de ver o que acabou
de que vai valer a minha voz
será que o bem existe em nós

domingo, 4 de abril de 2021

«As vulnerabilidades são multiescalares e é possível identificá-las nos planos macroeconómico,estatal, territorial, local, metropolitano, no cuidado que se dispensa às pessoas, nas relações laborais e no plano sindical, na progressiva transformação de custos privados em custos sociais, nas relações intergeracionais ou nos territórios físicos, sob a forma de riscos.

Sendo as vulnerabilidades multiescalares, as alternativas também o são. No plano macroeconómico há um novo equilíbrio a encontrar para lá das regras da chamada “governação económica” europeia e dos limites que ela implica nos planos monetário, orçamental e das políticas públicas. Trata-se de reconstituir formas de ação pública que fortaleçam a sociedade, superando desequilíbrios e qualificando-a.

Internamente, para além de tratar de áreas de risco, o país precisa de políticas públicas que restituam capacidade aos seus territórios, assegurando também que a capital e a sua área metropolitana se tornem mais coesas e capacitadas do ponto de vista económico e social, substituindo um modelo de crescimento escassamente qualificado e que tem esgotado demograficamente o resto do país. As políticas sociais, o valor a dar ao trabalho e ao bem- -estar precisam também de retomar a centralidade que perderam.»

José Reis  in Vulnerabilidades. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020


ocularcentrismo

o establishment e a elite

des.po.li.ti.za.ção

sentimentos fascizantes

«No princípio, a palavra coincidia com a coisa, e dizia, com acribia e limpidez, aquilo que é. Mais tarde, a palavra passou a linguajar, de longe, mera informação. Só na poesia digna desse nome continua a palavra a perguntar pelo seu próprio rigor. Se não interromper, se não interrogar, se não resistir, se não desassossegar – a poesia não cumpre o seu papel de principal interpeladora.»

Maria Irene Ramalho  in Poesia. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020



                                                                KATRIEN DE BLAUWER


 

acribia

poesia fossilizada

 «(...)os trabalhos do cuidado são responsabilidade de todas e todos e não são uma segunda natureza das mulheres;»

Teresa Cunha in Economias do Cuidado com a Vida. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020

literatura epidemiológica e sociológica

DESGLOBALIZAR

oligarquias partidárias




 Théo Gosselin




Zygmunt Bauman - Fronteiras do Pensamento

''socialização prudencial''

 Rui Gomes in Corpo e Riscos. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020


''autoritarismo sanitário''

 Rui Gomes in Corpo e Riscos. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020



«Na paisagem pós-pandémica, a preservação da saúde pública, a defesa dos direitos humanos e a salvaguarda da liberdade individual não podem ser inconciliáveis. O exemplo chinês, no qual a ostentada eficácia do combate à pandemia, apoiada na hipervigilância, se está a fazer em detrimento da autonomia e da liberdade dos cidadãos, não pode propagar-se. É imperativo escrutinar os contornos do “novo normal”, barrando a materialização da distopia.»

Rui Bebiano in Combater a Distopia.Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020


 

A linguagem da saúde cultural

 «A linguagem da saúde cultural, com consistência e abertura a grupos e lugares alternativos de criação;»

Carlos Fortuna in Cidades.Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020


''devastações bélicas''

«Nenhum autor é tão preciso como Karl Polanyi na datação da origem do capitalismo moderno – 1834, a data em que o Parlamento do Reino Unido aprovou a Emenda à Lei dos Pobres. Para Polanyi este momento assinala a instituição do mercado de trabalho ‘livre’ de que o capitalismo na sua forma industrialista tanto carecia. Com efeito esse ato legislativo pôs termo ao antigo regime de mitigação da pobreza substituindo-o por um outro, de estrita condicionalidade, que sujeitava os requerentes de apoio a internamento em casas de trabalho intencionalmente degradadas e degradantes tanto quanto o necessário para os obrigar a procurar e aceitar ‘livremente’ trabalhar fora delas por um qualquer salário.» 


José Castro Caldas. Capitalismo. Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020


«A alternativa está no combate permanente por slow science; pelo direito ao ócio, indispensável para a criatividade; pelo direito ao tempo para o cuidado de si e dos afetos. A alternativa passa por uma ética do cuidado – proposta por Carol Gilligan, na década de 1980 – também no espaço de trabalho, na construção coletiva e solidária do conhecimento; na solidariedade humana, no regresso ao tempo com tempo para ter conversas “inúteis”, para o riso e para o choro – como defende Daphna Hacker –, manifestações humanas expressas na materialidade dos corpos. Só a opção por um tempo lento do conhecimento poderá devolver o humano à academia.»


Adriana Bebiano in ACADEMIA E ÉTICA DO CUIDADO.Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020


«Predomina um discurso moral da valorização do desempenho quantificado por métricas sem sentido, que produz uma cultura da culpa pelo tempo não ocupado de forma “útil” e “produtiva”.»

