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sexta-feira, 9 de abril de 2021

Pós-COVID19: Um SNS mais Colaborativo e Adaptativo

 ''A  pandemia COVID19 confrontou todo o Sistema Nacional de Saúde com um “tsumani” de magnitude muito elevada. Emergiu a necessidade de gerir esta “gigacrise” com impactos na saúde, na economia, na sociedade e em cada, um de nós. De repente, todo e qualquer gestor, político, profissional de diferentes áreas científicas, jornalista e uma parte significativa dos cidadãos tornaram-se “especialistas” em Gestão de Unidades de Saúde. Neste contexto de crise, a política definida pelo Governo e especificamente pelo Ministério da Saúde, nem sempre ajudou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a cumprir as suas atribuições da melhor forma e nas condições esperadas.  

Estamos perante um crescendo de impactos inimagináveis nos serviços de saúde e nos profissionais de saúde, com consequências graves nos doentes com COVID e na prevenção e tratamento dos casos não-COVID. Vemos profissionais de saúde exaustos, em desespero, em burnout e doentes, e os hospitais e as unidades de cuidados primários hiper-pressionados, com carência de profissionais de saúde e recursos tecnológicos, sujeitos a informações contraditórias e a impossibilidade de cumprimento dos compromissos assistenciais para a obtenção de ganhos em saúde da população.  E os doentes e aqueles que estão a adoecer? Também se sentem estes impactos em todas as estruturas de apoio direto ou indireto ao setor da saúde. A população confronta-se com informações imprecisas, overdoses de números e estratégias de comunicação massivas e por vezes desalinhadas.

É compreensível, e as teorias assim o relevam, que quando se lida com o inesperado, um sistema (os indivíduos, as equipas, as organizações e as comunidades) desenvolva respostas novas perante a emergência de novas situações. À medida que a crise evolui, os atores-chave e outros que se interessam pelo tema ou pelos desafios que se geram, envolvem-se em tentativas para melhor compreenderem a situação e propõem soluções até então não testadas ou aprendidas previamente[1]. Se por um lado, surgem os “opinion makers, também é neste cenário de “esforço” que se podem gerar oportunidades de aprendizagem profunda, questionando a estratégia, os objetivos e os processos. Mas, nem sempre uma situação de crise origina aprendizagens individuais e coletivas!''


Excerto de Artigo da autoria de Generosa do Nascimento – Professora no ISCTE-IUL, Diretora do Executive Master em Gestão de Serviços de Saúde e da Pós-graduação em Gestão para Profissionais de Saúde do ISCTE Executive Education

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