Adriana Bebiano in ACADEMIA E ÉTICA DO CUIDADO.Coordenador José Reis livro: PALAVRAS PARA LÁ DA PANDEMIA: CEM LADOS DE UMA CRISE. Editor Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra. Julho, 2020



financeirização

sábado, 3 de abril de 2021


Man in White on Bed, 1979 
Jo Ann Callis

''Como Oscar Wilde ele sabia que o progresso é a concretização das utopias, tendo o entendimento da tradição como suporte histórico e cultural para a transformação do mundo.''

Mário Tomé sobre Mário Viegas

''engraxadores teatrais''

 Mário Tomé

  “O Cavaco pesca tanto de economia que até faz quadras populares à António Aleixo com as ligas da sua Maria Cavaca.”

Mário Viegas e o seu “Manifesto Anti-Cavaco”, de 1995.

“não basta mudar as moscas”

quaestio mihi factus sum

 “Converti-me numa questão para mim”

Santo Agostinho 

i.nin.te.li.gi.bi.li.da.de

''epistemicídio maciço''

Thom Yorke - Love Will Tear Us Apart | Cover of Joy Division

''A utopia do interconhecimento é aprender outros conhecimentos sem esquecer os próprios.''

Santos, Boaventura de Sousa (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. Disponível em https://doi.org/10.4000/rccs.753.

conditio sine qua non

''Uma concepção pós-abissal de marxismo (em si mesmo, um bom exemplo de pensamento abissal) pretende que a emancipação dos trabalhadores seja conquistada em conjunto com a emancipação de todas as populações descartáveis do Sul global, que são oprimidas mas não directamente exploradas pelo capitalismo global. Da mesma forma, reivindica que os direitos dos cidadãos não estarão seguros enquanto os não-cidadãos sofrerem um tratamento sub-humano.''


Santos, Boaventura de Sousa (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. Disponível em https://doi.org/10.4000/rccs.753.

leis excludentes


Newsha Tavakolian Photography

''A plasticidade da soft law''

 Santos, Boaventura de Sousa (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. Disponível em https://doi.org/10.4000/rccs.753.

''A humanidade moderna não se concebe sem uma sub-humanidade moderna.''

 Santos, Boaventura de Sousa (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. Disponível em https://doi.org/10.4000/rccs.753.

 

cooptação

nome feminino

admissão de um novo membro (numa instituição, grupo, etc.) com dispensa das formalidades da praxe; agregação

''o conceito de vazio jurídico''

práticas idolátricas

não-contemporaneidade

 “Três graus de latitude alteram toda a jurisprudência e um meridiano determina o que é verdadeiro... É um tipo peculiar de justiça cujos limites são demarcados por um rio, verdadeiro neste lado dos Pirinéus e falso no outro”

 (Pascal, 1966)

amity lines

 linhas de amizade


 

agnotologia

nome feminino

área de estudo multidisciplinar que se dedica à análise de fenómenos de desinformação cultural e socialmente induzidos, com vista à deliberada promoção da ignorância ou da incerteza na opinião pública acerca de determinado tópico, nomeadamente através da difusão de informação errónea ou não verificada, da publicação de dados descontextualizados, etc.

eussocialidade

nome feminino


ZOOLOGIA nível complexo de organização social animal, observável sobretudo em insetos (formigas, abelhas, etc.), caracterizado pelo cuidado cooperativo na criação da prole e pela divisão de funções entre indivíduos reprodutores e indivíduos não reprodutores

disputa epistemológica moderna entre as formas científicas e não-científicas de verdade

''No campo do conhecimento, o pensamento abissal consiste na concessão à ciência moderna do monopólio da distinção universal entre o verdadeiro e o falso, em detrimento de dois conhecimentos alternativos: a filosofia e a teologia. O carácter exclusivo deste monopólio está no cerne da disputa epistemológica moderna entre as formas científicas e não-científicas de verdade. Sendo certo que a validade universal da verdade científica é, reconhecidamente, sempre muito relativa, dado o facto de poder ser estabelecida apenas em relação a certos tipos de objectos em determinadas circunstâncias e segundo determinados métodos, como é que ela se relaciona com outras verdades possíveis que podem inclusivamente reclamar um estatuto superior, mas não podem ser estabelecidas de acordo com o método científico, como é o caso da razão como verdade filosófica e da fé como verdade religiosa?''

Santos, Boaventura de Sousa (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. Disponível em https://doi.org/10.4000/rccs.753.

 ''dicotomia apropriação/violência''

'' O pensamento moderno ocidental é um pensamento abissal. Consiste num sistema de distinções visíveis e invisíveis, sendo que as invisíveis fundamentam as visíveis. As distinções invisíveis são estabelecidas através de linhas radicais que dividem a realidade social em dois universos distintos: o universo “deste lado da linha” e o universo “do outro lado da linha”. A divisão é tal que “o outro lado da linha” desaparece enquanto realidade, torna‑se inexistente, e é mesmo produzido como inexistente. Inexistência significa não existir sob qualquer forma de ser relevante ou compreensível. Tudo aquilo que é produzido como inexistente é excluído de forma radical porque permanece exterior ao universo que a própria concepção aceite de inclusão considera como sendo o Outro.´´

Santos, Boaventura de Sousa (2007), “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. Disponível em https://doi.org/10.4000/rccs.753.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

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